46.
Da minha pele macia
você fez uma casca.
Um escudo
à prova de bala
resguardando
o nó na garganta
onde o medo
se entala
Camadas de aço
crescendo em pedaços
de mim
onde a alma vazia
desmancha-se em lascas.
Outro beijo
e você me descasca.
Dedos macios
caçando
a parte mais fraca
de mim
para ferir com
suas facas.
Agora
o meu casco
é marcado,
rabiscado de cicatrizes,
feito obra de arte abstrata.
Eu te disse:
Não sou arte,
sou realidade.
E você nunca teve pincéis
nas suas mãos,
ERAM GARRAS.
Não sou arte.
Você nunca foi DaVinci.
E eu aposto que não doeu tanto assim para Mona Lisa ser pintada.
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