Capítulo 48
E o inesperado, aconteceu!
Me senti mal por deixar Aline sozinha naquela delegacia, mas a mesma insistiu, pois aquele era um assunto que precisava resolver sozinha. Eu só esperava que não sofresse mais com qualquer coisa que viesse daquela mulher porque com certeza ouviria coisas que talvez não precisassem ser mais ditas, pois com a ajuda de Ruan, sabíamos quem era seu pai e onde o mesmo vivia atualmente, então não era mais necessário que a sua mãe informasse.
Deixei essas questões de lado quando estacionei na frente da empresa e entreguei a chave do carro ao manobrista. Precisava passar na recepção e conversar com a menina que me abordou contando que uma mulher esteve a minha procura, mas quando me aproximei e perguntei por ela soube que estava de férias e aquilo me deixou frustrado porque só ela poderia me tirar aquela dúvida. Eu não queria acreditar que Luana voltou e lembrou que existo, depois de todos esses anos. Não queria mais pensar em nada que me lembrasse a bendita, mas foi inevitável pois eu precisava encerrar esse ciclo e ser feliz com Aline e nosso filho.
Estávamos bem, felizes, mas eu sentia que devia algo a ela, que faltava entrega da minha parte, pois ela já havia dado vários sinais de que queria ficar comigo, mas para que tudo isso fosse possível, eu precisava resolver minhas pendencias do passado. Pensei tanto que nem notei quando cheguei na área dos elevadores e subi até o andar onde ficava minha sala que por sorte era o mesmo setor de Diego e aproveitaria para dividir tudo isso com ele. Obviamente o mesmo me acharia um louco por estar sequer pensando nessa mulher, aquela que me abandonou sem nem ao menos dar nenhuma justificativa plausível para tal ato. Quando enfim cheguei ao meu andar, caminhei lentamente pelo extenso corredor, sentindo algo diferente no peito parecia que algo estranho estava acontecendo, temi que fosse com Aline e tirei o aparelho do bolso queria mandar uma mensagem, saber se estava tudo bem, mas algo me chamou a atenção assim que tentei discar no aparelho. Era minha secretaria, nervosa discutindo com alguém que possivelmente teria invadido a minha sala, então apressei o passo para saber o que estava acontecendo.
— Suzana, o que está acontecendo aqui? — Perguntei, me aproximando dela.
— Essa moça não marcou horário, nem sei como entrou aqui sem ser anunciada! — Exclamou, agoniada, temendo pelo seu trabalho.
— Quem é a moça? — Voltei a indagar, achando aquilo muito estranho, ninguém pisa nesse andar sem acesso.
— Sou eu, Victor!
Aquela voz, meu deus isso não era possível, o destino só poderia estar de brincadeira comigo.
Luana estava parada na porta da sala, na certa havia chegado antes e esperou uma oportunidade para que algum funcionário desse setor a desse aceso ao andar. Ela era esperta sabia consegui o que queria na base do argumento, com certeza convenceu alguém e usou nomes que conhecia, na certa o meu ou o Diego. Mas o que ela estava fazendo aqui? Depois de tantos anos sem dar as caras.
— O que faz aqui? — Perguntei, ainda em choque pela sua presença.
— Agente precisa conversar, a sós! — Falou, olhando diretamente para Suzana, um pedido silencioso para que eu entrasse e fechasse a porta.
— Pode ir, Suzana, vou atende-la. — Mesmo contra a vontade fiz esse pedido a ela, porque eu precisava dar um basta nisso e seguir em frente.
Entramos na sala e me sentei para ouvi-la, mantive-me sério, apenas observando seus movimentos, pensando em Aline, pois ela era a única mulher que eu pensava na minha vida, jamais trairia sua confiança com coisas relacionadas ao passado. Luana voltou para me assombrar, me tirar do eixo, mas não vou cair em seus jogos, apenas escutarei e a mandarei embora para sempre da minha vida, assim como fez anos atrás sem nem ao menos olhar para trás.
— Eu sei que errei com você, mas precisa entender o porquê precisei fazer isso. — Iniciou seu discurso que por incrível que pareça, não estava me comovendo. — Deixei uma carta explicando tudo, não sei se leu.
Eu lembrava da carta, quis rasgar quando sua governanta me entregou, mas Diego a pegou e me fez guardá-la, mas nunca li, deixei aqui jogada com outros papeis fúteis. Abri a gaveta e joguei a carta em cima da mesa, jamais abriria aquela merda.
— Essa carta nunca me interessou, o que eu queria era que você tivesse conversado comigo ao invés de fugir.
— Era para ser um dia incrível, mas minha mãe se matou! — Exclamou, nervosa.
— Você não quis minhas condolências, não me deixou te confortar, nem ao menos falar palavras de carinho para você! — Me irritei, levantando-me, olhando em seus olhos que demonstravam certo sofrimento, mas para mim não significavam mais nada além de um passado distante. — Preferiu fazer as malas e sumir no mundo, me deixando a deriva em meio a tantas pessoas.
— Eu não estava pensando direito, os planos deram errado, quando nos conhecemos naquele aeroporto havia algo que eu precisava ter contado desde o início, mas mamãe temia que você me deixasse e eu sofresse de novo. — Tentou se aproximar, mas me afastei, não queria contato nenhum com ela.
— O que você precisava me contar? Obvio que não faz mais diferença, mas se insisti, irei ouvir.
— Quando resolvi estudar na Itália, conheci um rapaz mais velho, me envolvi e depois que descobri que ele era mafioso, me afastei, mas ele continuou atrás de mim, me perseguindo e precisei voltar para França imediatamente. — Contou, me deixando surpreso e ao mesmo tempo intrigado, pois o que eu tinha haver com aquela história?
— Luana, onde quer chegar? Nada justifica o que você fez comigo.
— Nos envolvemos rápido demais, e dias depois descobri que estava gravida, mas o filho não era seu, Victor!
Confesso ter ficado um pouco abalado com a revelação, mas ainda não entendia o que tudo isso tinha a ver comigo? E o fato de ter me abandonado naquele altar.
— Então foi por isso que decidiu fugir? Porque estava gravida de outro?
— Se meu pai descobrisse, seria uma vergonha para a família porque Alessandro é um mafioso e papai jamais aceitaria coisas ilícitas. Então mamãe decidiu me casar com um dos filhos de sua amiga, mas eu estava com você e pensei... — Levantei a mão, impedindo-a de continuar aquela história ridícula.
— Isso prova que você nunca me amou de verdade, seu filho precisava de um pai e o besta aqui era o candidato perfeito! — Rir, achando graça do plano sórdido, que cai feito um pato.
— Não fala assim, eu amava você, talvez ainda sinta algo... — Tentou dizer, mas impedi novamente, não queria mais ouvir nada que viesse daquela falsa.
— Você não sente nada por ninguém, a não ser por si mesma! Agora saia daqui e volte para o buraco de onde saiu. — Fui ríspido, o coração doendo de raiva por ter alimentado esperanças de uma explicação plausível e agora descubro que fui apenas um besta que criaria um filho de outro.
— Eu posso até sair, mas não vou sumir, meu pai morreu e descobri um irmão que por acaso é namorado da Laura! — Revelou, me deixando ainda mais surpreso.
Não poderia ser! Leonardo irmão bastardo de Luana?
Era só o que me faltava!
❤️❤️❤️
Beijos e até o próximo capítulo...
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