Capítulo 23
Dias Atuais...
Na cabeça do jovem Eren, lembranças de sua mãe passavam com um filme distante. Algumas palavras ressoaram em seus ouvidos, arrepiando os pelos de seu corpo. Palvras ditas pouco antes dele ver sua mãe ser devorada pelo mesmo titã que, nesse exato segundo, caminhava em direção a ele, Mikasa e Lorena.
Atordoado, Eren não conseguia se mover, ouvindo tão claramente a voz de sua mãe em sua mente que era como se ela estivesse bem ali, ao seu lado:
"Eren, você é homem! Se contenha! Você precisa proteger a Mikasa!"
E então, seu grito desesperado, pedindo para que aquela monstruosidade parasse, sua mãe se debatendo e o sangue escorrendo pelo corpo sem vida da senhora Yeager.
"Que ótimo! Além de Zeke preciso lidar com a antiga Yeager. Eu mereço mesmo!"
A Reiss-Castanhari revirou os olhos mentalmente e mordeu o lábio com força. Era uma soldada, uma arma e tinha uma missão. Faria o que tivesse de ser feito, a qualquer custo.
Pelo pouco que conhecia do jovem e imaturo Titã de Ataque, ele tentaria se transformar, agiria por impulso, por vingança. O que ela não precisava era exatamente isso: Um maldito adolescente a flor da pele com desejo de vingança e sem o treinamento adequado.
Ainda em sua forma titã, Lorena ponderava se segurava Reiner para os soldados fugirem ou se impedia que o pirralho agisse feito um completo idiota. Além disso, estava preocupada com sua filha, Yui e seus aliados. Já deviam ter chego algum sinal.
-Aquele desgraçado do Reiner! - Jean xinga em voz alta parando seu cavalo - está arremessando titãs feito louco. Lorena não vai dar conta de todos!
O Encouraçado gritou e arremessou outro titã. Lorena saltou e o agarrou no ar, rasgando-o completamente e jogando de volta um dos pedaços. Olhou rapidamente para os Yeagers. Deixou um titã passar e, ao voltar seu olhar para onde o maldito havia caído, Ymir se tornou sua terceira preocupação.
"Ninguém vai precisar me matar desse jeito. Vou morrer de tanto passar raiva mesmo."
Ymir mudou sua perseguição para o comandante Erwin, culpando-o pelo fracasso de seu plano. Sua raiva era tamanha que ela mirou no titã menor que perseguia o loiro, derrubando ambos.
-YMIR!! Connie, por ali! - Historia pede ao amigo.
-Eu sei!
Erwin se levanta com dificuldade devido ao braço ferido, ouvindo um de seus soldados o gritar.
-Eu sou substituível. A prioridade é pegar Eren e partir em retirada! O mais rápido possível!
Lorena ouviu as palavras de seu comandante. Ela ouviu tudo:
Os gritos, os passos pesados dos titãs, os equipamentos em funcionamento... Seus instinto naturalmente aflorados capitavam 3X mais sons, cores, cheiros... O fedor de sangue lhe impregnava as narinas, os gritos retumbavam em seu ouvido e cérebro. Ela queria silenciar tudo ao seu redor. Ela queria que o caos acabasse.
De repente, sua visão lhe pregou uma peça.
Sua mãe estava ali com os cabelos castanhos e o olhar astuto que lhe não negava sua origem como uma Castanhari, como uma guardiã. A mulher vestia um vestido azul claro, manchado de sangue no diafragma e o sorriso manchado de vermelho.
Exatamente como na última vez que a viu com vida.
"CONTROLE-SE!! VOCÊ ESTÁ EM GUERRA!"
A velha Yeager aproximou-se dos filhos do ex-marido, pronta para esmaga-los. Hannes, no entanto, protegeu os dois jovens, decepando uma parte de sua mão.
-Haha, qual a chance disso acontecer? Vejam só, vocês dois! Fiquem de olhos! - o loiro diz com o olhar um tanto lunático - Vou vingar a mãe de vocês e acabar com esse daí.
Ele lançou-se contra a titã, com muita coragem e sede de vingança, procurando deixar a gigante zonza com piruetas e zigue-zague.
Alguns soldados correram em direção a luta, ordenando apoio "ao tiozão", como eles próprios se referiram.
