Capítulo 18
Alguns dias já haviam se passado e eu me encontrava em casa, tentando desesperadamente conversar com o meu primo que simplesmente não queria me atender mais, só porque comentei em ir até Nova York fazer uma visita surpresa a nossa prima que desde aquele dia dizia que estava bem e toda vez que eu tocava no assunto ela desconversava, então eu mesma queria ir pessoalmente até ela, só para saber se estava realmente bem e aproveitaria para conhecer a cidade e matar um pouco a saudade que eu sentia dela.
Diego chegou a apoiar a ideia, mas deixou claro que não me acompanharia e como eu queria de todo jeito que eles se encontrassem, acabei sugerindo traze-la para cá e desde esse dia que o meu primo maravilhoso resolveu se fazer de desentendido e me ignorar.
E como hoje eu fiquei de ir diretamente na casa de uma cliente, resolvi deixar que Leonardo abrisse o escritório enquanto eu resolvia os problemas externos.
Estava terminando de me arrumar quando mamãe adentrou o cômodo e observou uns papéis espalhados pela minha cama, eram desenhos que eu havia separado para mostrar a cliente e assim que mamãe olhou, sorriu orgulhosa e alisou os meus cabelos.
— Os desenhos são maravilhosos, tenho certeza de que ela vai gostar. — Disse ela, me olhando pelo espelho.
— Eu espero que sim, passei a noite quase toda terminando isso.
— Soube que o seu pai foi no escritório e conversou com você. — Indagou, querendo saber sobre a conversa que tivemos.
— Primeiramente, ele me pegou de mãos dados com o Leonardo e depois conversamos sobre isso.
— Então quer dizer que vocês voltaram as boas? — Pergunta, cruzando os braços e sentando-se na cama.
Sorri, lembrando que a nossa amizade se fortaleceu ainda mais depois daquele dia que conversamos abertamente sobre tudo o que estava acontecendo com ele, confesso que achei desnecessário ele se afastar só por conta de boatos.
Mas procurei entender o seu lado e voltamos a nos dar bem, mas o que ainda me deixava incomodada, era o fato dele ainda não se sentir bem quando saímos do escritório juntos, mas com o tempo eu iria o convencer de que não devemos ligar para o que o povo pensa de nós dois.
— Sim, ele até me acompanhou em uma das visitas a um cliente. — Conto, lembrando o quanto foi engraçado tê-lo encarando o Bruno Novaes que por incrível que pareça estava na casa do amigo naquele dia.
Eu sabia que não tinha sido coincidência, mas deixei que ele pensasse que eu não havia percebido nada.
— Ah, eu também o levava comigo, seu pai tinha tantos ciúmes. — Diz, se levantando e pegando seu celular que estava vibrando em seu bolso.
— O Leonardo me contou, mas quase não acreditei.
— Eu achava tudo aquilo engraçado, mas depois ele acabou se acostumando e nunca mais implicou.
— Mamãe, é verdade que quando a senhora conheceu o papai, ele era musicista? — Perguntei, pois, papai havia me contado um pouco de sua história, mas agora eu estava curiosa e queria saber um pouco mais.
— Sim, ele estava em turnê no Brasil, em um dos restaurantes mais elegantes da cidade, foi aí que o conheci. — Diz, sorrindo de olhos fechados, saudosa.
— Então o meu pai era famoso e ninguém me disse. — Brinco, pegando as minhas coisas e deixando-a viajando em seus pensamentos.
— Filha, seu pai não tinha muito tempo de carreira e pelo que eu soube, aquele seria seu último show, pois iria iniciar a faculdade de contabilidade e seu sonho era ser empreendedor. — Contou, pegando as chaves e saindo comigo de casa.
Franzi o cenho sem saber o motivo dela estar saindo aquela hora, mas sorri quando entrou em seu carro e acenou, avisando que estava com saudades do papai e que iria visita-lo na empresa da família.
Minutos depois, eu já me encontrava na casa da cliente, Adriana, conversando e discutindo sobre a decoração que ela queria para a cozinha e quando ela finalmente se decidiu, acertamos o dia das obras e fui para o escritório, pois havia muitos trabalhos e eu estava com saudades do meu lindo secretário.
