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⁵⁰|O karma às vezes é uma droga

    Nosso pai nunca deixou Emma e eu termos qualquer bichinho de estimação. Todo aniversário e Natal nós pedíamos a ele, mas papai sempre foi muito impassível.

     Mas um dia, eu achei um gatinho. Era verão e ele estava espiando nos arbustos do jardim e eu o peguei. Eu não deveria porque se papai soubesse, ele iria me colocar de castigo. Mas eu tinha dez anos e já mostrava sinais de rebeldia, então ignorei o medo de ser castigada e levei o gatinho para o meu quarto. Eu o nomeei de Biscoito porque ele era marrom com manchinhas pretas.

     Biscoito foi meu melhor amigo por todo aquele verão. Eu conseguia roubar comida para ele e nós dormíamos juntos todas as noites. Ele também me fazia companhia durante as tardes quando eu ficava desenhando ou brincando de tomar chá, onde o Biscoito e minhas bonecas eram meus únicos convidados.

    Porém, numa manhã, eu encontrei Biscoito morto nos jardins.

     Eu sempre me culpei por ter deixado a janela aberta quando fui dormir na noite anterior. Talvez se eu não tivesse deixado, Biscoito não teria morrido. Mamãe me deixou enterrá-lo, no entanto. Eu passei o resto do verão dentro do meu quarto e fiquei sem ir nos jardins por meses.

     Até hoje, a morte do meu gatinho dói. Eu nunca soube como ele morreu, mas sempre suspeitei que eu meu pai o achou e o matou.

     Esbarro em algo e peço desculpas, enxugando meu rosto.

— Genevieve?

     Paro de andar na calçada movimentada e viro-me, encontrando Katrina, a secretária de Enrico.

— Ei. Como você está?

— Bem… — Ela hesita, analisando meu rosto. — E você, tudo bem? Parece que está… — Katrina o próprio rosto — chorando.

— Ah. Não é nada, é que… — Hesito e depois balanço a cabeça. — Deixa pra lá. Não quero sobrecarregar você com os meus problemas.

     Katrina se aproxima, colocando a mão em meu braço.

— Olha, eu sei que nunca fomos próximas, mas pode conversar comigo. — Ela olha em volta. — Eu estava indo para um café que fica aqui perto… Você pode vir comigo, se quiser.

      Eu hesito de novo, mas Katrina sorri, não se abalando.

— Vamos. Vai ser bom. Nada melhor do que duas garotas fofocando enquanto tomam café.

      Dou risada.

— Tudo bem. Acho que você está certa.

— Perfeito!

     Katrina entrelaça seu braço no meu e lidera o caminho. Eu fico calada, apenas ouvindo enquanto ela conta da própria vida. Sempre achei Katrina uma mulher tímida, apesar de ter visto seus olhares para Anthony e Eros ao longo dos anos.

     Quando chegamos no café, ela cumprimenta o garçom que parece conhecê-la. Katrina diz que vem aqui todos os dias porque aqui tem a melhor torta de morango da cidade.

     Depois que ocupamos uma mesa, fazemos nossos pedidos. Eu imito Katrina, pedindo um café e um pedaço da sua torta preferida, o que a deixa muito feliz.

— Então… Quer falar sobre por que você estava chorando? — Katrina pergunta suavemente quando o garçom sai para pegar nossos pedidos.

     Solto um suspiro, encarando a mesa.

— Eros e eu terminamos — digo baixinho, meu rosto corando.

— Sério? Mas vocês pareciam tão perfeitos um para o outro.

     Solto uma risada zombateira.

— Eu também achei. Mas depois do que saiu ontem, ele surtou. Eros acha que estou tendo um caso com Tobias, que eu o ajudei com esse golpe. — Balanço a cabeça, mais lágrimas deixando meus olhos.

— Que idiota. — Katrina pega minha mão, dando um leve aperto. — Sinto muito, querida.

     O garçom volta com nossos pedidos e eu pego o garfo, usando-o distraidamente para espetar a torta.

— Me sinto tão boba. Eu achei que ele estivesse apaixonado por mim, mas assim que as coisas começaram a dar errado, ele apontou o dedo para mim.

— Os homens são assim. Eles usam a gente e depois jogam fora. Mas achei que Eros fosse diferente.

— Eu também — murmuro, fungando.

— O que você vai fazer sobre isso?

     Ergo o rosto, franzindo minhas sobrancelhas em confusão.

— Como assim?

— Ele foi um babaca com você. Quer saber minha opinião?

     Anuo.

— Eu me vingaria dele, se fosse você.

     Dou uma risadinha.

