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³⁷|Do que você gosta?

    — Achei que você tivesse parado o balé quando engravidou — Eros comenta.

     Agora estamos comendo pizza após eu contar sobre como me apaixonei pelo balé quando era criança. Conto que cogitei seguir profissionalmente como bailarina, mas que desisti ao perceber que era apenas um hobby e que o meu real amor, o que eu queria fazer, era ser Designer de Joias.

— Alguns meses antes, eu já tinha saído — explico sem lhe encarar.

     Eu amo falar sobre o balé, como me ajudou nos anos que vivi com a minha família. Com o balé, foi um pouco mais fácil suportar as reprimendas do meu pai e o que acontecia em nossa casa. Me ajudou quando me mudei para a Inglaterra, um lugar novo onde eu não conhecia ninguém. Fiquei muito feliz ao achar um estúdio de balé perto do campus. Estava sendo uma época muito feliz.

— Por que você saiu? — Eros questiona quando continuo calada e franzindo as sobrancelhas para minha pizza.

     Penso se devo mentir ou contar a verdade. Está óbvia qual escolha certa a fazer, porém não quero estragar a noite com esse assunto. Mas Eros está sendo tão aberto comigo, sinto que devo isso a ele. Além disso, quero contar. Talvez não a história toda ou com todos os detalhes, mas quero que saiba algumas coisas, pelo menos.

— Eu estava saindo com um cara na época — conto, tentando não me encolher quando o rosto do cara em questão aparece na minha mente. — Sempre que eu não estava na faculdade ou estudando, eu estava no balé. E… ele não gostava. Então eu saí. — Dou de ombros, como se não fosse nada.

    O silêncio é desconfortável, não só porque quero saber o que se passa na sua cabeça, mas também porque deixa minha mente vagar nessas lembranças. Por isso eu não queria contar, agora estraguei o clima.

— Esse cara… ele é o pai da Freya? — Eros pergunta baixinho.

     Anuo, não querendo admitir isso em voz alta.

    Bebo um longo gole de vinho e após um momento, finalmente olho para Eros.

     Eu esperava um olhar de pena — o mesmo que recebi da minha mãe e de Emma —, mas Eros me olha como se tivesse acabado de descobrir algo, como se estivesse me vendo pela primeira vez.

— Posso perguntar uma coisa? — pede.

    Anuo, com medo que ele pergunte o nome ou algo assim, algo que eu não poderia negar porque já seria demais.

— Ele batia em você?

     Os talheres escorregam da minha mão. O ódio lampeja em seus olhos com essa pergunta, enquanto os meus se arregalam um pouco, fazendo a comida embrulhar no meu estômago.

— Você ficava tensa sob o meu toque — Eros explica calmamente, mas suas mãos seguram os talheres com força. — E quando está nervosa, você me afasta.

    Sim. Sim, claro, eu sabia que ele havia reparado. Talvez ele tivesse ignorado se tivesse acontecido apenas uma vez, mas… Não, Eros jamais ignoraria algo relacionado a mim. Eu sei disso no fundo do meu ser.

     Engulo em seco, mas balanço a cabeça.

— Não. Não era… desse jeito — digo no mesmo tom calmo, apesar do enjôo que estou sentindo.

— E de que jeito era?

     Expiro, sentindo que aqui está quente e não daquele jeito que apenas o olhar de Eros causa. Sinto o ar abafado, começando a achar uma péssima ideia essa estufa, as flores com seus cheiros que estão começando a ficar enjoados, embrulhando ainda mais meu estômago. Minhas mãos estão suando, e largo os talheres novamente, dessa vez pegando o guardanapo em meu colo para enxugar minhas palmas escorregadias.

— Ei.

     Mesmo com todos esses pensamentos, com essa conversa, eu não me afasto por hábito quando Eros pega minha mão.

     Olho para ele, o sentimento de vergonha querendo fazer eu desviar o olhar na mesma hora.

— Não precisamos falar disso agora, se você não quiser — ele diz, ainda calmo apesar dos seus olhos contarem uma história diferente.

     Penso em aceitar, em deixar essa história para lá, mas já omiti coisas demais de Eros. Talvez essa súbita vontade de lhe contar um pouco sobre meu passado seja na verdade minha consciência querendo amenizar o fato de eu estar escondendo algo muito maior dele.

    E mesmo que isso me envergonhe, decido contar. Não por conta do motivo citado acima, mas porque eu sei que é importante para Eros saber. E como eu disse antes, também quero contar a ele.

— Você conheceu o meu pai — digo, apertando sua mão ainda na minha. — Esse cara, ele… ele era igualzinho ao Adrien. — Isso me faz rir, porém é um riso seco. — Eu deveria saber disso quando o conheci. Deveria tê-lo afastado quando percebi. Mas sempre tinha uma voz lá no fundo que dizia "ele vai mudar, é só questão de tempo."

     Isso soa tão idiota agora que é difícil não pedir desculpas por ter sido tão burra e ingênua.

— E o tempo passou e ele me mudou. Primeiro foram os meus amigos da faculdade. Ele não gostava que eu saísse com eles, então parei. Pensei "eu nem gosto tanto assim de ir pra balada com eles". Mas eu gostava. Era uma das coisas que eu mais gostava depois que mudei para Inglaterra. — Faço uma pausa para respirar, na qual Eros continua acariciando minha mão com seu polegar, me incentivando a falar se eu ainda quiser. — Depois, ele começou a reclamar que eu passava tempo demais no balé, que não dava atenção a ele. Fez eu me sentir culpada por amar aquilo. Ele me fez escolher. E eu o escolhi. Porque estava cega; porque achava que o amava; porque ele colocou na minha cabeça que ele era a única pessoa que eu tinha. E em partes, ele estava certo. Eu afastei os meus amigos por causa dele, não tinha mais minhas amigas do balé, e ele sabia como era minha família e a minha vida aqui, porque contei a ele.

      Pisco rapidamente para afastar as lágrimas. Não. Eu não vou chorar. Não por ele. Não depois de todo esse tempo.

     Engolindo em seco novamente, prossigo, sentindo a mão de Eros na minha, porque isso aqui é real.

— Ele fazia chantagens, me manipulava e humilhava, mas sempre de um jeito que eu duvidava de mim mesma, achando que ele tinha razão. Ele usava meu corpo e se aproveitou da minha ingenuidade, da minha juventude. Ele foi um monstro e foi a pior coisa que aconteceu na minha vida, mas também me deu a única coisa que mais importa pra mim. — Dou um pequeno sorriso ao falar de Freya. Por fim, encontro o olhar de Eros de novo. — É isso.

     Claro, esqueci de mencionar que o nome dele é Tobias. E não, não é coincidência. É o seu primo.

      Eros anue para tudo o que eu falei, graças a Deus não sabendo ler mentes.

— Obrigado por me contar. — Ele deixa um beijo em minha mão.

