O Regresso (crônica bônus)
O SOL JÁ estava alto quando chegara ao portão. A sombra da árvore, combinada com a suave brisa que soprava, amenizava um pouco o calor que sentia, embora para ele fosse mais do que bem-vindo.
Anos se passaram desde que fora embora, desde que fora convocado para lutar na guerra. Seu ser ansiava por sentir o calor do Sol novamente, por ouvir o cantar dos pássaros logo ao amanhecer, assim como ansiava voltar para casa.
Casa. Como era bom estar em casa. O cansaço da caminha não parecia nada comparado ao sentimento que lhe invadia.
Enquanto abria o portão, com uma certa dificuldade devido à lesão em sua perna, ele ouviu, ao longe, uma criança chamando pela mãe.
Seu coração disparou. Quando deixara sua família, sua filha era apenas um bebê. Uma bonequinha de cabelos dourados e riso fácil. Como sentira saudade dela! Como será que estava? Será que se parecia com ele? Ou será que se parecia com a mãe?
Mancando, ele apertou o passo. Passando pelo campo de flores, ele decidiu colher algumas. Sua mulher merecia as mais belas flores do mundo, contudo, aquelas teriam que servir.
Ao dobrar a casa, já cansado do esforço da caminhada, ele perdeu o fôlego por um segundo. A imensidão da saudade que sentira delas lhe comprimiu o peito. Cada oração feita a Deus para que Ele as protegesse, para Ele o mantivesse vivo, veio-lhe à mente. A gratidão invadiu seu coração e ele deixou cair sua valise.
— Quem é ele, mamãe? — perguntou Hannah, apontando para o homem parado a poucos metros de onde elas estavam.
Sarah parou o que estava fazendo para dar atenção à filha. Quando focou seus olhos nos do marido, ela arfou.
— Ethan?!
Ele abriu os braços para receber sua esposa. Não tinha mais forças para andar, sua perna doía em demasia.
Sarah correu para os braços do marido e, em meio a risos e lágrimas de alegria, ela o encheu de beijos.
— Você está bem! Está vivo! Eu pedi tanto a Deus...
— Eu senti tanto sua falta! — disse Ethan, apertando o abraço.
Hannah observava de longe. Ela conhecia aquele homem. Embora fosse ainda pequena, seu coração reconhecera a voz e o olhar dele.
— Venha, Hannah — chamou sua mãe, com o mais belo dos sorrisos em seu rosto —, venha dar oi para seu pai.
Hannah se aproximou com passos vacilantes. Quando seus olhos amendoados, iguais aos de seu pai, cruzaram com o homem a sua frente, seu pequenino coração saltitou em seu peito.
— Papai? — perguntou ela, não entendo muito bem de onde vinha aquela emoção que lhe invadia. — É o senhor, papai?
— Sou eu, minha princesa. Sou eu.
Ethan tomou sua filha nos braços e chorou copiosamente. Sentiu os braços se Sarah te envolverem.
Ethan estava em casa finalmente. Estava vivo e com sua família. Depois de tanto sofrimento, graças a Deus, estava finalmente em casa.
FIM
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