⁸|Aproveite e vá se foder
A água cai como rio em minhas costas enquanto tomo respirações rápidas. Com a testa apoiada na parede, cerro os dentes. Malditos lábios, que com um só beijo quase me fez perder a sanidade; malditos olhos que me olharam arregalados depois, ainda vítreos de desejo; maldito som que ela fez quando mordisquei seu lábio.
Maldita Genevieve.
Grunho seu nome contra o lajedo da parede quando minha porra quente se derrama em minha mão.
Pois é, eu acabei de me masturbar pensando na minha estagiária.
A praga que ela me jogou ontem funcionou, pois acordei de pau duro depois de ter um sonho extremamente explícito com ela, onde não era minha mão em meu pau, mas sua boca. Em todo o meu corpo.
Nem mesmo a água gelada fez o carinha lá embaixo se acalmar, então tive que usar a boa e velha mão.
Aquela desgraça me paga.
Consigo terminar meu banho em paz sem ter uma nova ereção e tento o máximo possível esquecer esse sonho maldito quando saio do banho, me enxugando enquanto ando, molhando todo o piso da suíte.
Na cama, meu celular toca.
Três ligações perdidas de Kate.
Ergo as sobrancelhas. Para ela estar enchendo meu saco tão cedo, algo deve ter acontecido.
— Quem morreu? — pergunto, entrando no closet e deixando o celular em uma cômoda enquanto me visto.
— Ninguém, mas como sei que não ficará feliz com as notícias, suspeito que alguém morrerá em breve.
Hesito, mas então lembro como Kate é dramática e continuo me vestindo.
— Você me ligou pra dizer só isso ou vai desembuchar?
— Você é sempre assim ou lhe resta um pouco de educação? — Não respondo e Kate suspira. — Mandei alguns links para você. Dê uma olhada, parece que a noite de ontem rendeu.
Ela desliga em seguida.
Eu deveria ficar preocupado e correr para ver, mas eu já imagino o que seja. Em três anos, ontem fora o primeiro evento público que compareci, além de ter sido minha festa de noivado e com a mulher que é filha do meu rival. Sim, definitivamente a imprensa deve estar se deliciando.
Termino de me arrumar e abro um dos links que Kate mandou.
O primeiro é uma breve matéria falando tudo o que imaginei: uma jornalista exagerando nas palavras enquanto descreve o quanto está chocada em saber que Genevieve e eu estamos noivos; comentando sobre a festa, que ela alega não ter sido convidada, mas recebeu informações de algumas "fontes" de que "o casal parecia completamente apaixonados. Uma das minhas fontes revelou que houve um momento 'ápice' da festa onde os recém noivos dançaram ao som de 'No One Can Fix Me' e terminaram a dança com um beijo AVASSALADOR. Quem diria que Eros Blackburn entregaria seu coração novamente, ainda mais para a caçula dos Prescott, que além de ser filha do notório empresário Adrien Prescott, CEO da Bijoux Prescott — que todos sabemos ser rival da Blackburn Empire — Genevieve não era vista em eventos há tantos anos, que alguns até ficaram surpresos em saber que ela estava bem, e não doente, como sua mãe, Donna, alegara algumas vezes quando abordada sobre o paradeiro da filha…"
O resto é sobre nossas empresas e como surgiu essa rixa. Eu conheço essa história de có, então saio da página, abrindo outro link enviado por Kate.
Além de um texto com adjetivos parecidos com o primeiro, esse cita o encontro inesperado entre America, Noah e eu.
"Depois do desconfortável desfecho entre a amizade dos três, achamos que nunca mais fôssemos vê-los reunidos. Não é de conhecimento desse autor se já havia ocorrido um encontro entre eles antes, mas suponho que ocorreu bem, se tudo que fora registrado na festa ontem foram sorrisos e todos conversando agradavelmente, como se o passado fosse apenas isso: passado. Vale ressaltar que a evolução de Eros Blackburn é notável e ele parece estar pronto para restaurar a sua imagem que fora tão horrivelmente detonada após o término do seu noivado com America Thompson…"
Desligo a tela do celular e o guardo no bolo.
E ainda me perguntam porque odeio a imprensa.
❦︎
Como ontem pela manhã, sou pego de surpresa ao ver Genevieve no escritório. Não porque eu não a esperava, só… Não sei, a visão dela agora não faz nada para melhorar meu humor e eu resmungo um "bom dia", indo direto para a minha mesa.
