Capítulo 01 - Welcome to Seoul
Boa Noite Seus lindossssss!!!
Vocês não fazem ideia de como estava ansiosa por esse dia. Estou louca para saber a reações de vocês com essas amigas loucas que foram parar do outro lado do mundo.
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Como sempre: tenham uma leitura maraa!!
Beijos
A luz que vem da janela bate em meu rosto, e faz meus olhos se fecharem novamente. Passei as últimas horas cochilando e acordando, resumindo, estou morta de cansada e doida querendo uma cama.
Ao escutar o comissário de bordo finalmente avisando para arrumamos as poltronas para aterrissarmos, estico meu corpo e me viro para ver minha amiga ainda babando no travesseiro, quase caindo no passageiro do lado.
— Nina, acorda já estamos chegando. – A cutuco devagar.
Zeus sabe que tentar acordar a Nina é cortejar a morte.
— Sai! – Empurra minha mão com força e sinto minhas sobrancelhas juntar.
— Nina, já estamos aterrissando, tem que se sentar direito! Se não acordar agora vou começar a fazer cosquinhas em você. – Ameaço, mas ainda temo pela minha vida.
— Você não se atreveria. – Abre um olho depois volta a fechá-lo.
Me preparo para acordá-la quando uma almofada vem voando do assento da frente e a acerta no rosto, junto com uma risadinha da Belle.
— Acorda praga! – Belle apoia o corpo na poltrona rindo enquanto olha a expressão de raiva no rosto da nossa amiga.
— CIBELLEEE!! – Nina joga a almofada de volta com força e juro que se não tivesse testemunhas, teria acontecido um assassinato pelo seu olhar mortal — Isso vai ter volta. – Olha ameaçadoramente para nós duas.
— Por que está olhando para mim? – arqueeio a sobrancelha indignada — Única coisa que fiz foi te visar que já vamos pousar.
Se ajeita na poltrona, Nina ainda lanças seus olhares mortais de mim para a Belle que ainda ri da amiga.
Só a Belle mesmo para não ter medo dela. Acredite, já vi coisas demais para não ter medo.
— Você se divertiu com isso.
— Senhoritas – o comissário de bordo se aproxima de nós com um sorriso forçado — Por favor voltem os seus assentos para a posição original, já vamos pousar.
— Tudo bem – Belle diz voltando a se sentar e arrumar a poltrona, e eu e Nina fazemos o mesmo.
Olho pela pequena janela do avião e vejo o aeroporto de Incheon. Nós estamos ali, juntas na Coréia do Sul depois de anos sonhando, meses nos preparando, e planejando. Mesmo que esteja faltando uma de nós, ainda assim aquele momento é único para mim e para as minhas amigas.
Conheci a Nina e a Belle quando começamos a fazer aula de coreano. Na época as duas tinham mudando para São Paulo de Minas para fazerem faculdade, enquanto eu, me mudei quando tinha uns dez anos, depois que meu pai conseguiu um emprego novo.
Nós temos uma quarta amiga, a Van, ela estava seis meses na nossa frente no curso de coreano, a Belle a conheceu em uma das atividades complementares do curso. Depois que ela nos apresentou, nunca mais nos separamos. Bem, pelo menos até a algumas horas atrás quando nos três mudamos para o outro lado do mundo enquanto ela conseguiu emprego em um ateliê de um dos estilistas mais prestigiados de São Paulo.
Nunca vai ser a mesma coisa sem ela aqui com a gente, mas prometemos que nos falaríamos o tempo todo nem que isso fosse para ficar acordada até de madrugada.
Depois de quase uma vida para passar pela alfandega, estamos finalmente em território coreano e indo para nossas novas vidas.
Quando terminamos a faculdade e a pós-graduação, cada uma se candidatou ao emprego que queria, mas no Brasil as coisas não estão nada fáceis, principalmente para quem é formado em jornalismo, rádios e tv e pedagogia. Então como éramos fluentes em coreano, pensamos: "porque não?"
Depois de inúmeras entrevistas e rejeições finalmente conseguimos o que queríamos, bem quase todas, no meu caso consegui apenas meio expediente, e só consegui porque me matriculei no mestrado.
