73-Mau exemplo(?)
Yoon-Suk estava ansioso. Após passar a tarde brincando com o tio, acabou cochilando. Ao despertar e perceber que seu pai já estava em casa, foi rapidamente levado para o banho, algo que ele fez emburrado, mas sem protestar muito. Jungkook insistia que o banho era essencial para espantar qualquer vestígio de preguiça. Mesmo reclamando baixinho, o pequeno grande alfa cedeu à ordem, especialmente ao ouvir a promessa de que jantariam seu prato favorito enquanto assistiam a um filme com o tio Yoongi.
A noite prometia ser de pura diversão. As sessões de filme e comida com eles sempre terminavam em uma guerra de almofadas e em um acampamento improvisado no meio da sala. O pensamento animou o garoto, que saiu do banho praticamente correndo. Vestiu-se apressadamente, deixando de lado os chinelos e sem sequer secar o cabelo. Quando ouviu o grito vindo da sala, disparou como uma flecha:
— A pizza chegou!
O garoto mal conseguiu parar em pé ao correr para a sala, os cabelos ainda molhados pingando no chão deixando seus pequenos pés escorregadios quase o derrubando no piso. Ele parou abruptamente ao ver as caixas de pizza sendo abertas sobre a mesinha de centro no meio da sala, seus olhos brilhando como se luzes de Natal. O aroma conhecido invadindo suas narinas fazendo o seu estômago roncar e a sua boca salivar.
— De estrogonofe de carne? — Ele perguntou, com a boca quase salivando enquanto alternava o olhar entre o tio e a pizza. — Por favor, diz que sim, tio.
— Claro que sim, pestinha — Yoongi respondeu com um sorriso travesso passando a mão pelos fios pretos do sobrinho — Mas só se você prometer comer direitinho e não começar outra guerra de ketchup, entendeu?
Jungkook, que passava pela sala a caminho da cozinha, se viu obrigado a esboçar seu sentimento em meio a um riso baixinho: — Você está falando isso, Guinho? Justo você, que começou a última guerra?
— Ei, do que está falando, coelho terrorista? — Yoongi ergueu as sobrancelhas, cruzando os braços no peito, fingindo indignação enquanto seguia o cunhado pela cozinha. Seu tom carregava uma provocação evidente, acompanhado de um sorriso de canto que denunciava sua diversão. Pegando as duas latas do refrigerante favorito do sobrinho que havia deixado separado sobre a pia se movendo em direção a ilha enquanto ainda falava: — Eu não sou a única ovelha negra da família aqui.
— Você é um mau exemplo a seguir. Sempre foi, admita. — Jungkook lançou-lhe um olhar de soslaio, um sorriso travesso brincando em seus lábios enquanto se afastava alguns passos.
O rosado caminhou pela cozinha em um ritmo tranquilo e despretensioso, a risada baixa escapando de sua garganta ao notar a expressão indignada do mais velho. Contornar a ilha central foi natural, quase instintivo, seus movimentos fluindo com a leveza de alguém acostumado ao ambiente. Com passos seguros, dirigiu-se ao armário, puxando a porta sem pressa antes de pegar um copo de vidro.
O cômodo estava iluminado apenas pelas luzes amareladas sob os armários suspensos, criando um ambiente aconchegante e familiar. Ao lado, a geladeira emitiu um leve estalo quando ele abriu a porta, o ar frio contrastando levemente contra sua pele aquecida. Com um gesto automático, o ômega pegou o jarro de vidro transparente e serviu-se de água gelada.
Fechando a geladeira com um leve empurrão do quadril, ele caminhou de volta até o balcão, onde repousou o copo antes de apoiar as mãos sobre a pedra fria de mármore. Seus dedos longos e magros deslizaram levemente pela superfície lisa enquanto ele inclinava a cabeça para o amigo, que ainda o observava com um olhar esperto.
— Vai me dizer que estou errado?
Yoongi, que agora segurava uma das latas de Coca-Cola, sorriu de canto, aquele sorriso desdenhoso que fazia Jungkook revirar os olhos. Ele se aproximou lentamente, parando do outro lado do balcão, de frente para o cunhado esboçou todo seu sarcasmo.
— Aham — murmurou com falsa inocência, abrindo uma das latas com um "clique" sonoro antes de levar a bebida aos lábios. O mais novo franziu o cenho, desconfiado da entonação carregada de malícia na voz do Min. — Espera só o pirralho lá na sala crescer... — Inclinou-se levemente sobre o balcão, sua voz arrastada e provocativa. — Eu vou contar tudinho o que o papai dele aprontou no colegial.
O efeito foi imediato. O rosado paralisou por um segundo, apertando levemente o copo de água entre os dedos antes de encarar o cunhado com olhos semicerrados.
— Você não ousaria, Yoongi.
— E por que não? — Inclinou-se ligeiramente sobre o balcão, apoiando um cotovelo na superfície fria de mármore. — Vai ser divertido.
Jungkook abriu a boca para rebater, mas se deteve ao notar a expressão divertida do mais velho. Bufando e revirando os olhos, levou o copo à boca e tomou um gole demorado, tentando esconder o pequeno sorriso que teimava em surgir. Mas ele sabia que, com Yoongi, não havia escapatória. O frescor ajudou a aliviar o calor que subitamente se instalou nele—mas não era apenas pelo medo do que o amigo poderia revelar a Yoon-Suk. Na verdade, sua mente já estava vagando por um caminho completamente diferente naquele mesmo instante.
Yoon-Suk ficou na ponta dos pés e espiou por cima da cabeceira do sofá o outro cômodo onde os adultos estavam entretidos em uma conversa acalorada sem perceber sua movimentação sorrateira. Seu coraçãozinho acelerou com a empolgação do pequeno delito que estava prestes a cometer. Em movimentos leves, quase flutuando, ele se aproximou da mesa de centro, onde a caixa de pizza repousava aberta, exalando um aroma irresistível de queijo derretido e massa recém-saída do forno. O pequeno alfa lambeu os lábios, hesitou por um instante—como se considerasse as consequências—mas a tentação venceu. Com dedos ágeis, pegou a primeira fatia, sentindo o calor da pizza contra as pontas dos dedos.
Apressou-se a se sentar no tapete, dobrando as perninhas debaixo do corpo, os olhos atentos para garantir que não fosse pego. Então, levou a fatia à boca e deu uma mordida generosa. O sabor se espalhou por sua língua, e imediatamente, uma expressão de pura satisfação tomou conta de seu rostinho. As bochechas inflaram, tingindo-se de um tom rosado, enquanto mastigava com prazer. Os olhinhos se semicerraram, e um suspiro baixinho escapou, denunciando o quanto aquele momento era especial. Ele mastigou devagar, aproveitando cada pedacinho, os pezinhos balançando no ritmo de sua felicidade secreta e um movimento instintivo agarrou o controle da televisão ligando no seu canal favorito de desenhos animados aumentando o volume.
O breve silêncio na cozinha se rompeu pelo som ritmado do gelo tilintando contra o vidro enquanto Jungkook inclinava o copo para beber todo líquido refrescante que deslizava por sua garganta, trazendo um breve alívio ao calor persistente que de repente parecia emanar de dentro para fora. Ele respirou fundo, logo após tomar tudo e repousar o copo no balcão, os lábios rosados se curvando em um sorriso discreto, quase involuntário.
A lembrança da noite passada invadiu seus pensamentos sem permissão, e ele sentiu o próprio rosto esquentar como uma corrente elétrica que passava por todo seu corpo arrepiando cada pedacinho da sua pele. O modo como Jimin o segurou, a forma possessiva como o arrastou para a cama, o calor da pele dele contra a sua, cada toque, cada sussurro rouco prometendo coisas que, naquele momento, pareciam exagero… mas que agora, ali, parado na cozinha, provavam-se assustadoramente verdadeiras.
"Vou te foder de um jeito que você jamais vai esquecer, que quando estiver fazendo algo simples como beber água vai se lembrar desse momento."
E ali estava ele, bebendo água e lembrando.
Automaticamente, seus dedos deslizaram pelo pescoço, sobre a marca que o alfa havia deixado, e um arrepio percorreu sua espinha, e ele precisou morder o lábio para conter o riso que ameaçava escapar. Ele baixou o olhar, tentando disfarçar a onda de calor que subia por seu corpo. Tais lembranças não poderiam surgir em um momento mais oportuno?
Mas é claro que como um bom observador Yoongi notou.
— Tá rindo de quê, hein, coelho?
O tom desconfiado do mais velho fez o ômega engasgar levemente com a própria saliva, levando a mão à boca para conter o acesso de tosse repentina. Ele piscou, seus olhos encontrando os do cunhado, que o observava com uma sobrancelha arqueada. Jungkook limpou a garganta, tentando parecer despreocupado, mas o leve rubor que subiu por seu rosto o denunciava.
— N-Nada… só lembrei de uma coisa… — tentou despistar, mas sua voz soou ligeiramente estrangulada.
Yoongi estreitou os olhos, analisando cada detalhe de sua expressão. Então, como se um estalo ocorresse, sua atenção pousou no pescoço do cunhado. O canto de seus lábios se curvou em um sorriso astuto.
— Ah… entendi. — Inclinou-se um pouco mais sobre o balcão, ampliando o seu olhar afiado e astuto, enquanto apontava sutilmente para a pele rosada no pescoço do rosado. O tom divertido em sua voz já indicava que ele havia juntado as peças. — Eu deveria ter adivinhado. Faz sentido o seu estado de espírito hoje. Me diz, foi tão inesquecível assim?
Jungkook se engasgou levemente com a própria saliva novamente, tossindo algumas vezes antes de lançar um olhar espantado para o amigo. Seu rosto estava vermelho e a sua voz saiu baixa e dificultosa na tentativa falha de disfarçar o seu desconcerto.
— E-Eu não sei do que você tá falando.
O Min sorriu de canto, inclinando-se um pouco mais sobre o balcão. Estava estampado na “cara” de Jeon e no seu pescoço também, que estava mentindo. Muito mal, mas estava.
— Ah, para, Jungkook. Eu te conheço. Você tá aí, todo derretido, com essa cara de quem foi fodido e bem fodido… Me diz, ele é bom? O pau dele é grande?
— Meu Deus, Yoongi! — Ele exclamou arregalando os olhos e sentindo o rosto pegar fogo em misto de vergonha e adrenalina que fez seu coração saltar dentro do peito de um jeito inesperado. — Que absurdo você me perguntar uma coisa dessas!
— Ah, vai bancar o santo agora? Comigo não rola, desembucha. Conta tudo, vai!
Jungkook suspirou, passando a mão pelos cabelos, se pudesse se enfiar em um buraco debaixo da terra seria ótimo. Qualquer coisa parecia melhor do que um interrogatório do sexo onde Min Yoongi é o juiz. Ele hesitou muito antes de admitir mas como não tinha para onde correr então admitiu.
— Tá… foi incrível. Daquelas noites que… que a gente sabe que não vai esquecer. — Ele desviou o olhar deixando um suspiro profundo escapar e inevitavelmente sentiu arrepios passar por todo seu corpo ao lembrar-se das mãos firmes de Jimin, dos toques intensos, da maneira como ele o dominava completamente enquanto embalava dizeres carregados de luxúria. Jungkook estava sem ar novamente. — Ah, droga… aquele piercing no pau dele me leva à loucura.
O barulho da latinha de refrigerante caindo no balcão ecoou pelo ambiente quando Yoongi quase caiu para trás, apoiando-se no mármore para não ir direto ao chão.
— O QUÊ?! — Ele praticamente berrou, arregalando os olhos. — Piercing? O doutor Park? Aquele mesmo doutor Park que eu conheci?
O rapaz assentiu lentamente, já arrependido de ter falado demais.
— Só acredito vendo. Mostra a foto aí.
— Eu não acredito que você tá pedindo pra ver uma foto do pau do meu namorado! — Ele exclamou, incrédulo piscando atordoado. — Yoongi, você tem dois machos!
— E daí? Nenhum deles tem um piercing, e o Hoseok tá na minha lista negra! — Deu de ombros, pegando o celular no bolso. — Então… mostra aí. Posso te mostrar o do Hoseok, só preciso achar a foto no meu celular.
O rosado fez uma careta de puro nojo, erguendo as mãos como se quisesse afastar a ideia.
— Pelo amor de Deus, Yoongi! Ele é meu irmão!
— Então do Taehyung, que tal? É bonito, você vai gostar.
— Eca! Por que diabos eu ia querer ver o pinto do Taehyung?
— Então só me mostra do Jimin que eu quero ver. Sempre compartilhamos tudo um com o outro. Na época do Junwoo você não tinha essas frescuras.
A menção ao ex fez o ômega ficar em silêncio por um momento. Seus olhos se perderam no copo de água sobre o balcão, e seu peito subiu e desceu devagar, como se estivesse absorvendo algo que não queria admitir. Havia um contraste óbvio entre seu passado e o seu presente.
— Às vezes eu penso na época que estava com o Junwoo — ele confessou, sua voz mais baixa, mais sincera. — E percebo que ele não me fez sentir nem um terço do que o Jimin me faz sentir. Tudo com ele é intenso. Ele me toca de um jeito que ninguém jamais tocou. Ele me faz sentir vivo, protegido, desejado… mas, principalmente… amado.
Yoongi ficou em silêncio por um instante, observando Jungkook com mais seriedade do que antes. Então, sem dizer nada, ele colocou a latinha de refrigerante sobre a mesa e cruzou os braços.
— E você tá esperando o quê pra casar com esse homem? Se você não casar, eu caso.
Jungkook riu, balançando a cabeça.
— Sossega o rabo.
— Não, sério. — O mais velho se inclinou um pouco, olhando-o nos olhos. — Ele te pediu pra ir morar com ele, não pediu?
O Kim hesitou por um segundo antes de assentir.
— Sim. O Suk ficou animado, mas… confesso que estou com medo de estar me precipitando.
— Ah, fala sério, Kookie. — Yoongi teve que revirar os olhos ao ouvir aquilo. — Eu te conheço bem, e ser precipitado faz parte da sua personalidade.
O tom brincalhão fez Jungkook sorrir de leve, mas Yoongi logo continuou, agora mais sério.
— A sua baixa autoestima tá te sabotando. Você tá deixando essa insegurança colocar na sua cabeça que não merece alguém que te ame de verdade. Mas nós dois sabemos que você merece. Mais do que ninguém, você merece ser feliz Kookie.
Jungkook abaixou o olhar, mordendo o lábio, sentindo o peso das palavras do cunhado. No fundo, ele sabia que Yoongi estava certo. Seu relacionamento conturbado com Junwoo deixou cicatrizes profundas, traumas que se entranharam em sua alma como raízes difíceis de arrancar. Ele buscou ajuda, frequentou psicólogos, fez terapia, mas a parte mais difícil — a de se curar — ficou inteiramente em suas mãos. Nenhum profissional podia apagar as marcas da decepção e do abandono. Nenhuma sessão conseguia acalmar o medo irracional de que, se se entregasse novamente, acabaria sozinho mais uma vez.
A paternidade o forçou a crescer. O fez amadurecer, encarar desafios que jamais imaginou ser capaz de superar. Mas, ao mesmo tempo, o enfiou em uma bolha onde só existiam ele e seu filhote. Ele se convencia de que não precisava de um alfa. Que se virava bem sozinho. Tinha a ajuda dos pais, do irmão e do melhor amigo, e isso deveria bastar.
Mas agora, olhando para dentro de si, o ômega percebia que cada argumento que usava para justificar sua relutância era frágil. Soava cômico, até irônico, porque, desde o momento em que colocou os olhos em Park Jimin, ele se entregou. Desde aquela primeira troca de olhares intensa, ele já pertencia àquele homem.
E, no entanto, na época, Jimin tinha uma aliança dourada no dedo anelar — um lembrete cruel de que Jungkook não deveria criar esperanças. Ele repetia isso constantemente. Park Jimin era gentil, atencioso, amava conversar com Yoon-Suk, eles tinham uma conexão incrível e ele demonstrava preocupação sincera com o ômega, mas, no fim, ele só estava fazendo seu trabalho como médico e no fim de cada plantão voltaria para sua então esposa.
Pelo menos, era isso que Jungkook tentava acreditar. Sua loba, por outro lado, nunca caiu nessa mentira. Desde o início, ela soube que, cedo ou tarde, eles acabariam juntos. E, por mais que Jungkook resistisse, por mais que tentasse negar, ele não conseguiu evitar. Eles se envolveram. Se apaixonaram. De uma forma tão intensa e avassaladora que nem mesmo o tempo, os traumas ou os medos conseguiram conter.
Estava acontecendo rápido demais?
Talvez. Mas era real.
O amor deles é real.
E Jimin… Jimin não apenas o amava. Amava também o seu filhote e assumiu a paternidade e a responsabilidade sobre ele sem hesitação. Esse simples gesto além de bonito e genuíno diz tudo sobre quem ele é. Sobre o tipo de alfa por quem Jeon se apaixonou. Não havia motivos para duvidar do amor do Park.
— Obrigado pelo conselho, Yoon. — Ele sorriu, sincero, os olhos brilhando com gratidão. — Você é incrível e merece ser feliz também. Então, por favor, faça as pazes com meu irmão logo. Ele te ama muito e deve sentir sua falta.
Yoongi bufou, revirando os olhos dramaticamente antes de levar a latinha de refrigerante aos lábios, dando um gole demorado como se quisesse ignorar a conversa.
— Nem vem! — Respondeu, gesticulando com a mão livre. — A barra do Hoseok tá muito suja pra você limpar. Ele anda muito ocupado cuidando da Sana.
— Mas ele sente sua falta. — Insistiu, observando o mais velho por cima do copo de água. — Ele é louco por você. Até aceitou esse negócio aí que você tem com aquele elfo barra, duende barra, vadia oferecida do Taehyung.
O esverdeado estreitou os olhos, inclinando ligeiramente a cabeça como se ponderasse as palavras do cunhado. Depois, soltou uma risada nasal.
— E eu sinto falta da época em que ele não me irritava tanto e não me deixava de lado para atender os caprichos de uma vagabunda ruiva. — Rebateu, mas seu tom já não carregava a mesma firmeza de antes, e é claro que o amigo percebeu. — Ele escolheu estender essa bendita turnê e ficar com ela, quero mais é que ele se foda.
O silêncio que se seguiu foi curto, pois, antes que pudesse dizer qualquer coisa, Yoongi mudou de assunto abruptamente. Seu olhar brilhou com diversão maliciosa ao inclinar-se ligeiramente para o lado, o sorriso travesso tomando conta de seu rosto.
— E, já que você se recusou a me mostrar uma foto do pau do Jimin, vou roubar seu celular e pedir pra ele.
— O quê?! — O rapaz quase engasgou com a água, tossindo enquanto arregalava os olhos.
— Isso mesmo. Se você não me mostra, eu resolvo isso do meu jeito.
— Yoongi, não faz isso… Yoon, por favor…
Mas era tarde demais. Antes que o rosado pudesse reagir, Yoongi já havia disparado na direção do celular esquecido sobre a bancada. O ômega arregalou os olhos e se jogou para frente, tentando interceptá-lo, mas o outro rapaz foi mais rápido.
— Yoongi! — Gritou, esticando o braço para agarrar o cunhado, mas o desgraçado desviou com a agilidade de um gato, rindo feito um condenado.
— Amor, estou com saudades… — Ele começou a ditar enquanto deslizava os dedos pelo celular de Jungkook. — O que acha da gente trocar uns nudes só para descontrair, sei lá… estava pensando no seu…
— EU TE MATO, YOONGI! DEVOLVE MEU CELULAR AGORA!
A cozinha explodiu em gritos e risadas enquanto Jungkook se jogava sobre o balcão na tentativa desesperada de recuperar o aparelho, e Yoon-Suk, sentado no sofá, virou olhando para trás observando os adultos com a boca cheia de pizza e os olhos brilhando de pura diversão.
O cômodo rapidamente se transformou em um campo de guerra, com risos altos e gritos brincalhões ecoando conforme Jungkook tentava desesperadamente recuperar o celular. Os dois corriam ao redor da ilha, até Yoongi se cansar e resolver ir até a sala pulando por cima do sofá derrubando almofadas no chão e quase esbarrando na mesinha de centro.
— Aí aí… se o tio Seok estivesse aqui ia colocar vocês dois de castigo — o garotinho comentou observando o caos ao redor balançando a cabeça mas ainda sim, seguiu comendo mais uma fatia pizza tranquilamente.
[•••]
Ela vestia um vestido tubinho preto, fechado na parte da frente, mas com um decote em V provocante nas costas. Seu corpo era magro, mas curvilíneo. A maquiagem era leve, embora os lábios estivessem pintados de vermelho, exalando sensualidade. O cabelo, longo e preto, estava preso em um rabo de cavalo, e os sapatos de salto agulha scarpin vermelho verniz a deixavam elegante e sexy. Seu olhar, com olhos escuros e carregados de mistério, atraiu o olhar do alfa desde o momento em que ela pisou no bar do luxuoso Hotel Empire Golden Internacional.
Sentada em frente ao balcão, com as pernas cruzadas e a postura reta de uma dama, ela levava a taça de Martini aos lábios, enquanto trocava olhares luxuriosos com ele. Junwoo, há poucos passos de distância, bebia seu uísque sem desviar os olhos dela. A tensão entre eles era evidente, e o flerte através da troca de olhares se tornava cada vez mais intenso. Quando ele estava prestes a se levantar e ir até ela, a moça se levantou, pegando o palito com a azeitona de dentro da taça e levando-o à boca, saboreando-o com um sorriso provocante. O alfa sorriu, encantado com a atitude dela.
Ela pegou a bolsa sobre o balcão e piscou para ele, saindo do local e remexendo os quadris, enquanto o olhar dele ainda queimava sobre si. Sabendo que o alfa a seguiria como um cão fiel ao seu dono, ela não teve pressa em seguir o seu caminho até o elevador, posicionou a bolsa em baixo do braço esquerdo e apertou o botão dourado esperando a caixa metálica abrir para entrar.
Junwoo lançou algumas notas sobre o balcão, nem ao menos esperando pelo troco, enquanto a adrenalina percorria suas veias. Seus olhos não desgrudaram da mulher que havia capturado sua atenção de forma quase hipnótica. Ele saiu apressado, o som dos sapatos ecoando pelo chão do bar enquanto tentava alcançá-la.
Ela caminhou entrando no elevador com um porte elegante, os cabelos balançando suavemente a cada passo, moveu-se devagar para pressionar o botão do andar, os movimentos calculados, como se tivesse plena consciência de que estava sendo observada. O alfa apressou o passo, quase tropeçando na própria ansiedade, e chegou bem a tempo de vê-la segurar a porta para ele. O gesto parecia um convite silencioso, e ele não perdeu tempo. Assim que entrou, o som metálico da porta se fechando encheu o espaço, prendendo-os juntos naquele ambiente apertado.
A proximidade fez seu coração acelerar ainda mais, o perfume suave e doce dela envolvia o ar, provocando uma mistura de desejo e inquietação dentro dele. O elevador parou com um leve tranco, e ela saiu primeiro, sem dizer nada, mas com passos que pareciam guiá-lo. Junwoo hesitou por um instante, mas o olhar que ela lançou por sobre o ombro foi um convite impossível de recusar. Ele a seguiu pelo corredor acarpetado, o tom vermelho fazia um belo contraste com as paredes pálidas e os quadros de obras abstratas que enfeitavam o som abafado de seus passos contrastando com a tensão crescente no ar.
Quando pararam diante de uma porta, ela tirou a chave-cartão da bolsa, deslizando-a na fechadura com um clique suave. A porta se abriu, revelando um quarto elegante, iluminado por luzes suaves que refletiam em um balde de prata no canto, onde uma garrafa de champanhe descansava sobre gelo.
— Entre, a noite está apenas começando — disse ela, com um tom sugestivo mantendo a porta aberta esperando o alfa entrar.
Ele apenas sorriu, um sorriso miúdo e insinuante, e em poucos passos já estava dentro do quarto onde a atmosfera de elegância, sofisticação mesclada a dominância da presença da beta o envolveu. O espaço amplo e bem iluminado revela-se diante de seus olhos, com um design contemporâneo que mescla harmoniosamente elementos clássicos e modernos.
A área de dormir é dominada por uma cama king-size imponente, coberta por lençóis de algodão de alta contagem de fios. Almofadas decorativas em tons suaves complementam a roupa de cama luxuosa, convidando ao relaxamento. O piso branco ímpio por um carpete um tom neutro que combina perfeitamente com as paredes em um suave tom de creme. Cortinas pesadas de seda em um tom profundo de azul marinho pendem do teto ao chão, prontas para bloquear a luz externa quando desejado mas no momento se encontravam entre abertas revelando um pedaço do céu escuro e sem estrelas do lado de fora.
Um lounge elegante ocupa um canto do quarto, com poltronas de couro italiano e uma chaise longue posicionadas estrategicamente para aproveitar a vista panorâmica da cidade de Seul com seus prédios grandiosos espelhados e iluminados através das janelas do piso ao teto. Ela fechou a porta e se moveu lentamente e os olhos do alfa rapidamente se prenderam a ela, direcionando seus passos até a mesa de centro em mármore que completa o espaço que antes ocupava a atenção dele pegando o champanhe reservado no balde de gelo, um sorriso se formou em seus lábios enquanto ele retirava a rolha com um estalo.
— Acho que não precisamos de copos, certo? — Ela deu um passo à frente com um movimento lento e elegante, o vestido preto justo abraçava suas curvas perfeitamente levando o alfa suspirar. Com um sorriso provocante, ela falou se voltando para ele: — Copos são tão convencionais...
— Você sempre é tão ousada? — A voz dele soou rouca, carregada de curiosidade e desejo. Seus olhos fixavam-se nos dela, intrigados.
Ela se aproximou devagar, os passos calculados, a garrafa ainda firme em sua mão. Seu olhar ardente encontrou o dele sem hesitação, e quando parou a poucos centímetros de distância, sorriu de forma envolvente antes de lhe estender a garrafa.
— Só quando vale a pena.
Convencido de que seu charme havia conquistado aquela mulher sedutora, Junwoo pegou a garrafa e tomou um longo gole direto do vidro. O líquido frio escorreu por sua garganta, um contraste perfeito com o calor crescente dentro de si. Ele estendeu a garrafa de volta, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, sentiu os lábios dela contra os seus.
O beijo começou lento, exploratório, mas logo se tornou urgente. A garrafa foi esquecida sobre o aparador enquanto as mãos do alfa deslizavam pela cintura dela, puxando-a para mais perto. O mundo ao redor desapareceu; restavam apenas o calor do toque, o sabor do champanhe nos lábios e a fome que os consumia.
Ele estava rendido, afoito, o seu membro latejava cada vez mais rijo dentro da calça não via a hora de estar enterrado nela. Em um movimento ágil e dominante, a beta o empurrou em direção à cama, arrancando-lhe a camisa no caminho e desfazendo o cinto com destreza.
— Oh… nossa, você é selvagem. — Ele arfou prestes a explodir de excitação e um sorriso satisfeito crispou seus lábios.
— Ah, querido… você nem imagina. — A voz dela soou suave através de seus lábios vermelhos com o batom ainda intacto como de uma Deusa banhada em um sublime manto de beleza e luxuria enquanto seus olhos brilhantes trancediam a mais pura fonte sedução. — Quero te amarrar na cama e fazer tudo que me der vontade com você.
— Faça, sou todo seu.
Boa noite.
Como estão meus amores?
Espero que estejam bem e se cuidando.
Sei que ando muito ausente mas infelizmente as coisas estão bem complicadas por aqui. Contudo eu quero e vou finalizar a nossa história.
Quero agradecer a cada um que deixou mensagens de carinho no meu quadro, no Instagram e aos que me apoiam nos grupos dos leitores.
Eu amo vcs e até breve ❤️
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