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⁴|Por você, faço caridade

     Anthony me arrastou para uma boate. Ele teve sorte que eu estava de bom humor e não o mandei ir pra merda quando me ligou às 21h. Eu já estava na cama, apesar do sono estar bem longe já que eu estava me revirando nos lençóis por mais de meia hora.

    Agora, entrando naquela boate que Anthony me achou no dia que descobri sobre a traição de America e Noah, procuro por ele. Ambos temos que trabalhar amanhã, mas ele deve ter se esquecido disso pois eu o encontro em um canto afastado, sentado num sofá. Ao lado dele, está Khalil.

    Minhas sobrancelhas se erguem enquanto eu me aproximo.

— Eu deveria imaginar que tem dedo seu nisso — digo como cumprimento ao meu irmão mais velho.

    Khalil apenas me ignora, jogado no sofá com os cotovelos apoiados neste, mais interessado nos homens e mulheres que lhe lançam olhares convidativos.

— O que ele fez agora? — pergunto a Anthony, sentando do outro lado do sofá.

— Por que você sempre acha que ele fez alguma coisa? — Meu irmão franze as sobrancelhas para mim. Eu arqueio a minha.

— Porque ele é o Khalil, seu sobrenome é problema.

    Anthony revira os olhos, bebendo seja lá o que que esteja em seu copo.

    Eu o avalio, notando o terno amassado e o olhar de derrota. Por experiência própria, sei exatamente o que o está deixando assim. Ou quem.

— Vou buscar uma bebida pra você. — Anthony fica de pé antes que eu tenha a chance de dar a minha opinião sobre o assunto.

— Ela está acabando com ele — me ouço dizendo.

— Anthony já é grandinho, Eros — Khalil diz, para minha surpresa, apesar dos olhos permanecerem longe dos meus. — Talvez você devesse começar a tomar conta da sua vida e deixar a dele em paz

    Eu ignoro a alfinetada, olhando para ele com desaprovação.

— E você, hein? Você tem trinta e cinco anos, porra, e age como um adolescente. Quando vai amadurecer?

— Por que eu deveria? Você parece bem agindo como o irmão mais velho. Obrigado, aliás. É muito cansativo fingir que eu me importo.

    Balanço a cabeça, fazendo o possível para manter minha boca fechada e não começar uma discussão com ele no meio da boate.

    Talvez ele esteja certo e eu me intrometa na vida deles, mas é por preocupação. Anthony ainda tem algum juízo, mas se ele continuar essa história com a Lorelei, não irá acabar bem. Alertá-lo não está adiantando de nada e por mais que me doa, deixarei que ele quebre a cara, mas vou estar ao seu lado quando acontecer.

     Já Khalil… Não, eu não posso ficar sentado e ver ele se degradar mais. Já foram vinte e cinco anos disso, desde que nossa mãe foi embora. Mesmo quando meu pai intervindo quando as coisas ficavam sérias demais, isso nunca impediu Khalil de fazer tudo de novo. Papai deixa, porque lá no fundo, acho que se culpa por não ter feito nada quando nossa mãe foi embora. Ele foi um pai solteiro por cinco anos antes de Carlota entrar em nossas vidas e esse tempo foi o bastante para Khalil começar a mudar. Meu pai achava que colocá-lo de castigo apenas pioraria a situação, então deixou ele fazer o que bem entendia até terminar o colégio. Depois disso, nada mudou: Khalil foi para a faculdade, conseguiu se formar com algum milagre, mas foi uma longa jornada, incluindo duas internações em dois anos.

    Querendo livrar minha mente de lembranças do passado, vou atrás de Anthony que parece ter se perdido com a maldita bebida.

    Eu não o acho, mas me apoio em uma pilastra e observo as pessoas, pensando em quanto tempo faz que eu não me divirto assim. Eu era dedicado ao trabalho antes, mas depois… depois do que aconteceu há três anos, a empresa ocupa a maior parte dos meus dias. Não sei mais o que é tirar férias ou sair para beber com amigos. Se não fosse por Anthony ocasionalmente me arrastando para lugares assim, quando me encontra de bom humor, eu permaneceria tranquilamente na minha casa.

