III. Nova inquilina
°Samuel°
Estou na minha última volta na piscina. Uma das vantagens de ser o dono do hotel, é que ninguém fica me enchendo a paciência sobre sair da piscina, porque ela vai fechar, tem que fazer tratamento, esse tipo de coisas, e já como sou eu que fecho a piscina, tenho ela sozinha para mim.
Eu sempre gostei muito de nadar.
Alguma coisa em mergulhar em uma piscina calma e nadar nela me trazia uma calma tão boa. E além disso eu ainda economizava na academia. Não que o dinheiro fosse curto, mas assim eu poderia gastar com alguma outra coisa.
Meus braços queimam quando eu forço meu corpo a sair de dentro d’água. Pego a toalha que está no chão e me enrolo com ela. São cinco horas da manhã, eu ainda tenho tempo de usar o chuveiro da piscina antes de sair de lá.
Sempre acordo o mesmo horário todos os dias. Quatro horas da manhã eu desperto, como se tivesse sendo acordado por alguém ou alguma força invisível. Tentei de muitos jeitos não acordar, tomava remédios, calmantes, terapia, tudo. Mas simplesmente não conseguia deixar de acordar todo dia esse horário.
Às vezes acordava por conta de um mesmo sonho. Ás vezes era por causa do mesmo pesadelo. Ou às vezes não me lembrava de nada.
Aprendi com o tempo que não poderia fazer nada para mudar isso, então decidi fazer coisas para ocupar o meu tempo e conseguir voltar a dormir. Tentei ler, mas não conseguia, tentei muitas coisas para distrair meus pensamentos e voltar a dormir, e recentemente eu tinha descoberto essa ótima maneira de me distrair. Nadar.
Faço o meu caminho de volta para o apartamento com a bolsa com as coisas molhadas dentro de uma sacola transparente e vestindo uma camiseta e um calção secos.
Como de costume não encontrei ninguém pelo caminho. Gostava de ir pelas escadas. Abri a porta do apartamento e assim que me despi das minhas roupas, deitei na minha cama só de cueca e caí no sono novamente.
Quando o despertador toca às oito horas da manhã estou me sentindo bem e desço até o térreo. Minha vó está lá, e tem um sorriso no rosto.
– Vó, que bom ver a senhora, o que faz aqui?
– Vim visitar o neto mais sumido que ela tem.
– Poxa vó, não fala assim, juro que eu queria ter ido mais cedo pra te visitar...
– Tudo bem Sam. Sua avó sabe perdoar.
– Ihhh dona Rita, a senhora vai ficar aí afastada muito tempo, ou vou ter que ir aí te dar um beijo? – abro meus braços e ela vem na minha direção. Eu dou um beijo bem grande em sua bochecha.
Minha avó ainda é uma mulher cheia de vida, mesmo nos seus 75 anos ela tinha disposição para ar e vender. Fiquei preocupado um tempo com ela, mas isso já fazem dois anos, dois anos que o meu avô faleceu. Ela ficou um tempo triste. Mas quando ela viu que ainda tinha uma longa vida pela frente ela se conformou e superou.
Mas eu ter tomado de conta do hotel dele ajudou muito.
Outra coisa que acabei por fazer para ajudar na recuperação dela foi aulas de dança. As aulas na realidade eram só pra terceira idade, mas minha vó insistia que eu fosse com ela. Chegava até a ser engraçado. Nunca me esqueço da nossa primeira semana lá.
O espanto das pobres senhoras ao me ver junto da minha avó. Umas olhavam até com certa inveja, mas quando minha avó disse que eu era o neto dela, todas passaram a me adorar. As senhoras e senhores de lá eram muito simpáticos, e mesmo sendo aulas para a terceira idade, eu aprendi muita coisa lá.
Não vou mentir que eu estava indo somente para agradar a minha avó. No começo realmente era, mas quando mudaram a professora de dança, eu passei a ir por causa dela.
Teresa o nome dela.
Uma ruiva linda, de seios pequenos e redondos, uma cintura muito fina e pernas esculturais lindas. Ela tinha olhos castanhos e uma boca carnuda sempre em um tom vermelho. Gostosa pra caralho.
– Você deveria chamá-la pra sair – minha avó fala quando percebe que eu estou olhando para a mulher ruiva na minha frente.
