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1 - Mari


Paola

Era sexta, final de tarde. Tive um dia cheio na Maltese e estava me sentindo sufocada. Queria sair dali o mais rápido possível. Não que eu não gostasse do meu trabalho, eu apenas detestava passar o dia inteiro presa no escritório.

Aquele elevador parecia estar descendo em câmera lenta e comecei a ficar inquieta. Tirei o blazer e arrumei no braço. Quando as portas finalmente se abriram no térreo, caminhei em disparada rumo à saída do prédio e puxei forte o ar quando cheguei do lado de fora e avistei o mar da Barra da Tijuca.

Meu carro estava na garagem, mas eu encontraria a Pippa na praia. Ela já me esperava lá, então atravessei a rua e retirei os sapatos quando pisei na areia e a avistei sentada de costas, em posição de meditação, observando o mar.

Sorri! Estava com muita saudade daquela linda e ansiosa para contar as novidades.

Eu me ajoelhei atrás dela e larguei as minhas coisas de lado, depois cobri seus seios com as mãos. Ela apertou meus braços e falei em seu ouvido, em tom de provocação:

— Adivinha quem é?

Ela deu uma risada gostosa e pegou as minhas mãos, puxando-as para abraçá-la. Dei vários beijos em seu rosto enquanto a apertava forte.

— Oi, amor, que saudade! — falei.

— Saudade também! — respondeu e me sentei ao seu lado.

— Que mulher difícil você se tornou, hein?

— Eu nunca fui fácil. — falou e me beijou no rosto enquanto me apertava em um abraço lateral.

— Isso é verdade — concordei e me levantei em um pulo. — Bora pro Pé Sujo? Preciso beber e conversar.

Ela sorriu e se levantou também.

— Bora logo, que tô morrendo de curiosidade, desde a hora em que você se recusou a me contar por telefone.

Limpamos a areia das roupas e pegamos as nossas coisas, depois saímos dali.

Chegamos ao bar da minha avó Gilda, o local ainda estava meio vazio. Escolhi uma mesa na parte externa e nos sentamos enquanto Pippa contava como havia sido os dias fora.

— Tá podendo beber? — perguntei enquanto já servia um dos copos e a vi assentir com a cabeça.

— Mas, e aí, disserte sobre as novidades. Tô vendo um misto de sentimentos nesse olho. — Analisou. — E esse mistério todo para a super falante Paola não é bom.

— Conheci uma pessoa! — falei com um sorriso fechado, e ela levantou a sobrancelha direita.

Não consegui disfarçar o meu olhar apaixonado e a vi arregalar os olhos enquanto me observava. Eu sabia o que aquilo queria dizer. Pippa já havia entendido tudo. Ela me lia como ninguém.

— Nome, telefone, endereço, número que calça, time que torce e posição política, por favor! — exigiu em um falso tom autoritário e comecei a rir, nervosa.

— Cara, nem se empolga. Mas vou te contar tudo. Foi pra isso que te chamei aqui...

— Vai finalmente me deixar escrever sobre teus amores? — perguntou.

— Sim, Pippa Rivera, chegou a hora. Eu vou te dar tudo o que você sempre quis de mim, então prepara esses dedinhos ágeis pra digitar porque vou te autorizar a contar a minha história... A história dos meus amores.

Ela se levantou de supetão e pulou sobre mim, eufórica. Nos abraçamos e recebi beijos por toda parte do meu rosto. Depois de se acalmar um pouco, sentou novamente e falou.

— Então vamos começar logo. Não quero perder tempo. Vai, conta... Sou toda ouvidos!

— Beleza. Como tem coisa que você já sabe e viveu comigo, por isso vou começar pelo amor atual, ok?

— Eita! Tá bom. Então fala, qual o nome dela?

Eu suspirei profundo antes de pronunciar e senti meus olhos arderem:

— Mariana!

Desembarquei em Fortaleza em uma tarde de sexta com uma forte sensação de que aqueles dias ali me trariam de volta para o meu estado de graça. Depois da confusão toda com a Rebeca, eu ainda não me sentia pronta para voltar à minha vida de antes. Passei dois dias me sobrecarregando de trabalho propositalmente para não sucumbir àquela sensação horrorosa que eu estava sentindo e quando percebi que isso não funcionaria, apenas joguei minhas coisas em uma mala e resolvi pegar um avião.

Eu amava a terra do sol. Fazia tempo que não ia em Fortaleza e já estava mesmo pensando em tirar uns dias off para voltar lá. Então, quando a minha amiga Caterine me convidou, eu simplesmente não pude resistir.

