Capítulo 24 - Te Deixando Ir
Oi pessoas, me contem o que estão achando do livro? acha que BeJi ainda tem alguma chance? ou o estrago que a Belle causou entre os dois é inseparável?
Mais um pouco dos personagens. Lembrando que não são necessariamente casais....
Tenham uma leitura mara
Beijos
"Não sei o que era isso, mas acabou."
Uma frase que batia de um lado para o outro na minha cabeça enquanto jogava meu corpo sobre a ilha depois que ele e a Nina entraram no elevador.
Eles estavam juntos todo esse tempo.
Deixei os caquinhos que restaram do meu coração doerem livremente com esse pensamento, mas não chorei. Não vou chorar.
Uma parte bem idiota minha acreditava que não tinha passado daquele beijo do elevador, que por sinal pareceu uma faca entrando no meu peito, e me peguei diversas vezes pensando se ela fez aquilo de propósito ou se realmente não havia notado a forma como Ji a olhava.
Para ser sincero, acho que até o momento em que ela desabou à minha frente realmente não entendia o efeito que tem sobre ele.
Mesmo depois de perceber as vermelhidões no corpo do meu irmão, que ele tão pobremente tentava esconder - e só agora me dou conta de que talvez o não esconder fosse sua forma de mostra os rastros dela nele- me deixei enganar que ele tivesse outra pessoa, qualquer uma que não fosse ela.
Mas estava apenas me enganando esse tempo todo.
A forma como ela ficou arrasada quando o viu indo embora, aquilo acabou comigo. Nos olhos dela pude ver tão claro como o dia que meu irmão não era um caso para se divertir, ela realmente gosta dele.
Quanto azar uma pessoa tem que ter para querer a mesma mulher que o irmão?
Minha vida amorosa nunca foi lá de grande sorte mesmo, mas depois de anos finalmente começo a gostar de alguém e ela se apaixona pelo meu irmão. O que será que fiz na vida passada para passar por isso? Ou é algo como lei natural? Sorte nos negócios e azar no amor?
Como faz para trocar?
Podia ouvir a minha mãe reprovando esse pensamento tão claro como o dia e sabia exatamente o que falaria para mim.
"Querido, sei que dói, mas no fundo você sabe que ela não é para você. A mulher certa está a caminho."
Ela tocaria na ponta do meu nariz como fazia quando criança me dando um sorriso doce.
Ainda que uma parte irracional minha estivesse aborrecida com o Ji nesse momento, um pequeno sorriso levantou o canto do meu lábio ao imaginar o quanto mamãe gostaria dela, da Belle, se ainda estivesse entre nós.
Para ele, o Ji, não para mim.
Minha mãe entenderia que de uma forma distorcida que só os dois, Ji e Belle, conseguem compreender, que seria ela quem conseguiria colocá-lo no eixo. A brasileira com gênio forte saberia quando apoiá-lo ao precisar de força para enfrentar toda uma sociedade que não consegue entender a diferença entre nós dois, ao mesmo tempo que o deixaria no lugar certinho com somente um olhar em alguma infantilidade dele.
"Talvez você já até tenha conhecido." - ela terminaria me dizendo com suavidade.
E lá estava, o seu rosto perfeito na minha mente, mesmo anos se passando que não a visse.
Sinto uma mão sacudir meu ombro e de longe escuto a voz do Doyon me chamando. Levanto a cabeça e vejo seus olhos preocupados.
— O que? – falo sem muita vontade.
— Você está bem? – seus olhos passavam por toda a extensão do meu rosto procurando algo.
— Por que não estaria? – levantei meu corpo arrumando o terno e tentando parecer bem.
Doyon se afasta um pouco e empurra na minha direção uma vasilha com arroz.
— Por que acabou de descobrir que seu irmão e a nossa vizinha, que por sinal você tem, não uma queda, mas um desfiladeiro, estão juntos?
As palavras dele, uma por uma, caem como uma bomba no meu peito. Ouvi-las em voz alta é muito, mas muito pior. Nem queda, nem desfiladeiro, eu senti algo real por ela mesmo em tão pouco tempo.
— Nunca devia ter te contado isso. – Passei a mão pelo cabelo depois pelo meu rosto
— Concordo. Devia ter contado para o seu irmão, como sugeri. – Colocou uma colher grande de arroz com um pedaço de carne por cima.
— Obrigado, está ajudando muito. – Deixei minha cabeça cair para frente soltando ar pesado.
— Desculpa. Não sou muito bom nisso.
Levantou do banco vindo na minha direção e colocou a mão sobre meu ombro.
— Vai ficar tudo bem. – Deu um leve aperto.
Virei meu rosto para encara-lo e não resisti a uma risadinha da expressão estranha que devia ser sua tentativa de expressar a sua empatia comigo.
— Tem razão, – deixei meu corpo ereto o olhando — você é péssimo nisso.
Tirei o blazer o jogando na bancada junto com a gravata, abrindo alguns botões da camisa.
— Não vai trabalhar?
— Não tenho cabeça para isso. Acho que vou me dar um dia de fossa.
— E você não acha que seu pai ou o Ji vão achar isso um tanto estranho, senhor que não deixou de ir trabalhar nem quando estava com princípio de pneumonia?
— A pneumonia não era tão ruim assim.
As palavras escaparam sem minha permissão e por um segundo de descuido a dor bateu tão forte que acabei deixando que uma lágrima descesse pelo meu rosto.
Joguei meu corpo no sofá bloqueando a luz com meu antebraço sobre meus olhos e deixando que meu peito lentamente consumisse o resto de mim.