— Bom dia — cumprimenta de volta, mas sua voz parece estranhamente… vazia.
Ao me sentar, faço um rápido check up nela: sobrancelhas franzidas, cabelos presos em um coque no alto da cabeça, um suéter cinza, apesar do sol queimando lá fora, calça jeans e botas de couro.
Ela parece normal, se não fosse a expressão em seu rosto e o fato de ela estar usando cinza. Eu não sei o que essa cor significa. Ela raramente a usa e não sei o que significa ela usar hoje depois de ontem.
Estou em um debate se devo perguntar a ela se está tudo bem, o que seria muito estranho porque eu nunca pergunto, quando o telefone em minha mesa toca.
Kate realmente gosta de fazer ligações pois passei pela sua mesa há dois minutos.
— Sim? — pergunto quando atendo.
— Reunião com o pessoal do Marketing e da Publicidade. Em trinta minutos.
— Ok. — Desligo e passo o recado para Genevieve, apesar de ter certeza que ela já sabia.
Trinta minutos depois, estamos na sala de reuniões com meu pai, Anthony, a equipe do marketing e a da publicidade.
Participar dessas reuniões é pura formalidade, mas meu pai gosta de pedir minha opinião sobre as ideias de como lançaremos o produto. "Você que desenhou, deve ter uma opinião no assunto" é a sua justificativa.
Então eu compareço, acompanhado de Genevieve. Eu sei que ela não está prestando atenção em nada do que estão dizendo e me vejo curioso para saber o que se passa em sua mente. Com certeza tem algo a ver com ela estar usando cinza. Ainda acho difícil acreditar que tem algo a ver comigo especificamente ou com o beijo, porém tenho certeza que conversaremos sobre isso em algum momento.
— Eu tive uma ideia, na verdade — Anthony diz, atraindo minha atenção. Sua presença aqui também é uma mera formalidade.
Meu pai não pareceu muito impressionado com as ideias dos outros, então anue para que o filho adotivo fale.
— Podemos fazer uma propaganda com diversos casais — meu irmão prossegue. — De diversas raças, etnias, sexualidades e gêneros diferentes. Atrairia todo tipo de público.
Meu pai parece refletir, assim como os outros, mas Anthony não terminou.
— E, como um casal em questão tem se tornado queridinho da mídia da noite para o dia… — Os olhos castanhos mel de Anthony me encaram. — Acho que podemos aproveitar o "hype".
— De jeito nenhum — digo ao entender sua proposta.
— Você e Genevieve tem sido o assunto do momento. Não vejo porque não usamos isso a nosso favor — meu irmão argumenta.
— Mas eu vejo. — Encaro meu pai quando ele permanece calado. Considerando percebo. — Pai?
— Pode não ser uma má ideia — diz com cuidado.
Ótimo, todos perderam a sanidade. A equipe de marketing parece inclinada a concordar com meu pai, assim como o pessoal da publicidade.
— Genevieve? — Viro-me para a minha "noiva". — Poderia me ajudar aqui?
Ela morde os lábios rosados, atraindo minha atenção e rapidamente lembrando-me da noite de ontem e do meu sonho, onde seus lábios estavam…
— Não pode ser tão ruim, né? — pergunta, dando de ombros. — Se a mídia está tão obcecada por nós agora, podemos muito bem usar isso a nosso favor e atrair uma nova clientela, talvez.
Balanço a cabeça, afundando na cadeira. Não sei por que eu esperava que ela ficasse do meu lado quando contradiz tudo o que eu digo ou faço.
Não estou com cabeça para iniciar uma discussão agora, então simplesmente ignoro o resto da reunião, o que eles decidiram, quem serão os outros casais, pois a única coisa que capto é que realmente irão nos usar para essa campanha. Minha felicidade é transparente, pois ninguém me pede mais opinião sobre nada.
A reunião acaba e todos estão indo para seus andares quando resolvo ir falar com meu pai, que aguarda o elevador. Genevieve um passo atrás de mim, ainda silenciosa.
— Eu apareço uma vez em um evento público e o senhor quer me jogar aos cães? — pergunto, sem esconder o descontentamento em minha voz.
— Não achei que tivesse feito Teatro em Harvard, Eros, porque você é muito dramático — meu pai resmunga. Entendem a quem eu puxei?
— Pai.
