Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

O Ramadã

Capítulo 18

O Ramadã

Poucas são as pessoas que se fazem realmente querer entender o Ramadã para nós muçulmanos. É um período que durante o dia temos recolhimento, temos oração e temos o jejum. Sim, jejum total.

É difícil quando tentamos explicar, pois outras religiões também tem jejuns e as pessoas tendem a equiparar. Talvez, por isso, insistimos em dizer que quando falamos do jejum, estamos falando de jejum de tudo, inclusive de água. A pessoa que bebe um pouco de água durante o dia já quebrou o jejum e deverá pagá-lo em outro momento após o Ramadã.

A partir do momento que começa a primeira oração do dia até o momento que temos a oração de fechamento ao fim do dia, ficamos em total jejum. Podemos e devemos fazer as coisas que normalmente fazemos durante o dia e à noite reunimos, normalmente, com as nossas famílias para a quebra do jejum.

Normalmente, nesses períodos do ano, costumamos praticamente trocar a noite pelo dia. No reunimos para comer e passamos o período da madrugada assim fazendo e conversando com os amigos e parentes. Não esquecemos de beber um longo gole de água antes da primeira oração do dia, rezamos e, muita das vezes, dormimos.

Assim acabam sendo os praticamente 30 dias de Ramadã. Em Dubai, costuma-se ter férias nesse período, já que acaba sendo desgastante para as crianças que já começam os seus jejuns a fazerem indo para a escola. Além disso, os trabalhos costumam ser mais flexíveis, com horários mais curtos, quando não também entram em recesso como férias coletivas para todos os trabalhadores.

Como os familiares costumam se reunir, todos contribuem com alguns pratos de comida, de forma que, ao fim, tem-se uma mesa com muita fartura de comida para todos. Pelo menos assim não fica pesado para nenhuma família – em especial para nenhuma mulher – cozinhar demais e em excesso em um período em que não se pode experimentar a própria comida, tampouco beber água.

Contudo, era óbvio que minha sogra não facilitaria a minha vida nem de longe. Decidida a receber várias famílias influentes com quem o senhor Mustarf tinha contato, ela pediu que as outras mulheres trouxessem pouquíssimas coisas e supérfluas como suco e tira-gostos enquanto tomava para si – ou melhor, para mim – a feitura de todos os outros pratos incrivelmente difíceis de preparar, ainda mais sozinha.

Ela até permitiu que suas empregadas me ajudassem, mas o trabalho era, com certeza, para, pelo menos, umas 7 mulheres e não 3 como éramos agora. Perdi a conta de quantos pratos tive que cozinhar e olha que eu nem era tão boa assim em cozinha.

Felizmente, as outras mulheres eram boas e me ajudavam, mas eu precisava fazer tudo aquilo que podia ajudá-las a resolver meu dilema de não saber cozinhar muito. Cortava cebolas, batatas, cenouras. Lavava panelas, talheres, pratos, copos. Misturava ingredientes e corria de um lado para o outro da cozinha para dá-las alguma coisa que elas pediam.

Chamar de desgastante era pouco, de verdade.

Hakim tinha o horário mais flexível de trabalho, mas mesmo com a intenção de chegar mais cedo para me ajudar e me trazer as sacolas de roupas que eu pedira para trazer para depois me arrumar por aqui, ele não conseguia nem chegar perto da cozinha por chatice do seu pai que o prendia todo santo dia ali. Era tão insuportável que eu só conseguia pensar em como ele podia ter aguentado até então.

Kadi tentou me ajudar algumas vezes e a mãe dela acabou aceitando achando que assim Kadi poderia tornar-se mais prendada, o que diminuiu um pouco do trabalho que vínhamos tendo enquanto a senhora Alita ficava de pernas para o ar, reclamando do calor e assistindo TV.

Quando estava faltando 45 minutos para a oração de quebra do jejum, Alita permitiu que eu usasse o banheiro de hóspedes no andar superior para tomar um banho e me arrumar para a ceia. Foi só nesse momento que encontrei com Hakim.

— O plano de fugir nos próximos dias ainda está de pé. — E para minha surpresa, Hakim tirou um pacotinho de lenços que mantinha no bolso e pegou um deles para enxugar a minha testa. Não consegui reagir e dar um passo para trás, só ficando chocada mesmo com sua atitude gentil não esperada.

— Não se preocupe, Mah. O lenço não está amaldiçoado, nem com veneno. É inofensivo, apenas um enxugador de suor instantâneo. — Acabei sorrindo de lado.

— Não sei se devo me sentir lisonjeada pela sua atitude ou me sentir ofendida por ter dito que estou suando tanto que preciso de um lenço. — Hakim sorriu de lado também, fazendo com que apenas uma covinha se evidenciasse.

— Se serve de consolo, eu não ligo para seu suor. — E dito isso Hakim sorriu abertamente. Contudo, antes que ele continuasse falando, o pai dele chamou ele novamente e eu aproveitei a deixa para ir me arrumar.