      O resto da história fica entalada na minha garganta. É só falar, Genevieve. Você só precisa dizer uma frase e tudo isso acaba.

— Se um dia eu encontrar esse desgraçado — Eros prossegue — eu vou fazê-lo pagar pelo que fez a você.

     Espero que ele não perceba como me arrepio com a sua promessa. E se eu contar a ele… Já foi difícil convencê-lo a não ir atrás de Tobias há três semanas. Eu sei que não vou conseguir fazer isso dessa vez.

      Amanhã, amanhã eu conto.

     Agora…

— Sobre o pole dance… — começo, retomando a um assunto seguro, soltando sua mão para poder voltar a comer.

     Eros não se opõe e em poucos minutos, a tensão no ar se desfez e nós mergulhamos em uma conversa divertida e tranquila. Ele faz várias perguntas, uma delas para saber se tem um vídeo para mostrar a ele. Quando arqueio a sobrancelha, ele diz todo inocente que é apenas para refrescar a sua memória. Para sua sorte, eu tenho um vídeo e mostro a ele. Ele assiste duas vezes com uma intenção predatória que faz minha pele vibrar, murmurando sobre como pode nunca ter me reconhecido nas vezes que ele me viu dançar.

     Depois, falamos sobre assuntos aleatórios. Sobre tudo o que eu achei que nunca conversaria com Eros. Ele tem sorrisos fáceis, rindo das coisas que eu conto. Eu me perco nesses sorrisos, no som da sua risada rouca. Agora entendo o que Kate falou sobre quem Eros era antes. Eu estou vendo agora mesmo: alguém que ri de piadas idiotas, que não se limita a palavras monossilábicas. Ele até parece mais jovem, mais leve. E eu estou amando ver esse lado que ele tem mantido escondido e agora está mostrando para mim.

     Quando terminamos com a pizza e com a caponata, Eros traz a sobremesa. Ou melhor, as sobremesas.

     Milkshake de morango com baunilha, panna cotta e (pasmem) trufas de cereja.

— Acho que esses livros te inspiraram bastante — comento, impressionada. — Mas é uma pena que terei que comer tudo sozinha.

      Eros encolhe os ombros.

— Serve de consolo se eu disser que na verdade gosto de bolo de cenoura com cobertura de chocolate?

— Sério? — Isso com certeza é alguma coisa.

    Ele anue. Eros está apenas me observando comer.

— A Carlota sempre fazia. E depois que eu comecei a gostar dela, não queria que ela ficasse chateada comigo se eu não comesse. — Eros dá de ombros.

— Isso é muito fofo.

    Ele mexe os ombros mais uma vez, mas suas bochechas ganham um tom mais rosado e ele abaixa a cabeça levemente. Assim como Freya, ele fica envergonhado com elogios.

       Depois que termino meu milkshake e ainda estamos conversando, me aproveito do bom humor de Eros e peço para ele tirar uma foto comigo. Ele só resiste por dois segundos até eu dizer que depois nós iremos para casa. A sugestão implícita em minhas palavras é o bastante para fazê-lo ceder. Então eu ponho minha cadeira ao seu lado para poder tirar a foto.

     No início — porque óbvio que não tiro apenas uma — ele não sorri e eu preciso persuadi-lo com beijinhos. Acontece que Eros sorrindo é realmente um perigo, mesmo o menor sorriso dele faz coisas comigo. Em uma das fotos, eu tiro antes de perceber que ele está olhando para mim e não para a câmera.

     Quando viro o rosto para ele e nossos olhos se encontram, sinto a corrente de ar mudar. Talvez seja coisa da minha cabeça porque meu coração está batendo em um ritmo rápido, assim como as asas das borboletas em meu estômago. Mas olhando para Eros, para a intensidade dos seus olhos, não sei como pude demorar tanto tempo para perceber o que sinto por ele. Agora está tão óbvio, tão certo…

— Leve-me para casa — peço baixinho, não aguentando mais essa ansiedade.

     O olhar de Eros me diz que ele se sente da mesma forma, e em poucos minutos, estamos deixando esse lindo lugar para trás.

💎

     
     Quando chegamos em casa, Eros pega minha mão e me leva para o seu quarto. Nós conversamos no carro, sua mão sempre em minha coxa, fazendo leves carícias que prometiam o que está prestes a acontecer.

     Só estive no quarto de Eros duas vezes e em nenhuma delas eu olhei muito ao redor. Obviamente agora não é hora para isso, mas solto minha da de Eros, girando e olhando em volta. Ele tem um quadro na parede, de uma pintura que não sei o significa porque nunca tive olhos para apreciar obras de arte. Eros tem duas mesas de cabeceira, uma de cada lado da cama, cada uma com um abajur e alguns objetos pessoais. Um deles é o seu caderno, aquele que vive com ele e que eu peguei uma vez.

     Minha atenção vai para o quadro acima, pregado na parede. Não é um quadro, percebo ao chegar mais perto.

— Você colocou mesmo em uma moldura — murmuro, olhando para o desenho que Freya deu a Eros naquele dia.

— Eu disse que faria. — Seus braços me rodeiam e ele apoia o queixo em meu ombro.

     Quando acho que não posso me apaixonar mais por ele, Eros me surpreende. Eu ouvi quando ele disse que colocaria o desenho em uma moldura, mas achei que ele falou aquilo para agradá-la. Será que ele olha para esse desenho todos os dias e vê o que Freya vê? Que somos uma… família?

— No que você está pensando? — Eros pergunta baixinho quando continuo olhando para o desenho.

— Que você é bom demais pra ser verdade — deixo escapar. Pelo menos Eros está rindo, sua risada me arrepiando.

— Fui de babaca convencido a bom demais pra ser verdade? É isso que eu chamo de subir na vida.

     Reviro os olhos.

— Retiro o que eu disse. Você ainda é um babaca convencido.

— Um que você gosta muito — sua voz desce uma oitava e ele mordisca minha orelha, suas mãos acariciando minhas curvas. — E que vai fazer muitas coisas com você essa noite.

— Promessas, promessas… — consigo sussurrar, minha respiração entrecortada. E ele nem me tocou de verdade ainda!

     Fecho os olhos quando seus lábios tocam meu pescoço, chupando minha pele e deixando beijos molhados. Enquanto isso, seus dedos desfazem o laço do meu vestido, e é quando eu finalmente viro para ele, precisando sentir sua boca na minha. Eros não protesta quando eu o beijo, nós dois gemendo com o contato, podendo finalmente…

     O som de um celular tocando irrompe no ar, me tirando um suspiro irritado antes de eu lembrar que pode ser importante.

— É o meu ou seu? — pergunto ainda sem me afastar,  ainda provando dos seus lábios.

— O seu. Eu desliguei o meu quando chegamos.

     Isso me faz rir um pouco. Parece que ele quer mesmo me ter só pra ele essa noite.