Quando cheguei, observei ele em sua mesa, todo concentrado lendo uma apostila que eu achei ser da faculdade e decidi aproveitar aquele momento para perguntar o curso que fazia, pois eu definitivamente havia esquecido de perguntar em uma das nossas conversas.
E quando me aproximei e sentei-me na poltrona em sua frente, foi quando levantou os olhos e sorriu, fechando a apostila e cruzando os braços sobre a mesa.
— Achei que nem viria mais. — Disse, olhando para as minhas mãos esticadas sobre a mesa.
— Ainda são 12h, fiquei bastante tentada a almoçar, mas preferi vim aqui antes, que curso você faz? — Perguntei, apontando para a apostila sobre a mesa.
— Certo, eu acabei trazendo almoço de casa hoje, minha mãe faz uns salgados muito deliciosos. — Conta, se abaixando e pegando um pote com alguns enroladinhos e pastéis. — Ah, faço Engenharia Civil, achei que já tinha comentado.
— Eu pedirei algo e de sobremesa, quero provar um desse, e sobre a faculdade, eu toda vez esquecia de perguntar. — Apontei para o pastel, fazendo o mesmo sorri e dizer que eu não iria me arrepender.
Apenas assenti, pedi o meu almoço e voltei para sua mesa, pois tudo o que eu queria naquele momento era ficar em sua companhia.
❤❤❤
Depois do almoço, passamos um tempo conversando e só depois voltamos ao trabalho, aproveitei para resolver algumas coisas e quando encerrei o expediente, decidi passar na empresa da família, apenas para conversar um pouco com o meu primo, pois fazia uns dias que o mesmo fugia de mim.
Mas assim que cheguei no Hall, observei uma mulher saindo as presas quase esbarrando nas pessoas e quando nossos olhares se cruzaram, vi que eu a conhecia.
Era Aline, uma das mulheres que frequentava a cobertura do meu primo e pelo estado em que se encontrava, parecia nervosa com algo, provavelmente levou um pé na bunda e está abalada demais por isso.
Dei de ombros, resolvendo deixar aquilo para lá e assim que o elevador abriu as portas no andar da sala do todo poderoso, encontrei Jéssica sentada, falando ao telefone, provavelmente anotando algum recado ou marcando alguma reunião, não precisei esperar por sua autorização e adentrei a enorme sala observando meu primo bastante concentrado no computador digitando alguma coisa.
Não pude evitar soltar um deboche, fazendo-o com que notasse a minha presença ali.
Me sentei em uma das poltronas e passamos a conversar sobre algumas coisas, mas toda vez que eu falava da Milena, ele reagia da mesma forma e quando vi que não iria conseguir nada, resolvi encerrar o papo e ir para casa, pois estava cansada e só queria tomar um banho bem relaxante e deitar um pouco em minha cama.
Horas depois, já havia chegado em casa e como sempre mamãe gostava de me receber e guardar as minhas coisas, mas assim que entrei no banheiro e pensei que iria relaxar, mamãe adentrou o cômodo e me perguntou se eu tinha comprado uma bolsa nova.
Estranhei sua pergunta, pois eu sabia que não havia comprado nada ultimamente e procurei terminar meu banho o mais rápido possível para saber de que bolsa ela estava falando.
E quando cheguei na sala, observei a bolsa sobre a mesa, provavelmente deixada ali propositalmente por mamãe.
— Eu não comprei essa bolsa. — Falei, a mim mesma.
Depois de passar um tempo analisando o conteúdo, resolvi abri-la e saber de quem realmente era aquela bolsa preta pequena com alças finas, mas me surpreendi quando constatei que ela pertencia a Aline e o que mais me assustou foi saber que ali dentro continha um teste de gravidez indicando positivo.
— Meu deus! — Exclamei, assustada, altos pensamentos sobrevoando em minha mente.
Só sai do transe quando meu celular apitou indicando uma mensagem de Leonardo, me desejando boa noite, como sempre fazia.
Depois de lhe responder, decidir guardar tudo de volta dentro da pequena bolsa e deixaria para confrontar o Diego amanhã, mas como eu era ansiosa, mandei apenas uma mensagem avisando sobre eu ter pego o objeto por engano e me deitei na cama na esperança de pegar num sono e quem sabe, sonhar com o meu lindo secretário.
❤❤❤
Beijos e até o próximo capítulo...
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