Enrico suspira, prestes a falar algo, mas o elevador chega. As portas abrem, revelando que meu dia só piora quando Tobias sai de dentro da caixa de metal.
— Confesso que não esperava por essa recepção — meu primo diz, sorrindo.
— Mas que diabos você está fazendo aqui? — pergunto, fechando minhas mãos em punhos.
— Titio não te avisou? — Não acredito nem por um segundo na sua cara de surpresa ao ver que não sei do que está falando. — Irei trabalhar aqui agora.
— Pai — a palavra exige uma explicação.
— Tobias acabou de voltar da Inglaterra, perguntou se podia trabalhar aqui. Não vi porque não.
— A gente faz caridade agora?
— Também estou feliz que iremos trabalhar juntos, primo. — Seu sorriso de lobo retorna. Ele olha para algo atrás de mim e esse sorriso se alarga. — Jenny, como está?
— Ótima.
— Que bom. Espero que Eros não pegue pesado com você…? Ele pode ser difícil às vezes.
— Agora chega. — Dou um passo em sua direção apenas para ser detido por meu pai, que se põe entre nós dois.
— Isso mesmo, chega. Genevieve? Presumo que você e Eros tenham muito trabalho a fazer. — Uma dispensa e um pedido a minha estagiária que me tire daqui. Não sei porque ele acha que ela tem alguma influência…
Como sua "noiva", ela tem.
— Vamos, Eros. Precisamos terminar aquele… projeto. — Sua mão está fria quando ela me puxa para dentro do elevador, passando por Tobias que ainda tem um sorriso arrogante no rosto.
Quando as portas do elevador se fecham, seu toque já foi embora, mas eu registrei como a palma de sua mão estava, além de fria, suada.
— O que aconteceu entre vocês dois? — pergunto a Genevieve, virando para encará-la.
— O que quer dizer? — Sua voz é inexpressiva enquanto encara os números que indicam os andares. Um olhar para o painel me diz que ela apertou o número do nosso andar sem que eu visse.
— Sabe o quero dizer. Ontem você ficou lívida ao vê-lo, assim como hoje. Duvido que encontrá-lo uma ou outra vez na faculdade cause essa reação tantos anos depois.
Eu espero, analisando sua postura, as costas rígidas e os ombros tensos.
Genevieve não diz nada, mal dando algum indicativo de que me ouviu.
Não percebo que estou me movendo até vê-la recuar… e bater com as costas na parede de metal.
Não está olhando para mim quando apoio minhas mãos na parede, a cada lado do seu rosto.
— Genevieve. — Procuro por seus olhos, pois ela se recusa a me encarar. — Fale comigo. Você e Tobias…
— Não é da sua conta. — A frieza em sua voz é semelhante a que brilha em seus olhos quando finalmente me encara. — Eu aceitei ser sua noiva falsa, mas isso não te dá o direito de se envolver na minha vida pessoal.
Não desvio do seu olhar frio, controlando minha surpresa. Genevieve pode ser irritadiça, sarcástica ou mal humorada, mas nunca fria. Ela prefere revidar o meu gelo com o seu fogo e sempre apreciei isso apesar de me irritar.
Mas ela está certa. Há um limite que eu ultrapassei, parece, e ela tem todo o direito de chutar minha bunda por isso.
Recuo quando as portas do elevador abrem.
— Não acontecerá novamente — digo a ela antes de sair.
Ouço as portas se fecharem atrás de mim, mas sei que ela não está me seguindo quando entro no escritório.
❦︎
Não a vi pelo resto do dia, mas Kate me informou — sem que eu perguntasse — que Genevieve estava trabalhando na sala de descanso dos funcionários, no sexto andar. Fingi não ouvir a informação.
Saí para uma reunião com Sullivan, o ourives e quando voltei, a bolsa de Genevieve não estava mais em sua mesa. Ou ela veio aqui enquanto estive fora ou Kate pegou para ela. Independente da alternativa que estiver certa, ainda é estranho o fato de Genevieve estar me ignorando apenas porque a pressionei um pouco. Já tivemos discussões muito piores e ela não fugiu.
Interrompo meus pensamentos quando Kate entra no escritório com uma garrafa de whisky e dois copos. Já passou do seu horário, ela não deveria estar aqui.
Quando lhe digo isso, a mesma dá de ombros.
— Achei que você fosse precisar um pouco disso. — Balança a garrafa com o líquido âmbar.
