Capítulo 39
Um recomeço? Ou será uma ilusão?
Semanas depois...
Amanheceu, me arrumei e decidi sair. Queria passear pelo bairro e fazer umas compras. Victor não estava em casa, pois o feriado tinha acabado e o mesmo havia voltado a trabalhar constantemente.
Quando desci, cumprimentei o porteiro e olhei em direção a arvore que meses atrás me arriscará apenas para entrar no condomínio. Sorri com a lembrança, pois foi um ato perigoso que poderia me custar muito caro. O bom era que ninguém havia notado nada e eu tinha conseguido atingir o meu objetivo, só não esperava engravidar no processo.
Estava andando pela rua quando parei em uma cafeteria e resolvi comer alguma coisa, pois as vezes eu sentia desejos e Victor fazia de tudo para realiza-los ou eu me tornava uma pessoa irritadiça. Sentei-me em uma das mesas e esperei que a garçonete viesse me atender, quando me deu o cardápio e fiz o pedido avistei Hellen em outra mesa a mesma parecia chateada e resolvi fazer notar a minha presença. Queria conversar com ela e saber como andava sua vida, já que a mesma tinha uma profissão nada fácil e nunca tínhamos tempo de conversar por conta de seus horários atribulados.
— Oi, quanto tempo? — Disse ela, sentando-se em minha mesa. — Que barrigão, quantos meses?
— Quase sete. E como você está? — Perguntei, pois queria que a mesma se abrisse comigo e desabafasse.
— Estou bem, na medida do possível. Fiquei sabendo que a Vanessa se mudou, soube que ela furou seu olho. — Comentou, e quando os pedidos chegaram, começamos a conversar e notei uma certa tristeza em seus olhos a cada vez que olhava a minha barriga.
— É, ela foi na minha antiga casa e nós cortamos os laços. Mas isso é passado, minha vida mudou e para melhor.
— Eu imagino. Está morando por aqui?— Perguntou, parecia estar curiosa ou já sabia e queria apenas que eu confirmasse.
— Sim, naquele prédio. — Apontei, e a mesma arregalou os olhos, parecendo se dar conta da verdade.
Quando contei sobre minha noite com Victor, a mesma pareceu estar conformada e em nenhum momento havia demonstrado que estava mal com a situação, mas é como dizem: quem vê cara não vê coração. Hellen poderia estar chateada e fez questão de não demonstrar isso quando contei sobre a minha gravidez.
— Então quer dizer que o Victor finalmente resolveu parar com as farras e assumiu você? — Questionou, mas por um milésimo de segundo, notei uma certa ironia em sua voz. Era como se a mesma estivesse realmente incomodada com a nossa situação.
Ela amava Victor, dizia isso para as meninas. Sofria quando aceitava os gostos dele e chorava pelos cantos quando o mesmo ia embora sem ao menos se despedir. Eu entendia seu lado, me sentia assim com Diego, mas o que precisávamos entender era que o destino as vezes nos pregava uma peça e nós teríamos que dançar conforme a música. Jamais imaginei me envolver com o melhor amigo do meu ex-crush e ainda por cima, engravidar.
— Nós somos só amigos, estamos morando juntos por que minha gravidez é delicada. — Comentei, sem dar muitos detalhes, a mesma estava chateada e queria de todo jeito se fazer de forte.
Quando olhei a hora no relógio, me despedi e segui meu caminho. Queria ir ao mercado e aproveitar para comprar algumas coisinhas para o meu filho. Nós já tínhamos feito o enxoval quase todo, mas de vez em quando comprávamos outras coisas que achávamos que seria a cara dele. Todo esse tempo que estamos juntos nós nunca falamos nem pensamos em nomes. Talvez devêssemos pensar ao invés de ficar só o chamando de bebê.
Quando comprei o que queria, segui caminhando até o condomínio. E estranhei quando vi Victor parado em frente a portaria de braços cruzados e extremamente sério. Sorri da sua carranca porque já poderia imaginar do que se tratava. Desde quando nos entregamos ao prazer semanas atrás, a nossa relação havia mudado. Conversávamos com frequência e passamos a dividir a cama. Agíamos como um casal normal, apesar de que Victor ainda se mantinha na postura de que não queria relacionamentos, mas deixou claro que no futuro poderia pensar no assunto, ou seja, eu tinha esperanças em relação a nós dois. Por isso ainda não tinha desistido.
— Porque saiu sozinha? — Perguntou, me ajudando com as pequenas compras.
— Victor, estou cansada de ficar enfurnada em casa, preciso viver, gravidez não é doença. — Rebati, pois tínhamos ido na obstetra recentemente e a mesma explicou que eu não corria mais riscos e poderia viver a minha vida normalmente, com algumas recomendações básicas, é claro.
— Sim, mas eu fico preocupado, cheguei há exatos 10 minutos e não encontrei você. Tem ideia de como fiquei?
Gargalhei, pois tudo aquilo era um exagero, mas deixava ele ficar nervoso porque se tornava bonito ver que ele se preocupava comigo e nosso filho. Vivemos tantas coisas boas nessas semanas que acabei esquecendo de um assunto importante.
Minha mãe. A mesma se encontrava desaparecida e sentia que Victor ficava tenso quando o investigador ligava. Dona Maria foi vista pela última vez perto do lugar onde eu trabalhava e Victor acha que ela pode estar a minha procura, já que não nos vimos mais depois que seu namorado me colocar para fora de sua casa e a mesma não fez nada para me defender. Decidimos conversar com um advogado e Victor sugeriu que procurássemos o pai de Diego porque o mesmo era experiente e poderia nos ajudar. Essa não era a área que costumava atuar, mas o mesmo tinha certos conhecimentos que poderia nos ajudar. Confesso não me animar com a ideia, mas ele tinha medo que minha mãe me encontrasse e fizesse algo comigo, coisa que eu duvido, mas para tranquiliza-lo prometi ficar de olho e não sair muito de casa, para evitar que a mesma encontre o meu endereço. Deixei Sarah sobre aviso e a mesma disse que eu ficasse despreocupada, pois ficaria em alerta e se caso aparecesse na lanchonete, diria que não sabia mais de mim a muito tempo.
Victor entrou comigo em nosso pequeno apartamento e depositou as compras sobre a mesa. Comecei a guardar as coisas enquanto o mesmo mexia no celular, parecia nervoso com alguma coisa.
— Aconteceu alguma coisa no trabalho? Você chegou muito cedo hoje. — Perguntei e o mesmo se virou para interagir comigo.
— Sim, Diego teve um surto e abandonou a empresa. Teríamos uma reunião importantíssima hoje e precisou ser cancelada. A mãe dele está uma fera. — Contou, e eu dei de ombros, nada sobre o amigo dele me interessava.
— O investigador retornou sua ligação? — Mudei de assunto porque não queria falar sobre o Diego.
— Sim, disse que tem novas pistas!
— Minha mãe apareceu?
— Ela foi vista perto da antiga casa que vocês moraram antes de se mudarem para a casa do ex-namorado. — Contou, me deixando confusa. Porque a mesma voltaria ao lugar de onde fomos despejadas? A não ser que...
— Victor! O dinheiro!
— O que tem?
— Ele está escondido naquela casa!
❤️❤️❤️
Beijos e até o próximo capítulo...
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