Caterine é uma loura linda, olhos expressivos e um corpo que... Nossa! Eu a conheci no casamento da Bianca, no Rio. Isso aconteceu em Selfie Sem Filtro, da Linier Farias. Enfim, nós saímos algumas vezes enquanto ela esteve por lá. Mas não rolou nada entre a gente. Não que eu não quisesse, eu quis, não posso negar. Mas eu estava com a Rebeca. Além disso, Caterine havia acabado de se separar da esposa e ainda a amava muito.

Bom, pelo menos ganhei mais uma amiga. Apesar da tristeza e da dor de cotovelo, Caterine era bem divertida e tínhamos muitos gostos em comum.

Ela não pôde ir me buscar no aeroporto, pois estava cheia de trabalho, e combinamos de nos encontrar à noite, no Rei Plaza, onde eu estava hospedada. O hotel era famoso por promover uma das melhores Rooftop Party do Brasil, e eu, como dona de casa noturna e conhecedora desse tipo de evento, não podia perder a oportunidade de apreciar aquele na capital do sol.

Naquela noite, eu me arrumei para o crime, precisava conhecer alguém interessante, alguém que me fizesse sentir de novo aquele frio na barriga que só os bons começos são capazes de causar. Nem que fosse só por uma noite. Não sentia isso desde a Rebeca e estava certa de que a melhor maneira de deixar aquela história fatídica ir embora era começando outra.

Subi para a festa quando Caterine avisou que havia chegado e fiquei surpresa ao encontrá-la acompanhada.

Será que reatou com a esposa?

Pensei, mas as características daquela menina que a acompanhava não batiam com a da grande empresária do ramo de energias renováveis que Caterine havia descrito quando se referiu à ex. A moça era linda e as duas pareciam muito próximas, mas ela não devia ter mais que vinte e cinco anos.

Tinha os olhos castanhos grandes e expressivos, sobrancelhas arqueadas, cabelos castanhos escuros, caindo em ondas perfeitas pelos ombros. Devia ser um pouco mais baixa que eu, mas estava com saltos que a deixavam mais ou menos da minha altura e usava um vestido vermelho que... Uau! E aquela boca? Era um crime.

Precisei mandar os pensamentos obscenos para longe quando alcancei a mesa onde as duas me esperavam. Cumprimentei a minha amiga com um abraço apertado e trocamos beijos no rosto. Em seguida, ela apresentou:

— Paola, essa é a Mari... Mariana, minha cunhada... Ex-cunhada favorita.

— Adoro cunhadas, até as ex. — falei e a olhei, analisando-a descaradamente da cabeça aos pés.

De soslaio, vi Caterine semicerrar os olhos e menear a cabeça negativamente. Tinha um sorriso incrédulo no rosto.

— Paola, você não toma jeito, né?

Eu apenas sorri e fui cumprimentar a garota, que além de linda, era muito cheirosa. Senti ao abraçá-la.

— Prazer, Mari — falei em seu ouvido e beijei-a no rosto, mas ela não correspondeu.

— Prazer! — respondeu meio sem jeito e notei que havia ficado desconfortável com a minha atitude. Resolvi pegar mais leve.

Conversamos algumas trivialidades e logo Mariana pareceu mais à vontade, mas sempre desviando o olhar do meu.

Talvez seja hétero.

Essa era eu tentando encontrar uma justificativa plausível para ser rejeitada por alguma mulher.

O garçom chegou com as nossas bebidas. Eu estava na cerveja, Caterine tomava uma taça de cosmopolitan, e Mariana, uma vodca ice, mas percebi que ela bebia bem devagar. Provavelmente não tinha hábito.

Resolvi tentar desencanar dela e passei a observar o ambiente, muitas mulheres bonitas, mas poucas atraentes de fato. Ok, elas podiam até ser atraentes, mas eu já sabia quem eu queria: Mariana. E quando eu focava em um objetivo, só descansava quando conseguia alcançá-lo.

Porém aquele caso era diferente, Mariana parecia distante, e eu não ultrapassaria nenhum limite com ela.

— Vamos dançar um pouco? — propus às duas, que se levantaram depois de mim e me seguiram até a pista.

Começamos a dançar, as três bem próximas. E então minha atenção foi capturada por uma coisa linda, de vestido preto e cabelos curtinhos. Sorri e logo ela se aproximou. Afastei-me de Caterine e Mari e fui dançar com a moça, que em menos de um minuto tentou me beijar.