Não digo nada quando ela coloca os copos na mesa, destampando a garrafa e despejando a bebida neles. Ela me entrega um.
— Obrigado — murmuro, tomando um gole, a queimação em minha garganta sendo bem-vinda.
— Dia muito ruim? — Kate se acomoda em uma das cadeiras, jogando as pernas cruzadas em cima da mesa e ficando a vontade.
— Já tive melhores.
Não falamos nada por um tempo, ficando em um silêncio confortável. Não estou surpreso que Kate tenha percebido que algo estava errado. A decisão de Genevieve em ficar o resto do dia longe deve ter ajudado, mas minha secretária e amiga sempre desvenda meus humores.
— Lembra quando ficamos bêbados naquela convenção em Milão? — a mulher diz de repente, os olhos puxados brilhando com diversão. — Você dançou dentro de uma fonte e quase foi preso.
— Você mostrou seus peitos aos policiais. — Um sorriso curva meus lábios ao lembrar disso. Estávamos lá a trabalho, claro, mas isso não nos impediu de nos divertir. Eu ainda estava com America na época. Isso foi há muito tempo.
— Foram essas belezinhas aqui que livraram a gente do xilindró.
— Ou os cem euros.
Damos risada.
Sinto-me mais relaxado ao me recostar em minha poltrona e beber mais do whisky de Kate.
— Sinto falta… daquele tempo — Kate diz baixinho. Olho para ela e arqueio a sobrancelha.
— De agir como adolescentes fora da lei?
Ela não ri ao balançar a cabeça, olhando para mim quase com… saudade.
— De você. De quem você era antes. Agora você é frio e calculista, não ri mais, está sempre mal humorado e irritado com tudo e com todos… Não foi esse Eros que eu conheci e para quem aceitei trabalhar.
— Arrependida? — a pergunta sai mais afiada do que eu pretendia.
— Você sabe que não, mas…
— Mas o quê?
— Não sei, Eros. Me diga você. — Sua voz também endurece, apesar de ela ainda manter a postura casual. — Até quando vai agir como se odiasse a todos? Você se fechou para o mundo por três anos. Por mais quanto tempo vai se esconder debaixo dessa casca de frieza e mágoa reprimida?
— Pensei que fosse minha secretária, não minha psicóloga. — Bebo o restante da bebida, trincando o maxilar em seguida.
— Eu sou sua amiga. E estou cansada de vê-lo desse jeito.
— Vá embora como todos fizeram então — assim que as palavras deixam meus lábios, me arrependo. Principalmente ao ver a mágoa nos olhos de Kate. Não estou sendo justo com ela, Kate ficou ao meu lado nos meus piores momentos. Sempre pude confiar nela até quando hesitava com a minha família. Ela é leal a mim mais do que ninguém e eu admiro isso mais do que consigo demonstrar. Certamente não com esse meu comportamento.
— Tudo bem. — Kate fica de pé, não se dando o trabalho de pegar a garrafa ou os copos. — Boa noite, senhor. Aproveite e vá se foder.
— Kate… — tento, mas ela já me deu às costas.
Fecho os olhos e suspiro.
Porra.
❦︎
As coisas só pioram na manhã seguinte quando chego no escritório e não encontro Genevieve em sua mesa ou fofocando na mesa de Kate. A última, aliás, foi estritamente profissional ao me informar minha agenda hoje, sem sorrisos, piadinhas ou seu humor sarcástico. Mas dava para ler a palavra "idiota" em seus olhos quando me deu um único olhar.
Eu espero até uma hora ter passado para ir até a mesa de Kate.
— Onde ela está? — faço a mesma pergunta que fiz há dois dias.
Kate não ergue os olhos das suas anotações, mas diz:
— Houve um problema no apartamento, ela disse que é impossível vir hoje. Eu já ia te avisar, na verdade.
Eu duvido um pouco da última afirmação, mas deixo para lá, me concentrando na outra coisa que ela disse. Problema no apartamento? Isso quer dizer que Freya pegou outro resfriado ou ela nem chegou a se recuperar totalmente do último?
Ou ela pode mesmo estar te ignorando dessa vez.
Bem…
— Mais alguma coisa? — Kate pergunta quando permaneço parado.
— Cancele todos os meus compromissos desta manhã. Devo voltar antes da hora do almoço.
Ela anue e eu hesito, lembrando das minhas palavras ontem, mas por fim volto para minha sala.
