Capítulo 29
Depois da minha conversa com Roger, o mesmo se despediu e eu decidi que iria procurar o meu irmão, pois quero conhece-lo e conviver com ele se assim for possível.
Sei que será um pouco estranho, mas não quero que pense que sou igual ao meu pai e aceite conversar comigo.
Confesso que estou com medo, pois não o conheço e pode ser que não queira me receber, por eu ser filha daquele que o rejeitou, mas pelo que Roger me informou, ele vive bem com a mãe em uma vila e trabalha em um escritório de arquitetura, reconheci o nome por sempre ouvir falar bem do lugar e pretendia usufruir dos serviços assim que me casasse.
— Querida, não sei se você faz bem ir até lá, nem conhece esse rapaz. — Maria tenta me convencer a desisti, mas isso é uma coisa que não irei fazer.
— Maria, eu preciso conhece-lo, apenas isso.
Dito isso, conferi meu visual pela milésima vez e peguei minha bolsa que estava em cima da cama, passando pela governanta e saído do quarto, pois hoje eu estava decidida a encontrar o meu irmão e ninguém me impediria de fazer isso.
A não ser que ele não me receba...
Estou indo preparada para tudo, mas confesso que estou torcendo para que o mesmo aceite me ouvir e tudo o que lhe é de direito, pois já soube por Roberto que ele não quis aceitar a herança, até achou que tudo aquilo era um engano.
E sem perceber já estou em frente ao me carro e me preparo para pegar a chave que estava dentro da bolsa, mas antes de entrar no veículo ouço a voz de Maria que anda apressada a até mim.
— Luana, eu preparei uns biscoitinhos, leve para ele. — Diz, me entregando o pacotinho com cheiro delicioso.
— Obrigada, ele vai adorar.
Dito isso, entrei no carro, coloquei as coisas no banco do passageiro e dei partida, pois já estava ficando tarde e eu precisava me apressar se quisesse chegar antes que o expediente na galeria se encerrasse.
❤❤❤
Eram quase 16h30 quando estacionei em frente a galeria e me preparei para sair do carro, pois eu estava nervosa e precisei de alguns minutos para poder relaxar antes de pegar as coisas e sair do carro.
Minutos depois, estava adentrando a galeria quando ouvi as portas do elevador se abrindo e um rapaz alto e bonito saiu por ele, com uma mochila nas costas e olhando o relógio, na certa conferindo as horas.
Sorri, pois não tive dúvidas, era ele.
Ele era bonito e se parecia muito com o meu pai quando mais jovem e pela sua aparência deduzi que ele era mais novo do que eu, o que significava que eu tinha um irmão caçula e essa possibilidade me fez sorri alegremente.
— Oi. — Digo, me aproximando dele e tocando levemente o seu braço.
Ele me encara com certa estranheza, pois não me conhece.
— Oi, nós nos conhecemos? — Pergunta, apontando para nós dois.
Estamos parados no meio da galeria, com clientes indo e vindo ao nosso redor.
— Não, mas eu liguei hoje mais cedo e como não retornou, decidi vir até aqui. — Conto, lembrando que busquei o número do escritório na Internet.
— Por acaso é cliente, a Laura não tem horários essa semana.
— Não, eu não sou, eu quero conversar com você.
O vejo franzi o cenho e me olhar ao redor, obviamente está sem entender a minha insistência.
— Certo, meu expediente acabou e preciso ir para a faculdade, mas tenho alguns minutos. — Diz, indo em direção a porta da galeria, me fazendo segui-lo automaticamente.
— Certo, conhece algum lugar onde podemos conversar?
— Sim, vamos a praça.
Assinto, e caminhamos lado a lado para onde indicou, sei que eu deveria me apresentar, mas não quero assusta-lo.
Então vamos seguindo em silencio até a praça onde há uns bancos vazios e crianças correndo de um lado para o outro, lembro-me de quando vinha até aqui e imaginava uma vida perfeita, pena que tudo se desfez quando decidi abandona-lo.
— Podemos nos sentar aqui e você me diz o que tem para falar. — Diz ele, me tirando dos meus devaneios.
— Sim, e obrigada por aceitar conversar comigo.
— Primeiro quero saber quem é você e de onde me conhece. — Pede, me olhando divertido.
— Prazer, Luana Azevedo, sua irmã mais velha!
O vejo suspirar baixinho e levas as mãos ao rosto, com toda a certeza não estava esperando por isso, mas ele precisa me ouvir e aceitar algumas propostas que quero lhe fazer.
