Ops, falei.
Esse capítulo sugere que vocês talvez ao fim vão querer me matar hahaha...
Capítulo 20
Ops, falei.
As pessoas começaram a perguntar como eu estava, mas a verdade é que minha visão não voltava e a sensação era de que eu estava rodando, embora eu soubesse que não estava.
— Mah, sua glicose deve estar baixa. Beba um pouco. — E dito isso senti um copo de vidro tocar os meus lábios. Devia ser Hakim novamente.
Aceitei o copo e beberiquei o que parecia ser um copo de suco bem doce de melancia. O rodopio foi parando, mas a escuridão demorou mais alguns segundos para voltar e eu enxergar tudo novamente.
Hakim, de fato, estava me segurando no colo e havia tido o cuidado de me dar um copo com suco. Havia muitas pessoas ao redor de mim, aparentemente preocupadas com o meu desmaio, mas o que se seguiu foi mais do que imaginei que viria na vida.
— Você está melhor agora, Mah? — Me perguntou Hakim e eu assenti. Percebendo que eu estava melhor, Hakim se virou para o pai e principalmente para Alita e aumentou a voz para falar:
— Ela está assim, porque Alita a fez trabalhar mais do que poderia. Não se preocupou que ela pudesse desidratar e ter uma hipoglicemia. Isso é o que uma mulher que deveria se fazer de mãe para minha esposa deveria fazer? — As pessoas começaram a cochichar e o rosto de Alita ficou vermelho como um tomate.
— Você não me disse que ela poderia estar grávida. O que posso fazer? Ela também não disse. Ela trabalhou o mesmo que eu e as minhas ajudantes trabalhamos. Se ela está mais debilitada para trabalhar, ela deveria falar. — De onde o assunto gravidez tinha saído? Embora eu achasse que era mais uma desculpa que ela inventava para não assumir o óbvio de que ela tinha me colocado para trabalhar até o desmaio mesmo.
— Ela não... — E Hakim começaria a discutir com os pais em um dia que deveria ser de alegria, que costumamos até dar balas para as crianças, tal como o Natal significa para os cristãos. Ver Hakim me defender me fazia ficar muito feliz, mas só ele não percebia que ele estava fazendo um climão se instalar sem necessidade. Poderíamos falar disso em outro momento. Além do mais, eram pais deles. Todos falariam sobre como ele era um filho ingrato e eu uma nora ingrata pelas atitudes que estávamos tendo.
Por isso, acabei interrompendo Hakim e tocando o seu braço para que ele parasse de falar. Não adiantaria discutir. A única coisa que eu poderia pedir naquele momento, aproveitando todo o climão instalado, era pedir para que Hakim me levasse para casa para que eu pudesse dormir e descansar.
— Só vamos... descansar. — E aparentemente Hakim era realmente muito bom em ler minhas fisionomias, pois eu não tinha capacidade direito ainda – voltando lentamente da hipoglicemia – para explicá-lo como discutir não levaria a nada e eu só queria ir para casa e ele pareceu entender no mesmo segundo.
— Vou levá-la para descansar. Com a licença de vocês. — E o cochicho que se seguiu a nossa saída foram coisas como: "ela está grávida mesmo então?" "meu deus, não tem nem dois meses de casamento e já está grávida? Que rápidos" e coisas do tipo. Mas eu não me importava com o que achavam. Se queriam pensar que eu estava grávida, eu não ligava.
O importante era não estar, ainda. Afinal, eu tinha planos para o meu futuro antes disso.
Hakim me depositou no banco de passageiros e logo começou a viagem para nossa casa. Confesso que acabei dormindo parte do caminho de tão cansada que estava e realmente me assustei quando Hakim passou a me tirar do carro.
— Hakim, não. Eu já estou bem. — Mas não adiantou de nada e eu tive que forçar para descer para que ele me deixasse caminhar pela nossa casa.
— Você está bem mesmo? Eu deveria ter insistido mais. Você foi pelo meu pai e acabou que aconteceu isso. Eu não sei porque você fez isso, Mah, você não precisava continuar trabalhando tanto em todos os dias do ramadã. Porque você não me disse que estava sendo pesado? — E Hakim parecia muito aflito enquanto colocava a chave do carro no aparador e a carteira também.
— Porque eu achei que aguentaria. Nada é tão pesado que eu não dê o meu máximo para aguentar. — E para minha surpresa, Hakim se colocou na minha frente impedindo que eu subisse as escadas.