    Avisto um cabelo ruivo em meio a pequena multidão na boate e fico imóvel, por um momento pensando ser Genevieve, mas não é ela, sei disso porque a mulher passa bem perto de mim.

    Isso, porém, me lembra da foto que Kate me mandou ontem. Parece que ela e minha noiva de mentira saíram para uma noite das garotas. Na foto, Genevieve está sorrindo ao lado de Kate, as bochechas coradas e um brilho no olhar.

   Kate escreveu na legenda: suas funcionárias preferidas ❤🍻.

   Eu duvido que Genevieve esteja ciente de para quem a foto foi enviada, mas guardei mesmo assim. O que foi um erro, claro, quando não consegui dormir hoje, pensando naquele maldito sorriso em seu rosto.

— O que você tá fazendo escondido aí? — Anthony empurra um copo com líquido rosa para mim. Eu cheiro, mas não faz muita importância do que seja, eu bebo mesmo assim.

— Onde diabos você estava? — Franzo as sobrancelhas para ele.

— Mijando. Você queria vir junto? — Anthony revira os olhos e lhe mostro o dedo do meio.

— Então… — começo depois de um tempo. — Vai me dizer por que arrastou a mim e ao nosso querido irmão para cá?

— Não posso querer passar um tempo com vocês?

— Você me vê todos os dias. A não ser que você esteja mantendo uma paixão platônica pelo seu irmão adotivo, então não, esse papo não rola.

— Você é nojento. — Ele faz uma careta para mim, não respondendo ainda a minha pergunta.

— Tenho certeza que muitas mulheres aqui diriam o contrário.

— Ótimo, então vá transar com alguém e pare de se intrometer na minha vida.

— Foi você que me chamou aqui.

— É, para beber, não para bancar o meu pai.

   Pressiono meu copo na sua cara.

— Criança malcriada — digo a ele, que me empurra para longe.

   Anthony resmunga alguma coisa e se mistura com as pessoas, deixando-me para trás. Bom. Parece que eu o irritei, talvez ele encontre alguém que possa ajudá-lo com a sua frustração.

   Quando as pessoas começam a ficar mais animadas e gritar quando uma música mais lenta começa, olho para o palco, não ficando surpreso quando três garotas entram, cada uma indo para uma barra de pole dance.

   A do meio, porém, desperta o meu interesse pois é a mesma daquele dia, há três anos, apenas por isso devo achá-la familiar. Apenas as roupas mudaram, mas a peruca, o sorriso misterioso… É ela. Quando começa a dançar, é exatamente como me lembro: seus movimentos são leves, como se ela fizesse isso a vida toda. Diferente das outras duas, ela não parece fazer isso para o público, mas para si mesma, porque gosta e sua existência naquele momento parece se resumir apenas nas manobras sensuais que faz.

    Não sei por quanto tempo fico assistindo o show, como um psicopata, hipnotizado por seus movimentos, mas Anthony finalmente volta e me arrasta de volta para nossa mesa.

❦︎

   Há algo sobre Genevieve que eu reparei — a contragosto, claro. Ela usa roupas de cores específicas.  Vermelho é para dias em que ela está se sentindo ousada, pronta para discutir até o sol virar noite. Marrom é quando está de mau humor e faz cara feia para tudo. Azul são em dias bons, tranquilos, o total contrário das duas primeiras cores. Roxo é alegria, quando nem mesmo meus comentários conseguem tirar seu sorriso do rosto. Amarelo, ironicamente, é tristeza, e eu gosto de pensar que tem algo a ver com Van Gogh. E temos as variantes: preto, cinza e branco, quando não sei o que quer dizer e fico irritado com isso.

     Como hoje, ela está usando branco. Seu cabelo parece uma chama viva em contraste com sua pele e seu vestido de tubinho.

    Seu rosto não revela nada a respeito do seu espírito hoje e já vi que precisarei arriscar.

— Minha mãe quer saber quando será o jantar — digo em meio ao silêncio no escritório.

    Genevieve não ergue os olhos do tablet ao dizer:

— Quarta está bom para mim.

    No dia do Jantar em Família. Não podia ser mais do que apropriado.

— Você vai à algum lugar depois do trabalho? — pergunto casualmente, mudando drasticamente de assunto. Ela nunca me contou quem é Kevin.

