29-Responsabilidade afetiva(?)
— Ji-hye — Jeon chamou pela mais velha assim que Park terminou de fazer o curativo em seu filhote — a senhora pode trocar a roupa do Yoon-Suk fazendo um grande favor? — pediu.
— É claro, meu bem — a mulher respondeu docemente pegando o rapazinho no colo, então caminhou para fora do cômodo conversando animada com ele — enquanto colocamos uma roupa confortável que combine com seu curativo, a halmeoni vai contar do dia que um certo menino chamado Park Jimin caiu e machucou o olho.
— Podemos levar o Suk ao hospital se preferir — disse o alfa, descartando o material usado no lixo. Em seguida, guardou o kit de primeiros socorros no armário, se voltando para o ômega caminhando até o balcão onde ele estava, dando continuidade a conversa entre eles: — Não vejo a necessidade de sutura já que sangramento foi contido. Devemos levar em consideração que a região onde aconteceu o corte tem muitos vasos sanguíneos e por esse motivo…
— Eu confio no que você diz, Jimin — o rapaz interrompeu a fala do médico aproveitando-se de sua aproximação e agarrou as suas mãos olhando em seus olhos com profunda admiração e carinho. — Obrigada, por cuidar tão bem do Yoon-Suk.
— Sabe, Jungkook… — Ele sorri com os olhos lacrimejando — Lembro-me perfeitamente do dia em que me confiou a vida do Suk pela primeira vez. — A lembrança foi tomando conta da sua mente, um momento tão marcante que jamais poderia esquecê-lo e, mesmo se quisesse, não poderia fazê-lo. Ele retomou a fala em seguida em um tom carregado de emoção vivenciando o olhar brilhante do ômega sobre o seu ao ouvi-lo com atenção: — Você estava desesperado. Para ser mais exato, parecia destroçado por dentro. Eu só queria poder arrancar toda a sua dor e colocá-la no meu peito para que não pudesse senti-la.
— Jimin-ah, você é tão sensível, o seu coração é tão puro que às vezes me pergunto se você é real — confidência sincera levando a destra ao rosto alheio tocando, com as pontas dos dedos, a bochecha dele, acariciando com devoção. — Eu pude sentir desde o primeiro instante em que te vi que poderia confiar em você, alfa.
— Agradeço a Deus todos os dias por me permitir entrar na vida do Suk e na sua Jun.
Dito isso, o mais velho rodeou seus braços em volta a cintura do ômega e encostou sua testa à dele suspirando pesado, fechou os olhos por um breve momento e, quando voltou a abri-los, encontrou os do rapaz tão reluzentes e emotivos quanto os seus. Pressionando os próprios lábios, um contra o outro, tentava conter o pranto que insistia em derramar.
Lucky soltou um uivo dolorido, os seus instintos de proteção estavam à flor da pele deixando o lobo suscetível à mistura de sentimentos que aflige o seu portador. A aflição do Park diante de tais lembranças atinge em cheio o seu peito, mas o lobo permaneceu firme pelo humano.
— Quando entrei na sala de cirurgia e me deparei com Yoon-Suk… — Sibilou baixo, as palavras pareciam ter sumido assim como seu olhar de repente ficou vago mas logo ele retomou a fala importante: — Na ala cirúrgica estamos acostumados a lidar com cenários caóticos, cenas terríveis, desde ossos expostos a morte de crianças que deveriam estar começando a viver. Eu estudei anos e me dediquei para estar apto, e infelizmente, perder pacientes faz parte do ambiente hospitalar. Quando vi Yoon-Suk pela primeira vez, desacordado naquela maca, minhas pernas fraquejaram. Sempre tive tanta confiança, desde a época em que era apenas um residente em cirurgia. O medo se apossou de mim de uma tal maneira que não pude controlar, pela primeira vez eu quis fugir mas ao mesmo tempo algo me segurava. Foram os cinco minutos de preparação mais caóticos de toda minha vida, mas eu não poderia deixá-lo sozinho.