     Infelizmente ele terá que aprender a dividir porque não preciso nem olhar para saber quem está me ligando.

     Com isso, me afasto dele, ouvindo seu próprio suspiro. Quando pego meu celular, o nome de Carlota brilha na tela.

     Eu atendo.

— Alô?

Mamãe! — Freya diz animada do outro lado da linha.

— Oi, meu amor. Tá tudo bem aí?

Eu não tô conseguindo dormir, então pedi pra vovó Carlota ligar pra você.

     Enquanto ela fala, deito-me na cama de Eros. Ele já se livrou do paletó e está tirando a camisa, por isso desvio o olhar para o teto.

— Por que você não está conseguindo dormir? — pergunto a Freya.

Não sei.

— Tudo bem. Você está deitada?

Não. Eu sentei pra poder conversar com você.

— Volte a deitar e feche os olhos.

      Enquanto ouço um farfalhar que indica que ela está fazendo isso, Eros deita ao meu lado. Ele continua de calças, mas tirou os sapatos e as meias.

O Eros tá com você agora? — Freya pergunta.

— Tá, sim. Quer falar com ele?

Quero. Queria que ele me contasse uma história igual naquele dia da tempestade.

     Eros está perto o suficiente para ouvir, então apenas arqueio a sobrancelha para ele.

    É claro que Eros pede meu telefone. E eu entrego a ele.

— Oi, Spider. Você quer ouvir uma história?

     A resposta de Freya é um "sim".

     Enquanto ele conta a história, Eros me puxa para ele e eu descanso minha cabeça em seu peito, metade do meu corpo em cima do seu. É tão bom ficar agarradinho com ele, sentir seu peito batendo debaixo da minha palma. Eros começa a fazer cafuné em meus cabelos e fecho os olhos, respirando seu cheiro e ouvindo sua voz.

    Em algum momento, sua voz começa a ficar distante e minhas pálpebras pesadas. Eu me aconchego mais ao lado de Eros, percebendo em meio a minha sonolência que ficar agarradinha com ele é melhor do que com o ursinho de pelúcia que tinha quando era criança. Eu não quero dormir, não mesmo, mas a leveza da sua voz torna isso difícil.

     Depois de um tempo , percebo que eu parei de lutar contra o sono e que Eros não está mais falando. Após piscar várias vezes, noto que Eros está tentando me cobrir.

— O que você está fazendo? — pergunto mesmo assim.

— Você está com frio — Eros murmura.

     Afasto-me dele, franzindo as sobrancelhas para o relógio em seu pulso. 00h08. Apaguei por quase uma hora?

— Por que você não me acordou? — Sento-me na cama e olho para ele.

— Você dorme muito bonitinho. — Eros sorri, fazendo-me revirar os olhos. — E você parecia estar com sono.

— Eu não estou com sono. — Mas antes de dizer o quê eu estou sentindo, faço uma pausa. — Freya dormiu?

— Sim. Minha mãe pegou o celular depois e disse que ela dormiu.

     Anuo e o encaro com mais atenção.

— Você sabe… que sempre será assim, certo? Se quisermos seguir com isso. — Aponto para nós dois. — Eu sou mãe antes de qualquer coisa. E sempre vou colocar Freya em primeiro lugar.

    Eros também senta na cama, e põe uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, segurando meu rosto em seguida.

— Eu sei. Eu respeito e valorizo isso. E nunca, nunca pediria para você me colocar antes dela, ou a nós. — Seu olhar fica mais sério e ele engole em seco. — Eu… eu gosto de você. Muito. Demais até. — Suas bochechas ganham cor. — E eu não gosto só dessa Genevieve que ama seu trabalho, ou a que gosta de ler, ou a misteriosa e dançarina. Eu gosto também dessa que é mãe, porque é a mais verdadeira e intensa.

      Eu não tenho palavras para descrever o que estou sentindo agora, para a forma que meu coração está batendo descontroladamente. Só consigo pensar em como eu o quero. Quero você, quero você, quero você….

      Talvez eu esteja sussurrando isso quando puxo Eros para um beijo, gemendo em seus lábios. Não sei como fui capaz de dormir quando passei a noite pensando nele, em suas mãos em meu corpo, nele dentro de mim, mas agora ….

     Eros me deita na cama, seu corpo ficando por cima do meu. Eu amo a sensação do seu corpo por cima do meu. Eu não sou uma mulher baixa, e apesar de parecer menor perto dele, Eros é delicado. Ele me beija com carinho, mas com a mesma intensidade de sempre, gemendo em meus lábios e arrancando meus próprios gemidos.

— Você está vestida demais — Eros resmunga, suas mãos tirando as alças do meu vestido pelos meus ombros.

      Eu o ajudo a tirar o resto da roupa e o sutiã, ficando apenas de calcinha. Também o ajudo com a sua calça e quando ele me deita de volta na cama, ficando entre minhas pernas, eu me esfrego contra ele, querendo-o tanto que posso colocar fogo nessa cama.

— Me diga do que você gosta — Eros sussurra, enchendo sua mão com meu seio enquanto investe contra mim, mesmo quando ainda estamos com as roupas de baixo. — O que você quer que eu faça?

      O fato de ele me perguntar me pega desprevenida. Talvez porque nenhum dos outros caras que eu já estive, perguntou. Eles sempre pareciam saber o que fazer. E Eros também sabe, mas está perguntando precisamente do que eu gosto, não mulheres em geral. Das outras duas vezes, estávamos sob o efeito da emoção, não tínhamos tempo, mas hoje é diferente. Essa noite é diferente.

— Beije meu pescoço — sussurro.

     Ele faz, e eu envolvo meus dedos nos fios sedosos do seu cabelo, fechando os olhos quando ele deixa beijos molhados. Eu estou molhada. Tanto que é provável que ele possa sentir, apesar das nossas roupas íntimas.

— Gosto quando você me morde — confesso no mesmo tom baixo de antes. Eu reclamei e lhe dei um tapa quando ele fez isso, mas eu estava apenas tentando encobrir o fato de que eu tinha gostado daquilo.

     Sinto o sorriso de Eros, mas sua reação é abafada quando um choque agudo percorre meu corpo, não demorando muito para a dor da sua mordida se transformar em prazer, me tirando um novo  gemido. 

     Eros trilha beijos pela minha pele, deixando pequenas mordidas para trás. Quando chega em meus seios, ele olha para mim.

— O que mais? — pergunta.

     Minha respiração é superficial e minha mente está nublada pelo prazer, mas um sentimento mais intenso cresce dentro de mim com a sinceridade dele de querer me satisfazer. Eu já tinha percebido das outras vezes como ele se empenha para isso, como lhe dá prazer me dar prazer, só não achei que fosse ser tão excitante.

— Gosto quando você chupa meus seios. — Tenho certeza que estou vermelha, mas Eros apenas atende o meu pedido, olhando para mim quando seus lábios envolvem um seio meu.