– O que vó?
– Eu vejo como você olha pra Teresa, você deveria chamá-la pra sair. Você é um jovem bonito Sam, deveria sair mais, conversar mais com as mulheres...
– Não sei não vó – não sei se ia dar certo. Nunca tive uma namorada e nunca fiz questão de ter. Esperei tempo demais para ter uma e agora não saberia o que fazer com um se tivesse. Não que eu não gostasse de mulher ou coisa do tipo, acredite, meu problema é muito pior do que esse. Mas isso é assunto para depois.
– Acho que ela é solteira, nunca vi ela conversando com nenhum rapaz e não vejo nenhuma aliança, você deveria ir lá. E eu já vi ela olhando para você algumas vezes. Deveria arriscar...
– Tudo bem vó, depois eu penso sobre isso.
– Melhor não pensar demais, para não perder a oportunidade...
É, realmente minha avó tem razão. Acho que hoje vou chamá-la pra tomar um café, ou qualquer coisa assim... Não custa nada tentar, quem sabe não é ela?
Vocês vão descobrir mais cedo ou mais tarde, mas eu tenho que falar uma coisa. Eu nunca fiquei íntimo de uma mulher. E não foi por falta de tentativas. Até contratar profissionais eu contratei, mas nunca consegui ir até o final.
A idéia de me relacionar com uma mulher que eu não conheci, não me parecia certa para mim. Menti para todos os meus amigos e eles pensam que eu já dormi com várias mulheres. Mas não.
Eu tenho 25 anos e ainda sou virgem.
Não que eu não saiba a dinâmica do processo ou nada disso. E também não sou nenhum santo, mas coloquei na minha cabeça que se não for com a mulher certa, não vale a pena ir até o fim. Sei toda a dinâmica. Me falta somente a mulher.
E quem sabe não poderia ser ela? Me troco no vestiário da academia de dança e vou para o salão, tentar encontrar a Teresa. Mas para o meu azar ela já tem namorado. Ela sai de mãos dadas com um cara alto e forte. Não era para ser.
– Sam meu netinho como você está?
– Vou bem, e a senhora?
– Vou indo como Deus quer... Mas posso dar uma palavrinha com você?
– Claro vó, vem aqui no escritório.
Entramos no meu pequeno escritório do hotel. Era uma salinha pequena, somente com uma janela, com uma mesa grande, um computador e alguns arquivos antigos de hóspedes do hotel, que eu estava em uma missão há quase seis meses de organizar tudo.
Minha avó sentou na cadeira em frente a mesa e começou a falar.
– O apartamento vizinho ao seu ainda está desocupado?
– Está sim, porque?
– Ah meu filho, porque tenho uma amiga minha sabe? Que a filha dela quer mudar de apartamento e eu pensei nesse daqui. Ela está tendo dificuldades em encontrar um lugar bom...
– Sim, sem problemas...
– Na realidade, tem um pequeno probleminha filho, que não é na realidade um problema, mas pode ser que venha a ser um...
– Não entendi nada vó.
– A filha dessa minha amiga ela é gay.
– E qual o problema vó?
– Você sabe, aqui o prédio tem muito moradores antigos, muitas famílias, você sabe que alguns moradores podem se incomodar...
– Pode deixar vó. Vou falar com os moradores. Não acho que eles tem muita coisa haver com o que acontece na vida das pessoas dentro de quatro paredes, mas mesmo assim vou avisar a todos.
– Obrigada filho, sei que minha amiga vai ficar muito feliz.
– Vou falar agora mesmo com os moradores.
– E eu vou ligar pra minha amiga.
– Pode ligar daqui se quiser, eu vou falar com os moradores e volto daqui a alguns minutos, eu acho...
– Leve o tempo que precisar.
Deixei minha avó fazendo as ligações dela e eu fui falar com todos os moradores. E somente um morador ficou um pouco incomodado, mas eu garanti que ela era uma moradora como outra qualquer e não iria trazer nenhum problema.
Fiquei um pouco sem jeito de falar sobre isso com os moradores, afinal, eles não tinham nada haver com a vida da nova inquilina, mas mesmo assim... Contei para a minha avó e ela disse que a filha da amiga dela vinha mais tarde para o prédio, acertar alguns pequenos detalhes.