— Tipo o quê? Pichar o carro dele? — Estalo meus dedos. — Já sei! Eu poderia postar fotos comprometedoras dele na internet.

     É claro que estou brincando, mas o olhar Katrina me diz que sua opinião não foi um jeito de me fazer rir.

— Ou você poderia se juntar ao maior rival dele e ajudá-lo — diz.

— Quê? Me juntar a Tobias? Claro que não! — Balanço a cabeça. — Olha, não sei se você sabe, mas Tobias é um cara muito ruim. Nós tivemos um relacionamento e eu fiquei grávida. E sabe o que ele fez? Me deu as costas. E agora tem me feito ameaças. Não vejo como me juntar a ele poderia ser bom.

     Katrina hesita agora, mas o que quer que ela veja em meu rosto, a faz continuar falando.

— Eu sei. Mas eu tenho trabalhado com Tobias, já que ele está na presidência agora, e te garanto que nem tudo é o que parece. Tobias só estava cansado de receber migalhas, sabe? Ele está errado ou as pessoas que não estão vendo o lado dele nessa história?

     Ainda não estou convencida, mas Katrina põe um sorriso tranquilizador no rosto.

— Apenas pense nisso. Eu vejo como você está abalada. Se você decidir se vingar em grande estilo, vou ajudar você.

    Anuo, suspirando e sorrindo um pouco.

— Obrigada, Katrina.

💎

     Tiro meus sapatos quando entro no apartamento, fechando a porta atrás de mim. Está fazendo um calor danado e eu estou predendo meu cabelo em um coque alto quando Freya sai correndo de dentro do quarto e me abraça.

— Mamãe! O papai disse que a gente vai voltar pra casa! Quando a gente vai? A gente pode ir hoje? Pode? Pode? Hein? — Freya está pulando agora, seus olhos maiores do que realmente são enquanto ela me encara, esperando uma resposta.

— Oi pra você também. — Dando risada, beijo o topo da sua cabeça. A trança que fiz em seu cabelo ontem está se desfazendo e eu ponho alguns fios que se soltaram atrás das suas orelhas antes de segurar seu rosto. — Nós não vamos hoje porque precisamos arrumar nossas coisas ainda.

— Eu falei isso a ela — Eros diz de onde está, encostado no batente da cozinha, os braços cruzados.

— Mas eu tô com saudade dos cachorros. E se eles esquecerem de mim, mamãe? — Freya me olha com seus olhinhos tristes, fazendo meu coração apertar. — Ou se eles ficarem tristes comigo achando que eu abandonei eles? Eu não quero que eles fiquem tristes.

— Ah, meu amor. — Me ajoelho diante dela, sentindo um nó na garganta. Enxugo seu rosto quando algumas lágrimas deslizam pelas suas bochechas. — Eles não vão ficar tristes com você, meu bem. Tá bom? Não precisa se preocupar com isso. Você vai vê-los logo, logo, eu prometo. — Mostro meu polegar a ela.

     Minha filha funga, coçando o olho, mas pressiona seu polegar no meu.

     Puxo-a para um abraço apertado e encho-a de beijos enquanto lhe faço cócegas. Só paro quando não há mais vestígios de tristeza na sua voz e ela ri até gaguejar que sua barriga está doendo.

— Por que você não vai arrumar seus brinquedos nas caixas de novo? Assim a gente pode terminar mais rápido.

— Tá bom!

    Ela vai correndo para o quarto e eu fico de pé, fazendo uma careta enquanto caminho até Eros.

— Deus, estou morta de cansada — digo ao abraçá-lo. Ele passa um braço ao meu redor e esfrega minhas costas.

— Durma um pouco. Deus sabe que você não dormiu noite passada. — O tom malicioso da sua voz me faz corar. Ainda estou dolorida depois da noite no motel. — Você a encontrou?

     Certo. Isso.

— Sim. Ela estava indo para o café que Kate falou. Nós conversamos.

     Hoje mais cedo, depois que Eros aceitou que não tínhamos outra alternativa, ele entrou em contato com Olivia. Eu fiquei surpresa com a facilidade que ela aceitou nos encontrar. Quando ela chegou na casa de Eros, eu perguntei a ela por que deveríamos acreditar nela.

— Eu farei qualquer coisa para me reaproximar dos meus filhos — foi a sua resposta.

     Eros não pareceu acreditar muito nela, deixando o tempo todo que eu conduzisse a conversa.

      Olivia contou que Katrina foi quem contou a Tobias do noivado falso.