Lorena ainda batalhava contra os titãs arremessados por Reiner. Ela tinha consciência de que não poderia interceptar todos, mas se esforçava para abafar os ruídos a sua volta e focar o máximo de atenção e velocidade em seus movimentos para que seus aliados tivessem uma chance.
Armin começo a questionar a artimanha do antigo colega. O loiro não estava mais se importando se comesse Eren?
Berathold se recuperava dos ferimentos causados por Erwin e Lorena. A morena estava causando sérios problemas a saúde física dele. Sua recuperação era lenta e limitada. Não tinha certeza se aguentaria mais um ataque direto.
Armin e Jean correram contra os titãs que Lorena não havia conseguido pegar. A titã buscava se aproximar do loiro. Um último confronto direto enquanto ainda podia.
Ymir se perguntava o que poderia fazer. Historia estava com a Tropa de Exploração e não tinha mais apoio de Reiner.
"Seria melhor ficar com o Reconhecimento e tentar sobreviver? Mas, o que aconteceria depois? Mesmo que eu consiga sobreviver por essa, não tem como fugir do Inferno de ficar dentro das Muralhas. E tem Lorena... Sei bem o como ela lida com traidores. Essa é minha única chance de entregar Historia para o lado deles. Por mais que eu tente, não vou conseguir protegê-la sozinha."
Porém, uma memória invadiu sua mente:
"–Hey, Ymir... Meu nome verdadeiro... É Historia.
A titã olhou para a loira. Ela era tão doce e amável.
–Oe, parece que daqui eu não escapo. Historia, não confie em ninguém além dela — Ela aponta para a outra titã — Sobre Marley, titãs, tudo. Apenas confie nela. Lorena...
–Não diga isso! — Historia chorou, interrompendo a outra. Lorena segurou sua mão e ofereceu um sorriso triste.
–O que quer me pedir? Se bem me lembro, ainda estou te devendo.
–Cuide de Historia por mim.
Arregalou os olhos. Ymir a amava. Ali estava a prova.
Segurando sua mão, Lorena a levou para o coração.
–Tem minha palavra como humana e como titã que vou fazer tudo ao meu alcance para cuidar e proteger Historia de tudo e todos. É uma promessa."
Historia lançou-se na cabeça da titã enquanto a última conversa que havia tido com a traidora de Marley soava em sua mente. A loira ignorou Connie e falou com a amada.
-Hey, Ymir, por que você queria me levar? Você disse que era para me salvar, mas era mentira? Não, tem que ser. Por que você fez isso? Lorena te prometeu minha segurança, prometeu que me cederia o meu lugar de direito. Então, por que? - Ymir resmunga - Por mim? Para me proteger de novo?
-UM TITÃ - Connie grita e Historia se posiciona.
-Ymir, você que disse, então siga seu próprio conselho: Pare de viver pelos outros e confie em Lorena! Vamos viver por nós mesmas a partir de agora, mas precisamos de aliados em quem confiar para acabar com essa bagunça toda e irmos embora livres! Eu sei, é estranho. Mas, quando estou com você, por pior que a situação fique, eu não tenho medo!
E então, a loira desabrochou como uma verdadeira Reiss, lançando-se ao ar com lâminas em mãos, tendo apoio de Ymir e seus amigos. Ela descobriu sua força. Nada a pararia agora. Ela era uma Reiss, herdeira legítima do trono e cumpriria seu papel ao lado de sua parente e amada.
Hannes ainda ziguezaveava ao redor da velha Yeager, decepando pequenas partes. Ele queria um processo lento, queria saborear o momento para compensar sua covardia de anos atrás.Mikasa puxou sua lâmina, respirando com dificuldade. O sangue Arckeman que corria em suas veias a fazia aguentar mais do que soldados comuns.
-Mikasa! Não! Você está ferida! Me desamarre! DEPRESSA! - Ordena o garoto - Tem que ser eu!
-NÃO ACABEI COM VOCÊ! - Hannes exclama cortando os calcanhares da gigante ao mesmo tempo que Mikasa liberava Eren.
-Aquele é meu! - e correu em direção a luta.
-Eren! Esperava, temos que te tirar daqui! - Mikasa cede. Estava cansada e com dor.
-Hora de acertar as contas! Fique vendo! - o moreno morde a própria mão, no entanto, ainda estava debilitado demais para se transformar.
Hannes ainda voava de um lado ao outro, brincando com a titã e aumentando sua exposição ao risco.