Mas Belle conseguiu um emprego em um pequeno jornal, mas que paga bem e a Nina em uma emissora de tevê, como assistente de produção.
Quando estamos saindo do aeroporto vimos uma multidão se aglomerando, e como boas curiosas fomos ver o que estava acontecendo.
— Será que daríamos a sorte de ver alguém famoso? – Belle pergunta animada.
— Seria muita sorte.
— Tem muita gente ali, não vai dá para chegar perto para ver quem é. – Nina fala ficando na ponta do pé.
— Eu também não vejo nada. – Faço o mesmo.
Nós duas olhamos para a Belle, que é bem mais alta que nós, e abrimos um sorriso pidão a fazendo revirar os olhos.
— Está bem, eu vou lá, suas hobbits. – Belle deu uma risadinha e entrou no meio da confusão de pessoas.
Ela voltou alguns segundos depois com uma expressão de desapontamento no rosto.
— E aí, quem é? – animação é meu nome e esperança de ouvir uma palavrinha com três letras sair da sua boca é enorme.
— Não conheço. – Ela faz um biquinho.
— Droga! Mas era gato? – Nina pergunta esticando o pescoço para tentar ver
— É uma mulher Nina. Safada! – ri puxando o seu braço de leve para fora do aeroporto.
Entramos no táxi e fomos para o nosso novo apartamento. O lugar tem dois quartos (que eu e a Nina íamos dividir, já que a Belle ganhou no pedra, papel e tesoura), um banheiro, sala e cozinha.
Pelo menos foi assim que o vimos no site por onde combinamos o aluguel que, graças aos anjos, seria pago pelo nossos pais, que queriam que ficássemos em um bairro melhor, vamos assim dizer.
De forma alguma teria como pagar a o aluguel, então quando achamos um lugar que agradou aos três, e eles toparam em dividir.
Quando chegamos o síndico do prédio, o senhor Kim Dong-yul, nos esperava com um sorriso que repuxa suas rugas.
— Sejam bem-vindas meninas.
— Muito obrigada, senhor Kim. – Belle respondeu com um sorriso. — Mas não precisava esperar por nós.
Seu sorriso murchou um pouco.
— É que houve um problema com o apartamento que vocês alugaram, e o dono do prédio me pediu para poder recebe-las, já que infelizmente ele não pode estar aqui para se desculpar. – faz um revêrencia. – O morador anterior tinha... – Ele deu uma pequena pausa – problemas, e ateou fogo no apartamento.
— O que? – Nina fala mais alto com uma risada nervosa no meio.
— Mas não se preocupem, nós separamos outro apartamento para vocês, e não iremos cobrar a diferença do deposito ou do aluguel enquanto estiverem aqui.
— Tudo bem. – Belle disse um pouco receosa — Qual é o apartamento?
— O penúltimo. – Ele disse apontando para cima.
Nós olhamos animadas. Tínhamos visto as fotos desse apartamento, é perfeito, mas o aluguel é caro demais, mesmo dividindo. Maldito dolar.
Faz um sinal com a cabeça, seguimos o senhor Kim pelo saguão até o elevador.
— Suas coisas chegaram ontem à tarde, deixamos tudo na sala do apartamento e aqui – se vira tirando um papel entregando na nossa direção e a Nina o pegou. — Aqui está a instrução para mudarem a senha da porta.
O elevador sube até o penúltimo andar e em silêncio andamos pelo corredor que tem o chão coberto por um carpete escuro até uma porta preta.
Senhor Kim coloca a senha, e aporta faz um som destrancado e se abre.
Entramos em uma sala ampla e clara, com uma linda mesa de madeira comprida e um espetáculo de janela enorme que iluminava todo o ambiente. Do lado um sofá branco em "L" que ficava de frente para a tv. Na entrada tinha dois guardas sapatos em cada lado de madeira clara que se misturava a cor da parede.
— O apartamento vem mobiliado. – Senhor Kim fez questão de afirmar, apesar de ser um pouco obvio. – Aqui é sala de jantar conjugada com a de tv. – apontou para uma porta lateral — Aqui uma cozinha e ali – apontou para o corredor — é onde ficam os quartos. São dois aqui, e um é subindo aquela escada.