Dito isso minha avó se despediu de mim e voltou para a casa da irmã dela.
Seis e meia a nova moradora chegou. Uma mulher alta, de cabelos negros e bem lisos. Achei ela um pouco velha para ser filha de uma amiga da minha avó, mas quem sabe ela não a teve cedo... Ela parecia uma senhora bem educada.
– Senhor Pinheiro? – ela pergunta entrando na minha sala.
– Você deve ser Carolina não é?
– Na realidade a Carolina não pode vir hoje, mas eu sou a mãe dela, Marcela Praga. Muito prazer – ela estendeu a sua mão e eu a apertei.
– Pode me chamar de Samuel também se preferir, por favor, sente-se.
A mulher senta na cadeira na minha frente e me fita com algum tipo de preocupação. – Não sei se você já sabe, mas a minha filha ela é...
– Eu já estou sabendo das preferências de sua filha dona Marcela, e eu lhe garanto que aqui ela vai ser bem recebida...
– Obrigada Samuel. Já perdemos alguns bons apartamentos por causa da preferência sexual da minha filha. Infelizmente o mundo ainda é lugar preconceituoso...
– Sei como o mundo pode ser senhora Praga, mas pode ter certeza que aqui ela não vai sofrer nenhum tipo de preconceito.
– Não sei nem como lhe agradecer Samuel.
– Sem nenhum problema senhora. Fico feliz em termos sua filha como nossa mais nova moradora.
Entreguei os papéis do contrato de aluguel para ela. E foi tudo assinado e carimbado como se deve. Se a filha dela puxasse a personalidade da mãe, tenho certeza que ela ia se dar de bem com todos os moradores daqui. Nos despedimos cordialmente e a mulher me informou que o caminhão de mudança ia chegar na sexta feira.
Os dias passam e eu vou pegando cada vez mais gosto pela natação. Mesmo começando a nadar somente para esvaziar a minha mente, estou realmente gostando desse exercício. E sexta feira chega.
Estou fazendo meus afazeres quando eu vejo o caminhão estacionando em frente ao prédio. Vejo alguns caras retirando as coisas de dentro do caminhão eu os levo para o apartamento.
O elevador de serviço trabalhou uma boa parte da manhã e da tarde também. Eu decidi que só vou dar as boas vindas dela no prédio depois do almoço. Acho que ela vai estar muito ocupada agora, e eu também, e não quero atrapalhar.
Eu faço o meu caminho para o meu apartamento e tomo um banho. Escuto um farfalhar de caixas e risos vindos do apartamento do lado. A curiosidade bate mais alto. Eu me visto e pego um bom vinho da minha pequena adega e procurei mais alguma coisa. Eu sou um péssimo cozinheiro, nada que eu tenho na geladeira vai ser uma boa.
Então lembro que eu comprei uma caixa de chocolates pra dar para a minha avó, mas depois eu compro outra para ela. Então com esse presente meio mixuruca de boas vindas eu vou bater na porta do lado. Claro que eu sabia que ela estava em casa, mas não quis ser mal educado então perguntei se tinha alguém no apartamento.
Alguém me responde e poucos momentos depois a porta se abre. Uma mulher branca de cabelos negros e me recepciona. Pelas semelhanças que ela tinha com a mulher que veio no meu escritório uns dias atrás, eu só posso imaginar que ela é filha da senhora Praga. Me apresento e ela estica a mão para me cumprimentar.
– Carolina Praga – eu pego na mão dela e a cumprimento. Realmente ela era filha da Marcela. Uma moça bem bonita. E me pareceu ser bem simpática também.
– Samuel Pinheiro, muito prazer. Mas pode me chamar de Sam se você preferir – nunca gostei muito de Samuel. Me lembra de toda vez que eu fazia uma coisa errada e minha avó me chamava de Samuel.
– Prazer é meu. Sam é bem melhor mesmo. Pode me chamar de Carol... E essa daqui é minha amiga, Alice Santos.
– Ah sim, sua amiga é claro... – Puta merda! A namorada dela é muito gata. Minha nossa senhora. Os cabelos castanhos presos num rabo de cavalo alto. Olhos castanhos grandes e cílios compridos. Uma boca carnuda e bem desenhada. Seios fartos, e pernas grandes e bem definidas.
