Capítulo 66
Despertei assim que senti uma movimentação estranha na cama, virei-me para saber o que era e notei que estava sozinho.
Então levantei-me e andei até a sala de estar, observando Laura andando de um lado para o outro com as mãos na cintura, como se estivesse incomodada com alguma coisa.
— Amor, o que você tem? — Perguntei, me aproximando dela e tocando a sua barriga, sentindo nossa filha chutar onde a minha mão estava pousada.
— Nada, só estou sentindo umas dores estranhas, achei que era ela chutando, mas depois começou a piorar. — Falou, um pouco ofegante.
Notei sua respiração começar a ficar um pouco desregulada e me desesperei, mas precisei não transparecer para não a deixar preocupada.
Segui para o quarto novamente e peguei o celular, disposto a ligar para a obstetra e informar sobre essas dores que ela estava sentindo.
Disquei o número e esperei que mesma atendesse, quase desistir quando a chamada estava prestes a cair na caixa postal, mas por algum milagre, ela atendeu e eu comecei a explicar tudo o que estava acontecendo naquele momento.
Ela me orientou por telefone e eu fiquei observando Laura inquieta, ainda continuava andando de um lado para o outro e sua respiração estava ainda mais ofegante, como a bolsa ainda não tinha estourado, nós precisaríamos ter um pouco de calma.
Minutos haviam se passado e as dores só pioravam, então a medica pediu para que fossemos diretamente para o hospital e lá ela nos daria algum suporte.
— Amor, eu estou com um pouco de medo, a bolsa ainda não rompeu. — Falou, quando a coloquei dentro do carro e passei o cinto de segurança pelo seu corpo.
— A médica disse que isso é normal, só precisamos manter a calma.
Dito isso, organizei as coisas da nossa filha no banco de trás e entrei no carro, assumindo a direção, tanto que demorei um pouco para sair do lugar, pois estava nervoso e temi que não conseguisse dirigir, mas ainda não queríamos avisar a ninguém, pois não sabíamos o que realmente Laura estava sentindo, poderia ser apenas um alarme falso, pois ainda faltava duas semanas para completar os 9 meses.
Horas se passaram e conseguimos finalmente chegar ao hospital mais próximo, tanto que quando fui tira-la do carro, a bolsa rompeu e senti uma alegria imensa me invadir, pois naquele momento eu tinha certeza, minha filha viria ao mundo e eu estava ansioso para conhece-la.
Me distrai um pouco com aquele fato e não percebi a obstetra se aproximar com alguns enfermeiros, quando chegou mais perto, examinou a minha esposa e contou que ela havia entrado em trabalho de parto e que as contrações deveriam ser monitoradas com urgência, pois ela ainda não apresentava nenhum centímetro de dilatação, coisa que nos preocupou um pouco.
Laura havia comentado nas primeiras consultas que não queria fazer cessaria, porque tinha pavor de bisturi e não queria ser costurada.
Mas se por um acaso ela não dilatasse, eles teriam que partir para esse método, então tentei manter a calma e segurei a mão dela durante todo o tempo.
Horas haviam se passado e toda a família estava na sala de espera, ansiosos para conhecer a nossa filha, que até o momento estava dando um trabalhinho para vir ao mundo, pois Laura estava sentindo muitas dores e ainda não tinha chegado aos centímetros desejados para o parto normal e isso com toda a certeza estava deixando-a preocupada.
Tentei acalma-la, dizendo palavras bonitas e reconfortantes, seus pais também entraram aqui rapidamente e isso a deixou mais tranquila.
Um tempo depois, a doutora voltou para o quarto e pediu para que Laura se preparasse, pois ela já se encontrava dilatada o suficiente e nossa filha estava pronta para nascer.
Me posicionei atrás dela e segurei as suas mãos, enquanto a medica pedia insistentemente para que fizesse força e respirasse regularmente.
Eu sabia que ela estava cansada, mas tentei de todas as formas deixa-la bem, aguentei todos os apertos e arranhões que me deu naquele momento e quando menos esperei, um chorinho foi ouvido.
Lagrimas escorriam pelo meu rosto enquanto aquele serzinho lindo era depositado nos braços da mãe.
Ela chorava a plenos pulmões, sacudindo as mãos e os pés pequeninos, ainda de olhinhos fechados tentando se acostumar com o ambiente.
