Capítulo 29
Esqueça o que passou
Nunca é tarde demais
Para reencontrar o amor
Começo, meio e fim | Rebelde Brasil
Estava contando as horas para que Aline melhorasse e tivesse alta porque de repente aquele quarto se tornou pequeno para nos dois. Tentei de tudo para me manter distante e não cair em tentação, mas falhei na primeira tentativa. Eu torcia para que vissem seu quadro estabilizado e viessem dar-lhe a alta. Mas pelo que a médica informou minutos antes, a previsão era passarmos a noite e ver como a mesma reagiria as medicações. Ela estava com ausência de muitas vitaminas e precisava de uma atenção especial. Por isso que a cada três horas, uma enfermeira vinha e aplicava as doses necessárias para ela e o bebê.
O clima entre nós estava meio tenso e confuso por causa daquele beijo inesperado que serviu apenas para piorar ainda mais o conflito dentro de mim, era óbvio que ela estava se sentindo vitoriosa por ter conseguido esse feito, mas fingir que não estava acontecendo nada porque ela não podia passar estresse e eu não queria discutir sobre o que tinha acontecido. Mas sabia que era inevitável, porque em algum momento teríamos que ter outra conversa muito séria, pois parece que a mesma ainda não tinha entendido quando deixei bem claro que não iríamos nos envolver. Se depois de tudo ela não entender a nossa convivência seria difícil.
Eu não queria acreditar, mas ela mexia comigo de um jeito que mulher nenhuma jamais foi capaz de fazer. Nem mesmo minha ex-noiva me deixou tão louco como eu estava agora nesse momento. A minha vontade era ter a agarrado e lhe tocado ali mesmo de forma mais íntima. Porque o aperto que deu entre as coxas serviu para acender meu corpo que a muito tempo não interagia intimamente com nenhuma mulher, apenas pensando nela.
Não queria admitir, mas não transava a muito tempo. A última vez foi aquela loucura que fiz na boate e apenas porque tinha bebido além da conta e praticamente se aproveitaram da minha embriaguez. Eu não era nenhum pouco inocente naquela história, mas tinha certeza de que se estivesse em sã consciência não teria feito nada daquilo. E nem tinha deixado a casa do jeito que minha mãe encontrou no dia seguinte. Observei-a sorrindo enquanto alisava a barriga. Feliz pelo nosso filho estar bem e terem o salvo a tempo. Esperaria mais um pouco para conversar sobre o motivo de a ter feito enfrentar a tempestade e eu ter lhe encontrado naquele estado, notei o quanto ficou nervosa e decidi não tocar mais no assunto. Horas antes aproveitei que a mesma estava bem e dormindo para ir até o carro e pegar algumas roupas reservas que eu havia trazido, por conta da viagem que faria com Diego. Graças a isso, pude me trocar e evitar um resfriado. Quando saí do pequeno banheiro, encontrei-a acordada e conversamos um pouco. A enfermeira já tinha passado aqui e lhe aplicado remédios, então estaríamos sossegados até as próximas horas. Iriamos realmente ter que passar a noite e eu precisava falar com meus pais, mas como explicaria o fato de estar no hospital a essa hora com a mãe do meu filho que corria risco de perder o neto deles se caso ela não seguir as orientações necessárias. O telefone tocou e o nome "Mamãe" apareceu no visor, na certa queria saber o que de tão urgente eu tinha para dizer. Aproveitei a distração de Aline e fui para dentro do banheiro, atender à ligação porque não poderia lhe ignorar.
— Filho, mil desculpas por não termos lhe dado a devida atenção, mas agora estamos em casa e ansiosos para saber da notícia que você queria nos dar. — Falou, assim que atendi. Provavelmente estava ansiosa e não aceitaria adiar a conversa, mas nesse caso seria extremamente necessário.
— Oi, Mãe, tudo bem. Eu sei que precisam se divertir de vez em quando. Não retornei a mensagem porque estou trabalhando. Eu e o Diego viajamos a negócios e nesse exato momento estamos jantando com alguns investidores. — Menti, pois não tinha a menor possibilidade de dizer a verdade. Pelo menos não naquelas circunstâncias.