      Sua outra mão apalpa o outro enquanto ele suga meu mamilo. Gemo, puxando seus cabelos. Eros grunhe e puxa meu mamilo entre seus dentes, antes de chupar outra vez para amortecer a dor.

     Afundo mais minha cabeça nos travesseiros, me contorcendo embaixo dele. Isso é simplesmente uma tortura para nós dois, mas apesar de ambos estarmos loucos querendo o outro, não há necessidade de pressa e Eros está aproveitando isso muito, muito bem.

— G-Gosto quando você me enforca. — Solto uma respiração. Eu nunca disse essas coisas em voz alta, e talvez esteja um pouco envergonhada, mas também estou me sentindo confiante.

     Um segundo após minha confissão, minha próxima respiração fica presa em minha garganta quando os dedos de Eros se fecham em volta do meu pescoço. Parece que alguém abriu uma porta dentro de mim com esse simples ato e eu puxo seu cabelo um pouco mais, mas dessa vez empurrando sua cabeça para baixo.

— Lá — digo, ficando mais confiante. — Gosto quando você chupa minha boceta.

     Eros faz um som parecido com um rosnado, e dá beijos molhados por toda minha pele, trilhando um caminho até chegar aonde eu o quero. Ele deixa um beijo na minha calcinha e mesmo o pequeno contato envia um choque de prazer por meu corpo. Lentamente, ele arrasta minha calcinha por minhas coxas e depois a joga em algum lugar antes de afundar o rosto entre minhas pernas.

      No primeiro contato da sua língua em meu clitóris, já estou começando a me desfazer. Não vai demorar muito para eu gozar pois estou vibrando de excitação. Eu sei que Eros sabe disso, por isso ele me tortura, dando lambidas demoradas, deixando-me mais molhada.

— Eros… — Puxo seus cabelos, não me contendo e erguendo meus quadris contra seu rosto.

     Eros está olhando para mim, um olhar tão penetrante que me mantém parada, meu peito subindo e descendo enquanto eu o observo me devorar. Ele geme quando enfia a língua em mim e depois me lambe, chupando forte meu clitóris. Solto um gemido de surpresa quando ele enfia um dedo dentro de mim.

— Quantos dedos você quer, amor? — Eros sussurra contra a minha boceta, seus lábios brilhando com o meu gosto. — Um? — Para enfatizar, ele move o dedo que já está dentro de mim. — Dois? — Quando outro dedo é acrescentado, eu choramingo. Eros dá um sorriso malicioso, mordendo a parte interna da minha coxa. — Três?

     Abro a boca, mas o gemido que deixa minha garganta é silencioso e eu jogo a cabeça para trás novamente quando Eros começa a mover os três dedos, tão rápido que minhas pernas se fecham por vontade de própria, mas Eros segura minha coxa, me mantendo aberta para ele enquanto chupa meu clitóris e fode minha boceta com seus dedos.

     Eros geme como se estivesse tendo tanto prazer nisso quanto eu. Seu gemido ressoa por meu corpo e quando ele grunhe, acelerando mais ainda os movimentos dos seus dedos, me chupando com mais força, eu sinto o prazer subindo por minhas pernas até explodir, o orgasmo me atingindo com tanta força que estremeço, meu grito preenchendo o quarto.

     Sinto minha pele corada e eletrizante enquanto eu ofego, recobrando minha consciência quando Eros dá beijinhos em minha boceta ainda sensível, fazendo mais um estremecimento se espalhar por minha pele.

     Ao abrir os olhos, Eros está fora da cama, de pé, me olhando enquanto tira o resto das suas roupas. Seu olhar deixa minha pele ainda mais aquecida e eu dou um sorriso ao abrir minhas pernas, descendo lentamente minha mão até meus dedos alcançarem o meio das minhas coxas.

— Porra — Eros pragueja, se apressando para sair das suas calças.

     Meus olhos o acompanham e minha boca se enche d'água quando ele tira a cueca, relevando seu pau, que salta para fora. Solto um gemido apenas de vê-lo e antes que Eros suba na cama outra vez, estou me arrastando até a borda do colchão.

    Olho para cima, para Eros que me encara com luxúria quando eu pego na base do seu pau e o coloco na minha boca. Chupando com força, eu gemo, apertando minhas coxas juntas. Uso minha mão para masturbá-lo ao me afastar para para lambê-lo, antes de colocá-lo em minha boca outra vez, ávida ao mover minha cabeça mais e mais rápido. Eu amo o pau dele, porra.

     De repente, sinto um puxão seguido por uma picada de dor em meu cabelo. Eu não fico surpresa por Eros ter enrolado meu cabelo em seu punho.

— Gosto quando faz isso também — digo ao tirar seu pau da minha boca, olhando em seus olhos.

     Eros se inclina sobre mim e me dá um tapa na bunda.

— Você é uma putinha safada, não é? — Ele sussurra, me colocando ajoelhada na cama. Meu Deus, por que me sinto três vezes mais molhada com ele me xingando?

     Em resposta, eu beijo seu maxilar, depois seu pescoço, fazendo questão de deixar um chupão lá. Eros grunhe, puxando meu cabelo com mais força, o que só me faz sorrir quando desço meus lábios por seu peito.

— Essa putinha safada quer que você foda ela. Agora — sussurro de volta, agarrando seu pau outra vez, que pulsa em minha mão. Eros está respirando tão rápido quanto eu, seu olhar tão escuro e penetrante. — Como você me quer?

— Quero você por cima. Quero esses peitos na minha cara quando eu te foder. — Ele morde meu lábio antes de lamber. — Eu quero você sentada na porra do seu trono de novo.

     Eu adoro essa ideia, e o beijo para provar isso. Eu puxo Eros para a cama, sem desgrudar nossas bocas. Ele tem o meu gosto e gemo em seus lábios, nosso beijo frenético servindo como mais lenha na fogueira que meu corpo se tornou. Estou zumbindo de excitação quando empurro Eros no colchão. Ele me leva com ele, suas mãos gananciosas agarrando minha bunda enquanto nos esfregamos um contra o outro. Eu estou tão molhada que minha boceta escorrega em cima do seu pau, para cima e para baixo.

— Meu Deus, você é tão quente… — Eros sussurra com um gemido.

     Meu próprio gemido é abafado pelo nosso beijo. É a primeira vez que vamos transar sem camisinha e eu nem o coloquei dentro de mim ainda, mas já estou oscilando no precipício que ameaça ser o meu prazer, o qual eu estou louca para me jogar.

     Quebro nosso beijo, montando no colo de Eros. As duas vezes que nós transamos foi incrível, mas sem a camisinha entre nós quando eu o deslizo devagar para dentro de mim, é como se estivéssemos fazendo isso pela primeira vez. Eros é grande e duro, pulsando dentro de mim quando ele está todo dentro.