— Calma aí, não me pagou nem uma cerveja ainda — brinquei e sorri. Normalmente eu não teria recusado o beijo, mas acho que não estava com vontade, de fato.

Ela sorriu de volta e me abraçou no exato instante que meus olhos cruzaram com os de Mari, que me observava atenta. Precisei de cinco segundos para escaneá-la e capturar todos os sinais.

Sim, ela me quer!

Rapidamente inventei uma desculpa qualquer para me afastar da mulher de cabelo curto e voltei para perto das duas.

— Paola, não me deixa sair daqui por nada, por favor. — Caterine pediu no meu ouvido e fiquei confusa.

— Tá bom!

Ela parecia tensa, mas olhei em volta e só vi aquele mar de gente dançando. Depois de um tempo, mexeu no celular e avisou que iria ao banheiro. Mariana se ofereceu para ir junto, mas ela rejeitou e saiu. Parecia nervosa.

Voltei minha atenção a Mari.

— Vamos dançar? — propus com o rosto próximo ao seu ouvido para que pudesse me escutar. A música estava muito alta.

— Já estamos dançando — respondeu desaforada e me fez arrepiar inteira, pois senti seus lábios gelados roçarem na minha orelha sem querer.

Ela ainda estava na segunda garrafa de ice na mão, e concluí que não estava bebendo de verdade, pois eu já devia estar na minha quarta ou quinta cerveja.

— Você não parece muito interessada no que tem nessa garrafa. Quem sabe não seja melhor trocá-la pela minha boca, hein? — Usei a melhor cantada de pedreiro que me ocorreu no momento, mas a ousadia foi de propósito. Queria chamar sua atenção mesmo.

Vai que cola!

— Que horror! — Ela falou alto e soltou uma risada gostosa. — Você é publicitária ou servente de obra? — indagou ao se afastar, e a segui.

Paramos perto do bar e vi uma mulher se aproximar da Mariana pelas costas. Na hora percebi a semelhança entre as duas e deduzi que era Juliana, a esposa de Caterine. A mulher era uma deusa. Não pela beleza, apesar de ser muito bonita, mas pelo charme e a presença. Estava toda largada, cabelos jogados de qualquer jeito, usando uma camiseta rasgada do David Bowie com um blazer por cima, calças folgadas e um tênis All Star, mas ainda assim, com certeza, era a mulher mais gata naquele lugar, depois da Mari, claro.

Ela tocou os ombros da irmã, que se virou e a abraçou, parecendo feliz. As duas conversaram algo que eu não pude escutar devido à música alta e depois ela me olhou da cabeça aos pés, com um desdém que me fez sentir a criatura mais abominável do universo. E como sou cara de pau, devolvi o olhar, só que com um sorriso malicioso no rosto. Foi um duelo de encaradas.

Elas se despediram e Juliana saiu na direção do banheiro. Fiquei acompanhando o caminhar dela entre as pessoas até perdê-la de vista, sem disfarçar que a estava analisando da cabeça aos pés.

— Você tá secando a minha irmã, é sério? — Mariana perguntou no meu ouvido, incrédula e, não sei se estava fingindo, mas parecia irritada também.

— E alguém é capaz de não secar uma mulher dessas?

— Eu! — respondeu e cruzou os braços. Achei a coisa mais linda aquela carinha que ela fez.

— Ah, você não conta.

— Cara, você é inacreditável, sabia? — retrucou e sorri.

— É só zoeira, Mari, relaxa! Não que ela não seja gata, porque ela é, mas é mulher da minha amiga e minha futura cunhada. E se quer saber, te acho bem mais gata que ela — provoquei já esperando uma volta.

Ela apenas revirou os olhos e soltou o ar pela boca, depois se afastou de novo. Fui atrás, mas continuei dando espaço. Fiquei a observando de uma distância segura. Dançando, dando sorrisos gentis e foras suaves em alguns caras que se aproximavam.

Minutos depois vi Caterine saindo com Juliana e me bateu certa culpa. Eu deveria ir resgatá-la? Ela havia me pedido para não a deixar sair de lá. Até pensei, mas olhei para Mari e vi que um rapaz com cara de mal-intencionado se aproximava. Não resisti e cheguei perto, encarando o marmanjo, que nem havia sido notado por ela e pulou fora ao perceber que eu estava marcando território.

— A gente deve ir atrás da Cat? Ela pediu proteção e vazou com a tua irmã — perguntei em seu ouvido.

