Capítulo 11
Dias depois...
Era quase final de tarde quando fui para casa depois de encerrar o meu expediente no escritório, pois hoje o dia tinha sido puxado e eu agradeci mentalmente por hoje não ter aula na faculdade e eu poder ter a felicidade de chegar em casa mais cedo, mas minha alegria durou pouco quando encontrei minha mãe agitada, andando de um lado para o outro da sala, como se estivesse preocupada com algo.
— Mãe, o que está acontecendo, porque essa agitação toda? — Perguntei, aflito.
— Ainda bem que você chegou, estou louca para falar com você, filho. — Diz, pegando minha mão e me puxando para o sofá.
— Mãe, eu estou ficando assustado com sua aflição, aconteceu alguma coisa grave?
Esperei que se acalmasse, deixei a minha bolsa em cima do pequeno centrinho que tinha ali e procurei me encostar melhor no sofá, pois estava levemente curioso para saber o porquê minha mãe estava tão aflita para conversar comigo.
— Querido, quero que seja sincero comigo, por favor. — Pede, num apelo desesperado, como nunca vi antes.
— Eu sempre fui sincero com a senhora e quero que me explique o porquê de todo esse desespero. — Peço, vendo-a suspirar e abaixar a cabeça.
— Estava na padaria como sempre, organizando e vendendo as coisas quando a dona Olga, veio me perguntar se eu iria reformar a padaria. — Conta, segurando minhas mãos e pensando antes de continuar. — É claro que eu neguei, e perguntei o motivo da pergunta sem sentido e sabe o que ela me disse?
— Eu não faço ideia.
— Que por você está saindo com uma bilionária, achou que eu realmente deveria me aproveitar e não foi só isso, está todo mundo comentando que você está se envolvendo com gente rica e poderosa, só para subir na vida.
— Mãe, isso não é verdade. — Digo, me levantando e andando de um lado para outro da sala, pois aquilo me chocou.
Em nenhum momento, eu imaginei que alguém pudesse chegar a inventar essas coisas de mim, sendo que a maioria das pessoas me conhecem e me viram crescer, sabendo todo o esforço que a minha mãe teve para me criar.
— Eu sei, mas queria saber de você, o que realmente está acontecendo naquele escritório, filho? — Indaga, e é aí que sinto a extrema necessidade que contar sobre minha amizade com a Laura que na verdade também é a minha chefe.
— Durante todo esse tempo que trabalhei naquele escritório, ninguém nunca chegou a falar de mim dessa forma, dona Elsa sempre elogiou o meu trabalho e até agora sua filha também não reclamou. — Expliquei, alisando os cabelos que já estavam bagunçados de tanto que eu os estava puxando.
— Você havia comentado que Elsa havia colocado a filha em seu lugar, para que ela pudesse se aposentar e curtir um pouco com o marido.
— Sim, e desde que ela começou a trabalhar, nós nos aproximamos e ficamos amigos, mas nada mais que isso, mãe. — Conto, vendo-a arregalar os olhos e colocar a mão no peito.
— Filho, por acaso foi com ela que fostes jantar aquele dia? — Perguntou, mas sabia que estava com medo da minha resposta.
Eu não tinha outro jeito a não ser dizer a verdade, pois eu odiava mentir e não faria isso agora, não importava qual seria a sua reação.
— Sim, nós jantamos e depois saímos para passear naquela tarde que demorei para chegar, mas não houve nada demais. — Tento tranquiliza-la, quando a vejo colocar as mãos no rosto e balançar a cabeça negativamente.
— Filho, tome cuidado, o povo já está falando, imagina se isso chega aos ouvidos da família dela, iram achar que você é um interesseiro. — Diz, um pouco cabisbaixa, pois não deve ter sido fácil ouvir certas coisas sobre mim.
Resolvo não responder a sua pergunta e balanço a cabeça positivamente, num aviso silencioso para que ficasse tranquila que eu mesmo resolveria isso.
Deixei um beijo em seus cabelos, peguei minha bolsa e subi para o meu quarto, pois aquela conversa me deixou puto e tudo o que eu queria agora era tomar um banho.
Minutos depois, já estava de banho tomado, os trabalhos da faculdade feitos e agora eu poderia descer e se juntar a minha mãe na cozinha, pois sabia que ela ainda estava mexida com tudo isso e eu aproveitei para lhe fazer companhia.
— Cheiro bom. — Digo, sentindo o cheiro de bolo de chocolate.
— Fiz para você, sei que adoras.
— Sim, a senhora é a melhor doceira desse pais. — Elogio, a deixando ruborizada.
Mas nosso momento em família durou pouco quando a campainha tocou e nós franzimos o cenho, pois sabia que não esperávamos ninguém e quando me prontifiquei para atender a porta, me surpreendi ao dar de cara com o meu amigo, ofegante e todo suado, parecia até que havia corrido uma maratona.
— O que faz aqui a essa hora? — Perguntei, para um Vinicius bastante nervoso.
— Não me pergunte como, mas está todo mundo falando de você. — Disse ele, assim que adentrou a minha casa.
— Eu sei, mamãe está triste com isso.
— Cara, isso ainda não é o pior.
Franzi o cenho, fechando a porta e pedindo para que se sentasse e me explicasse o que era pior do que o povo está fofocando sobre a minha vida e ainda mais inventando mentiras.
— O que pode ser pior do que esse bando de fofoqueiros está inventando mentiras de mim? — Indago, levemente curioso.
— A Gabi sabe, cara.
Me alertei assim que ouvi o nome da minha ex-namorada, pois fazia um tempo que havia parado de me procurar, cheguei a pensar que tinha aceitado o nosso termino e estava vivendo a sua vida, mas pela cara do meu amigo, eu estava enganado.
— Sabe do que?
— Ela sabe que a Laura é a garota com quem você anda saindo de vez em quando e não vai demorar a descobrir que estais atraído por ela.
Arregalei os olhos e tomei um leve susto quando ouvi um som de vidro se quebrando e quando me virei para saber o que tinha acontecido, vi minha mãe parada nos encarando e isso significava que ela tinha ouvido a nossa conversa.
— Mãe, calma, a senhora está interpretando tudo errado.
— Você me garantiu que não era nada demais. — Disse, apontando o dedo para mim.
E naquele momento tudo o que eu queria era sumir, pois Vinicius havia encontrado o pior momento para me contar que Gabriela de algum jeito havia descoberto sobre a identidade de Laura e isso não era bom.
— Eu vou deixar vocês conversarem. — Ele disse, se despedindo, saindo e fechando a porta atrás de si.
— Mãe, senta aqui, por favor, me escuta. — Peço, e ela me atende, mesmo estando com vontade de me acertar algumas chineladas.
— Léo, é verdade o que ele disse, sente algo por ela?
— Sim, sou completamente apaixonado por ela desde a primeira vez que a vi.
❤❤❤
Beijos e até o próximo capítulo...
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