Ela disse que foi ao Baile Beneficente a pedido de Tobias. Ele conseguiu colocá-la lá dentro para vigiar vocês. Katrina disse que seguiu Eros e Khalil quando os dois saíram do baile, disse que suspeitou que algo estava acontecendo. Foi assim que ela ouviu a conversa dos dois, onde Eros contava que o noivado com você nunca foi real.

     Eu nunca fui muito chegada a Katrina, sabia apenas que ela estava na Blackburn Empire há mais tempo que eu. Porém, eu não esperava que ela fosse nos trair assim. 

Ela é uma idiota ingênua que está apaixonada pelo Tobias. Pobre garota. Ele só a está usando. — Olivia suspirou como se lamentasse.

    Quando contamos tudo a Kate, pensamos na possibilidade de ela estar mentindo. Ela poderia estar tramando com Tobias, tentando nos enganar… Mas por mais que eu não goste da mulher, eu sou mãe também e eu vi como ela está desesperada para se aproximar de Eros. Não perdoa tudo o que ela fez, mas valida sua decisão de nos ajudar.

     Kate então deu a ideia de testarmos Katrina. Kate sendo quem ela é, descobriu que a antiga secretária de Enrico gosta de comer torta num café perto da empresa. Por isso "acidentalmente" esbarrei em Katrina enquanto eu estava chorando.

— Pensar no Biscoito me ajudou a manter o personagem de ex-noiva-falsa-triste. Mesmo depois de dezesseis anos, eu ainda choro de saudade dele — falo após contar tudo sobre minha conversa com Katrina.

— Sinto muito pelo seu gato. — Ele é sincero ao acariciar o meu rosto.

— Obrigada. — Solto um suspiro. — Devemos atualizar os outros e decidir os próximos passos.

    Eros anue.

— Mas antes você vai dormir um pouco. Vou ajudar Freya a arrumar os brinquedos dela enquanto você descansa.

— Não sou a única cansada. Você também não dormiu quase nada ontem a noite.

     Eros dá um sorrisinho e beija rapidamente minha boca.

— Sou mais resistente do que pareço.

    Imito seu sorriso, mordendo o lábio e passo minhas mãos por seus braços musculosos.

— Acredite, eu sei bem.

— Pervertida.

— Você é o único culpado disso, você sabe. — Afasto-me dele e olho por cima do ombro enquanto entro no quarto. Eros está olhando para minha bunda. — Viu?

     Sorrindo quando me lança um olhar, adentro o quarto.

💎

      Lorelei está cuidando de todas as histórias falsas que estão surgindo na internet, mas não rápido o suficiente para impedir os pais de Eros de verem.

      Eu ouvi Eros falar com eles no telefone, prometendo que irá explicar tudo depois, quando resolvermos o problema maior primeiro. Eles aceitaram isso por enquanto. Não sei com que cara irei olhar para eles, mas se tive coragem de mentir em suas caras e dentro da sua casa, terei que ter coragem de admitir minha mentira também. Só espero que eles possam nos perdoar.

     Quando a campainha toca, deixo a tarefa de dobrar minhas roupas de lado, por enquanto. Eu já arrumei boa parte delas, mas ainda faltam os livros e os meus outros objetos pessoais. Quando acordei do cochilo, Eros e Freya tinham arrumado todos os brinquedos e os sapatos dela. Se passarmos a madrugada toda empacotando tudo, podemos voltar amanhã mesmo.

     Espio pelo olho mágico e depois abro a porta.

— Genevieve. — A mulher sorri.

— Olivia. — Não retribuo o sorriso, no entanto, mas dou espaço para ela passar. — Entre.

     Olivia adentra o apartamento e eu fecho a porta. Quando viro-me para ela de novo, está olhando em volta, o que me dá tempo para avaliar a mulher.

     Eros me disse uma vez que ela era loira quando ele era criança. Mas seu cabelo é escuro agora. Apesar de Eros e Khalil serem muito parecidos, eu vejo semelhança de Olivia com seu filho mais velho. Os olhos não mentem e Khalil herdou a cor esmeralda da mãe.

— Eros saiu com Freya. São apenas nós duas — aviso a Olivia.

     Precisamos saber se podemos confiar em Olivia. Mas entendo que para Eros, falar com ela é difícil. Mesmo que seja importante. Então eu disse a ele que a chamaria para conversar. Óbvio que ele não ficou feliz com essa ideia, mas entendeu que essa conversa precisa acontecer.

     Então ele e Freya foram ao supermercado.

— Entendo — Olivia murmura, assentindo. De fato, ela deve estar entendendo que esse não é um encontro amigável.

    Não lhe ofereço chá nem água ou café. Podemos precisar da ajuda dela, mas não serei cordial com uma mulher que abandonou os próprios filhos.

— Por que você voltou só agora? — pergunto.