— E daí? O que a gente tem a ver com isso?

— Ela disse pra eu não a deixar sair...

— Relaxa! Juli tem essa cara de marrenta, mas é inofensiva. Além do mais, já tá passando da hora dessas duas se entenderem.

— Tá bom, se você diz... — Tomei um gole da minha cerveja e a encarei. — Juliana é a tua cara, né? Não deu pra ver direito, mas sabia que era ela quando chegou perto. A semelhança grita. — Puxei assunto.

— É, todo mundo fala — disse e virou de costas para mim.

Eu já estava começando a me frustrar, mas não desistiria dela. Não depois de ter visto os sinais.

— Você tá irritada comigo? — indaguei ao chegar perto de novo, mas ela se afastou mais uma vez sem me responder.

Suspirei de olhos fechados e me recriminei por ser obcecada por desafios. Resolvi dar a última cartada e me aproximei novamente.

— Ok, agora nós temos um problema. Minha amiga me largou e eu não conheço mais ninguém aqui, além de você. Não quer me beijar? Beleza. Mas pelo menos conversa ou dança comigo, né? — falei com falsa chateação, pois sozinha eu já teria conhecido todos naquela festa.

Ela me fitou com os olhos arregalados e depois sorriu de lado. Estava se divertindo às minhas custas, a safada.

— Você não aguenta um fora, né?

— No geral, eu aguento. Mas com o teu eu estou tendo dificuldade de lidar — retruquei com um olhar lascivo sobre ela.

— Eu conheço o teu tipo, Paola. E tudo bem, não te julgo, mas não me atraio por predadores, por mais linda que você seja.

— Ah, então você me acha linda? — perguntei com um sorriso largo e a vi gargalhar.

— Inacreditável. Foi tudo o que você ouviu? Que eu te acho linda?

— Ué, é o que interessa! Achei que fosse completamente imune a mim.

— Alguém é? — Ela perguntou e sei que corei, pois meu rosto ardeu. Não por modéstia, pois não tenho nenhuma, mas por não esperar mesmo aquela atitude. — Enfim, Paola! Você tá certa, minha irmã veio aqui e sequestrou tua amiga e eu não vou te deixar sozinha. Mas é isso, tá? Você é gata demais e muito charmosa, mas nós duas... Não rola! Então, vamos apenas encher a cara e dançar com pessoas desconhecidas, pode ser? — falou e bebeu um grande gole de sua garrafa de ice.

— Já é! Bora então! — retruquei demonstrando frustração e a segui até o bar.

Nas seis músicas seguintes, Mari tomou quatro garrafas de ice enquanto dançávamos com estranhos. Eu pedi alguns shots de tequila e virei antes de voltar a dançar com ela, que àquela altura já estava transformada.

Notei seu olhar meio caído e tive certeza de que era fraca para bebida. Fiquei um pouco preocupada, pois havia muitos olhos sobre ela e temi que alguém pudesse se aproveitar da situação. Passei a ignorar todo o resto e cuidei para que ela dançasse apenas comigo, pois só assim teria certeza de que ficaria segura.

Aos poucos, o sorriso dela foi ficando mais frouxo e suas mãos parecendo mais íntimas de mim. Ela passou a falar muito perto do meu ouvido. Algumas coisas sem sentido, mas sua dicção ainda não estava alterada.

— Vou pegar uma água pra você. Tem que se hidratar, ou...

Fui calada com um beijo que me deixou completamente surpresa. Senti o gosto da bebida e o gelado de seus lábios. A boca dela era macia, gostosa, mais ainda do que eu imaginava, mas... Droga! Achei melhor me afastar.

Eu sentia uma brisa boa, mas não estava bêbada, então não podia me aproveitar daquele lapso alcoólico da Mariana.

— Ué, não era isso que você queria? Não entendi... — falou, sorrindo, ainda abraçada a mim. Seus olhos não desgrudavam dos meus lábios.

— Sim, mas você bebeu um pouco e...

Outro beijo, agora quente, lascivo, cheio de malícia. Quase enlouqueci e ainda correspondi por cinco segundos, e mais uma vez minha consciência me fez parar. Eu a abracei, afastando apenas a boca da dela.

— Que foi? Não sei beijar como você gosta? — perguntou no meu ouvido e sorriu.

Sorri junto. Apesar das circunstâncias, eu estava gostando muito daquela proximidade.

