Capítulo 49
Seguir em frente é tudo o que me resta agora...
Eu sabia que ele reagiria mal, mas eu precisava contar ou tudo pioraria, prometi a Maria que diria apenas o necessário para que não prejudicasse uma possível reconciliação, mas pelo jeito dele, não quer me ver nem pintada de ouro. Como terei uma chance se o mesmo não me deu nenhuma abertura, o que será que aconteceu esses anos para que o fizesse mudar tanto.
Confesso que errei quando o abandonei, mas eu estava confusa e precisava de um tempo para me estabilizar, a gravidez me deixou revoltada porque era uma parte de Alessandro e não de Victor como eu gostaria. Depois de ter fugido e quebrado a cara, perdi o bebe quando fui atropelada acidentalmente por Pedro, o amigo que me acolheu depois que descobri os detetives que Victor havia colocado atrás de mim. Me arrependo por não ter permitido que o mesmo me encontrasse, talvez tínhamos nos resolvido e estaríamos em outro patamar agora. Tentei me aproximar dele de novo quando deu as costas e passou a observar a paisagem, mas algo em sua mesa me chamou atenção, era um retrato de um bebe recém-nascido, aquilo me alarmou, quem seria aquele menino. Sem nem notar peguei o retrato e tomei coragem para perguntar, queria chamar atenção e puxar conversa.
- Que menino lindo! - Exclamei, passando a mão no retrato.
- Sim, é meu filho! - Disse, me deixando em choque, tirando o retrato da minha mão e depositando de volta em seu lugar.
- Então você seguiu sua vida? Se casou?
- E você queria o que? Que eu estivesse sofrendo por você? Que ridículo, Luana!
As palavras duras me feriram, mas eu merecia, não deveria ter o deixado, mas fui imatura, preferi fugir do que conversar e resolver as coisas. Eu não deveria ter aceitado o plano sórdido de mamãe, me casar apenas para que papai não se decepcionasse comigo. O que eu fiz não tem perdão e agora nem uma segunda chance, o que me restava agora é sair daqui e sofrer sozinha, nem com Pedro eu podia contar mais, talvez o mesmo já tenha se cansado de me esperar e nem atenderia se por acaso eu ligasse.
- Eu vou embora, mas não pense que é para sempre, porque eu quero ficar perto do meu irmão! - Falei, apenas para que não pense que não me verá mais.
- Sua vida não me interessa mais, faça o que quiser! - Disse, sem nem olhar para mim, aquele não era o Victor que conheci e eu precisava aceitar.
O que me restava era sair e deixa-lo em paz, não conseguiria nada com ele e tudo o que eu precisava fazer agora era seguir em frente, mesmo que fosse sem ele.
Naquela mesma tarde, visitei o tumulo dos meus pais e não fiz questão de levar flores, ambos não mereciam, foram os causadores pelo meu sofrimento quando eu ainda era criança. Cresci sendo criada pelas funcionárias e algumas delas, amantes do tão renomado Lionel Azevedo. Mamãe se matou porque não via nenhuma perspectiva de vida naquela casa e papai porque descobriu que o filho que abandou anos atrás era muito mais valioso do que imaginava. Quando investigaram o carro, viram várias fotos de Léo, umas delas na faculdade e saindo do trabalho, ou seja, o mesmo o vigiava de longe, talvez quisesse se aproximar, mas o orgulho era maior do que o sentimento pelo filho bastardo. Deixei de pensar nisso e caminhei de volta para casa onde esperaria o meu irmão, pois o advogado do meu pai abriria o testamento e repartiria a herança deixada por ele. Eu sabia que Léo não fazia questão de nada pois sempre viveu bem com a mãe que se esforçou para cria-lo sozinha e necessariamente não necessitava dessa herança, mas eu fazia questão da divisão, ele tem tanto direito como eu.
Depois de me lamentar, tomei coragem e liguei para o meu amigo, queria saber dele e dizer como está sendo as coisas em minha querida cidade natal.
- Olá, achei que tinha esquecido de mim! - Exclamou, assim que atendeu. Nossa relação começou na amizade, mas depois tornamos as coisas mais coloridas, mas notei certo envolvimento de sua parte e me assustei.
- Não, eu encontrei o meu irmão e adivinha? Ele é a cara do meu pai. - Contei, queria dividir as coisas com ele.
- Sério? Então era verdade mesmo essa história, confesso que não levei a sério, mas ele é legal?
- Sim, muito educado, estudioso, trabalhador, nem faz questão de herança nenhuma. Mas eu quero que ele receba o que lhe é de direito.
- Tem certeza? As vezes as aparências enganam, Lu.
- Tenho, eu saberia, e fiquei de conhecer a mãe dele, preciso me conectar de novo com a cidade e tentar seguir minha vida, sabe! - Tentei dizer, não queria dizer que não voltaria como prometi, porque eu precisava conviver com o meu irmão e conhece-lo mais.
- Você encontrou o Victor? - Perguntou, era como se soubesse, não queria mentir, mas tive medo que se magoasse.
- Pedro...
- Me conta, por favor!
- Sim, e ele me disse coisas horríveis, me mandou sumir da vida dele e parece que se casou, seguiu a vida! - Contei, resumindo, não queria entrar em detalhes.
- Eu imaginei, Lu. Te alertei, lembra? Mas você ainda tinha esperanças.
- Eu sei, desculpa por não lhe dar ouvidos, mas eu precisava vir, contar a verdade e agora que sabe, não quer mais me ver.
- Precisa respeitar a vontade dele, depois quem sabe vocês não conversam novamente e melhoram as coisas? Tudo pode acontecer. - Sugeriu, mas eu achava difícil, Victor está irredutível, não quer se aproximar e eu vou respeitar sua vontade, mesmo que isso custe a minha felicidade.
❤️❤️❤️
Beijos e até o próximo capítulo...
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