Capítulo 4
Você manteve tudo aí dentro
E mesmo eu tendo tentado, tudo desmoronou
O que significou para mim será eventualmente
Uma memória...
In The End | Linkin Park
De tudo o que minha mãe poderia me dizer, não esperava que fosse confessar que havia roubado dinheiro.
Isso para mim era o cumulo, pois sempre batalhei e lutei para que levássemos uma vida regrada e honesta na medida do possível.
— Eu sei que está chocada, mas é a verdade, sei que irá me julgar, mas eu não tive escolhas. — Diz, levantando-se e indo até a cozinha.
Sua expressão era de quem não havia feito nada, e isso era o que estava me intrigando.
Por um momento achei que esperneasse e tentasse me convencer do contrário, mas não, estava nesse momento preparando o seu café da manhã, bem tranquila como todos os dias.
— A senhora ainda não me disse de quem é esse dinheiro. — Inquiri, tentando coloca-la contra a parede, pois isso ela teria que me dizer.
— Quando seu pai me prometeu mundo e fundos, eu acreditei, tanto que fiz tudo o que ele queria e assim que me preparei para fugirmos juntos, o safado me deu uma banana e mandou eu me arranjar. — Contou, amargurada, pois sei que nunca esqueceu o velho que a abandonou.
— Iam fugir juntos?
— Sim, mas ele preferiu a vagabunda da Flávia, que trabalhava comigo, aquela traíra, deveria ter suspeitado, mas eu era muito inocente, não conhecia direito as maldades da vida, tanto que te ensinei a não se deixar levar por esses bilionários, eles só querem o que temos entre as pernas.
Eu estava totalmente impressionada, essa era a nossa primeira conversa decente, sem nenhuma ofensa e xingamentos.
Deixei que continuasse o seu relato, pois queria saber mais sobre a história da minha mãe e o motivo do meu pai ter a rejeitado.
Mas o fato era que o velho foi burro ao deixar uma conta em seu nome e antes que ele piscasse, ela pegou todo o dinheiro e o guardou aqui.
Me pergunto o motivo de não poder gastar e nos dar um conforto melhor, assim eu não me mataria tanto de trabalhar naquela lanchonete dia e noite.
— Não podemos usar o dinheiro, você acha que não tentei, o safado conhecia o chefe do banco e tinha provas de que o dinheiro era dele, tanto que fui pega na primeira vez que tentei usá-lo para comprar fraldas para você. — Conta, me deixando ainda mais perplexa.
— A senhora chegou a ser presa?
— Não, eu me salvei, mas depois desse acaso, nunca mais me arrisquei e quanto menos você saber, melhor. — Diz, seca, encerrando o papo.
Suspiro, me levantando da pequena mesa, pego a minha bolsa em cima do sofá e ando em direção a porta, averiguando se tem alguma mensagem em meu celular.
Bufo frustrada quando vejo que não, realmente, conseguir um bom partido assim está difícil, ainda mais um cara difícil e impenetrável como Diego.
Reviro os olhos e jogo o celular de volta na bolsa, andando até o ponto de ônibus para enfim dar início ao meu dia suado de trabalho.
❤❤❤
— Amiga, nós deveríamos tirar essa noite para curtir e beber um pouco, o que achas? — Sarah convida, pois como o movimento hoje está fraco, seu pai resolveu nos liberar.
Penso em aceitar, pois realmente estou precisando me divertir, porque faz algum tempo que não vou a festas, apenas esperando um convite de um certo alguém, mas já que ele me tratou tal mal naquele dia em sua cobertura, não tem porque eu me privar das coisas.
— Vamos sim, estou precisando. — Digo, sorridente.
Ela dar pulos de alegria e nos direcionamos ao vestiário, trocamos de roupas e seguimos ao nosso destino que é a boate mais badalada de Paris, a que geralmente tem muitos homens lindos e gatos precisando de uma atenção especial.
Quem sabe não dou sorte dessa vez, penso...
Chegamos em frente ao ponto de ônibus e minha amiga faz questão de pagar um Uber para nós, antecipando a nossa chegada no local que já se encontra muito agitado e lotado de pessoas.
Lembro-me de que estive aqui pouquíssimas vezes, por conta do trabalho nem sempre venho dia de semana.
— Amiga, vamos beber! — Sarah exclama, puxando-me até o bar.
Sento-me em uma das banquetas vazias ao seu lado e esperamos o barman que faz altos malabarismos para preparar um bom drink para seus clientes.
Fico apenas observando o pessoal animado a minha volta, mas meu olhar acaba sendo atraído para a entrada, onde vejo o cara mais improvável que esperei encontrar essa noite.
Victor Leblanc...
❤❤❤
Beijos e até o próximo capítulo...
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