Capítulo 21
E você estava lá quando tudo mudou
Esperando para me contar...
Burn It Down | Linkin Park
No dia seguinte, me esforcei ao máximo para chegar cedo no trabalho, organizar todas aquelas pastas e não deixar que ficasse nada pendente. Ou as coisas poderiam se complicar para o meu lado.
Minha secretária estava a todo o momento entrando e saindo da minha sala, numa tentativa falha de chamar a minha atenção que ainda estava presa na noite anterior. Eu precisava encontrar as meninas, saber o que realmente aconteceu e como descobriram o meu endereço.
Mamãe continuava no meu Flet arrumando tudo na certa enlouquecendo Lourdes, a diarista. Para que tudo ficasse perfeito. Dona Agnes era uma pessoa maravilhosa, mas tinha um sério problema: Toc. Não suportava desorganização e coisas fora do lugar. Papai lutou muito para tirar isso dela quando se casaram, mas não adiantou muita coisa.
Sai de meus devaneios quando o mesmo me ligou, na certa querendo saber de nós. O atendi e conversamos um pouco, o mesmo se desculpando por não ter vindo me visitar, pois estava com alguns trabalhos acumulados e seria difícil conciliar. Eu entendia porque teve dias que me descuidei também, pensando em quem não devia.
Depois de meia hora de conversa, desliguei a chamada e voltei ao trabalho. Queria terminar o mais rápido possível e almoçar, pois, a fome ameaçava se apossar do meu ser. Como o expediente estava tranquilo, eu optei por almoçar em casa, aproveitaria para matar a saudade que eu estava das comidas brasileiras que só mamãe sabia fazer. Ela não tinha cozinheira em sua casa, apenas uma equipe que mantinha tudo limpo, pois ela mesma fazia questão de tomar conta da sua cozinha.
— Olá, estou saindo para o almoço, creio que depois dessas pastas, não haverá mais nenhuma para hoje. — Sheila, a secretária, disse quando bateu suavemente na porta para indicar sua presença.
Eu estava aos poucos tentando desfazer o caso que tínhamos, pois desde que fiquei com Aline não tinha olhos para nenhuma outra. Sheila era uma mulher bonita e interessante, mas infelizmente eu não estava mais a fim de continuar com nossos encontros. Eu esperava que ela entendesse e parasse de se insinuar para que nada disso prejudique o nosso trabalho. Por que apesar de tudo era uma ótima profissional.
Diego sempre me alertou em relação a isso, e pediu gentilmente para que fossemos discretos. Acatei seu pedido sem questionar, pois, apesar de tudo ele era o chefe e eu precisava me manter na linha.
Leandro estava de olho em nós, achava que eramos jovens demais para os cargos que ocupamos hoje em dia. Nunca entendi o fato dele pensar dessa forma do próprio sobrinho, que assumiu a empresa ainda jovem, mas eu sempre procurava não me atentar ao que ele pensava porque nós eramos competentes e estávamos sempre evoluindo com o nosso excelente trabalho.
Quando engavetei a última pasta, respirei aliviado, me levantando e pegando as minhas coisas que estavam sobre a mesa. Fechei a sala ao sair e andei pelos corredores até chegar ao elevador. Esperei a caixa metálica descer até a garagem e logo avistei o meu carro estacionado no mesmo lugar que tinha deixado ontem, pois eu havia pegado uma carona com o Diego e por isso tinha chegado de Uber com as meninas. O que foi bom porque eu estava muito bêbado e não teria condições de dirigir.
Entrei no carro e dei partida até o meu Flet, ansiando saborear a comida da minha mãe. Mas antes eu tomaria um belo banho e descansaria depois do almoço, já que não tinha mais trabalhos pendentes essa tarde.
— Olá querido, como foi o trabalho? — Mamãe perguntou, assim que passei pela porta e avistei-a sentada no sofá lendo um livro.
— Foi bem, aproveitei que estava tudo tranquilo e vim almoçar com a senhora. — Digo, me aproximando e deixando um beijo casto em sua testa. A mesma sorri e vai para a cozinha, na certa servi o almoço.
Tomo banho, visto uma roupa confortável e me sento em uma das banquetas que existem aqui na ilha da cozinha, porque como é só nós dois, não há nenhuma necessidade de montar a mesa de quatro lugares.
Conversamos banalidades enquanto saboreava sua feijoada brasileira, conto mais sobre Aline que a mesma insiste em saber e por um acaso do destino, mamãe comenta que Lourdes quando desceu para jogar o lixo fora, foi chamada pelo porteiro que lhe entregou uma correspondência, avisando que era para mim. Estranhei aquele fato porque as cartas chegavam pelo correio e eram depositadas numa espécie de armário destinado para cada apartamento desse prédio. Mesmo achando tudo aquilo sem sentido, levantei e fui em direção a mesinha de centro, onde estava a tal carta.
Era bem diferente das outras que chegava, pois, o envelope era parecido com aqueles comprados em papelarias e só o meu nome constava escrito na frente indicando que era mesmo para mim.
Pensei em não abrir e continuar o meu almoço, mas a curiosidade era maior. Então rasguei o papel e uma folha de caderno dobrada surgiu em meu campo de visão, fazendo com que eu largasse o envelope e sentasse no sofá para ler.
E o que tinha escrito ali, me fez parar e respirar um pouco. Era como se fosse um aviso para que eu realmente fosse atrás dela, tanto que me pedia certa urgência. Olhei tudo com atenção e vi o endereço anotado, não pensei duas vezes em ligar para o número que constava no papel, mas infelizmente caiu na caixa postal.
Eu não deveria me preocupar, mas algo em mim pedia para que eu fosse urgentemente ao seu encontro...
❤❤❤
Beijos e até o próximo capítulo...
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