— Porra, porra, porra, porra… — Eros está praguejando ao segurar minha cintura. Suor brilha em sua pele bronzeada e ele ofega, parecendo já estar tão no limite quanto eu. — Isso é bom demais.

— Sim… — sussurro, apoiando minhas mãos em seu peito, sentindo seu coração bater de modo frenético.

     No início, meus movimentos são lentos e sensuais, como no pole dance. Os olhos de Eros estão entreabertos enquanto ele me encara, vidrados. Eu gosto da forma como ele me olha, como se eu fosse a coisa mais incrível e impressionante que ele já viu. É tão excitante que começo a me mover mais rápido, gemendo alto. Não há ninguém aqui para nos ouvir e isso é tão libertador quanto poder senti-lo por completo.

     As mãos grandes de Eros cobrem minha bunda e ele ajuda a me mover, grunhindo e xingando. Seu maxilar está cerrado e ele está tão lindo assim, concentrado. Ele me segura com força e começa a meter dentro de mim. Eu sinto minha pele incandescente enquanto meus seios balançam com o ritmo acelerado.

— Eros… — sussurro seu nome entre coisas inteligíveis que deixam meus lábios. Minha cabeça está inclinada para trás e eu cavalgo em seu pau, me sentindo tão bem…

    Eros se ergue de repente, reivindicando minha boca com um grunhido, um braço ao meu redor, me segurando contra ele. Nenhum de nós parou de se mover e nossos gemidos se misturam com o quão perto nós estamos de gozar. Eu passo meus braços ao redor do pescoço de Eros, sentindo o prazer crescendo entre nós dois enquanto nos encaramos.

      Eu quero dizer a ele o que sinto, quero dizer que meu desejo é que essa noite se repita mais vezes porque não sei se posso ficar sem ele depois de hoje; não só por conta do sexo, mas pelo o que ele passou a significar para mim. Porém, não consigo dizer nada disso porque não sou capaz de formular frases completas no momento e porque estou prestes a mergulhar naquele precipício.
    
— Eu… vou… — tropeço nas palavras, movendo meus quadris tão rápido que minhas pernas começam a tremer.

— Você é tão linda — Eros está sussurrando enquanto eu enlouqueço em seu pau. Ele afasta os fios úmidos de suor do meu rosto, me olhando com ternura, desejo e admiração. — Você me deixa tão louco.

    Choramingo, me agarrando a ele com força e deixando que ele mova meus quadris.

— Você sabe, certo? Que sou louco por você — Eros confidencia, olhando em meus olhos.

— Prova — sussurro. — Me fode.

    Com um som que me causa arrepios, Eros nos move e quarto gira até minhas costas baterem no colchão. Eu ficaria chocada como ele fez isso sem sair de dentro de mim, mas no momento estou me perdendo nas profundas estocadas que ele me dá, socando seu pau na minha boceta, fazendo-me revirar os olhos.

     Eros consegue me foder com força, mas me olhar com adoração e carinho. Ele apioa seu peso nos cotovelos e segura meu rosto enquanto eu entrelaço meus tornozelos em suas costas e o arranho com minhas unhas. É tão surreal como ele faz eu me sentir: desejada, protegida, amada…

— Oh, sim… Eros…

     Eros me beija, suas estocadas ficando cada vez mais rápidas conforme nós dois chegamos a borda. Ele me preenche de uma forma que ninguém nunca fez, e geme meu nome de um jeito tão sexy, gemidos e grunhidos, estocando, metendo, me fodendo, até que estou gritando e apertando minhas pernas ao seu redor com a força do meu orgasmo. Estou caindo naquele precipício e Eros está vindo comigo quando seu pau parece ficar maior dentro de mim, seu corpo mais tenso enquanto ele apoia sua testa em meu ombro e goza. Jorros quentes da sua porra enchem minha boceta, se misturando com as provas do meu próprio orgasmo que ainda estremece meu corpo.

     Eu já estou na cama, mas sindo que caio nela, meu corpo mole e exausto, mas de um jeito muito bom.

— Eu também estou louca por você — sussuro acima das nossas respirações ofegantes, passando meus dedos pelas mechas úmidas do seu cabelo.

     Eros ergue o rosto, os olhos bêbados e um sorriso nos lábios.

— Que bom — murmura.

    Dou risada.

— Nós gozamos juntos — ele murmura, chupando meu lábio. — Somos muito bons nisso.

    Anuo, beijando-o desajeitadamente. Desço minha mão até sua bunda e lhe aperto.

— Eu quero mais — choramingo. Minha boceta ainda está pulsando, mas eu o quero de novo e de novo e de novo.

     Eros está com um sorriso estúpido nos lábios, que o deixa tão quente que me faz ronronar.

— Não se preocupe, amor, eu vou te satisfazer a noite toda.

💎

     — O que significa essa tatuagem? — Eros pergunta em algum momento no meio da noite depois que ele me fodeu no chão do quarto. Não lembro como fomos parar lá, mas o tapete do seu quarto é surpreendentemente macio.

    Agora estamos na cama e eu estou sentada contra a cabeceira, tomando sorvete de morango enquanto Eros está tomando o de limão porque ele obviamente prefere algo azedo do que doce. Ele está deitado, se apoiando em seu cotovelo enquanto come. Eu não me dei o trabalho de me cobrir com o lençol, então ele estava me olhando descaradamente até seus olhos baterem na minha tatuagem.

    Dou de ombros para sua pergunta.

— Eu tinha acabado de entrar na faculdade e fiquei meio bêbada uma noite. Meus amigos estavam afim de fazer uma loucura e eu decidi que queria uma tatuagem. — Balanço a cabeça, rindo um pouco. — Eu sabia que meu pai teria um ataque se soubesse, então foi apenas mais um incentivo. — Passo meus dedos em cima das letras gravadas em minha pele. — Eu não me arrependo de ter feito, no entanto. É um lembre para que eu não pare de ser quem eu sou. Que não deixe meu fogo se apagar ou que alguém o apague.

     Ergo meus olhos para Eros, que já está olhando para mim. Seu olhar é de compreensão e talvez orgulho.

— E as suas tatuagens? — pergunto, realmente interessada. — São aleatórias ou significam algo?

— Ambos. — Ele olha para o próprio braço e aponta para o desenho de um lobo. — Anthony e eu fomos para uma ilha perto de Vancouver e nos perdemos. No meio do inverno, em uma floresta. Por dois dias.

— Puta merda. — Ergo as sobrancelhas. Eu nunca tinha ouvido essa história antes.

— Nós montamos um acampamento improvisado e no meio da noite, quando estávamos quase morrendo de hipotermia, um lobo apareceu. — Eros dá risada, seus olhos perdidos ao reviver a memória. — Achei que a gente ia morrer, porque aquele lobo com certeza não estava sozinho, mas no final, ele só ficou olhando pra gente e depois foi embora. Duas horas depois fomos encontrados. Eu fiz essa tatuagem em agradecimento aquele lobo por não ter nos matado.