— Você se interessa demais pela minha vida, Eros. Alguém chegaria a pensar que é obcecado por mim.

    Quase dou risada. Pelo menos ela está com o humor afiado de sempre quando se trata de mim.

— Essa fantasia é a que a faz dormir a noite, amor? — pergunto, inclino-me contra a cadeira, dando a ela toda a minha atenção.

— Apenas se eu quiser ter pesadelos.

    Uso meu punho para esconder meu sorriso. Talvez eu seja um sádico de merda, mas gosto de incitar o temperamento dela. Não são muitas as pessoas que falam comigo desse jeito. E de mulheres, existem mais duas além dela: Kate e Lorelei.

— Bom, caso mude de ideia sobre os seus planos, estarei mais que feliz em socorrê-la da sua noite deplorável.

— Achei que jamais desceria ao meu nível.

— Por você, eu faço caridade.

   Genevieve balança a cabeça, me ignorando. Por algum motivo, estou intrigado com ela hoje. Certamente tem a ver com seu vestido — com a cor do seu vestido — porque não consigo focar no meu trabalho. Não tem nada a ver, digo a mim mesmo, com a foto que Kate mandou no sábado. Não, eu não fiquei encarando aquele sorriso e pensando nele mesmo depois disso.

    Não faria sentido. Genevieve está sempre sorrindo, certo? Sim, mas nunca para você. Claro que ela… Não, não, ela não sorri daquele jeito para mim. Sorrisos debochados, sarcásticos e com raiva, sim, mas nunca… Sinceros, que façam seus olhos brilharem com qualquer coisa que não seja raiva.

— Venha aqui — a ordem sai dos meus lábios antes que eu a contenha.

    Genevieve para o que está fazendo em seu tablet e pisca duas vezes antes de erguer seus olhos, como o céu azul em minhas costas. Eu não sei o que se passa neles, mas não há dúvidas que ela percebeu o tom rouco da minha voz.

   Calmamente, ela deixa sua mesa, vindo até mim e parando ao lado da minha.

   Fico de pé, parando em sua frente. Seu cabelo está preso para trás em um rabo de cavalo na nuca, apenas duas mechas soltas na frente, emoldurando seu rosto.

— Qual o nome dele? — pergunto, pegando uma dessas mechas.

— De quem? — Genevieve franze as sobrancelhas, não sei se paro o meu ato repentino ou a pergunta mais estranha ainda.

— Seu namorado.

— Como isso seria da sua conta?

    Solto seu cabelo, pondo minhas mãos nos bolsos e tentando não tensionar minha mandíbula.

   Então há, de fato, um namorado.

   E o que você esperava? Que uma mulher linda e gentil como ela — não quando se trata de mim a última parte, óbvio — não tivesse ninguém? Isso nunca me importou até agora. Não sou cego, nunca deixei de notar como ela é linda, mas nunca me importei se há um homem a esperando em casa.

    Acontece que há uma semana, quando ela bateu de frente com America e Noah por mim… Não sei o que mudou, mas pensar nela tem sido mais constante do que qualquer coisa e isso me irrita. Me irrita que quando ela segurou minha mão naquele dia e sorriu para mim — talvez a única vez que me dirigiu um sorriso de verdade —, eu senti de novo como é ser importante para alguém daquela forma. O momento foi completamente platônico, tenho certeza, mas desde que Kate mandou aquela foto, fiquei me perguntando como deve ser ter Genevieve sorrindo para mim daquele jeito todos os dias.

    E quando penso nisso, lembro que ela provavelmente já tem alguém para quem sorrir assim. E isso me irrita, mesmo que eu não tenha nenhuma porra de direito.

— Eros? — Sua voz me faz piscar e eu percebo que estava encarando sua boca esse tempo todo.

    Meeeeeeerda. Será que eu também disse todos esses pensamentos estúpidos em voz alta?

    Pelo olhar confuso de Genevieve, acho que não.

— Esqueça. Volte ao trabalho. — Sento em minha cadeira, suprimindo um suspiro.

   Pelo canto do olho, vejo Genevieve hesitar.