— Eu nem sabia que podia gostar mais de beijo do que já gostava. Tua boca é uma delícia. Eu só tô preocupada com o teu julgamento. Não quero me aproveitar da situação.

— Você bebeu também.

— Sim, mas eu tô bem.

— Eu também.

— Acho que não.

— Eu tô! — garantiu e se afastou. Encarou-me, depois abriu a bolsa e pegou o celular, ligou a câmera, virou para si e começou a gravar: — Sábado, dia nove, uma hora e quarenta e cinco minutos. Meu nome é Mariana Cruz, tenho 24 anos, sou estudante universitária, o número do meu RG é 230022180233. Estou aqui em uma festa no hotel Rei Plaza, implorando a essa mulher — virou o celular para mim e apareci no vídeo —, linda e terrivelmente cheirosa, que me leve pro seu quarto e faça amor comigo — concluiu e parou de gravar. — Satisfeita?

Apenas engoli minha bebida e a puxei pela mão rumo à saída.

Entramos no quarto e fui completamente devorada pela boca sedenta que Mariana tinha. Ela me beijava como se sua vida dependesse daquele beijo. Era intenso, quente, molhado, maravilhoso. Minhas mãos passeavam pela nudez de suas costas, sua pele macia. Emaranhei os dedos nos cabelos de sua nuca e puxei levemente, afastando os nossos lábios para me dedicar àquele pescoço cheiroso. Ela gemeu gostoso quando arranhei os dentes por ele e senti meu corpo sendo puxado na direção da cama até que as pernas dela esbarraram no móvel.

Girou nossos corpos e me empurrou. Caí sentada no colchão macio, joguei os ombros para trás e me apoiei nos cotovelos para admirar a mulher linda que me fitava com olhos escuros de desejo, os lábios entreabertos. Sua língua os molhou e precisei fechar os olhos e suspirar para conter o desejo que senti de puxá-la para mim, pois apesar daquele consentimento gravado, eu ainda estava com medo de ultrapassar algum limite.

Ela subiu na cama e percorreu, de joelhos, comigo entre as pernas, o caminho até chegar na altura do meu quadril. Não desviava os olhos dos meus nem por um segundo e eu mal podia conter a ansiedade. Suas mãos deslizaram pelo próprio corpo, ainda coberto por aquele vestido que a deixava escandalosamente sensual, e desceram até encontrarem as minhas. Agarrou-as e puxou. Caí deitada enquanto era conduzida a tocar suas coxas. Apertei-as suavemente e a deixei movê-las para cima até encontrarem a barra do vestido. Me fez descobrir sua pele quente e macia até chegar na calcinha, onde enlaçou os meus dedos e os fez puxá-las para baixo. Só então me deixou seguir sozinha. Eu estava à beira da loucura.

Segurei-a pelos quadris e me deliciei ao receber de novo sua boca na minha. Nos beijamos com força, paixão... Eu a puxava contra a mim, mas a roupa que eu vestia atrapalhava o contato. Foi então que ela se afastou e ergueu o tronco novamente. Primeiro agarrou a minha blusa e a abriu à força, rasgando-a. Depois desceu um pouco e desabou a minha calça. Ajudei-a a se livrar da peça e depois do sutiã, depois me virei sobre ela, deixando-a de bruços na cama. Abri o vestido depravado e a despi, finalmente.

Ela gemia, ofegava, se oferecia para mim de um jeito delicioso. Encaixei meu quadril no dela e gemi alto ao senti-la rebolando contra mim. Afastei seus cabelos e mordi sua nuca enquanto me roçava nela como se quisesse me fundir àquele corpo delicioso.

Ficamos um tempo assim até que ela se virou e me puxou para mais um beijo.

— Que gostosa, Mari! — falei em sua boca.

Ela nos girou e voltou a ficar por cima. Aí foi um festival de boca, língua e dentes por cada pedaço do meu corpo. Com certeza, eu amanheceria toda marcada, mas estava pouco me importando. O prazer de tê-la me consumindo daquele jeito compensaria qualquer coisa.

Devorou o meu sexo com tanta sede que não levou mais que alguns instantes para que eu gozasse intensamente. Nem me preocupei em abafar os gemidos altos e os gritos. Foi incrível, e eu só pensava em fazê-la sentir a mesma coisa.

Puxei-a para a minha boca e nos beijamos. Meu coração ainda pulsava forte, meu corpo ainda se recuperava dos espasmos. Girei e fiquei por cima de novo. Entrei nela com os dedos, devagar, enquanto sugava aqueles seios lindos! Ela se contorcia, gemia, chamava meu nome... E cada vez que eu a ouvia, minha vontade de prolongar aquelas sensações só aumentava.

