Carrossel
esmaguei o passado com cabelos embaraçados, com peito encharcado e sufoquei-me em mim;
entrei no sono raso
do cego querer-te , culpa do beijo
em boca cetim.
virei quase gente moça, virei quase moça grande, virei cada voz que pude virar;
nesse crescer da vida,
viro viro de tudo, viro até tanto
que volto quase o olhar....
o corpo que anda,
os olhos que ficam,
a escada chorada,
a janela de vidro.
as cortinas que voam
e a grande virada:
porta antes aberta,
hoje porta fechada.
torcicolei-me na busca tua:
lindo homem de vermelho,
mas já vejo só paredes ,
não sei mais do teu espelho.
então viro-me toda tentando virar
essa voz gente grande
que sabe andar.
mas sou ainda só poeta,
prisioneira do que faz escrever,
e seja a cortina, a dor ou o amor,
viro, vira, não importa.
a virada sempre volta
e me vira
a você.
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