Pego as chaves do carro e meu celular, mas penso melhor. Talvez eu devesse ligar para ela primeiro… Se ela estiver me ignorando, não irá atender, mas se for algo com Freya e eu puder ajudar…
Ligo para ela antes de mudar de ideia.
Toca, toca, mas ela não entende. Estou quase desligando, quando ouço sua voz:
— Eros? — pergunta. Há uma barulheira no fundo e rapidamente fico em alerta.
— Você não veio trabalhar. O que aconteceu?
Genevieve não responde por vários segundos, sua voz saindo abafada quando fala com alguém antes de responder minha pergunta.
— Desculpe. Teve uma infiltração… O teto do apartamento desabou.
— O quê? Você está bem? A Freya…?
— Sim, sim. Foi apenas na sala. Os bombeiros estão aqui e tá a maior confusão. — Pela sua voz, noto sua aflição e fico tenso, pensando no susto que ela deve ter tomado…
— Há algo que eu possa fazer? — Eu já estou me movendo e saindo do escritório antes que ela responda.
Eu não posso vê-la, mas posso jurar que Genevieve hesita antes de dizer:
— Freya. Ela está atrasada para a escola e eu não posso levá-la, mas também não quero que fique aqui e Kevin está trabalhando…
— Eu a levo. Não se preocupe.
Ouço seu suspiro quando entro no elevador.
— Certo. Obrigada.
❦︎
Quando chego no prédio decadente onde Genevieve mora, um carro de bombeiros estacionado ali, ela já está esperando com Freya, a garotinha agarrada à mãe em seu colo.
— Oi — digo a elas, a Freya que pela primeira vez em nosso terceiro encontro consecutivo, não está sorrindo.
— Oi. Obrigada por vir. Sei que você tem um monte de coisas para fazer na empresa — Genevieve diz, acariciando as costas da filha.
— Não é nada. — Dou de ombros. Ela está prestes a dizer algo, quando Freya a interrompe.
— Não quero ir para a escola.
Genevieve suspira, colocando a filha no chão e se agachando para falar com ela.
— Nós já conversamos sobre isso, não foi? Eros irá levar você. Está tudo bem. — Ela aperta as mãos da filha. — Promete que vai fazer tudo direitinho na escola e não se preocupar com coisas de adulto?
— Eu vou ficar com a sua mãe para você não ter com o que se preocupar — digo a Freya ao me agachar ao lado da sua mãe.
Os olhos azuis pálidos de Freya me encaram.
— Promete? — pergunta a garota, então ergue o polegar. Eu vi ela e Genevieve fazerem isso duas vezes, por isso pressiono meu polegar contra o de Freya.
— Prometo.
Freya fica satisfeita depois disso, dando um último abraço na mãe e deixando que a coloque no banco de trás do carro. Genevieve murmura algumas coisas para ela antes de fechar a porta e virar para mim.
De pé, de frente para ela, percebo o que não notei antes, pois estava prestando atenção em Freya. Genevieve parece não ter dormido nenhum pouco bem e a devastação em seus olhos quando ela tenta forçar um sorriso acaba comigo.
— Obrigada mais uma vez. Eu mandei o endereço da escola para você — diz, pigarreando.
Aproximo-me dela e envolvo seu rosto em minhas mãos.
— Você está bem? — pergunto baixinho, sabendo que Freya está a dois passos de nós, mesmo com a janela do carro fechada.
— Tirando o fato que meu apartamento está uma bagunça e a minha filha acha que vamos morar na rua? — Genevieve ri, o som estranho, sem humor. Seus olhos marejam. — Não, mesmo se tirasse isso, eu ainda não estaria bem.
Tensiono a mandíbula, estudando seu rosto exausto. Ela é tão nova. Mesmo antes de agora já enfrentava coisas demais e parece que tudo só piora. Será que se a família dela soubesse o que aconteceu hoje, lhe daria abrigo? A que custo, me pergunto. Então é melhor que eles não se envolvam?
Mas ela não tem para onde ir. É esse pensamento que me faz dizer:
— Arrume suas coisas. Você e Freya irão para minha casa. Estão vindo morar comigo.
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Oieeeee.
O que foi esse capítulo???
Todo mundo concorda que o Eros foi bem babaca com a Kate, certo?
O que acham da Genevieve e a Freya irem morar com o Eros??
Espero que tenham gostado do capítulo!
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2bjs, môres♥
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