Ela usava um short curto que mostrava toda a definição de sua perna. Uma blusa folgada, mas que ainda marcava o contorno dos seus seios.
Porque ela tinha que ser lésbica? Poxa, ela é muito linda. Mas como e a vida dela... Mas quem sabe ela não tenha uma irmã gêmea hétero? Será que as duas vão morar juntas? Ih, pensamento maliciosos, agora não... somente quando estiver em casa, e sozinho.
– Então, vim aqui desejar as boas vindas pra você aqui no prédio. Então, se você precisar de alguma coisa, é só bater ali na porta ao lado. E se precisar de ajuda com alguma coisa em relação à mudança... – dei a desculpa, precisava sair de lá rápido, imaginar as duas juntas não estava sendo difícil, o difícil era me manter calmo.
Me despedi das duas e fui pro meu apartamento esfriar a cabeça. O que acabou de acontecer?
Tomei um banho frio e fiquei sentado no sofá assistindo televisão. O apartamento do lado está bem quieto, e eu acabo cochilando no sofá. Eu acordo um tempo depois com batidas na porta do apartamento.
– Samuel, você está aí? – a voz da Carolina chama no corredor.
– Estou sim, só um momento – levanto do sofá e vou atender a porta. – Oi Carol. O que manda?
– Ah Sam, desculpa eu já estar te atrapalhando assim e te pedindo favores, mas é que o chuveiro lá do meu quarto caiu, e eu não sei a quem pedir por ajuda...
– Sempre que precisar, pode pedir. Mas como assim caiu?
– Desenroscou alguma coisa, sei lá. Mas caiu o cano do chuveiro.
– Me espera só um minutinho, vou só pegar a minha caixa de ferramentas, e vou ver o que eu posso fazer...
– Sério? Muito obrigada.
Indico o sofá caso ela queira sentar enquanto eu procuro a minha caixa de ferramentas. Aprendi a consertar pequenas coisas. E descobri da maneira mais chata que é sempre bom você ter as suas próprias ferramentas. Quando achei a minha caixa azul, a peguei e voltei para sala.
– Pronto. Vamos ver se eu posso resolver?
Ela concordou e fomos para o apartamento dela. Que tinha a mesma configuração que o meu, mas o dela ainda tinha diversas caixas espalhadas pelo meio do apartamento. E assim que eu entro no quarto dela, encontro a namorada Alice sentada em cima da cama de toalha e toda molhada. E eu posso com isso? Essa mulher é muito gostosa e já atiçava meus pensamentos vestida, imaginar ela sem essa toalha é de enlouquecer.
Alice me parece um pouco envergonhada e não é por menos. Eu ofereço o meu apartamento para que ela termine o seu banho. Ela aceita a chave que lhe ofereço e vai para a porta do lado. Ela pega uma roupa e sai do quarto.
Eu e Carol entramos no banheiro.
– Nossa senhora. Realmente o estrago foi feio – falo olhando para o cano e a quantidade de água que estava derramada no chão.
– Foi... Com quem eu falo pra consertar essas coisas?
– Comigo mesmo Carol. Eu vou tentar dar um jeito aqui, mas eu vou mandar um encanador vir aqui consertar de vez isso, não sou especializado nem nada...
– E você é alguma coisa do dono do prédio?
– Na realidade, eu sou tecnicamente o dono.
– O quê? – ela me pergunta assustada e se afasta um pouco de mim. – Mas se você é o dono, e eu estou te fazendo trabalhar... Ai não...
– Relaxa Carol. Eu que deveria ter inspecionado todo o apartamento antes de alugar pra você. Considere isso como um pedido de desculpa. E outra. Somos vizinhos não é? Não me importo de ajudar no que eu posso...
– Mas mesmo assim. Agora fiquei foi sem jeito...
– Esquece isso Carol. Faço isso por você da mesma maneira que faria para qualquer morador daqui. O prédio era do meu avô. Quando ele faleceu eu que fiquei administrando os negócios...
– Ah sim, entendi. Você quer um suco, ou qualquer coisa?
– Não precisa Carol, estou bem.
– O prédio é muito bem cuidado.
– Sim, eu tento fazer o que posso para manter a originalidade dele. Acho que a única reforma pesada que eu fiz foi a da piscina.
– E aqui também tem piscina.
– Sério? Pensei que não tivessem pelo espaço.