— Tudo isso é muito lindo Jimin, eu sei que está sendo sincero mas, hoje o Yoon-Suk te chamou de pai… — murmurou afastando um pouco o rosto para que pudesse olhar nos olhos do outro — se tudo isso for demais para você, eu vou entender Jimin. Eu posso conversar com Suk e…
— Ele e eu temos uma ligação muito forte — cortou a fala do rapaz. A verdade é que a conversa começava a tomar um rumo contrário ao ponto que ele quer chegar, então ele retomou mas claro e objetivo em sua fala sem deixar a carga emotiva de lado: — É algo tão forte que não podemos controlar e se você me permitir, eu quero ser o pai do Yoon-Suk. Independente do tipo de relacionamento que possa haver entre nós. Hoje vivenciei o pior medo que já tive em toda minha vida… Ver meu garoto sangrando, ver você chorando. Eu prometi que ia cuidar e proteger vocês sempre, só me deixa fazer isso por favor.
— Você é a pessoa mais incrível e maravilhosa que já conheci em toda minha vida e te ter nela é um presente. Portanto não irei lutar contra esses sentimentos bons que você nos trás, doutor Park.
O alfa sorriu diante da declaração do parceiro, ele deslizou as mãos pelas costas do ômega, uma foi de encontro à nuca dele passou a acariciar os fios róseos enquanto a outra repousou em seu ombro esquerdo, Jungkook sorriu fraco, seu coração disparou, as suas pernas ficaram bambas e o seu fôlego se foi como se nunca tivesse existido. Jimin se encontra na mesma situação, tanto que para dissipar a bagunça de sentimentos se concentra em selar brevemente os lábios do rapaz, uma, duas até três vendo o sorriso fofo de coelho dele se alargar consequentemente com o ato.
— Desse jeito vou acabar me apaixonando por você.
— Ah, ômega!? — Zombou rindo da própria sorte, pois aquele garoto de cabelos róseos o tira do sério nem parecia que a poucos minutos atrás o médico estava chorando. — Por um momento achei que você já estava caidinho por mim.
"Parece que sim! O queixo dele tá até ralado de tanto arrastar essa cara de tacho pelo chão."
"Luna? Você está contra mim ou a favor?"
— Tô pensando em levar vocês para um passeio na praia pela tarde. O que acha?
— Excelente ideia, alfa.
[•••]
— Estou livre agora — disse Jimin, erguendo a mão e chamando sua mãe, que acabara de roubar a bola de Yoon-Suk. O garotinho, esperto como sempre, foi mais rápido e correu para longe, chutando a bola com os pés.
Enquanto observava-os jogar, Jungkook permanecia sentado na areia, enquanto as ondas quebravam suavemente no horizonte azulado, trazendo uma brisa fresca e agradável para um passeio.
— Vem jogar, Kookie — chamou Ji-hye, mas o rapaz negou com a cabeça, rindo.
Muitas pessoas aproveitavam o feriado na praia de Haeundae, desfrutando da bela paisagem. No entanto, as lembranças de Jungkook naquele lugar não eram tão boas quanto ele gostaria que fossem. Ele relembrou uma viagem que deveria ser divertida entre amigos na companhia do namorado na época, mas que acabou se tornando um dos piores dias de sua vida.
Junwoo era extremamente ciumento e controlador, tratando o ômega mal na frente de outras pessoas. Naquele dia, a situação atingiu um novo patamar. Após uma série de eventos desagradáveis no hotel e na praia, Jungkook se viu em um relacionamento caótico e de idas e vindas, onde o ciúme excessivo de Junwoo se tornava uma prova de amor aos olhos do ômega, apesar do sofrimento evidente para todos ao seu redor.
Ao retornar à praia naquela fatídica noite, Jungkook teve a desagradável surpresa de descobrir que o alfa por quem se apaixonou.
Ele flagrou Park Junwoo com ficando com outra pessoa e a cena o deixou completamente desolado. Park tentou justificar suas ações culpando a bebida e alegando não saber o que estava fazendo. Desamparado e com o coração partido, o ômega caminhou sem rumo pela praia.
Jimin, ao perceber que Jeon estava perdido em seus pensamentos, chamou por ele e o puxou pelo braço. Jungkook bem que tentou recusar o convite, no entanto o alfa insistente pegou o ômega nos braços e o levou de volta ao grupo, onde Ji-hye e Yoon-Suk riram da situação.
O rapaz, segurando-se no pescoço de Jimin para não cair, fechou os olhos e resmungou: — Me põe no chão, alfa.
Capítulo revisado✓
Estão sentindo???
O primeiro hot dos Jikooks vem aí.
Falta apenas dois capítulos para a primeira de muitas noites de amor dos nossos bebês.
Vcs estão preparados?
Durmam com esse barulho e até breve 😚
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