"O que esse idiota está fazendo?"
Lorena questiona o quão inteligente eram os soldados da Tropa Estacionária para ficarem brincando com a própria vida daquela maneira. Sabia o que havia acontecido anos atrás. Seus informantes foram muito detalhistas sobre sobre como os portões cederam ao poder de Reiner e Beratholdt, sobre como o Inferno veio a Terra em segundos o sangue cobriu todo o território.
Ela queria ter estado lá para uma luta justa. Contudo, estava infiltrada em uma da vilas próximas do antigo continente buscando informações e novos aliados. Lamentou ter demorado naquelas terras.
"Acabe logo com isso!"
Reiner começou a avançar conforme se livrava dos titãs menores e Lorena estava a poucos metros do seu inimigo. Erwin estava ferido, tinha titãs por toda parte o desespero começava a abater o coração dos soldados.
O caos estava completo.
Jean havia caído de seu cavalo com o impacto de um titã caindo a sua frente e Armin saltou para resgatá-lo, mesmo com uma orda de gigantes se aproximando. Hannes não matava logo a titã e Eren não entendia por que não se transformava, machucando a mão repetidas vezes, cego em seu próprio desejo de vingança.
Erwin ouvia e via tudo ao seu redor com certa lentidão. Lorena e Reiner correram de encontro um para o outro. A garota endureceu todo seu braço para essa luta, cristalizou tornozelos e as canelas, adquirindo maior resistência para os golpes que daria e defenderia.
Hannes se descuidou com a velha Yeager e foi pego. A gigante o devorou sem hesitar, acrescentando mais uma morte extremamente dolorosa a memória de Eren e Mikasa. Não tinham mais ninguém para perderem além de Armin.
Os dois jovens, como 6 anos antes, não puderam fazer nada. Eren não podia virar titã e Mikasa estava muito debilitada para reagir. Nem todo o desejo do moreno poderia faze-lo se transformar. Sua raiva não lhe seria útil.
Eren cedeu ao choro, irritado consigo mesmo por não ter conseguido, com o sentimento de inutilidade deixando-o atordoado.
-Mãe, não consigo fazer nada!
-Eren, não é verdade - a asiática se aproximou do garoto com lágrimas nos olhos e um pequeno sorriso doce - Eren, escute, preciso te dizer uma coisa. Você sempre esteve ao meu lado. Obrigada. Você me mostrou como viver com propósito. Obrigada. E você... Você enrolou o cachecol em mim. Obrigada. - um raio de Sol iluminou os dois jovens em meio ao caos da batalha e Mikasa foi aproximando-se lentamente do garoto, com as bochechas coradas.
"Eu não acredito que está acontecendo uma declaração de amor em plena batalha!"
Lorena pensa indignada desviando de um soco de Reiner e lhe dando uma cotovelada na nuca. Havia protegido a sua própria para não correr riscos com o Fubar. Embora ferido, ele ainda era uma ameaça.
Eren, porém, se afasta e fica em pé.
-Vou enrolar em você quantas vezes quiser. Agora e para sempre. Quanto você quiser!
Sua recuperação estava completa e ele gritou, socando a mão da ex-mulher de seu pai. Os três Marlyanos sentiram a conexão. Lorena aproveitou a deixa e mirou no ponto fraco de Reiner e se afastou.
"A coordenada! Grisha...''
O rapaz gritou novamente e moveu o braço como se estivesse dando um soco. Um titã respondeu ao seu comando, atacando a Sra. Yeager. Todos os titãs correram para a direção do rapaz. Lorena não podia impedir - e nem queria.
"Parece que isso será mais rápido do que eu realmente esperava".
Os soldados observaram sem entender o que estava acontecendo e Lorena voltava a sua forma humana enquanto os monstros devoravam sem pensar o seu alvo.
Eren colocou Mikasa em suas costas e correu para longe da confusão. A asiática se questionava o motivo dos gigantes começarem a agir daquela forma. Connie lembrou que era a oportunidade perfeita para uma retirada.
"Então era isso. Por isso Reiner estava tão desesperado atrás de Eren. Ou seja, mesmo dentro das muralhas há um futuro"
Ymir olha para Historia e se permite ter uma fagulha de esperança.
Com Lorena fora do caminho, Reiner tenta alcançar Eren. Em sua mente, nada poderia ser pior.