Mesmo tentando muito não pensar nisso, minha mente cruel não me fez ignorar um farto por completo, até que me deixei envolver por ele.
Eles não estavam mais juntos.
Talvez agora eu pudesse ter uma chance com ela, mostrar que eu sou o melhor para ela.
Claro Han, que dia você ia conseguir fazer isso com o seu irmão?
Não, não adiantava. Não depois de ver a dor no olhar dela. Aquele tipo de dor que só se sente por alguém que lhe afeta profundamente. Eu não sei se Belle já percebeu isso, mas ela ama o meu irmão e imaginar que talvez eu saiba isso antes mesmo dela faz meu estado piorar ainda mais, se possível.
Se tivesse contado antes que estava começando a gostar dela, ele não teria ido trás dela, mas isso não me garantiria nada, porque por mais que meu ego se machuque em admitir isso, ela tinha olhos apenas para ele no segundo que o viu.
A verdade é que nunca tive uma chance real.
— Han? – a voz do Ji me faz tirar o antebraço do caminho e semicerrar os olhos com a claridade. — Está tudo bem? Não foi trabalhar.
Quando consegui olhar melhor meu irmão, ele parecia bem melhor do que quando a Nina o tirou daqui, quase feliz.
— Enxaqueca forte, preferi ficar em casa. – Levantei meu corpo sentando no sofá.
— Tomou algum remédio? – sentou do lado parecendo preocupado.
— Sim – tentei sorrir — você parece melhor – tentei mudar de assunto.
— E estou – escorou no sofá com um sorriso largo que faziam seus olhos sumirem em dois riscos.
Meu peito apertou de novo, mas dessa vez não por causa da Belle, mas pela nossa mãe. Sempre que o Ji sorria tão empolgado assim seus olhos ficavam como os dela, o que era uma boa lembrança, mas hoje doeu.
— Não foi a Belle que escreveu aquelas coisas – sua voz era puro alívio.
— Meio que já sabia disso – tentei sorrir, mas não deu muito certo. Espero que ele ache que é por causa da enxaqueca.
— Mas você nunca vai adivinhar quem foi.
Seus olhos castanhos escureceram com a preocupação que corria pelo seu rosto.
— Quem? – porque tinha a sensação que não ia gostar nem um pouco da resposta?
— Im Chul-Moo
Demorei alguns segundos para lembrar de quem estava falando, até que senti minha boca se abrir.
— Se ele é jornalista agora, ele pode estar apenas começando essa cruzada para te crucificar. – Levantei do sofá — vou ligar para os advogados ficarem de prontidão.
Ji segurou meu pulso me fazendo voltar a sentar.
— Isso pode esperar. Sua melhora é prioridade. Descansa, amanhã você falar com eles. – Suspirou jogando o corpo na almofada que estava atrás — Não acho que é uma cruzada, o que aconteceu já tem muito tempo e ele já se vingou com aquele ataque chamado de artigo.
— Acha mesmo que ele vai ficar satisfeito com aquilo?
Ji abriu um sorriso largo. Seja lá o que a Nina tenha falado com ele, pareceu resolver o problema.
— Hyeong, não é como se tivesse matado a mãe dele. Foi apenas coisa de adolescente.
Cruzei os braços encarando o olhar despreocupado do meu irmão.
— Você só fez a namorada de dois anos o trair e chutá-lo logo em seguida. Você nem ao menos continuou com a menina.
— Não fiz nada. Não sabia que ela tinha namorado, e foi ela que quis terminar com ele depois que descobriu.
— E você acha que isso importa? – arqueei a sobrancelha.
— Deixe que fale o que quiser. Tenho coisas mais importantes para pensar agora.
— Tipo?
— Tipo decidir em qual restaurante levar a Belle, o que vou fazer e falar para ela como pedido de desculpa e seguir com o plano.
Alguém, por favor, tira essa faca que está rasgando meu peito.
— Plano? – juntei cada força do meu corpo para segurar as lágrimas que brincavam nos meus olhos.
— Deixar de ser apenas um cara, para ser o cara da vida dela. – Deu um pulo do sofá.
Isso só pode ser brincadeira. O Ji nunca, nem remotamente, quis algo sério com ninguém. E, de repente, é quase como se ele fosse tirar uma aliança do bolso e correr para a porta do apartamento dela.
E não uma aliança de namoro.
Seus olhos estavam brilhando e um sorriso largo no rosto. Ele estava feliz, e não consigo nem me lembrar da última vez que vi meu irmão assim.
— Fico feliz que tenha decidido parar de galinhar por aí.
— Nossa, que piada engraçada – revirou os olhos — Você quer alguma coisa? Remédio, algo para comer?
— Não. Vou ficar bem. Só preciso descansar.
— Tudo bem, qualquer coisa só me chamar.
Concordei e o vi se virar indo em direção ao quarto, parecendo um adolescente apaixonado, sussurrando o que eu pensei ser "novas regras", o que me deixou sem entender sobre o que ele falava.
Assim que saiu fora do capo de visão escorei meus pulsos no joelho abaixando meu corpo o deixando absorver todo o impacto das suas palavras.
Aquilo doía demais, sentir meu peito dilacerado daquela forma, mas mesmo no meio de toda aquela dor conseguia ficar feliz por ele. Talvez ela fosse a pessoa que o Ji precisava para colocar a vida em ordem e mesmo que doesse, ficaria ao seu lado, com um sorriso no rosto.
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