Eu não te esperava, mas você já é o centro do meu mundo.

Minha amiga insistiu muito, mas eu teimei e fugi do temível teste de gravidez.

Eu tentei muito esquecer isso, mas os sintomas pioraram e eu precisei novamente colocar outro atestado no trabalho, pois o pai da minha amiga exigiu para que eu me cuidasse e descobrisse logo o que eu realmente tenho.

Eu havia aproveitado a folga e ido no laboratório pegar os resultados dos exames de sangue que eu havia feito, estranhei a medica não ter pedido os outros, mas até ela achava que poderia ser exatamente o que eu não queria acreditar.

Estava prestes a entrar na casa que não era minha quando ouvi risos vindo da cozinha, com toda a certeza era o meu padrasto que estava em casa com a minha mãe e quem sabe mais alguns amigos, só não saia daquela casa porque além de eu não conseguir um lugar mais barato, era um pedido da minha mãe, pois apesar de tudo sentia alguma coisa por mim, mesmo que a porcentagem fosse mínima.

Ela tinha raiva do meu pai e descontava em mim, segundo ela, ele não prestava e a deixou a ver navios com uma filha na barriga, mas ela não se deu por satisfeita e o deixou com a conta zerada.

Até hoje me pergunto o que foi feito daquele dinheiro, pois desde que nos mudamos que ela não tocou mais no assunto e nem notei onde ela havia guardado.

Cheguei a me perguntar se o seu novo companheiro sabia de toda aquela pequena fortuna, mas do jeito que ela é, deve não ter contado, assim como fez comigo no começo.

Mas isso não era assunto meu, então preferi passar direto para o quarto que eu estava ocupando e tentar ver o resultado do exame.

Confesso que o medo habitava em mim, mas tentei de todas as formas pensar que isso era apenas coisa da minha cabeça.

Em nenhum momento pensei em Victor, que de qualquer forma tinha tudo a ver com isso, pois se a suspeita de gravidez se confirmar, eu teria que procura-lo.

E isso era uma coisa que eu não pensava em fazer, apesar de sempre acompanhar suas redes sociais.

Sentei-me na cama, coloquei os envelopes sobre a pequena cômoda, peguei as sacolas e fui para o banheiro, para fazer esses testes e tirar essa dúvida de uma vez por todas da minha cabeça.

Li todos os informativos da bula e usei os testes, esperando os minutos para ver até onde essa minha imaginação iria.

Tentei ligar para a minha amiga, mas sabia que nesse exato momento ela estaria em horário de trabalho e não poderia conversar muito.

Então decidi esquecer um pouco o celular e me concentrar para que esses testes dessem negativo, pois eu nem saberia o que pensar se por um acaso aquilo fosse verdade.

Quando os cinco minutos foram verídicos, fechei os olhos e coloquei as mãos sobre a pia, na falha tentativa de me acalmar, pois um filme estava passando na minha cabeça nesse exato momento.

Era como se o tempo voltasse eu estivesse vivendo novamente aquela noite, os sentimentos que me invadiram assim que tomei a decisão de invadir seu pequeno apartamento e me entregar de vez a alguém que eu mal conhecia.

Apenas por vingança...

Um motivo forte que me levou a cometer essa loucura, e que agora me assustava internamente.

Eu lembrava que não havíamos usado proteção, mas confiei que meus remédios surtissem o efeito desejado, mas parece que o universo estava contra mim quando abri os olhos e vi os tracinhos todos rosados.

Ou seja, eu estava gravida de Victor e precisava urgentemente procura-lo.

Nem que fosse pela última vez...

No dia seguinte, depois da descoberta inusitada, acordei bem cedo, fiz uma caminhada e decidi ligar para a minha amiga, contei tudo o que estava sentindo e ela me aconselhou a procurar o pai do meu filho, pois ele tinha todo o direito de saber.

Primeiramente eu neguei, mas esfriei a cabeça e decidi procura-lo.

Me arrumei, peguei um táxi e cheguei na empresa onde o mesmo trabalhava por volta das 14:00, pois era um horário mais calmo e não tinha quase ninguém transitando pelos corredores.

Assim que cheguei na recepção, minha intensão era perguntar pelo Victor, mas como eu ainda estava com a situação da Vanessa entalada na garganta, acabei procurando o amigo que sem querer me devia algumas explicações.

Quando me informaram que o mesmo se encontrava por lá, fiz questão de subir e invadir a sala, dizendo-lhe poucas e boas, mas uma coisa havia me chateado profundamente.

O jeito que o mesmo me olhou, como se eu não fosse nada, uma coisa descartável, aquilo mexeu comigo, tanto que a vontade de me vingar dele quase se sobressaiu.

Dizer que o filho era dele, seria uma opção?

A ideias havia passado pela minha cabeça e estava na ponta da língua para ser dita, mas de repente meus pensamentos se embaralharam, imagens da noite que passei com Victor.

Não era justo com ele...

E foi com esse pensamento que sai da sala do Diego, sem olhar para trás, encerrando enfim, mais um ciclo vicioso em minha vida.

❤❤❤

Beijos e até o próximo capítulo...