— Minha nossa. — Estou mesmo impressionada, nunca pensei que Eros fosse do tipo aventureiro, que faz excursões. — Quantas outras histórias você tatuou?

     Com um sorriso, Eros me conta cada história por trás de cada tatuagem.

💎

     — Você tem avós? — pergunto de repente. Acho que Eros estava quase dormindo – nós tivemos uma terceira rodada no closet quando eu fui até lá para pegar uma camisa de Eros e ele me surpreendeu.

— Não. Eles morreram antes de eu nascer — Eros murmura, acariciando meu ombro. Estou com a cabeça deitada em seu peito, decalcando os desenhos em sua pele com meu dedo. — E os seus?

— Só conheci o pai do meu pai, mas ele morreu quando eu tinha três anos.

— Sinto muito.

— Eu também.

💎

     — Você quer ter mais filhos? — Eros questiona enquanto massageia meu pé. Eu o acordei há uma hora, com beijos, que logo se transformaram um sexo lento e preguiçoso.

    São quase 05h00 e eu estou deliciosamente dolorida. Talvez eu precise de uma cadeira de rodas mais tarde.

— Como mãe solteira, nunca pensei muito sobre isso. — Eu amo minha filha, mas uma criança muda muita coisa na vida de alguém. E eu não sei se daria conta de duas. Pelo menos não sozinha. — Mas se eu tivesse um parceiro… — Não termino a frase, dando de ombros.

    Eros apenas anue, suas mãos trabalhando em meus pés. Parece que seus dedos são bons para várias coisas.

Você quer ter filhos? — devolvo, realmente ansiosa pela sua resposta.

    Ao invés de responder, Eros puxa meus pés, me tirando um grito agudo ao me arrastar pelo lençol até que estou debaixo do seu corpo musculoso.

    Sua boca paira acima da minha quando ele diz:

— Eu quero ter filhos com você.

     Meus lábios se separam e eu o encaro boquiaberta. Com certeza eu jamais imaginaria essa frase saindo desses lindos lábios. Até pouco tempo eu não sabia o que estava acontecendo entre nós — nem sequer demos nome a isso ainda —, e agora estamos falando sobre ter filhos. Juntos. Eros e eu tendo um filho.

— Se você quiser, é claro — ele acrescenta quando continuo de boca aberta.

    Eu dou uma risadinha que logo muda para uma gargalhada. Não sei porque estou rindo, talvez porque essa ideia seja muito louca, mas uma semente de ansiedade começa a brotar em meu estômago com essa possibilidade.

— Não sei se eu aguento ter um mini Eros — digo ainda rindo. — Você já me dá muito trabalho.

— Talvez seja uma menina. Acho que Freya gostaria de uma irmãzinha. — Ele está tão convencido disso que é fofo e muito adorável.

     Não preciso nem tentar imaginar como será quando ele for pai porque desde que me mudei para cá com Freya, tive amostras grátis do pai maravilhoso que ele será.

    Que já está sendo para sua filha.

     Sorrio para Eros, lhe dando um beijo.

— Eu também quero ter filhos com você.

💎

     Como é possível eu mal ter dormido, mas sentir como se tivesse tido a melhor noite da minha vida?

     Para ser sincera, acho que a noite passada – contando com a madrugada – foi mesmo a melhor noite que eu tive em anos. Eros me surpreendeu em todos os sentidos e quando abro os olhos pela manhã, estou sorrindo feito boba. Não só por causa das lembranças, mas por conta do homem que as envolve e que está agora na minha linha de visão, segurando uma bandeja.

— Bom dia, amor. — Eros está sorrindo para mim ao sentar na cama, pondo a bandeja no colchão.

     Estico meus braços acima da minha cabeça, me espreguiçando. Eros está vestido com uma bermuda e mais nada, enquanto eu ainda estou nua nos lençóis.

— Bom dia, Raio de Sol — murmuro contra seus lábios quando ele me dá um selinho. — Café da manhã na cama? — Ergo as sobrancelhas.

— Estou me sentindo generoso essa manhã. — Ele dá de ombros.

— Mhmh.

    Finalmente sento na cama e dou uma olhada na bandeja que ele preparou. Tem waffles, pãezinhos, biscoitos doce, bolo, mamão cortado em um potinho, panquecas e suco de laranja.

— Não acredito que deu tempo de você fazer um bolo. — Talvez eu esteja um pouco impressionada.

— Parece que alguém gastou todas as suas energias.

     Reviro os olhos, mas lhe dou outro beijo.

— Obrigada.

     Passamos os próximos minutos tomando café e conversando sobre coisas que o meu cérebro pode processar às oito da manhã depois de uma maratona de sexo e conversas aleatórias da madrugada.

     Meu Deus, falamos sobre ter filhos. Juntos.

     No primeiro momento, fico um pouco assustada com o quão rápido as coisas estão indo, mas não é como se tivéssemos falado que começaremos a fazer bebês na semana que vem. Parando para pensar, foi bom termos falado sobre isso. Algumas pessoas se casam sem discutir esse tópico e mesmo que Eros e eu não vamos nos casar, estamos construindo algo e é bom sabermos coisas um do outro. E eu também gosto de saber que ele está aberto a isso.

     E falando em filhos, pego meu celular para ligar para o meu pedacinho de céu.

      Eu vesti uma camisa de Eros, então estou apresentável quando ligo para o celular da mãe dele no FaceTime.

     Estou descansando minhas costas no peito de Eros, então ele também está aparecendo na câmera quando Freya atende. Esperava que Carlota atendesse, mas ela deve ter entregado o celular para Freya quando viu que era eu.

Oi, mamãe! Oi, Eros! — Freya acena para nós e meu coração se enche de amor ao ver seu rostinho.

— Bom dia, bebê. — Solto um beijo para ela.

— Bom dia, Spider. — Eros acena de volta.

— Como você está? Dormiu bem? — pergunto. As tranças embutidas que fiz nela ontem mais cedo estão se desfazendo e aparentemente ela ainda está de pijama.

Eu tô bem e dormi bem também. Sabia que o vovô Enrico também sabe fazer panquecas sorridentes?! Ele fez pra mim hoje, igual o Eros. E a vovó Carlota me deu uma boneca. Eu também sonhei com você e o Eros, a gente brincava de pique-esconde. A gente pode brincar de pique-esconde quando eu for pra casa, mamãe?

— Uau, muita coisa aconteceu. — Rio um pouco, apesar de não estar nem um pouco surpresa com o jeito falador dela. Na verdade, eu a prefiro mil vezes assim do que quieta. — Me conte mais sobre esse sonho.