Uma das enfermeiras pediu para segura-la porque ela teria que ir para outra sala e fazer alguns exames, com um aceno de cabeça, Laura pediu para que eu fosse acompanhá-la e não perdi tempo, seguindo a enfermeira, vendo todos os procedimentos que ela era submetida.
Enquanto isso Laura estava sendo transferida para um quarto e em poucos minutos a família inteira poderia visita-la.
O parto tinha sido difícil, mas minha loirinha era uma guerreira e não mediu esforços para trazer nossa filha ao mundo.
Exausta!
Era como eu estava me sentindo naquele momento, pois eu havia sofrido um pouco para trazer minha filha ao mundo e jamais pensei que sentiria tantas coisas ao segura-la pela primeira vez.
Pedi que Léo a acompanhasse e sei que logo estarão todos aqui, minha família não esperou as ordens medicas e invadiram meu quarto.
O enfeitando de balões e presentes cor de rosa, minha menininha já era amada por todos, além dos pais que estava morrendo de ansiedade para tê-la em casa.
Seu quartinho estava pronto e eu ainda não acreditava que era mãe, nunca parei para pensar nisso até conhecer o Léo e o agradeço tanto por ter me dado esse presente, pois se não fosse ele, talvez eu ainda estaria solteira vivendo a mesma vida de antes.
Agora com a chegada da nossa filha, irei desacelerar no trabalho e ficar mais tempo com ela, até a mesma estiver mais crescida e entender algumas coisas.
Tenho certeza que o Léo fara a mesma coisa, pois o jeito que ele olhou para o pequeno ser nos meus braços foi como se nada existisse além de nos três ali naquela sala.
Meus pais se aproximaram da cama e tocaram a minha cabeça, ambos emocionados por tudo de bom que está acontecendo na minha vida.
Percebi meus primos abraçados, sorrindo para a porta e me estiquei um pouco para ver o meu marido lindo, todo cuidadoso com a nossa pequena nos braços.
— Ela é tão linda. — Ouvi Milena dizer, assim que ele se aproximou deles.
— Parece com você, Léo! — Diego exclamou, dando leves tapinhas no ombro dele.
Ele estava tão concentrado nela que naquele momento nada e nem ninguém mais importava, era como se não ouvisse ou prestasse atenção em mais nada a não ser ela.
— Estamos tão felizes por vocês. — Tia Elisa falou, ao se aproximar e dar um beijo no topo da minha cabeça.
Ela e o me tio Otávio, foram informados ainda de madrugada e vieram para o hospital as presas, mas antes ela avisou a minha tia Eliane e contou que a mesma já estava a caminho da França, provavelmente chegara mais tarde quando eu já estiver em casa.
Sorri, quando minha princesa começou a chorar e uma enfermeira veio me auxiliar na primeira amamentação, meus tios e primos saíram do quarto, avisando que iriam para casa e assim que eu tivesse alta, todos iriam fazer um jantar para comemorar a chegada do novo membro da família.
Enquanto meus pais continuariam na sala de espera, eu ainda tentei conversar com eles e pedi para que fossem para casa, mas mamãe está irredutível, quer de todo jeito se manter por perto, então resolvi não insistir.
— Nós temos que escolher um nome. — Léo comentou, observando nossa pequena sugar o bico do meu seio avidamente.
— É verdade, tem alguma sugestão? — Perguntei, sabendo exatamente qual seria sua escolha.
Pois recentemente sua avó materna havia falecido, e ele ficou extremamente triste, porque sabia da história que sua mãe teve com os pais e de como eles foram rudes quando descobriu a gravidez precoce da única filha.
Dona Marta não demonstrou nada para nós, mas seu Marcos contou que a ouviu chorar no banheiro, talvez estivesse pensando que tudo poderia ter sido diferente se por acaso os pais tivessem voltado atrás e lhe procurado, pelo menos para conhecer o neto, mas isso nunca aconteceu.
— Isabel, em homenagem a minha avó. — Disse ele, alisando os cabelinhos negros da nossa pequena.
Sorri, concordando e tocando seu rosto, feliz por estar ao seu lado e ao mesmo tempo agradecendo pela linda família que construímos juntos.
❤❤❤
Beijos e até o próximo capítulo...
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