— Nem mesmo Eros me fez essa pergunta.

— Ele não se importa. Não mais, pelo menos. Vinte e seis anos é demais para qualquer pessoa.

    Eu vejo como as palavras a afetam, mas Olivia não vacila.

— Tobias me convenceu a voltar. Ele me achou graças ao detetive que Enrico colocou atrás de mim.

— Novamente, como ele convenceu você?

     Olivia suspira, me olhando por um momento. Estou encostada na parede, meus braços cruzados e encarando-a de volta.

— Ele disse que Adrien contou algumas coisas a ele — finalmente diz. Meu estômago embrulha com a menção do nome do meu pai. — Principalmente sobre como eu estava infeliz com o meu casamento antes de… partir. Tobias achou que eu poderia querer vingança. Não só isso, mas ele parece realmente contente que eu esteja ao lado dele nisso tudo. — Ela franze as sobrancelhas. — Tenho a sensação que ele se sente superior a Eros e a Khalil por conta disso.

     Isso é bem a cara de Tobias: exibir algo que ele acha que as pessoas anseiam.

— Quando ele disse que me achou por causa do detetive que Enrico colocou atrás de mim — ela continua —, pensei que talvez Eros estivesse à minha procura, que ele poderia ter me perdoado. Mas eu estava enganada, pelo visto.

     Analiso sua expressão, ela realmente parece triste com isso.

— Por que você foi embora, Olivia? Por que não voltou antes?

— Eros sabe que estamos tendo essa conversa?

    Franzo levemente as sobrancelhas, mas anuo. Olivia faz outra pausa, dessa vez mais longa, ao caminhar até o balcão e pegar um porta-retrato que pus lá. É uma foto do aniversário de Freya, onde Eros e eu estamos cada um ao lado dela. Uma foto em família antes que eu finalmente percebesse o que nós somos.

— Essa é a Freya, não é? Minha neta?

     Pisco algumas vezes. Eu não tinha pensando por esse lado.

— Você está me enrolando — digo ao invés de dizer que Freya só tem duas avós: Carlota e minha mãe.

     Olivia suspira novamente, mas não larga o porta-retrato.

— Eu não estava feliz no meu casamento. Eu nunca deveria ter me casado. Era para ser algo passageiro, mas eu engravidei.

— Mas você se casou. Você não precisava.

     Pela primeira vez, ouço Olivia rir. É um som estranho, no entanto. Seco e sem vida.

— Eu tinha vinte anos, garota. Eu não tinha ninguém, não poderia criar uma criança sozinha. Além disso, Enrico não era ruim. Quando contei que estava grávida, ele propôs o casamento. Eu não era idiota, então aceitei. Mas não era o que eu queria, realmente.

     Fico calada, apenas ouvindo sua história.

— Quando Khalil nasceu… Todo o remorso que eu estava sentindo, simplesmente saiu. Eu rejeitei o meu próprio filho. Sempre que eu olhava para ele, eu via o futuro que eu poderia ter tido. Eu o culpava por eu estar em um casamento que eu não queria, sendo mãe, quando eu também não queria isso.

— Mas a culpa nunca foi dele — não consigo me impedir de não entrar em defesa de Khalil.

— Eu percebi isso depois. Percebi também que Enrico me amava e amava Khalil. Ele passava muito tempo com ele. Alguém tinha que fazer, suponho. Mas eu estava ficando com ciúmes. — Ela faz uma pausa e olha para mim, vendo o meu olhar horrorizado. — Você acha que sou louca, não é?

— Eu não usaria essa palavra — murmuro.

     Olivia dá de ombros.

— Convenci Enrico que deveríamos ter outro filho. No início, ele não achou que seria uma boa ideia já que eu mal conseguia ficar na presença de Khalil, mas aos poucos, coloquei essa ideia na cabeça dele. Não demorou muito para eu estar grávida. Daquela vez, eu gostei. Eu gostava da atenção de Enrico. Ele sempre foi bom e atencioso, mas durante a gravidez ele se superava. Foi assim quando eu estava esperando Khalil, mas eu estava muito presa na minha amargura para perceber.

     Um pequeno sorriso aparece em seus lábios pintados de vermelho enquanto ela passa o indicador no porta-retrato.

— Então Eros nasceu. Eu finalmente entendi o que as pessoas falavam sobre a maternidade. Eu sentia aquela conexão, como se ele fosse parte de mim. Meu pequeno príncipe.

     Odeio a forma como entendo ela agora. Quando Freya nasceu, foi a coisa mais extraordinária que aconteceu comigo.