A coordenada havia ido parar nas mãos da pior pessoa possível. Em sua mente, ele tinha que recuperar de qualquer forma. Só se esqueceu que, agora, Eren tinha mais poder sobre os titãs.
Até mesmo, mais poder que Lorena.
-Não venha! Desgraçados! Vou matar vocês! - o Yeager grita e o efeito da Coordenada passa pelos corpos dos Titãs de Marley. Os gigantes inconscientes correm contra o Encouraçado.
O loiro não poderia proteger Berathold daquela forma.
-Por que os titãs...
-É a Coordenada, Eren. Temos que ir. Eu prometo que te explico. - Lorena ordena puxando o rapaz e observando o desenrolar da situação com os seus conterrâneos.
-Eren! - Armim aparece com Jean apoiado em suas costas e um cavalo extra. Lua chegou logo depois e todos montaram, seguindo a ordem de bater em retirada de Erwin.
Ymir para no meio do caminho e Connie, assim como Historia, chama a colega para voltarem. A morena olha para a loira e acaricia seu cabelo com cuidado, pedindo desculpas e volta para ajudar os Marlyanos.
-Deixe que vá, Historia!
Ninguém havia compreendido os motivos por trás da decisão de Ymir. Mas ficaram tranquilos por Reiner não os perseguir mais. Lorena se encontrava cansada e no limite do próprio corpo. Olhou o céu que começava a mostrar as primeiras estrelas e pensou em Yui.
-Hey, pirralha, você está bem?
-Quem fica bem depois de uma batalha dessas, Jonahtan? E se me chamar de pirralha mais uma vez, arranco seu pulmão. - ambos trocam um sorriso cúmplice. Era bom ter seu sangue por perto.
Eren e seus amigos mais próximos pensavam no passado em que eram crianças inocentes e brigonas, em como Hannes esteve sempre lá - ainda que corado por conta da bebida - e agora, ele estava morto.
Distantes e completamente cansados, o trio de traidores tentavam recuperar o folêgo.
-Ymir, por que veio até nós? - o Braun questiona encarando a mulher.
-Ah, bem... Porque sou burra. Vou ser um presentinho para vocês levarem de volta. Você não podem voltar de mãos vazias. Se vocês não tivessem aparecido para romper as muralhas, eu jamais teria acordado daquele pesadelo. Eu só estou devolvendo o que peguei. Afinal, devo ser a única que entende a situação de vocês. Quer dizer, além de Lorena. Embora, é claro, ela tenha seus próprios planos e não se importe em pisar em vocês.
-Obrigado, Ymir. Sinto muito! - O Fubar se encolhe com lágrimas nos olhos.
-Não... - ela responde chorando e estendendo a mão para o céu carregado de estrelas - Sabe, até que não foi ruim ser uma deusa por um tempo.
Com os relatórios de um possível rompimento na Muralha Rose, os habitantes se viram obrigados a se abrigarem no subterrâneo da Muralha Sina. Entretanto, mais da metade da população estava vivendo com alimentos de emergência. Aquilo não duraria por muito tempo.
Para impedir que as pessoas se matassem, uma semana antes do problema ser resolvido, as autoridades declararam a Muralha Rose segura.
Em Trost, Erwin se recuperava e Lorena enfrentava seu drama familiar de contar ao primo sobre Yui. Não queria se preocupar com Levi ainda.
Assim que tropa estava dentro da Muralha, Lorena ignorou a todos e correu para onde sua filha estava, abraçando-a fortemente enquanto sentia o seu cheiro.
-Levi, obrigada! - ela agradece sinceramente, com um sorriso fechado, mas verdadeiro.
O Arckeman apenas acenou com a cabeça e deu as costas, deixando com que ambas aproveitassem a companhia uma da outra. Parou a uma certa distância e observou a dinâmica das duas Reiss-Castanhari. Por algum motivo, Levi sentiu seu coração bater descompassado. De alguma forma, se sentiu ligado aquelas duas forasteiras.
No hospital, Hange bateu na porta do quarto de seu comandante, sendo acompanhada por Lorena, Jonahtan, Connie e a pequena Yui. A garotinha estava encantada com a cientista, o que deixava uma certa titã levemente enciumada.
