Capítulo 47 - Eu e Você
Aquele lugar ficou uma loucura.
Todo mundo querendo ir atrás do Ji, seguranças que parecem brotar do chão segurando-os enquanto vejo apenas um braço coberto por um blazer vermelho puxar a Belle que some em uma das portas.
Um outro homem chama o restante de nós para uma porta lateral e sinto a mão do Cheol pressionar minha cintura enquanto seguimos o homem.
Nem sei dizer a quanto tempo sua mão está pousada ali, cuidadosamente me protegendo. Seus olhos castanhos estão atentos até que nós dois passamos pela porta. Seguimos pelo corredor até o lado de fora sem que ele nunca me soltar.
É irritante tentar ficar com raiva dele.
Ainda estou brava pelas coisas que tinha falado, acho. Mas olhar para ele faz toda a droga da raiva ir embora.
Na parte de trás da galeria combinamos todos de irmos para o nosso apartamento, antes de entrarmos em carros pretos, que espero muito ter sido o Ji que tenha chamado.
Acabo no carro com meu namorado, Mathew e Minseok, que sempre parece tenso quando estou por perto, talvez ele não tenha gostado muito de mim. Quando tento puxar algum assunto, ele sempre me responde seco e corta o assunto.
Mathew é a empolgação em pessoa. Fica repetindo que aquilo com os jornalistas tinha sido uma loucura e que mal podia esperar para que aquilo fosse com ele e o Cheol.
Do meu lado, Cheol divide sua atenção na empolgação do amigo e em mim, que tento focar minha atenção na rua e nas luzes da cidade que se misturam com o céu negro.
Ao entrar no corredor do nosso apartamento já posso ouvir as conversas emboladas e risadas do outros. Assim que abro a porta o cheio de pizza fez meu estômago roncar de fome.
Mathew e Minseok vão se misturando com os outros e antes que Cheol fosse, fiz um sinal para me seguir até o quarto.
Não demos três passos quando ouvi a voz do Mathew:
— Cheol está péssimo esses dias Ninas, perdoa ele. – grita fazendo a sala ficar em silêncio com a atenção de todos em nós.
Do meu lado Cheol passa a mão no rosto pressionando os dedos e sinto que ele está ponderando em ir lá socar o amigo.
Volto a andar ignorando o comentário do Mathew, e com muita facilidade ele consegue me acompanhar, até subirmos as escadas e fechar a porta com o pé.
Tiro o casaco ficando apenas com o vestido enquanto procurava meu moletom em uma das gavetas.
— Não seria agora que você me pediria desculpas? – Brinco o olhando de lado.
Mesmo dando uma risada baixa, seu corpo ainda está visivelmente tenso enquanto se senta na beirada da minha cama, da mesma forma tensa, como estava quando chegou na galeria.
— Não sei bem se é isso que quer ouvir. – Respira fundo — Estou tentando me desculpar a dias e você não quis nem me ver. Não me atendeu nem quando mandei chocolates – fez um biquinho que arrancou uma risada minha.
— Estavam muito bons, por sinal. Fiquei bem satisfeita em saber que me conhece tão bem para não mandar flores e sim chocolate. – Dei um largo sorriso passando o moletom preto pela cabeça me sentando ao seu lado com as pernas cruzadas.
— Não precisa ficar muito tempo perto de você para saber disso, Nina. – Me olha cheio de carinho.
Me irrita o quão fácil consegue me ler.
Silêncio.
É estranho como aquilo pode ser leve e pesado ao mesmo tempo. Nossos olhos se encaram pelos longos segundo.
Sinto meus lábios contorcer enquanto os espremo com os dentes. Sua mão toca a minha devagar e vejo seus dedos brincando com a beirada na manga do moletom.
— Me fala o que você quer ouvi, Nina. – Seus olhos lacrimejaram — Porque você sabe o quanto sinto muito pelo o que disse.
Respiro fundo algumas vezes sem tirar os olhos dos seus, até que a pergunta que me estrangulava a dias sai.
— Você confia em mim? – Meu peito se aperta com a pergunta.
A verdade é que não tinha me afastado esses dias porque estava com raiva do que tinha falado, mas sim porque tinha medo da resposta dessa pergunta.
Juntou as sobrancelhas antes de falar.
— Claro que confio Nina, que pergunta é essa?
Admito fracamente que acredito naquilo.
— Então porque sua primeira reação quando falei que tinha dormido no Tae foi achar que tinha transado com ele?
Falar aquilo doí, me sentir desse jeito doí, pensar que essa conversa pode tomar um rumo que pode acabar com tudo... nem consigo imaginar como é essa dor.
— Nina – Pega em minha mão —, não quis dizer aquilo – respira fundo — Fiquei com tamanha raiva na hora que falou que parte infantil de mim queria que você também ficasse. Me desculpa por isso, me desculpa por tudo.