– Sim, temos uma no subsolo. Uma grande e uma infantil.
– Nossa, amanhã acho que vou dar uma olhadinha nela...
– Acho que vai gostar... E se permite dizer a pintura aqui na parede está muito bonita. Você que fez?
– Sim, eu trabalho como tatuadora profissional. Eu pinto mesmo como diversão...
– Está belíssimo. E você trabalha há quanto tempo como tatuadora?
– Pouco mais de um ano, ainda estou montando a minha clientela e construindo a minha reputação. Meu estúdio é bem perto daqui.
– Depois acho que vou dar uma passada lá, ver seu portfólio, estou afim de fazer mais uma tatuagem...
– E você já tem uma?
– Tenho, mas estou pensando em fazer mais uma. Se os seus traços forem tão bonitos assim, acho que você acabou de ganhar mais um cliente.
Carol sorri para mim e se encosta na porta.
Meus pensamentos começaram a viajar pelas paredes do andar e comecei a pensar na mulher linda tomando banho no meu apartamento. Ainda bem que eu estava de costas pra Carol, assim eu ia poupar uma explicação de o porque que eu estava de pau duro consertando o chuveiro dela. Pensando na namorada dela. O que eu virei? Tinha voltado nos meus quinze anos de idade?
– Então, como vocês se conheceram?
– Perdão?
– Você e a Alice, como se conheceram?
– Ah sim. Nós fizemos faculdade juntas. Somos formadas em fisioterapia. Nos conhecemos no primeiro ano e desde então somos amigas.
– Legal vocês terem todos esses anos de amizade.
– Muito. Amo muito a Lice. Ela é uma das melhores pessoas que eu conheço. Nem sei o que eu faria sem ela...
– E desde então vocês duas moram juntas?
– Ah não. Alice não quis vir. Eu ia morar aqui com outra pessoa, mas na última hora...
– Mas a Alice não é sua namorada?
– Alice? Minha namorada? – Carol começa a rir ruidosamente. Ela colocou a mão na barriga e riu tanto que lágrimas saíram dos olhos dela. – Por mais que muita gente ache, nós não somos namoradas. Não mesmo... Somos só amigas...
Mas espera um momento. Então quer dizer que a mulher linda que está tomando banho no chuveiro não é namorada dela?
– Ela é hétero.
Música para os meus ouvidos. Além delas não serem namoradas, ainda eram melhores amigas, ou seja, Alice ia andar muito aqui pelo prédio, o que pode me dar a oportunidade de falar com ela. Interessante. Muito interessante.
– Ah, e assim, ela tem namorado, marido ou alguma coisa assim? – pergunto sentindo alguma coisa estranha dentro de mim.
– Nada. Ela é solteira e desimpedida.
Ainda bem mais uma vez que eu estava de costas para ela, assim ela não viu o sorriso que brotou nos meus lábios ao saber disso.
– Se eu fosse você, chamava ela pra sair qualquer dia desses. Acho que ela aceita – diminui o meu sorriso e virei para Carol. Ainda tinha um pequeno sorriso nos lábios.
– Quem sabe...
Acho que vou chamá-la pra sair. Quer dizer, com certeza vou chamá-la pra sair. Só não quero dar uma de desesperado aqui na frente da minha nova vizinha. Faz um tempo que eu não tenho um encontro decente, e pode ser esse...
Termino de ajeitar o cano do chuveiro e tenho quase certeza que ele não vai mais cair, mas só por via das dúvidas eu vou ligar para um encanador amanhã. Só para ter certeza. Coloco todas as minhas ferramentas dentro da minha caixa e fecho tudo.
– Precisa de mais alguma coisa vizinha? – pergunto divertido.
– Ah não Sam. Obrigada. Você já fez demais por mim, obrigada mesmo...
– Disponha – abro um sorriso para ela.
– Você pode ver se a Alice terminou Sam? Senão eu termino de me arrumar e ela ainda não voltou do seu apartamento.
– Claro. Vou chamá-la.
Abro a porta vizinha e o adolescente dentro das minhas calças estava torcendo para que a encontrasse ainda tomando banho, ou então estivesse em suas roupas de baixo. Mas é claro que ela não estava.
Mas o homem dentro de mim ficou satisfeito em encontrar o que vi na minha sala.