     Ela faz, obviamente muito animada. Carlota e Enrico também aparecem para dar um "oi" e percebo que estão todos na cozinha. Freya me conta que os três estão fazendo biscoitos amanteigados. Ela está feliz com isso e fico aliviada. Estava um pouco culpada por deixá-la novamente aos cuidados dos pais de Eros enquanto eu me divertia, mas eles a amam. Isso é inegável, e apesar de tudo, fico feliz que Freya esteja recebendo o amor deles dois. Ela merece todo amor do mundo.

     Depois que desligamos, após a promessa que vamos buscá-la mais tarde, ponho meu celular para carregar.

— O banho está pronto — Eros avisa ao voltar do banheiro.

— Eu poderia ter feito isso. — Saio da cama, me espreguiçando outra vez antes de tirar a camisa que peguei emprestada de Eros.

— Gosto de ser útil. — E com isso, ele simplesmente me pega no colo.

     Eu solto um gritinho em meio a minha risada, mas deixo ele me carregar, amando isso, para ser honesta. Gosto de ser cuidada por ele.

    Eros me coloca no chão apenas quando chegamos no banheiro.

    Enquanto ele tira seu short, eu faço um coque em meu cabelo e entro na banheira, ronronando com a temperatura morna. Eu me abaixo até estar sentada, a água cobrindo mais do meu corpo. Não está tão cheia, então a água não derrama. A banheira é bem grande, já que ele é um homem grande, e ainda sobra espaço, o que significa que é perfeita para nós dois.

     Eros entra na banheira atrás de mim, se acomodando e depois me puxando para seu corpo.

— A água está boa? — pergunta baixinho, pegando uma bucha e mergulhando na água antes de começar a esfregar minhas costas.

— Sim, está perfeita. Obrigada.

     Ficamos em silêncio confortável enquanto deixo Eros me banhar. Apesar de todos os músculos e a aspereza que ele parece exalar, as mãos de Eros são leves ao enxaguarem minha pele. Ele é minucioso e gentil, me tirando suspiros felizes. Isso é melhor que spar. A água aquecida alivia a dor agradável entre minhas pernas, além de relaxar os tendões do meu corpo.

— Eu quero ficar aqui para sempre — ronrono quando Eros me faz colar minhas costas em seu peito para que ele possa enxaguar minha frente.

— Nós podemos — ele murmura em meu ouvido, a voz rouca dos gemidos da noite passada.

    Sua mão se move sobre meu peito e eu suspiro com a fricção da bucha em meus mamilos, agora rígidos. Sua outra mão sumiu na água, mas sinto seus dedos em minha barriga, acariciando.

— Não, não podemos. Mas ainda temos algum tempo. — Viro o rosto para ele e chupo seu lábio inferior. Em minhas costas, Eros está rígido desde a hora que entramos na banheira.

— Você está dolorida. — Parece com uma afirmação, mas soa como uma pergunta. Ele me quer, mas está com medo de me machucar depois que passamos a noite toda nos perdendo um no outro.

— Vamos devagar. — Já estou virando para ele, minha mão mergulhando na água até achar o que estava me cutucando.

     Eros solta um gemido, misturado com um suspiro e me puxa para ele, para seu colo. Eu o beijo quando deslizo em seu pau, ambos gemendo um na boca do outro. Fizemos isso várias vezes essa noite, mas não há como um dia acharmos que todas as vezes do mundo será o suficiente.

— Olha pra esses peitos… — Eros diz em um tom baixo, mas faminto ao segurar meus seios em suas mãos grandes.

— Isso não pode ser normal… — Eu sussurro, me movendo em seu colo. Ao nosso redor, a água ondula. — É…

— Insano? — Eros completa, arqueando a sobrancelha ao levar meu seio a sua boca. Ele não mordisca como fez das outras vezes, provavelmente porque sabe que meus mamilos ainda estão doloridos e sensíveis. Eu toda estou, na verdade.

— Sim… Insano.

      Arqueio minhas costas quando as mãos de Eros deslizam até agarrarem minha bunda. Ele me beija com calma e preguiçosamente, nossas línguas já familiarizadas uma com a outra. Eu já gravei os sons que ele faz porque Eros não é silencioso quando se trata de sexo e simplesmente adoro isso. Adoro a forma como ele está fazendo isso lentamente agora; como seus olhos não deixam os meus. Ele beija meu pescoço e acaricia minhas costas e diz o quanto eu sou linda.

    Apesar de estarmos indo sem pressa, ainda é rápido. O prazer crescente em meu núcleo faz arrepios subirem por meus braços, a necessidade de gozar me tirando pequenos gemidos que eu abafo em seus lábios. Quero senti-lo por mim inteira, por isso bebo seus sons e desfruto das suas mãos, do seus lábios, dos seus gemidos que vibram por minha pele, me desfazendo.

— Você está perto? — Eros sussurra, seus dedos encontrando meu clitóris inchado e dolorido, a dor se misturando com o prazer.

    Eu anuo, subindo e descendo em seu pau, mais rápido, o prazer começando a me alcançar. Deixando minha cabeça cair para trás, eu grito, gemendo. O próprio grito de Eros se mistura ao meu quando ele começa a gozar junto comigo. Eu me arqueio contra ele, sentindo a força do meu orgasmo ameaçar me devastar, mas de um jeito bom…

— Estou apaixonado por você — Eros confessa em meio aos nossos gemidos, o olhar tão penetrante que me mantém imóvel. — Completo e loucamente. Apaixonado. Por você — repete lentamente.

— Eros… — Eu não sei porque estou surpresa, ele não teria feito tudo o que fez e não teria confessado tudo o que confessou na outra noite, se não sentisse algo por mim. Mas ouvir isso em alto e bom som… Digamos que as borboletas em meu estômago estão fazendo uma bela festa.

    Seguro seu rosto em minhas, olhando-o com atenção. Seu rosto está tão expressivo, tão sincero e vulnerável. Eu nunca o vi assim e quero chorar por tudo o que ele me disse nas últimas horas, pelo que confessou agora, por confiar em mim.

— Eu também estou apaixonada por você. Completa e loucamente. Apaixonada. Por você.

     O sorriso de Eros rivaliza com o sol.

— Porra, acha que aguenta mais uma rodada?

💎

      Não lembro de ter dormido de novo, mas acordo com os lábios macios de Eros em minha pele. Depois do banho, nós nos secamos e eu vesti outra camisa sua, com muita preguiça de ir até o meu closet para pegar uma roupa. Pensando bem, não saio do quarto de Eros desde ontem a noite. E estou muito bem aqui.

— Vou buscar Freya — Eros está dizendo para mim.

— Vou com você. — Começo a me mover, ainda sonolenta, mas ele balança a cabeça.

— Durma mais um pouco. Freya estará cheia de energia quando voltar, você precisa estar descansada.

    Ele tem razão, por isso não luto mais, voltando a me aconchegar na cama.

     Antes que eu caia no sono outra vez, sinto os lábios de Eros nos meus quando ele me dá um beijo de despedida.