Os quartos eram a coisa mais linda do mundo. Um deles tinha uma janela enorme e eu e a Belle quase nos estapeamos apara ficar com ele, mas aquela vaca acabou ganhando no final.
Quando fui procurara a Nina para saber quem ia ficar com o quarto de cima, ela já estava lá ajeitando as cosias dela. Acabou que tive que ficar com o outro. Não que ele fosse ruim, muito pelo contrário, mas ninguém merece ficar no quarto perto da Belle. Já estou ouvindo gemidos antes mesmo dela conhecer alguém.
Volto para sala onde as meninas já voltaram e estão conversando com o senhor Kim.
— Isso quer dizer que gostaram? – pergunta esperançoso.
— Ah sim, amamos. – Belle nem ao menos piscava os olhos.
— Vou deixar vocês se organizarem então. – Ele nos olhou se curvando. – Novamente me desculpe pelo inconveniente.
— Está tudo bem, senhor Kim. Acredite, adoramos esse inconveniente. – Nina disse dando uma risada.
Ele sorriu educadamente se despedindo e saiu pela porta.
Ficamos em silêncio por alguns segundos olhando para o nosso lindo e espaçoso apartamento.
Belle se afasta de nós abrindo uma das suas caixas que estava escrito "não precisava ter trazido isso, dava para compara lá", com a letra da Nina. De lá tira uma passadeira de renda branca e colocou sobre a mesa de madeira.
— Ainda bem que trouxe. Não ia achar uma dessas aqui e ficou perfeita nessa mesa. – Faz língua para Nina que apenas revira os olhos.
— Vou tomar um banho, trocar de roupa, depois a gente pode desencaixotar tudo, pode ser? – perguntei olhando para as duas que odiaram a ideia. — A gente vai ter que fazer isso uma hora, melhor fazer agora e depois podemos apaga pelas próximas doze horas.
As duas se olharam e mesmo sem vontade concordaram. Na verdade, nem tinha tanta coisa assim para desembalar, era mais guardar as roupas e sapatos, mas se for olhar o lado das duas, isso iria requerer muito trabalho.
Só de sapato, cada uma tinha trazido um número incrível de quatro caixas, sem contar os que elas trouxeram na mala.
Quando finalmente terminamos tudo, achamos o número de um restaurante de Jjajjangmyun, eu e a Nina fomos até uma loja de conveniência que vimos quando chegamos, é apenas quatro quarteirões de onde moramos e compramos soju.
Nos sentamos na sala depois de colocarmos um drama, e servimos soju em um copo um pouco maior do que os coreanos usam e levantamos os copos para brindar.
— A vida que toda dorameira sonha! – falo animada
— A um novo começo para nós! – Belle disse empolgada
— A muitos oppas gatos nas nossas vidas! — Nina fala tão inocentemente séria que faz eu e a Belle começarmos a rir.
— Amém a isso – Belle fala levanto seu copo fazendo o brinde.
— A tampões de ouvido para mim – brinco
— Amém! – Belle e Nina falam juntas rindo enquanto reviro os olhos e coloco tampões na minha lista metal de coisas que preciso com urgência.
No meio daquela sala do outro lado mundo nossas vidas estão se transformando em algo diferente, e sinto que vamos adorar cada dia aqui.
NOTA:
Incheon - Uma cidade da Coréia do Sul, que fica a 27km de Seul
Jjajjangmyun - é um prato de macarrão chinês de inspiração, mas que coreanos de todas as idades gostam de comer. O saboroso molho é feito com carne picada e feijão preto. Também conhecido por ser o prato mais comido pelos solteiros no Black Day (Dia dos Solteiros).
Soju - é uma bebida destilada originária da Coréia, feita de arroz . A maior parte do soju moderno é atualmente produzida na Coréia do Sul, suplementando ou até mesmo substituindo o arroz por outros alimentos como batata ou batata-doce . Seu teor alcoólico varia de 20% a aproximadamente 45%, sendo que é mais comum ter 20%.
Dorameira - São pessoas que gostam de assistir series asiáticas (não apernas coreanas, mas como chinesas, japonesas, tailandesas e assim vai).
Oppa - Literalmente é como uma mulher chama um irmão mais velho. Mas também é uma forma carinhosa de chamar um homem mais velho e um namorado.
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