Alice estava de costas, com um vestido preto, colado no corpo e com pequenas aberturas do lado,o que me proporcionou uma visão de sua barriga. Linda, de cabelos molhados e chinelas baixas. Olhava algumas fotos que eu mantinha perto da televisão.
– Se me permite dizer você está linda – falo por falta de intimidade para falar o que eu realmente estava achando dela naquele vestido.
– Obrigada Samuel, e obrigada por me deixar tomar banho aqui... – ela parece estar um pouco envergonhada por estar olhando minhas fotos. Mas não me importei nenhum pouco. Se isso demonstrasse o quanto ela estava curiosa por mim, quanto eu estava dela, era um bom sinal.
– Sem problemas Alice. Você deseja mais alguma coisa? – o meu adolescente estava quase implorando para que ela dissesse que me deseja. Mas dei logo um cascudo nele e mandei ele enterrar essas idéias malucas dentro das calças dele. – Você quer tomar alguma coisa? – completei, assim fica melhor, não fica de tão duplo sentido assim...
Mas ela parece nervosa com alguma coisa e sai as pressas do apartamento.
Ela saiu com tanta pressa que nem tive tempo de pedir o telefone dela para que eu possa chamá-la pra sair. Me senti meio frustrado, mas não ia pedir agora. Elas iriam sair e eu não queria atrapalhar.
Fiquei tão chateado que fui pra cama cedo. E por um milagre, dormi rapidamente.
Desperto com batidas na porta. Olho no relógio e vejo que ainda não são nem onze horas. Estranho. Quem pode ser esse horário?
Olho pelo olho mágico e encontro Alice me esperando no corredor. Abro a porta confuso.
– Alice? O que você faz aqui?
– Vim te ver... Posso entrar? – sua voz era um sussurro baixo e sedutor. Sai do seu caminho e ela entrou devagar no apartamento. Ela tinha suas sandálias penduradas nos seus dedos, e um sorriso travesso.
– Então o que voc.. – nem consigo terminar de falar a frase e Alice pula no meu pescoço e me dá um beijo. Ela passa suas mãos para o meu cabelo e me puxa para mais perto dela. Ela tinha uma urgência, uma selvageria, coisa que eu nunca ia imaginar.
– Queria tanto fazer isso – ela fala descendo seus lábios quentes pelo meu pescoço e dando muitos beijos.
– Alice...
– Você também queria fazer isso? – ela pergunta me olhando em seus olhos.
– Sim – minha confissão foi tão rápida e fácil. Alice abre um sorriso e vai com os lábios novamente para o meu ouvido.
– Mal posso esperar para isso acontecer de verdade.
De verdade? Hã?
Então eu abro os olhos novamente. Ah claro, tudo não passou de um sonho. Mas foi tão real... Olho para o relógio e vejo que são quatro horas da manhã. Ah agora sim, eu realmente estou acordado e com uma ereção vergonhosa.
Respiro fundo algumas vezes, e assim que me controlo, pego a minha sunga, toalha e roupas secas e vou para a piscina. Visto minha sunga e faço alguns alongamentos na beira da piscina.
O silêncio que fazia ali em baixo sempre me fazia pensar melhor. Esse sonho realmente tinha alguma verdade. Eu quero chamar a Alice para sair. E eu vou. Assim que eu ver a Carol hoje eu vou pedir o número dela.
Mergulho e começo a nadar submerso. As horas vão passar devagar até que eu encontre a Carol para pedir o telefone da moça bonita de olhos castanhos.
Boa noite pessoal ^^ Capítulo do Samuel lindo e virgem? kkkkkkkkkkk Gente sério, ri muito, mas sempre são as mocinha que são virgens, porque um cara não pode ser? hahahaha. Gostaram do capítulo? Espero que sim :D Aqui na multimídia do capítulo temos o Samuel *--*
Esse capítulo é dedicado para a linda da @SileneSilva, amiga querida que me viciou de uma maneira no avatar do Samuel. Que é esse homem aí lindo e tudo de gostoso. Sil, obrigada por me apresentar esse homem lindo e me viciar nos filmes dele :D Nada mais justo que o primeiro capítulo dele seja dedicado à você, ahahaha :D
Obrigada também todos que estão acompanhando essa leitura ^^ Beijos no coração e até o próximo capítulo ;**
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