Leva minha mão até seu lábio o pressionando. Passo os dedos por seu cabelo macio, sinto todo o peso do meu coração que já o tinha perdoado quase que instantaneamente no momento que tudo que aconteceu. Aquilo me assusta. A facilidade com que todo o meu coração está completamente entregue a uma única pessoa.
— Está tudo bem – levanto seu rosto para mim.
— Não está Nina. – Escorou sua testa na minha — Posso ver em seus olhos que não está. Conversa comigo.
Bato meus dedos de leve sobre a palma da sua mão tirando meus olhos do dele, me afundo por um segundo nas palavras que seguro em meu peito. Fecho meus olhos abrindo de leve meus lábios e deixo tudo sair.
— Cheol, confiança é algo primordial, não tem como você ter nenhum tipo de relação, seja ela amorosa ou de amizade com alguém que você não confia. Tenho certeza de que você não ia gostar se acreditasse nas coisas que a Bae Hana fica falando. – Pego ar e continuei — Quer saber? Também não gostei de o Tae ter contado para você, como se tivesse que se expor para você confiar em mim. – Deixo os ombros caírem — Acho que é tudo.
Seus olhos pisaram algumas vezes antes de falar.
— Você tem razão, teria detestado e me magoado se tivesse acreditado em qualquer coisa que ela diz – faz uma pausa com a tristeza que ainda está em seu rosto — Tenho que pedir desculpas para o Tae por isso.
Me senti um pouco culpada por isso, por mais que não tenha gostado, foi decisão do meu amigo de contar e a verdade é que ele parece se sentir melhor.
— Ele parecia bem aliviado por ter conseguido falar com alguém. Acho que não precisa de tanto. Me preocupo com ele, o mundo não é um lugar legal.
— Você gosta muito dele, não é? – Soa carinhoso.
Meu rosto se contorceu em um sorriso largo. Por um segundo o observo procurando algum traço do Cheol do dia da briga, mas não encontrei, tem apenas o cara incrível por quem estou a palavra com "a".
— Ele foi o primeiro amigo que fiz depois que nos mudamos. Tem cuidado de mim, até me defende. – Meu sorrio murchou um pouco com a lembrança — No começo todo mundo achava que éramos namorado e uma vez nosso chefe perguntou para ele e ficou bem satisfeito quando o Tae falou que não e disse que ele fazia bem em não namorar com alguém da minha cor – Cheol fica tenso mas continuo antes —, e ele sem receio nenhum me defendeu.
Sua mão passa pela minha cintura aproximando nossos corpos enquanto escoro minha cabeça em seu ombro.
— Tenho muito que agradecer a ele também. – Seus dedos passam pela lateral do meu roso com um pequeno sorriso se formando — Odiei ficar esses dias sem falar ou ver você. – Aproximais o rosto depois de concordar.
Sua mão segura firme minha nuca pressionando seus lábios nos meus. Mesmo que tenhamos ficado poucos dias sem nos ver, a saudade que passa em nossos lábios é de pura insanidade.
Ainda é um pouco complicado para minha cabeça processar tudo o que Cheol me faz sentir.
Separa nossos lábios e tudo que se ouvia é o som das nossas respirações e as risadas e conversas abafadas.
Seus olhos me encaram com uma intensidade que já tinha visto outras vezes. O carinho e a intensidade dançam nos seus olhos fazendo o meu peito bater que nem um louco de emoção para o que sei o que vem, e medo do que teria que vir de mim depois.
— Nina, eu...
— Vocês não vão vir? – a voz alta da Belle o faz dar um sobressalto — O Mathew já está no quinto pedaço. Ri me afastando um pouco dele.
— Já estamos descendo. – Grito de volta ouvindo seus passos sumirem — É melhor descermos – levanto da cama —, estou faminta e não quero ter que entrar no tapa com o Mathew pela pizza.
— Ele perderia miseravelmente – Dá um pulo da cama abraçando minha cintura depositando um beijo na minha cabeça.
Descemos a pequena escada de madeira e de começo não estranhei, mas depois começo achar a sala estranhamente silenciosa, nada parecido com o furdunço que estava a minutos atrás.
Do corredor vi apenas a Belle parada de frente a porta de entrada muda parecendo um pouco mais branca que o normal.
Foi então que vi e imediatamente fui completamente engolida pelo ódio.
Minha visão escurece e sinto meu sangue borbulhar. Nem ao menos controlo mais meu corpo que começa a correr em sua direção enquanto minhas unhas pressionam a pele da minha mão que está cerrada em um punho.
Tudo que quero é socar a sua cara, e foi exatamente isso que fiz quando seus olhos castanhos encontraram os meus, nem dando tempo para que se defenda.
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