— Ah, tudo bem! Não queremos atrapalha-lo e por favor, não deixe de nos ligar quando estiver voltando. Cuidado e tome juízo.
Eu não queria ter mentido para ela, mas a nessidade me obrigava e agora mais do que nunca, precisava me preparar para contar a verdade e apresentar Aline. Eu sabia que mamãe daria uma de cupido e tentaria juntar nós dois e daria até conselhos a Aline. Estava disposto a avisa-la sobre isso para não ter esperanças, mas sabia que não adiantaria nada. Tentei conversar sobre o beijo depois do susto e deixei escapar que não foi uma das melhores escolhas. Mas a mesma pareceu não ligar e ainda debochou da situação.
Aproveitei aquele momento e liguei para Sarah, amiga dela, conversamos um pouco sobre o seu estado e a amiga se preocupou. Me confidenciando que a mesma estava trabalhando sem folga, prejudicando a saúde como eu havia previsto. Aquilo me despertou uma fúria interna e tomei uma decisão drástica, sabia que não seria fácil, mas ela moraria comigo a partir de agora porque era o único jeito de proteger o nosso filho. Então conversei com Sarah e a mesma me deu apoio, pois tinha lhe oferecido abrigo e a mesma não quis aceitar, me deixando completamente decepcionado pensando que se eu não tivesse chegado a tempo, nosso filho poderia nem estar mais aqui. Pensar naquilo me causava uma imensa dor no peito e procurei afastar o pensamento.
Aline demonstrou certa relutância quando questionei o que havia acontecido, mas Sarah havia me dado alguns spoiler's sobre sua vida em poucos minutos de ligação. Soube que não tinha residência fixa e não possuía uma boa relação com a mãe que morava com um homem festeiro, que não tinha nenhum vínculo com Aline. Segundo Sarah, o rapaz só gostava de baderna e por isso elas foram despejadas da casa que Aline pagava para morar, achei um tremendo absurdo e decidi que investigaria essas pessoas e tinha certeza de que coisa boa não iria encontrar. Notei Sarah muda ao telefone, parecia pensar sobre algo e decidi colher mais, estava curioso e se tivesse mais alguma coisa nessa história, eu precisava saber.
— Sarah, não tenha receio de me dizer as coisas, eu só quero o bem dela.
— Esse cara era safado, Aline usava roupas curtas porque gostava do tecido e uma vez ela notou os olhares dele para cima dela. Quando me contou, fiquei com medo e a convenci de vir passar uns dias comigo, para poder ficar mais tranquila.
Depois de todo esse relato, reforcei ainda mais a minha decisão, mesmo sabendo que seria uma tortura para mim porque com certeza ela adoraria ter que aceitar viver sob o mesmo teto que eu. Conversamos mais um pouco e depois de me fazer prometer que cuidaria dela, encerramos a chamada.
Eu tinha me acostumado a viver sozinho e ter alguém no mesmo ambiente ia ser no mínimo estranho. Mas eu estava completamente disposto a me sacrificar por um bem maior, que era o nosso filho. Ele agora era prioridade e eu quero ser um pai presente e acompanhar de perto todos os momentos, desde o nascimento até a fase adulta. Diego certamente riria de mim, porque havia mencionado que eu estava diferente e todo esse turbilhão de sentimentos que ainda insistia em mim continuava em conflito, pois viver com ela sob o mesmo teto, seria um desafio e também uma prova de fogo para ambos.
Quando olhei para o leito, notei-a olhando para mim como se eu fosse a única pessoa que existisse nesse universo. Era isso que eu tinha medo, que se apaixonasse e eu não conseguisse retribuir da mesma forma. Em nosso reencontro, deixei bem claro que não havia chances de termos um relacionamento, porque eu não estava preparado e a mesma pareceu compreender, mas ao mesmo tempo não estava disposta a parar de tentar.
❤❤❤
Beijos e até o próximo capítulo...
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