-Desculpe atrapalhar, Erwin. - ao notar a presença de Pixie, as duas mulheres oferecem seus corações - Que bom que viemos enquanto está aqui, comandante Pixie. É um bom momento. Há coisas a serem ditas. Ele é...
-Cadete da 104º, Connie Springer - o garoto oferece seu coração.
-Connie é da aldeia de Ragako.
-A aldeia que começou a última invasão?
-Sim. Eu confirmei com ele os achados nas nossas investigações. Com isso, temos mais credibilidade para aquela hipótese. Ele veio se relatar.
O garoto segurava o quadro de sua família atrás das costas. Yui sentiu a tensão no ar e abraçou as pernas da mãe. Lorena a pegou no colo e esperou.
-Como? - Pixie questiona após ouvir tudo - Os titãs responsáveis pelo incidente eram moradores de Ragako?
-Ou seja, os titãs na verdade são humanos?
-Depois de ter 3 sob seu comando achei que essa parte era óbvia para você, Erwin. - Lorena responde o loiro friamente. - Marley é doentia quanto a isso. Poucos de nós sobrevive ao processo. Pelo menos, aqueles que são forçados a serem monstros.
Levi arregala levemente os olhos, pensando em quantos humanos ele não havia matado em sua forma gigante.
-Está me dizendo, que todo esse tempo que eu passei, gastando energia, foi para matar pessoas?
-Levi, não se culpe. O titãs que você matou, que eu matei, não eram mais humanos. Quando você mata um sem consciência, é porque o próprio hospedeiro já está morto. - Lorena amansa a voz para responder o capitão.
Hange, Connie e Jonathan se retiram. Levi e Lorena observam os três pela janela.
-Erwin... - O capitão interrompe a própria fala ao notar o olhar de seu comandante - Ei, o que é isso? Está sorrindo por quê?
-Nada. É só que, com isso, estamos a um passo mais perto da verdade.
-Só um passo, é? Vamos ficar sem pessoal antes de descobrirmos a verdade. Não vale o sacrifício.
-Não, não vamos. Eu estou aqui agora. A verdade está comigo, com Eren, na Muralha.
-É um passo certeiro. A muralha que esconde a verdade vai cair.
-Antes de reunirmos a Tropa, Erwin, Levi, Pixie, quero que saibam de algo. Existe apenas um clã capaz de suprimir as características titãs. O seu clã, Levi. Meu segundo clã, os Castanhari nasceram com habilidades superdesenvolvidas. Sou mais rápida, mais forte naturalmente por conta do sangue e meus sentidos são mais potentes. No entanto, houve a mistura com o Clã Reiss e uma nova linhagem sanguínea surgiu. A minha. Um sangue que já vem com os poderes titãs, que resiste mais do que Eren, Reiner o qualquer outro humano que seja forçado a se transformar.
Lorena respirou fundo antes de continuar.
-Meu pai levou nossa familia para longe de Marley. Ele nunca concordou com a forma daquela terra. Ele era um Reiss e minha mãe uma Castanhari. Tiveram a mim e a minha irmã. Vivemos em paz por algum tempo até eu despertar meus poderes. Tinha uns 4 anos e Amy, minha irmã 2.
Ao ouvir o nome familiar, Levi sentiu o coração parar.
-Marley nos encontrou. Assassinaram meus pais na minha frente. Rasgaram o peito do meu pai e atiraram na minha mãe. Fugi com a Amy e ficamos escondidas por uma semana. Eu não podia arriscar a vida dela. A coloquei em um barco e tentei despistar aqueles homens. Era meu tio e alguns membros de influência de Marley. Eu fui arrastada até o inferno. A revolução começou quando eu tinha 16 anos. Tomei a decisão de lutar contra Marley, contra meu sangue.
Os três homens se mantinham em silêncio enquanto ouviam a garota falar. Levi percebeu que ela aparentava cansaço só de lembrar de tudo o que passara.
-Me infiltrei várias vezes nas muralhas. E em uma dessas andanças, estive no Subterrâneo. Encontrei uma pessoa que eu acreditava que nunca mais veria: Amy, minha irmãzinha. Você deve se lembrar dela, Levi. Afinal, você a deixou para trás quando ela mais precisou. A deixou para trás com um bebê na barriga - a voz da morena agora era acusatória, deixando o clima tenso e Levi trêmulo - espero que tenha se acostumado com Yui, pois ela é sua filha! A última Reiss-Castanhari que deve viver.
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