— Mah. Você não tem que aguentar nada. Você só precisa aceitar a Kadi e nada mais. Eu não te falei a nunca se submeter a tortura? Porque você aguentou essa tortura que a minha madrasta fez você passar? — Hakim continuava perguntando, mas a verdade é que eu não queria responder esse tipo de pergunta por completo, com medo do que escaparia da minha boca ao responder isso. Continuei inventando meias verdades.
— É o que todas as noras acabam passando pelo menos uma vez na vida. Não se preocupe Hakim, não se repetirá. Eu estou bem, não estou? E hoje era o último dia, seu pai estava certo, eu não ia jogar todo o trabalho que tive sendo a nora perfeita para eles para colocar tudo isso a perder no último dia. — Hakim balançou a cabeça em negativa.
Ameacei andar de novo e driblar ele para subir a escada, mas Hakim deu um passou para me interpelar na minha fuga e então colocou suas mãos sobre o meu ombro para me manter na posição e continuou falando:
— E para que parecer a nora perfeita para eles, Mah? Eu não me importo com o que eles acham de você, nem de mim. Eu não me importo se precisar parecer o filho terrível apenas para protegê-la. Você não precisa ser a nora perfeita e se submeter a tudo isso para ganhar a aprovação deles. Eu nem ligo para a aprovação deles.
— Mas eu ligo. — E quando vi tinha falado uma das coisas que não queria que Hakim tirasse de mim. Porque eu sabia que ele continuaria insistindo agora.
— E porque você liga? — Tentei mais uma vez driblá-lo para fugir, mas não era como se Hakim fosse alguém disposto a me ajudar. Ele mais uma vez deu um passo me interceptando e se colocando na minha frente.
— Aí, tanto faz! Eu só ligo, é isso. — Hakim negou com a cabeça.
— Não, não, não. Você está mentindo nesse exato momento para mim, Mah. — Meu sangue quase gelou pensando nas outras mentiras que eu havia contado para ele. Engolindo em seco, comecei a me defender aumentando a voz em alguns decibéis:
— Como você pode achar que estou mentindo para você? — Hakim sorriu de lado, aquele mesmo sorriso que ele fazia quando sabia de algo que ninguém sabia.
— Eu não acho, tenho certeza. — E na defensiva perguntei:
— Ah é? Por que? — E ele passou a língua pelos lábios antes de responder:
— A garota que conheci na Nova Zelândia me mostrou nitidamente que ela pouco se importa para a opinião de alguém, ao menos que tenha um motivo. Essa garota que apareceu combinando roxo com laranja e não se importava com o que o seu pretendente acharia dela. Essa mesma garota não ligaria para a opinião de pessoas tão escrotas como meu pai quando defendeu a independência e os direitos iguais. — Era isso. Eu devia ser tão claro quanto água cristalina para Hakim. Ele tinha conseguido me pegar na minha própria mentira.
O que eu deveria fazer numa situação dessas?
— Você se enganou dessa vez. — Dessa vez era o meu orgulho falando. O mesmo orgulho que não queria que Hakim soubesse que ele era adivinha da minha própria pessoa.
— Ah é? Então você se importa com a opinião dos meus pais sem motivo algum? — Meu próprio cérebro parecia perdido no joguinho de Hakim.
— O que você quer ouvir? — Gritei instável. Hakim não aumentou a voz mesmo assim, só falou de maneira enfática:
— Eu só quero ouvir a verdade, Mah. Você não deveria ligar para pessoas idiotas como eles. Porque você liga? Porque se submeteu a tortura que eles te fizeram passar? Por que? Por que?
— Por que eu te amo! — E eu arregalei os olhos na mesma hora que falei sem acreditar no que havia saído da minha boca. Meu senhor Deus. Não era para isso ter acontecido!
***
Eu juro que eu volto rápido com o próximo capítulo se vcs quiserem me matar depois dessa por aqui kkk
Comentem o que vocês acham que vem por aí!! O que acharam dessa declaração inusitada e rápida assim!? Kkk
Realmente, agora Mah que não se cuide para cuidar as coisas para Hakim... Afinal, ele parece realmente enxergar o que ela as vezes parece querer esconder...
Será que ele já percebeu que ela não é a verdadeira Mah? Plantei a sementinha da dúvida na cabeça de vocês e sai correndo... Hahahaha
Bjinhos
Diulia.
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