— Está tudo bem…? Eu posso fazer alg…

— Eu disse para voltar ao trabalho — digo bruscamente. Ela não se encolhe, está acostumada com a minha rispidez, o que é ainda pior.

— Sim, senhor — o desgosto em suas palavras é evidente, mas ele volta para sua mesa.

   Girando minha cadeira, encaro a cidade do outro lado do vidro.

❦︎

    No dia seguinte, chego ao escritório no horário de sempre, mas minha sala está vazia. Não me espanto, não é incomum Genevieve se atrasar e não faço ideia porque ainda aturo isso, mas depois de meia hora e ela não ter aparecido, começo a ficar irritado.

     Como ela pode dizer que precisa desse emprego e se atrasar tantas vezes assim? Ela acha que meu pai a manterá? Ou que agora com esse noivado de mentira, eu serei condescendente com suas obrigações?

— Onde ela está? — pergunto a Kate quando ligo da minha sala.

Quem? — Posso jurar que sinto um sorrisinho em sua voz, pois ela sabe muito bem de quem estou falando.

— Kate — meu tom é de aviso e ela dá uma risadinha.

Nós dois sabemos que o nome dela também não é Kate, mas estou generosa hoje. Genevieve disse que não virá. Eu teria avisado antes, mas esqueci. Ops! Enfim, ela teve um acidente doméstico.

    Eu paro um segundo com a palavra "acidente". O primeiro pensamento que me ocorre é que Genevieve possa ter dado essa desculpa apenas para me ignorar por causa de ontem. Mas depois me dou um tapa mentalmente. Ela não é o tipo de mulher que foge de uma briga. Ou seja, ela sofreu mesmo um acidente doméstico.

    Por que acidente doméstico parece muito com agressão doméstica?

     Ela nunca disse o nome do namorado. Talvez seja esse tal de Kevin.

    Ela estaria em um relacionamento abusivo? Ela contaria se estivesse, certo? Não sei, já vi muitos casos onde as mulheres permanecem em silêncio, por medo ou qualquer que sejam os traumas que passaram.

    Porra.

    Passo a mão pelo rosto, pensando na possibilidade de isso estar acontecendo com ela. Ela nunca deu sinais… Talvez você não tenha reparado.

    Aperto o telefone com força, a inquietação não me deixando pensar direito.

Senhor? — Kate pergunta do outro lado da linha, nenhuma diversão em sua voz agora.

— Me passa o endereço da Genevieve.

❦︎

    Eu quase me pergunto se Kate me deu o endereço errado, mas minha secretária e amiga é metódica demais para cometer um erro desses, então não posso estar estacionando no lugar errado: um prédio de cinco andares com aparência meio decadente e pouco confiável.

    Não há porteiro, nem recepção, mas Kate disse que o apartamento de Genevieve era no quarto andar, número 9, então subo os lances de escada, me perguntando exatamente o que vou fazer se o namorado dela realmente a tenha machucado. Matá-lo parece uma opção viável até agora.

    Chegando no seu apartamento, dizendo a mim mesmo que meu coração acelerado foi por causa das escadas, bato na porta quando não  encontro uma campainha.

    Conto os segundos mentalmente, tentando não arrancar meus cabelos no processo e espero.

    Quando estou prestes a bater outra vez, a porta abre.

    Não é Genevieve ou o seu suposto namorado que abre. Preciso olhar para baixo para encontrar a pequena anfitriã.

— Quem é você? — a garotinha pergunta. Ela deve ter uns cinco anos, sem os dois dentes da frente e de pijama. Mas não são essas coisas que me fazem encará-la sem parar. Não, são os cabelos castanhos-avermelhados familiares e os olhos azuis curiosos.

— Eu… hã… — Genevieve tem uma irmã mais nova? Achei que Donna Prescott, sua mãe, tivesse tido apenas duas filhas: Genevieve e Emma, sua irmã mais velha.

— Você é amigo da minha mãe? — a criança pergunta e todos os pensamentos fogem da minha mente. Eu tenho noventa e nove por cento de certeza que ela não está falando de Donna.

— Quem é a sua mãe? — pergunto mesmo assim.

    A menina olha para algo atrás de mim e aponta.

     Virando-me, dou de cara com Genevieve.

  

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