Capítulo 61
Tinha acabado de estacionar na frente da nova residência de mamãe quando ouvi uma voz feminina me chamar, virei-me para saber quem era e me surpreendi quando vi a mãe de Gabriela, andando a passos apressados para me alcançar, com sacolas nas mãos, parecia que estava chegando da feira.
— Oi, faz tempo que eu não te vejo, soube que enricou. — Falou, parando em minha frente, como se quisesse saber mais sobre a minha vida.
— Oi, sim, recebi uma herança, apenas isso. — Falei, sem entrar em detalhes.
Ela ficou em silencio por alguns minutos, talvez pensando no que iria dizer, talvez quisesse saber da filha e pensava que eu tinha respostas para suas perguntas.
— Podes me acompanhar até em casa, queria conversar um pouco com você. — Pediu, andando na frente e eu não tive outra alternativa a não ser segui-la.
Sua casa não era muito distante, apenas duas esquinas de onde mamãe morava, então fomos seguindo a rua até chegar ao nosso destino.
Quando parou em frente ao portão, franzi o cenho, pois não era a mesma casa que eu costumava frequentar, mas não falei nada, deixei que abrisse o portão e me guiasse para dentro da casa.
— Sente-se, fique à vontade. — Disse ela, indo até um cômodo que acreditei ser a cozinha e voltou segundos depois, já sem as sacolas.
— O que a senhora quer conversar? — Perguntei, queria que fosse direta ao ponto e me deixasse ir embora.
— Sei que deve ter estranhado, mas me mudei recentemente, depois que Gabriela foi embora com o namorado. — Contou, me surpreendendo.
— Eu soube, mas não procurei saber detalhes, nada sobre sua filha me interessa mais. — Fui evasivo, ainda não estava entendo o que ela realmente queria comigo.
Ela balançou a cabeça e respirou fundo, percebi seus olhos marejados e me compadeci.
Seus pais não mereciam sofrer dessa forma, apesar de que pelo menos a mãe demonstrava sentir falta da filha, mas eu sabia que o pai não estava ligando muito, segundo Yasmin, ele não quis nem ouvir quando ela chegou aqui para dar a notícia de que ela estava bem e segura.
— Yasmin veio aqui conversar comigo e me disse umas coisas que eu fiquei sem acreditar. — Iniciou, esfregando as mãos na saia jeans longa que usava.
— O que ela disse? — Perguntei, a curiosidade me invadindo, deixando-me nervoso.
O que Yasmin poderia ter dito que a fez ficar desse jeito?
— Minha filha teve mesmo um filho no passado?
Fechei os olhos, respirando fundo, pois não sabia que Yasmin tinha revelado a verdade para os pais de Gabriela, na certa a mesma tenha pedido para ela fazer isso e me deixou com a questão mais difícil, pois sabia que eu resolveria aquela situação da melhor forma possível.
Tanto que recebi uma mensagem de Alana, hoje pela manhã, dizendo que havia marcado o dia com os avós paternos do menino, para que ambos se conheçam e possam conviver sem problemas futuros.
— Sim, quero que saiba que eu fui totalmente contra sobre esconder de vocês. — Me adiantei em dizer, para não pensar que havia ajudado sua filha a se livrar da criança.
— Meu marido ficou possesso, disse que ela não tinha juízo e agora o menino está aí, jogado pelo mundo. — Disse, com um certo rancor na voz.
— Ele está sendo bem-criado pela família que ajudei a encontrar. — Digo, tentando amenizar a situação, pois não deve estar sendo fácil para ela, como também não foi para dona Dora.
Ficamos mais um tempo ali conversando, até que meu celular tocou e pedi licença para atender.
Era a Laura, querendo saber se eu já tinha chegado e porque não liguei para avisar.
Me desculpei e encerrei a ligação, prometendo chegar logo em casa e explicar tudo o que havia acontecido agora.
Horas depois, sai da casa dos pais da minha ex-namorada e visitei a minha mãe, conversamos um pouco e ela fez questão de mandar um pote de doces para a Laura, que com toda a certeza devoraria tudo em alguns instantes assim que eu chegasse e desse o pote em suas mãos.
Era quase 18:00 quando estacionei na garagem do prédio e peguei o elevador, chegando rapidamente no Hall da minha cobertura, estranhei quando entrei e não vi a minha loirinha, na certa ainda não tinha chegado ou estava em algum dos quartos.
Chamei por ela algumas vezes e estranhei não ter obtido respostas, então comecei a procurar pela casa e sorri quando a encontrei no nosso escritório, com seus lindos fones de ouvidos e totalmente concentrada no desenho.
— Achei que encontraria você na sala, vendo algum filme. — Falei, tirando seus fones e beijando seu pescoço.
Ela sorriu, juntando as coisas e levantando-se da cadeira, estava com um pijama simples e mais confortáveis.
Nisso lembrei-me do anel que eu havia comprado antes da nossa viajem para o Brasil, pretendia pedi-la em casamento naquele feriado, mas tantas coisas aconteceram que acabei não encontrando o momento ideal.
Então a viajem acabou, voltamos para nossa realidade e com isso, precisei resolver alguns problemas e ainda não havia preparado nada para pedir minha amada em casamento.
Deixei essa semana agitada passar e toquei a caixinha aveludada em meu bolso, pretendia preparar um jantar ainda hoje e fazer o tão sonhado pedido.
❤❤❤
Beijos e até o próximo capítulo...
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