— Paola, por favor, para de me torturar... — pediu em um sussurro e sorri com a boca em seu mamilo.

Resolvi atendê-la. Desci por seu ventre e encontrei seu sexo encharcado de desejo, pulsando, apenas esperando a minha atenção. Passei a língua, provei e... Nossa!

Gostosa! — Precisei pôr para fora.

Continuei entrando e saindo dela em movimentos cadenciados enquanto sugava cada gota de prazer que ela me oferecia. E vê-la gozar foi a coisa mais incrível de todas. Linda, sensual, intensa. As unhas cravadas nos meus ombros, a boca aberta, os olhos revirando, os gemidos... Perfeita!

Adormecemos agarradas, nuas, suadas. Dormi profundamente.

Acordei com o barulho do celular tocando.

Maldição!

Não era o meu, então só poderia ser o da...

— Não, não, não... Que merda eu tô fazendo aqui? — reclamou e pude sentir o desespero em sua voz.

Eu a encarei e o encanto da noite passada se quebrou. Mariana já estava de pé, correndo para a bolsa, que estava jogada no chão. Agarrou-a e tirou o celular de dentro.

— Oi, mãe... Desculpa... É, eu sei. — falou com os olhos fechados enquanto cobria a testa com a outra mão. — Devia ter avisado. Tá tudo bem, eu chego daqui a pouco... Ele tá bem? — "Ele" quem? — Certo, até já. Beijo! — desligou e olhou para mim, furiosa. — O que você fez comigo?

Bastou aquilo para que eu meu bom humor fosse embora.

— O que eu fiz com você? — Levantei-me e a vi encarar o meu corpo enquanto levava as mãos à boca. Olhei para mim e vi as inúmeras marcas de mordidas e chupões espalhadas pelos meus seios e barriga. — Acho que a pergunta certa é o que você fez comigo, não?

Começou a andar de um lado para o outro enquanto recolhia as roupas.

— Droga, droga, droga!

— Espera aí, Mariana. Então você não lembra de nada mesmo?

Parou por um tempo e depois de pensar um pouco, levou as mãos à cabeça.

— Eu estava bêbada, você não tinha o direito de se deixar levar, mesmo que eu tenha dado em cima.

— Ah, agora você diz isso, né? Pois eu sugiro que cheque o teu celular — desafiei e a vi franzir o cenho.

— Do que você tá falando?

Peguei o aparelho da mão dela e abri a galeria. Ela assistiu ao vídeo de olhos arregalados, depois me encarou, boquiaberta.

— Ok, Paola. Certo, eu dei consentimento, mas isso não muda o fato de isso ter sido um grande erro. Então, por favor, esquece que rolou, tá? Eu vou embora.

Vestiu-se e saiu batendo a porta. Eu simplesmente assisti, não consegui falar mais nada, estava perplexa com aquela atitude dela.

— Volta aqui, Paola! — Pippa gritou quando me viu sair para falar com uma cliente assídua do bar, que chegava. Eu havia interrompido a história com a Mari bem no ápice e sabia que ela surtaria com aquilo. Confesso que fiz de propósito. — Sua vagabunda, outro dia tu tava de casamento marcado!

Ouvi sua voz distante e arrepiei ao lembrar que por pouco não estava casada com o maior erro da minha vida. Mas sacudi a cabeça e enviei a lembrança para longe. Em outro momento eu contaria essa história para a Pippa, mas por enquanto estava focando na parte boa.

Vi quando minha amiga se levantou e veio na minha direção, chamando o meu nome. Eu ri do desespero na voz dela e gritei quando a senti puxando o meu cabelo para me parar.

— Ai, não puxa assim que você sabe que eu gosto, amor! — gemi por entre os dentes e sorri. — Fofoca incompleta ainda vai matar uma fofoqueira, né? — comentei.

Cumprimentei a cliente e depois fui até o depósito com uma fofoqueira insistente na minha cola.

— Sério, você não vai deixar essa história pela metade, né? Preciso saber o que aconteceu depois e por que você tá com essa cara, se foi tão bom com ela.

— Calma, mulher! Eu já disse que vou te contar tudo, mas é muita coisa. Precisa ser em doses homeopáticas, ou vou bugar a tua cabeça.

— Acho que é melhor eu pegar meu gravador.

— Boa ideia!


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