— Nos dois primeiros anos, eu não era mais infeliz, precisando estar feliz. Porque eu estava. Eu até gostava de estar casada. Enrico era um marido perfeito, meu filho era perfeito, minha vida estava perfeita.

     Seu sorriso vai e ela franze as sobrancelhas.

— Mas então começaram as cobranças. Enrico não estava feliz que apenas um dos nossos filhos recebia minha total atenção. Ele me acusava de ignorar Khalil. Chamou-me de cruel várias vezes. Ele não entendia. Ninguém entendia. Eu não podia amar aquele menino que tinha os meus olhos. Eu nunca pude. E isso destruiu o meu casamento.

     Sinto um calafrio. Ela é tão fria ao falar de Khalil. Como uma mãe pode não amar o seu filho? Tento me imaginar não amando Freya e é simplesmente impossível. Eu também não queria ser mãe naquele momento que engravidei, mas quando Adrien sugeriu que eu abortasse, eu neguei e mesmo que isso tenha me colocado na rua e me feito ser rejeitada pela minha própria família, eu nunca irei me arrepender. Tudo pelo o que passei, todo o sofrimento que enfrentei, valeu a pena. Por ela, pela minha filha, eu faria tudo de novo e sofreria mil vezes mais, porque ela é tudo para mim.

— Você também não entende — Oliva me tira dos meus pensamentos. Não percebi que a estava encarando, provavelmente não de um jeito bom.

— Sinceramente, não. Eu fui colocada para fora de casa, humilhada, enviada de volta para um lugar onde eu não tinha mais ninguém. — Distraidamente, ponho a mão sobre o meu ventre. — Mas nada disso importava mais quando ela nasceu. Eu já a amava muito antes disso.

      Olivia me encara por um minuto antes de devolver o porta-retrato para o balcão e voltar a falar, sua voz mais monótona agora.

— Enrico ainda me amava, mesmo que eu não amasse nosso outro filho. Por isso ele aguentou por tanto tempo. Mas eu já não estava aguentando mais. Eu o traí por um ano inteiro até ser amaldiçoada de novo por uma gravidez indesejada. — Ela ri como se não acreditasse. — O karma às vezes é uma droga. Porém, daquela vez, eu não iria me atormentar de novo. Então fugi para a casa da minha irmã, e quando tive o bebê, dei a ela. A coitada estava tentando engravidar há anos e ficou contente quando dei esse presente a ela.

     “Presente”, porque um filho é uma coisa que você sai dando por aí.

     Mas antes de continuar julgando, penso mais um pouco. Talvez tenha sido melhor para Tobias crescer com pessoas que o amavam do que ter o mesmo destino que Khalil.

— Quando voltei — Olivia continua —, Enrico me aceitou. Eu prometi que tentaria melhorar, então ele não fez perguntas, mas ele sabia. Ele podia ser muito apaixonado por mim, mas não era idiota. Eu não fiz minha parte, no entanto. Eu tentei, nos anos que se seguiram, mas era muito difícil para mim.

— Difícil para você? Ele era uma criança — as palavras escapam, sendo mais forte que eu.

— Como eu disse, você não entende. E eu não me importo. Mas para concluir essa história: na noite que eu fui embora, Enrico e eu brigamos. De novo, mas eu já estava cansada de fingir, de tentar. Eu só queria ir embora com o meu filho. Mas Khalil estragou tudo, de novo, chamando Enrico. Eu tive que ir. Eu pensei em voltar várias vezes, mas eu sabia que Enrico não deixaria. Depois, eu achei melhor assim. Eu amava Eros, eu faria qualquer coisa por ele, mas eu sabia, bem no fundo, que ele estava melhor sem mim.

— Pela primeira vez, tenho que concordar com você.

     Olivia dá um sorriso triste antes de caminhar até mim.

— Vai me dizer para quê você me chamou aqui, além de querer saber do meu passado?

     Endireito meus ombros, mas sem descruzar os meus braços ou sorrir de volta.

— Você disse que faria qualquer coisa por Eros… Isso inclui trair o seu outro filho?

— Eu nunca vi Tobias como meu filho, de qualquer forma, mas sim, eu faria qualquer coisa por Eros. O que você tem em mente?

     Talvez Olivia esteja mentindo, talvez esteja com Tobias e tudo o que contou agora é baboseira, mas… Não podemos mais ficar sentados esperando os advogados resolverem tudo.

     Respiro fundo e conto meu plano a Olivia.


💎

Oieeee. Hoje não é terça mas tá aí o capítulo!

Eu vi que vcs estavam desconfiando do coitado do Bruno KKKKKKKKK o homi n tem um dia de paz, tadinho.

Enfim, até logo

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2bjs, môres♥

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