— Eu não sei o que dizer, olha se está aqui para falar sobre a herança, pode ficar com tudo, eu não faço questão. — Diz, se preparando para levantar e eu o impeço, negando suas palavras.
— Não é nada disso, estou aqui porque queria lhe conhecer, soube de você a pouco tempo e fiquei feliz por ter um irmão. — Minhas palavras parecem o acalmar, e eu respiro um pouco mais aliviada.
— Certo, é que eu ainda estou me acostumando com tudo isso.
— Eu entendo, mas quero que saiba que já amo você com todo o meu coração.
Ele ri, balançando a cabeça e alisando o cabelo e olhando a hora no relógio, com certeza deve estar preocupado em se atrasar para sua faculdade.
Fico curiosa e decido usar esse tempo para conhece-lo mais.
— Como pode amar alguém que nem conhecia? — Indaga, observando pacotinho entre as minhas mãos.
— Pois é, é a única verdade, mas quero saber mais sobre você.
— O que exatamente?
— Tudo, e eu trouxe uns biscoitinhos para passarmos o tempo. — Balanço o pacote, e ele sorri ainda mais, achando tudo isso muito engraçado.
— Certo, eu me chamo Leonardo, tenho 27 anos, trabalho aqui desde a minha adolescência e estudo Engenharia Civil, já estou bem próximo de me formar e você? — Fala, de uma maneira bem natural.
— Você estuda Engenharia? — Digo, pois isso seria muito surreal.
Quais são as probabilidades de Leonardo ter herdado os gostos do nosso pai sem nem mesmo tê-lo visto?
— Sim, eu sempre amei construções e desenhos, até que comecei a trabalhar para poder pagar o meu curso dos sonhos.
— Isso é surreal, nosso pai deixou a presidência da construtora comigo, mas eu nunca me interessei por isso, se ele soubesse... — Decido não continuar, quando vejo que ele abaixa a cabeça e olha para o lado, parece que o assunto o deixa desconfortável.
— Vai me dizer que ele era engenheiro? — Ironizou, mordendo o lábio e olhando para cima, era uma tentativa falha de não desabar bem ali, na minha frente.
— Ele era, tanto que queria que eu fosse, mas optei por Recursos Humanos e ele nunca me perdoou por isso.
— Eu só queria saber o porquê de ele nunca ter me procurado. — Disse, mais para si.
— Orgulho, mas ele em algum momento se arrependeu e colocou detetives atrás de você, tanto que te deixou umas coisas. — Revelo, pois ele merece saber que por um momento papai pensou nele.
— Eu não fui registrado, então não sei como ele conseguiu isso.
Assinto, pois Roger também não quis entrar em detalhes sobre nada burocrático e eu o respeitei, pois já estava fazendo demais me contando sobre essa história.
Minutos depois, já estávamos mais familiarizados um com o outro e então decidi fazer a mesma coisa que ele.
— Eu sou Luana, tenho 28 anos, estudei Recursos Humanos, atualmente moro em Nova York e não estou trabalhando.
Ele bate palmas, sorrindo e aponta para o pacote de biscoitos, então digo que foi a governanta da mansão que os preparou para ele e o mesmo fica lisonjeado.
— São muito bons, e eu gostei de conhece-la, mas porque não mora aqui?
— Eu fui embora há 4 anos quando minha mãe faleceu e desde então não tive coragem de voltar até agora.
— Sinto muito, eu nasci aqui, mas mamãe morou no interior, hoje moramos na vila e ela tem uma padaria. — Conta, me deixando surpresa e com vontade de conhece-la.
— Um dia quero conhecer a sua família. — Ele se surpreende com as minhas palavras e explica que atualmente são apenas eles dois.
As horas vão passando até que ele me explica que precisa ir embora, mas antes dele ir, trocamos nossos números de telefone e marcamos de nos encontrar mais vezes.
Nisso voltamos para a frente da galeria e depois de nos despedirmos, entramos em nossos respectivos carros e cada um segue o seu caminho.
Mas antes de ir para casa, decido passar em mais um lugar, apenas para pedir uma informação e me preparar para a resposta que irei receber.
Segundos depois já estou estacionando em frente da empresa mais famosa de Paris e meus pés travam assim que decido sair do carro.
Mas eu sei que uma hora ou outra terei que erguer a cabeça e enfrentar o meu passado, então deixo de neuras e saio do carro, caminhando levemente até a recepção e falando com umas das funcionárias.
— Boa tarde, queria uma informação.
— Sim, em que posso ajudar.
— Victor Leblanc ainda trabalha aqui?
❤❤❤
CONTINUAMOS EM: AMOR IMPROVÁVEL...
Beijos e até o próximo capítulo...
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