Coloquei um hijab vinho para combinar com o vestido vinho que ia até altura dos joelhos que estava usando. Coloquei uma meia calça de fio grosso por baixo para esconder o resto de pele exposta e agradeci por estar de hijab, pois havia secado o cabelo de qualquer jeito de tão cansada que estava.

Quando desci encontrei já um casal que tinha vindo para fazer a oração da quebra de jejum conosco. Os outros chegariam somente após a oração. Nos ajeitamos para a oração que faríamos e assim fizemos antes de desjejuar.

Recebemos as pessoas que cada vez mais chegavam e se eu achava que o meu trabalho havia acabado, eu estava extremamente enganada. Ele havia apenas começado. Ainda havia o fato desgastante de ter que servir as pessoas sempre que minha sogra pedia, igual daquela vez:

— Mah, querida, sirva um pratinho de comida para a minha amiga Prya querida. — Fiz o meu melhor sorriso amarelo e assenti, assim indo fazer.

Hakim várias vezes me ajudava, principalmente quando Alita pedia para que eu servisse mais de um prato de refeição, mas isso era quando o pai dele não parecia um abutre ao redor dele, querendo que ele conhecesse outras pessoas e coisas mais assim.

— Venha cá, Mah. — Disse minha sogra e eu concordei seguindo até onde ela estava.

Alita estava comendo na companhia de algumas mulheres e elas riam e fofocavam sobre a vida alheia, o que era horrível na minha opinião. Aquelas pessoas nem estavam ali para se defenderem.

— Elas estavam me perguntando se eu preferia que você me desse um neto ou uma neta e eu disse que um neto era melhor para continuar o legado da família, mas que uma neta... Ah, meninas são um amor que chega na família e une ainda mais o casal, igual minha Kadi uniu eu e Mustarf. E você Mah? O que prefere ter primeiro? — Ela piscou sorrindo daquela maneira falsa que somente ela sabia sorrir e eu respondi para a surpresa dela:

— Um cachorro. Depois podemos pensar em um bebê. — E as duas mulheres começaram a rir, mas Alita não enxergou da mesma forma que as outras mulheres, mais parecendo que tinha sido humilhada pela forma como foi ficando vermelha.

— Ora, mas... — E antes que ela pudesse me xingar, me afastei alegando que veria como estava meu marido.

Hakim soltava algumas ironias enquanto estava com os homens presentes. Ele não parecia nada a fim de estar com seu pai que ficava bajulando como Hakim era inteligente, tinha feito duas faculdades e estava agora trabalhando com o governo em um projeto.

— Eu peço licença. — E para minha surpresa, Hakim pegou na minha mão e começou a me puxar para longe de todos até o quintal da família.

Fiquei sem entender e só aceitei ser puxada até um canto mais reservado próximo da lateral da casa. Hakim soltou um respirar de cansado assim que estávamos ali.

— Eu não aguento mais eles. Ainda bem que você apareceu. Preciso de um pouco de ar. — Assenti.

— O mesmo vale para sua madrasta. Ela é uma chata. — E para minha surpresa, Hakim esboçou baixinho:

— Nessas horas, acabo sentindo falta da minha mãe. — Ele nunca tinha tocado nesse assunto e eu achava que era muito indelicado da minha parte falar de algo que ele não parecia muito disposto a falar sobre. Por isso, acabei só falando com muito cuidado:

— Os ramadãs com ela eram muito diferentes? — Hakim olhou para baixo e colocou as mãos no bolso da calça social que usava enquanto parecia pensativo.

Não ousei interromper.

— Quando voltarmos para casa... Eu falo mais sobre ela. Aqui... Aqui não parece o lugar certo. — E sua voz parecia carregada de tanta dor que eu só consegui apertar um lábio sobre o outro e assentir.

— Se quiser podemos ficar aqui por mais alguns minutos longe de todos. Eu não importo mesmo. — Hakim riu.

— Você deve estar cansada. Vamos voltar e comer mais um pouco e em vinte minutos partimos. Você precisa descansar depois de Alita fazê-la de escrava. — Dei de ombros.

— Eu estou bem com isso, de verdade. Não é como se eu fosse uma menina frágil que não pode aguentar um pouco de tortura. — Pisquei, mas para minha surpresa Hakim fechou o rosto e ficou sério ao ponto de parecer até um pouco aborrecido comigo.

— Nunca na sua vida aceite ou se submeta a uma tortura. Nunca diga que pode aguentar um pouco disso, porque ninguém pode. Você está me ouvindo, Mah? Você entende o que eu digo? Nunca. — Assustada com a forma como ele falava isso e sentindo que havia alguma coisa naquela história, eu apenas concordei com a cabeça e pensei que talvez haveria algum momento certo que eu poderia tocar nesse assunto novamente e perguntá-lo acerca da seriedade desse assunto para ele.

Mas o instante que estávamos ainda não era o momento ideal para isso. Por isso, acompanhei Hakim de volta para a festa e, como ele dissera, vinte minutos depois estávamos nos encaminhando para fora daquela corja de leões famintos.