💎

    Não vi a hora que Eros saiu, mas acho que passou apenas meia hora quando desperto novamente com algo molhado em meu rosto. Alguém está lambendo a minha boca e outra coisa está cutucando minhas costelas.

    Começo a rir, finalmente abrindo os olhos para ver os cachorros amontoados ao meu redor.

— Oi — digo rindo. Eros deve ter deixado a porta entreaberta e eles entraram. — Vocês também estão com saudades dela? — Acaricio o pelo de Apollo e de Zeus. O último está me cutucando como se eu estivesse de algum modo escondendo Freya em algum lugar. — Ela não está aqui, mas ela vai chegar logo.

      Ainda estou cansada e poderia dormir mais, mas não posso passar a vida nesse quarto, por mais confortável que seja. Além disso, foi como eu disse aos cachorros: Freya vai chegar logo com Eros. Quando olho a hora, vejo que já passou do meio da tarde.

    Então eu levanto, arrumo a cama de Eros, vou até o meu quarto e visto uma calcinha e um short, resolvendo ficar com a camisa de Eros.

    Decido fazer logo o jantar com o que acho na geladeira e nos armários, pelo menos para deixar pronto.

       Estou terminando de montar a lasanha quando ouço a voz animada de Freya vindo da garagem. Os cachorros correm até lá, então a casa é preenchida pelo barulho de latidos e da risada dela. Eu adoro a mistura desses sons, percebo com um sorriso.

— Mamãe! Mamãe! — Freya vem correndo até mim e me derreto, me ajoelhando para poder abraçá-la.

— Meu bebê. — Encho ela de beijos, lhe arrancando gargalhadas. — A mamãe sentiu saudades.

— Eu também senti saudades! — Freya se esforça para me abraçar com força, o que eu acho fofo.

— Você está com fome? O que vocês fizeram hoje à tarde? — Eu a ponho na ilha para que eu possa ouvi-la e terminar o jantar ao mesmo tempo para poder ficar grudada com ela depois.

     Eros já se juntou a nós e pergunta se preciso de ajuda. Eu já estou terminando aqui, então nego. Isso não o impede de tirar coisas da geladeira para fazer seja lá o que ele tem em mente.

      Enquanto Freya conta sobre tudo o que fez na casa dos pais de Eros essa tarde — eles fizeram biscoitos, brincaram de adivinhação, assistiram "Valente" e "Moana", — eu termino o jantar. Como Freya tomou banho apenas pela manhã, nós seguimos nossa rotina normal com o banho da tarde, onde ela me conta ainda mais coisas.

     Quando descemos outra vez, vejo um envelope em cima da mesa.

— O que é isso? — pergunto, pondo Freya na cadeira dela.

— Não sei — Eros responde. Descubro que ele fez milkshake com os sorvetes que estava na geladeira. — Estava na porta quando eu cheguei.

— Você não vai abrir? — Pego o envelope, vendo que está endereçado a ele.

     Mas pareço ser a única pessoa curiosa, pois Eros balança a cabeça.

— Depois eu vejo.

     Tudo bem, então.

💎

      Eros estava certo sobre Freya estar cheia de energia. Ela não parou de falar desde a hora que chegou. Eu realmente admiro isso e fico feliz em vê-la feliz. Depois do jantar, minha filha, Eros e os cachorros brincam no tapete da sala. Freya conseguiu convencer Eros a brincar de tomar chá e eu faço um grande esforço para não rir de Eros segurando uma minúscula xícara de chá cor de rosa. Porém, não impeço o sentimento bobo que se infiltrou em meu coração.

     É por esse homem que você está apaixonada, penso com carinho. Eu não seria capaz de amar alguém que não amasse minha filha, que não cuidasse dela e a protegesse. E Eros faz tudo isso e muito mais. E eu me apaixono um pouco mais por ele vendo-o agora.

     Quando Eros fica cansado, ele vem se sentar comigo no sofá depois que Freya o libera. Eros me puxa para ele e eu descanso minhas costas em seu peito. Eu mostro as fotos que tirei deles e os vídeos que fiz nos últimos minutos porque eu obviamente precisava ter isso registrado. Eros está sorrindo quando pede para eu enviar as fotos para ele, o que eu faço.

      Depois de um tempo, Freya também parece ficar cansada porque vem para o meu colo.

— Cansou de brincar? — pergunto, beijando o topo da sua cabeça.

— Quero ficar com você também — ela diz baixinho.

     Acho que já entendi. Eu sei que ela gosta muito de Eros, mas talvez vá demorar um pouco para ela se acostumar a ver Eros e eu juntos assim. Ela está com ciúmes e é super normal.

— Hum… Por que você não conta à mamãe de novo sobre o que você fez hoje? — peço.

     Ela conta tudo de novo, muito feliz e Eros e eu a ouvimos.





     Eu coloco Freya na cama um pouco depois. Ela adormeceu ainda no meu colo enquanto assistiámos "Valente". Ela quis assistir de novo. Provavelmente tem um pouco a ver com a princesa ter a cor de cabelo igual o dela.

— Vamos assistir ou ir para o seu quarto? — pergunto a Eros quando volto para a sala.

     Eros não me responde. Ele está sentado no sofá, com os cotovelos apoiados nos joelhos. Em suas mãos, está aquele envelope.

— Tudo bem? — pergunto, hesitante. Ele estava bem quando subi com Freya, mas agora ele parece tenso. Há algo de errado com ele, com certeza. — Ei. — Sento ao lado dele, pondo a mão em seu ombro.

     Eros me surpreende ao se afastar do meu toque, ficando de pé. O gesto inesperado me magoa, mas tento não levar para o pessoal.

     Ainda sem falar nada, ele me entrega o envelope.

— O que é isso? — pergunto, mas não recebo resposta.

    Quando tiro o que tem dentro do envelope, percebo que são fotos. Meu coração começa a bater acelerado, apesar de eu ainda estar confusa.

     No início, encaro as fotos com as sobrancelhas franzidas porque não reconheço a garota nas fotos. Está mais magra, com o cabelo mais curto, e de olhos fechados. Quem tirou as fotos, tirou quando ela estava dormindo. E nua. E começo a sentir uma coisa ruim quando rapidamente reconheço quem é o homem com ela em uma das fotos.

— Você poderia me explicar — ouço a voz de Eros acima do rugido em meus ouvidos — porque você está nua nessas fotos com Tobias?

    

💎

Olá, suas gostosas

GOSTARAM DO CAPÍTULO???????

Surtei tanto com esse capítulooooo. DOIS HOTS, gente, DOIS. QUASE NOVE MIL PALAVRAS

As cenas fofas, o Eros e a Gen confessando estarem apaixonados... Sério, tudo nesse capítulo foi perfeito... tirando o final 😂🤭

Oq acham q vai acontecer????👀👀👀

Espero que tenham gostado ♥

TERÇA-FEIRA TEM CAPÍTULO 💋♥💎

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2bjs, môres♥

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