Era fim de tarde quando Marta me ligou, dizendo que estava preparando um jantar e queria todos presentes, pois tinha um anuncio importante para fazer.

Eu me animei e cheguei mais cedo para lhe ajudar com os preparativos, tanto que fizemos macarrão ao molho bolonhesa e ela aproveitou para fazer um bolo de cenoura com cobertura de chocolate.

É claro que a sobremesa foi feita para atrair a Laura para cá, pois soube pelo meu irmão que os dois haviam se desentendido e iriamos aproveitar para que fizessem as pazes.

Mas fomos surpreendidos quando ele chegou e disse que ela tinha um compromisso com um amigo e não poderia vir, então aproveitamos que ele subiu para se cuidar e a Marta tomou a liberdade de ligar para sua nora, avisando do jantar e que havia feito sua sobremesa favorita, só assim ela se animou e disse que em minutos estaria aqui.

Morri de rir quando ela chegou com seu afilhado de apenas 1 aninho nos braços, dizendo que só fez aquilo para irritar o Léo, pois o mesmo havia cometido um delito gravíssimo e precisava ser punido.

Passamos um tempo conversando e depois o jantar foi servido, Marta perguntou sobre os pais do lindo bebe em seus braços e a mesma passou a contar a linda história de amor de seus primos.

Me surpreendi ao ouvir o nome do Diego, tanto que fiquei tensa quando começou a falar dele.

Eu tinha noção de que eles eram da mesma família, mas pensei que nunca mais ouviria seu nome, porque depois que deixei esse país no passado, não procurei saber notícias de ninguém.

Era obvio que naquela época ele deveria estar dando forças ao Victor e com toda a certeza estaria me odiando naquele momento por ter feito seu melhor amigo sofrer.

Ele foi uma peça muito importante no meu relacionamento com Victor, pois meu pai não queria me casar com qualquer um, mas meu amor pelo Victor era incondicional e eu não abriria mão dele.

Até que Diego teve uma ideia maluca e acatamos, deixando que o mesmo resolvesse tudo, mas na hora H, tudo o que planejamos deu errado e eu fugi, deixando o amor da minha vida para trás.

Percebi que eles olharam para mim de um jeito estranho, tanto que falei que o conhecia e éramos amigos na época, mas eles eram espertos e sentiam que eu escondia alguma coisa, mas tentei a todo custo mostrar que estava tudo bem e era impressão deles, mas parece que não deu certo, pois agora nesse exato momento, meu irmão mais novo estava me questionando sobre isso.

— Nós éramos amigos, como eu havia comentado na mesa, mas perdemos contato anos atrás e quando voltei não procurei ninguém. — Explicou, fazendo o mesmo suavizar e apoiar-se na parede ao meu lado, pois estávamos no meio do corredor.

— Entendi, mas aconteceu algo entre vocês? — Sua pergunta me faz retesar, não sabia que havia passado essa impressão para eles.

— Não, nós éramos apenas amigos! — Deixo claro, mostrando minha expressão de espanto, não acreditando que eles pensaram nessa possibilidade.

— Certo, então vou esperar que desabafe comigo, irmã! — Exclamou, se aproximando e me dando um beijo na testa.

Sorri de lado, vendo o mesmo entrar no banheiro e quando pensei em ir ao seu quarto falar com a Laura, ouço vozes animadas e desisto, pois, deve estar falando com os primos.

Desço as escadas e decido preparar o café, pois daqui a pouco Marta deve acordar e quero surpreende-la com meus dotes culinários, pelo menos alguns anos morando sozinha, me fez tomar gosto pela cozinha.

Já que fui criada cercada por empregados fazendo tudo por mim, pois a minha mãe resolveu se fechar para o mundo e meu pai vivia no trabalho, sem tempo para lembrar que tinha uma filha pequena que precisava de seu carinho e atenção.

Enquanto eu estava preparando o café e montando a mesa, ouvi vozes no andar de cima e sabia que era eles que haviam despertado e estavam descendo para tomar café.

— Querida, acordou cedo e veio cozinhar, não precisava. — Marta diz, vindo até a cozinha, me ajudar com as coisas.

Sorrio, nunca tive uma relação assim com minha mãe e agradeço aos céus por ter colocado Marta e o meu irmão em minha vida, pois agora eles se tornaram o meu mundo todo.

Eu realmente tinha esperanças de reatar o meu romance com Victor, mas as coisas que me disse ainda martelam em minha cabeça.

Sei que não tem mais volta, pois agora ele está comprometido com outra pessoa e eles tem uma ligação que é para o resto da vida, um filho.

Fiquei pasma, quando vi o retrato do menino em sua mesa no escritório e quando disse que era seu filho, parecia que o chão havia saído dos meus pés.

Era a vida me dando uma rasteira, pois se eu não tivesse fugido, teríamos nos casado, e hoje estaríamos com uma penca de filhos, por isso me desfiz da cobertura, pois me trazia lembranças dolorosas sobre os planos que tínhamos feito para o futuro, espero realmente que o meu irmão aproveite e usufrua daquele lugar, pois não aguento nem olhar para o prédio, pois lembranças de quando passávamos a noite ali eram vivas em minha mente.

Sai do meu estado de inercia quando Marta tocou os meus ombros e os alisou com carinho, pois ela tinha um faro muito bom e sabia que eu escondia algo, mas respeitava o meu silencio, assim como seu filho.

— Vamos nos sentar e tomar o café da manhã, pois daqui a pouco terei que abrir a padaria. — Disse Marta, sentando-se na mesa, enquanto eu ainda preparava os meus ovos mexidos.

— Bom dia, família. — Léo chega na cozinha, beliscando um pedaço do bolo de cenoura que sobrou de ontem.

Queria perguntar por Laura, mas resolvi não fazer, pois com toda a certeza estaria conversando com os primos e não queria ter que falar do Diego.

Minutos depois, ela desceu com o seu afilhado que depois descobrir se chamar Daniel e juntou-se a nós, para o café que já estava sendo totalmente servido.

E depois de tudo pronto, conversamos animados sobre como seria o nosso dia dali por diante.

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Beijos e até o próximo capítulo...