Quando chegamos em casa, Hakim esperou que eu me ajeitasse para dormir e ele assim também o fizesse antes de me chamar para falar um pouco a respeito da mãe dele. Aguardei por seu chamado e sentamos na beirada da cama dele enquanto ele parecia arrumar coragem para falar algo que nunca eu imaginaria que poderia ouvir.

— Eu sinto muito falta dela. Tanta falta que dói a sua ausência. E, ao mesmo tempo, me sinto culpado por tudo o que ela enfrentou por mim. Afinal, você já deve ter visto como meu pai é um idiota. Não é de se esperar que minha mãe tenha caído numa depressão profunda... — E Hakim parou de falar deixando as palavras se perderem no ar.

Não ousei interrompê-lo, tampouco forçá-lo a continuar me contando algo que parecia ser tão íntimo, tão sagrado e delicado para ele. Se ele sentisse confiança e se um dia ele quisesse, ele se sentiria a vontade para dividir essas informações comigo.

Além do mais, eu, a pessoa mais errante que ele poderia encontrar, que ainda não havia criado coragem de confiar nele e contar meus segredos mais vis, não tinha nenhuma moral para pedir para que ele me contasse o que quer que fosse. Ele poderia contar quando quisesse.

— Os ramadãs de casa sempre tinham cheiro de lavanda e tangerina. — Continuou Hakim mudando um pouco o assunto, mas continuando a falar a respeito de sua mãe. — A lavanda da limpeza de casa e a tangerina porque sempre havia alguma meia dúzia na mesa. — Hakim sorriu diante das lembranças que pareciam reluzir diante de seus olhos.

— Imagino que fosse alegre. — Hakim sorriu.

— É claro. Mamãe conseguia fazer qualquer coisa ficar alegre mesmo que fossem só nós três. — E Hakim apertou um lábio sobre o outro parecendo segurar a vontade de chorar. — Ela me pegava pelas mãos e me rodopiava pela sala ao som de uma música qualquer. Eram momento de alegria. — E eu acabei sorrindo da mesma forma que Hakim sorria sem conseguir segurar como meus olhos também queriam encher-se de lágrimas.

Eu não fazia ideia direito do que havia acontecido com a mãe dele, mas as lembranças dele de alguém que havia saído para sempre da sua vida me fizeram invariavelmente pensar se Malika também sairia assim da minha vida para sempre e eu teria que me contentar igual Hakim com as lembranças felizes que havíamos cultivado no passado...

— Eram momentos maravilhosos... O ramadã deveria ser menos para fazer futuros contatos de negócios e mais para a alegria genuína de se reunir em família. — Concordei com Hakim e ele continuou: — Todo ramadã eu sinto falta dela, mas sei que agora ela está melhor.

— Com certeza ela tem orgulho do que você se tornou Hakim. — Ele voltou os olhos cheios de lágrimas não derrubadas para mim.

— Será mesmo? Porque eu estou tentando escapar das garras de papai e trazer Kadi para mais perto de nós, mas as vezes eu sinto que sou cada vez mais capturado por esse homem odioso... — E eu nunca tinha visto Hakim se referir assim ao pai, embora soubesse de seu desagrado em relação a ele.

— As vezes, antes da gente desfazer um nó, parece que fazemos um nó ainda pior que mais parece que estamos colocando tudo a perder, mas é só ilusão. No fim, desfaz-se o nó e pode-se então começar um novo trabalho com a linha. As vezes... Você só está enxergando o nó antes do derradeiro desenlace... — Tentei animar Hakim, o que acabou parecendo dar certo, fazendo-o sorrir singelamente para mim.

— Eu espero... Mas obrigado Mah. Suas palavras me fizeram ter mais esperança.

— É isso que sua mãe espera de você. — Disse e pisquei antes de me levantar para partir para o meu quarto para dormir.

— Não perca as esperanças também, Mah. Acharemos a sua irmã. — E eu que não estava esperando esse tipo de comentário de Hakim, só consegui arregalar os olhos antes de conseguir concordar e assentir com um pouco de esperança também renovada.

— Ela voltará. — Murmurei, o que fez Hakim concordar.

Eu pediria em todo o Ramadã para que Malika voltasse para nós ou ao menos desse notícias. Sua família toda estava esperando ansiosamente por ela.

***

Oi oi gente!! Tudo bem com vocês??

Atrasei um dia, mas vou ser sincera. Fiquei entretida com um trabalho e depois mais ainda com as apurações dos votos. Por isso que acabei demorando para postar aqui...

Mas antes tarde do que nunca, não é mesmo??

Aqui já temos o começo de divisão de histórias íntimas... E sempre que começamos essa parte, é um pulo para que as coisas fiquem ainda mais sérias do que já estão rsrs...

Aproveitem que a qualquer momento posso soltar o momento tão aguardado em algum capítulo por aí hahaha

Nos vemos no sábado que vem!!

Se está gostando, não esqueça de incentivar que a história chegue a outras pessoas. Deixe uma estrelinha!!

Bjinhos
Diulia.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro