48- Ele mexeu com a família errada(?)
Jimin decidiu refugiar-se em sua sala por um tempo para acalmar-se. Sua assistente, Jiso, mostrou-se atenta e prestativa ao trazer-lhe café. Era evidente que ele estava extremamente nervoso, mas sabia que precisava encontrar uma maneira de se acalmar. Enquanto saboreava sua bebida favorita, o médico checou seu celular, mas logo o deixou de lado, impaciente.
Consciente do problema que teria que enfrentar, o cirurgião decidiu ir direto à sala do diretor do hospital. Ele bateu na porta e, após receber permissão, entrou e sentou-se diante do homem de cabelos grisalhos e olhar cético. Ele já estava plenamente ciente do que estava por vir.
— Você sabe que nosso hospital preza pela ética, doutor Park. — disse Lee Jung-Jay o diretor, com uma expressão séria.
— Sim, senhor. — respondeu Jimin, mantendo a compostura.
— Em todos esses anos trabalhando conosco neste hospital, sua postura tem sido impecável. No entanto, recentemente chegou até nós uma notícia envolvendo sua esposa... — o diretor falou, levantando uma sobrancelha de forma cética com os braços sobre a mesa e as mãos unidas encarando o médico.
— Ex-esposa, senhor. Perdoe-me a interrupção, mas eu me divorciei e essa notícia é falsa. — explicou, com uma pitada de frustração em sua voz. — Durante todos esses anos, mesmo com a IU sendo uma figura pública, fizemos o possível para manter nosso relacionamento protegido e longe de especulações da mídia. Mas, infelizmente, não temos controle sobre tudo.
— Muito bem, doutor Park. Você sabe das regras e isso compromete totalmente seu futuro cargo de diretor. Estávamos muito próximos de você me substituir e, com isso, não sei como nossos sócios e acionistas irão reagir. — respondeu, balançando a cabeça em desapontamento. — No momento só me resta cancelar a sua nomeação como uma advertência.
— Eu entendo, senhor, e peço desculpas por ter decepcionado — falou baixo com uma expressão de resignação e tristeza em seu rosto. — Sinto muito.
— Eu também sinto muito.
Após o diálogo, Jimin permaneceu em silêncio. O seu olhar triste e frustrado revelava a magnitude do impacto daquela situação. Sentindo um aperto no peito e um peso sobre seus ombros como um fardo insuportável, ele deixou a sala do diretor retornando a ala de pediatria e visitou seus pacientes buscando no sorriso da cada crianças que conversava a fé e a esperança que precisava para enfrentar todos aqueles problemas que se levantavam contra ele e Jungkook.
[•••]
Jungkook escutava atentamente o discurso do diretor da escola, sentindo um peso esmagador em seu coração. Ele sabia que toda aquela situação afetaria diretamente a vida de seu filho, tanto dentro quanto fora da instituição.
Diante desse impasse, com pais de alguns alunos e colegas de Yoon-Suk exigindo sua expulsão imediata, Jungkook sabia que teria que tomar uma decisão difícil.
E-Dawn, o diretor, deixou claro que não desejava demitir Jungkook. A seu ver, a melhor solução seria afastar o ômega até que a situação se acalmasse. Por outro lado, Hyuna, professora e amiga próxima de Jungkook, acreditava que essa decisão apenas fortaleceria os argumentos carregados de preconceito e ódio direcionados ao ômega e seu filho.
— Não vejo outra alternativa no momento. Eu vou me afastar pelo bem do meu filho — disse o ômega, com um muxoxo, com os olhos cheios de lágrimas enquanto abaixava a cabeça diante do diretor. Sua amiga estava sentada ao seu lado, segurando seu ombro para confortá-lo. — Não posso permitir que Yoon-Suk sofra com esses comentários maldosos.
— Kookie, por favor, não faça isso. Podemos encontrar outra maneira de ajudá-lo sem interromper a vida escolar de Yoon-Yoon — suplicou a ômega chorosa, acariciando o ombro do amigo com uma das mãos, enquanto a outra segurava firme a dele. — Tem que haver outra solução, E-Dawn. — Ela, direcionou o olhar aflito ao alfa.
— Sinto muito — lamentou o alfa, olhando tristemente para os dois ômegas. — Farei o possível para conter essa histeria coletiva enquanto você descansa por alguns dias, Jungkook.
— Peço que cuidem de Yoon-Suk, por favor. Não permitam que ninguém o ataque por causa de um erro meu.
— Vou protegê-lo, Kookie — afirmou Hyuna, abraçando o amigo. — Eu prometo.
— Eu também prometo, Jungkook — disse o alfa, transmitindo um pouco mais de tranquilidade ao coração do ômega.
— Obrigado.
[•••]
Em seu escritório, Namjoon caminhava de um lado para o outro, claramente agitado à espera do filho mais novo. Seokjin, por outro lado, mantinha uma expressão neutra enquanto observava o marido, sentado confortavelmente na poltrona. Sua postura era ereta, com as pernas cruzadas e os braços relaxados. O advogado resmungava, expressando sua indignação diante de todo o caos que havia se instalado em sua família, enquanto Seokjin permanecia calmo e sereno.
— Por que o Jungkook está demorando tanto? Era para ele estar aqui faz meia hora — exclamou Namjoon impacientemente, franzindo a testa enquanto olhava para o relógio.
— Calma, Noni, assim você vai acabar infartando — respondeu o ômega, com uma expressão preocupada.
— Eu já estou à beira de um infarto, Jin. Isso é muito importante e não posso lidar com mais atrasos — acrescentou, passando a mão pelo cabelo num gesto de frustração. — É o futuro do nosso filho e do nosso neto que está em jogo.
Antes que Seokjin pudesse argumentar algo ele foi interrompido por uma batida na porta. Jungkook abriu a porta e entrou por ela em passos lentos e pesados, em seus olhos inchados estavam nítidas a tristeza e a preocupação. O ômega se levantou imediatamente, indo ao encontro de seu filho ômega. Abraçou-o com força, transmitindo conforto e carinho enquanto acariciava os fios róseos dele com ternura e compreensão.
Namjoon observava a cena de pé, próximo à mesa do escritório. Ele podia ver a preocupação estampada no rosto de Seokjin e a tristeza evidente nos olhos inchados de seu filho, agoniado vendo as pessoas que mais ama em toda a sua vida o alfa não pode deixar de se sentir revoltado com toda aquela situação.
Depois de alguns instantes, Seokjin afastou-se levemente de Jungkook, segurando-o pelos ombros para que pudesse olhar em seus olhos. Com voz suave, indagou: — Meu filhote, estava tão preocupado com você. Por que não atendeu as nossas ligações?
— Perdão pai, estava resolvendo alguns assuntos na escola.
— Então, Jungkook, você passou todos esses dias resolvendo assuntos da escola? — Namjoon interrompeu a conversa com um tom sarcástico, questionando o filho que o encara simultaneamente: — Ou você estava ocupado sendo o tópico principal dos sites e revistas de fofoca?
— Namjoon, por favor, vá com calma. Jungkook não é um adulto e não merece ser repreendido dessa forma. — O ômega mais velho interveio e lançou ao alfa um olhar reprovador e, segurando a mão do seu filhote.
— Me desculpe por não ser exatamente como você esperava, Appa. Mas eu sou apenas uma pessoa cheia de defeitos e que comete erros. — respondeu o rapaz, com a voz cortante para o pai.
— Está ciente que esses erros podem custar a guarda do seu filho! — bradou o alfa com uma expressão séria, cruzando os braços e olhando fixamente para o filho. Doía nele ter que tratar o filho com rigidez, mas ele estava cumprindo com o seu papel de pai. Não podia passar a mão na cabeça de Jungkook diante da situação, havia muitas coisas em jogo e o principal era a vida de seu neto, uma criança inocente. — Recebi uma notificação do processo que você me enviou por e-mail ontem à noite. Jun Woo quer a guarda do Suk.
— O que está acontecendo? — Perguntou Seokjin apavorado com a possibilidade permanecendo paralisado no lugar. — Como assim ele está pedindo a guarda do Yoon?
— Jun Woo voltou para a Coreia papai e entrou com um pedido de guarda do Yoon-Suk — respondeu o mais novo dos Kim com o coração apertado movendo-se até onde seu pai alfa estava e parando diante dele. Suplicou: — Por favor appa, sei que cometi muitos erros que te decepcionei, que nunca dei ouvidos aos seus conselhos e que não mereço sua confiança, mas o Yoon-Suk é tudo que tenho. Você precisa me ajudar.
— Eu sei Jungkook, seu irmão, o seu pai, o Suk e você são tudo que tenho também. — Disse o alfa em sussurro carregado de comoção, abraçando o filho. — Eu te amo tanto, filho.
— Eu também te amo, Appa. — cochichou Jungkook, deixando-se envolver pelo abraço reconfortante do pai. Suas lágrimas começaram a escorrer pelo rosto, revelando a angústia que carregava dentro de si. Ele sabia que havia decepcionado a família de diversas maneiras, mas a ideia de perder a guarda de seu filho era insuportável.
Seokjin aproximou-se dos dois, seu semblante preocupado refletindo a tristeza e a determinação em seus olhos. Ele colocou sua mão no ombro do filho, transmitindo apoio silencioso.
— Vamos enfrentar isso juntos, filhote. Não importa o que aconteça, estaremos ao seu lado. — disse ômega com firmeza. — Nós vamos lutar pela guarda do Yoon-Suk e provar que você é um pai dedicado e capaz de cuidar dele.
— Obrigado, Appa. Obrigado, papai. Eu prometo que vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para proteger o Yoon-Suk. Ele é meu mundo.
Jungkook abraçou seus pais com mais força, sentindo-se imensamente grato por ter o amor e o apoio deles. Ele compreendeu que, apesar de seus erros e imperfeições, seus pais estavam dispostos a enfrentar essa batalha ao seu lado, demonstrando um amor incondicional que o confortava e fortalecia.
Enquanto permaneceram abraçados, o ômega refletiu sobre suas ações passadas e reconheceu que, embora tenha cometido erros, isso não o definia como pai. Ele estava determinado a aprender com suas falhas e se tornar um pai melhor para o pequeno Yoon-Suk. Ele estava disposto a lutar com todas as suas forças pela guarda de seu filho, não apenas para provar sua capacidade como pai, mas também para garantir um futuro seguro e feliz para seu filhote.
Entretanto, a possibilidade de perder a guarda de seu filho para Jun Woo, revive os sentimentos de medo, insegurança e traumas passados. Ele conhecia o Park o suficiente para saber que nem tudo era o que parecia, e que por trás das supostas "boas intenções" do alfa, havia um plano sinistro.
Os traumas deixados pelo relacionamento abusivo com o homem ainda era uma ferida aberta para Jungkook. As lembranças das manipulações, do controle e do sofrimento que ele havia experimentado eram difíceis de superar completamente. Em momentos de vulnerabilidade, o ômega sentia o fantasma do ex-namorado pairando sobre ele, roubando sua paz e deixando-o sem fôlego.
Com tudo, Jungkook estava determinado a resistir e lutar contra esses demônios internos. Ele sabia que precisava encontrar coragem para enfrentar Jun Woo e proteger seu filho com apoio de sua família e de seu namorado.
— Três cabeças pensam melhor do que uma, vamos estudar as possibilidades — sugeriu Seokjin indo até a mesa do marido, sentado na poltrona pegou o notebook dele movendo os dedos sobre o teclado fez uma breve pesquisa. — Precisamos usar a lei a nosso favor.
— Jun Woo é biologicamente o pai do Yoon-Suk e não podemos mudar isso. — O advogado acrescentou: — Infelizmente, suas ações públicas podem ser usadas contra você no processo. Não sabemos o que Jun Woo pode alegar contra o Jungkook.
— Essas notícias são falsas, appa — Jungkook falou, parando ao lado do pai alfa. — Não é possível que um juiz leve isso a sério.
— Eu não teria tanta certeza — o pai respondeu, com uma expressão preocupada. — Sua reputação e situação financeira são apenas a ponta do iceberg. Temos que desmontar isso ponto a ponto na frente do juiz.
— Mas, se o abandono durante a gestação pode ser provado, isso pode pesar a nosso favor. — Jungkook interveio, ponderando sobre as implicações legais.
— Exato. E isso não é tudo. — Seokjin continuou a pesquisa, parando em alguns artigos relevantes. — Existem precedentes legais que podemos usar para argumentar a negligência dele. Isso pode fortalecer nosso caso.
— É um ponto válido. — O advogado acenou com a cabeça, indo até o esposo e analisando as informações no notebook. — Mas precisamos ser meticulosos. A biologia é um fator, mas o bem-estar emocional e físico do Yoon-Suk também é crucial. Vamos focar nisso também.
— Então precisamos de um plano que cubra todas essas bases, garantindo que Yoon-Suk fique protegido de qualquer exposição negativa durante o processo. — Jungkook falou, determinado a encontrar a melhor solução.
— Espera, Jungkook está listado como pai solteiro na certidão do Yoon — Seokjin interveio de repente, levantando-se da poltrona bruscamente batendo contra a mesa. — Temos como mudar isso antes da audiência?
— O que você está sugerindo, pai? — Jungkook olhou confuso para Seokjin.
— Um pai alfa, mas definitivamente não o Jun Woo.
— Mudar isso agora pode ser muito arriscado. Temos que pensar muito bem nas nossas opções — ponderou o advogado, ajustando seus óculos tomando o lugar no assento junto ao notebook.
— E se o Jun Woo pedir um exame de DNA? — Jungkook levantou outra preocupação. — Tudo estará perdido.
— Talvez possamos resolver isso discretamente, antes que vire um escândalo — sugeriu Seokjin, tentando manter a calma.
— Eu disse que vocês dois deveriam cursar advocacia — ponderou o alfa com um sorriso orgulhoso. — Vamos com tudo pra cima, feitos tubarões brancos famintos por carne e a nossa presa será aquele alfa maldito. Jun Woo mexeu com a família errada.
Voltei 👋🏼
⚠️O capítulo antes desse foi alterado. Acrescentei uma cena dos Taeyoonseok nele.
Peço que tenham paciência com a autora. Não peguem tão pesado nas cobranças. Eu já ando surtada com as crises de ansiedade que me deixam esgostada e me fazem me cobrar em dobro. Estamos na reta final da história, tem muita coisa importante acontecendo, então peço por favor... Empatia.
⚠️Prestem muita atenção na linha de tempo. Tem muita gente cobrando cenas que não cabe dentro da linha do tempo. Eu sou uma autora limitada e não sei escrever dessa outra forma que não seja linear.
Tivemos capítulos no passado, eu sei, mas dentro do enredo serão pouquíssimos.
Até breve 😘
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