Capítulo 16
Um desejo não muda nada. Uma decisão muda tudo.
— Você está prestando a atenção? — Minha secretaria perguntou, colocando os papeis em cima da mesa.
Fazia dias que eu não pensava em nada a não ser na minha noite impulsiva com Aline, queria não poder mais pensar nisso, mas era inevitável, ela sempre invadia meus pensamentos quando eu me distraia.
— Sim, deixa tudo aqui, eu vou analisar e passo para você. — Falei, ajeitando as pastas, com o aviso claro para que saísse e me deixasse sozinho.
Eu sabia que ela estava chateada, pois quando marcamos de sair na semana passada, eu simplesmente desmarquei em cima da hora e voltei para casa com uma caixa de cervejas, preferi beber todas no meu flete do que passar a noite com ela.
Eu não sabia o que estava acontecendo comigo e temia que aqueles sentimentos que me invadiram naquela noite voltassem e não deixasse com que eu vivesse a minha vida como eu sempre costumei viver.
Quando recebi a visita da minha mãe dias atrás, morri de medo que ela percebesse que havia passado uma mulher por ali, pois já tinha lhe garantido antes que eu não levava os meus casos, como ela costumava dizer, para o meu doce lar.
Minha sorte foi que a diarista já tinha passado lá e deixado tudo em ordem para que ninguém percebesse o que havia acontecido.
Aline com toda a certeza devia estar dando altos pulos de alegria por ter me fisgado, e ainda por cima conseguido mexer com os meus sentimentos que nesse exato momento estavam entrando em conflito.
Tive vontade de procura-la, conversar e desabafar sobre esses sentimentos confusos, mas algo dentro de mim me fez pensar melhor e deixar tudo como estava, porque não queria dar esperanças de um possível relacionamento.
Eu não era o cara certo para isso e com toda a certeza ela sabia disso, pois andava com as mesmas meninas que eu costumava sair.
Hellen era uma amiga que de vez em quando topava realizar uns dos meus desejos mais insanos, o ménage era uma coisa que me atraia demais, pois envolvia apenas eu e duas mulheres.
Jamais permiti que outro homem compartilhasse uma mulher comigo, porque no meu pensamento, eu teria que ser o único a dar o prazer e alivio que elas desejavam.
Mas isso não evitava que as mulheres se apaixonassem por mim, pois o sexo era tão bom que elas gamavam e não queriam largar do meu pé.
Patrícia era uma que não aceitava fazer esse tipo de coisas, mas como a mesma gostava de me agradar, escolhia as parceiras para que nós divertíssemos sem mais preocupações.
Apesar de Helen ser mais contida, eu tinha ciência dos seus sentimentos, mas como a mesma nunca se abriu comigo sobre isso, preferia fingir que não sabia e assim evitávamos problemas futuros.
— Vai demorar muito para analisar esses papéis? — Minha secretaria indagou, entrando em minha sala, percebendo que eu ainda estava na primeira pasta.
— Um pouco, porque?
— O seu amigo pediu para que fosses a uma das filiais da empresa. — Contou, pegando uma pasta cinza e jogando em cima das outras.
— Onde fica essa? — Perguntei, estranhando o pedido do meu amigo, porque geralmente é ele mesmo quem vai.
— Nova York.
Dito isso, saiu da sala, me deixando completamente sozinho, com todas aquelas papeladas acumuladas e com uma viajem de última hora marcada, lembraria de conversar com o Diego depois sobre essa novidade, pois nunca havia me pedido para visitar as filiais, não que eu já não tenha ido, mas só que dessa vez o mesmo estava me deixando com toda a responsabilidade que era completamente dele.
❤❤❤
Assim que desembarque, tratei de pegar um táxi e resolver rapidamente o problema que havia surgido na filial.
Achei que era alguma coisa séria, por isso resolvi aceitar a viajem inesperada que o todo poderoso arrumou para mim, pois as vezes quem gostava de fazer essas vistorias era o seu tio, que procurava sempre uma brecha para dizer que éramos novos e não tínhamos condições de estar no cargo em que estávamos, principalmente o seu sobrinho que havia estudado e batalhado muito para estar no comando da empresa da família.
Eu sabia o motivo dele dizer essas coisas, mas eu jamais ficaria contra a pessoa que mais me apoiou num momento tão difícil para mim na época.
Minutos depois, já estava adentrando o Hall da pequena empresa, procurando os responsáveis para que resolvêssemos logo o problema que havia aparecido de repente.
Precisei respirar fundo quando me disseram que um dos estagiários havia derrubado uma pilha de papeis, fazendo assim um documento importante se molhar e perder a serventia.
E isso ainda não era o pior, e sim um contrato importante que seria assinado ainda hoje se por um acaso o desastrado não tivesse cometido o deslize de estragar o documento.
— Vamos refazer, acho que dá tempo. — Sugeri, pedindo para as secretarias se mexerem e buscarem o arquivo salvo no computador.
Tudo era tão simples, não precisava eu ter me despencado de Paris até aqui, mas como essa empresa ainda era nova, muitos que trabalhavam aqui eram recém contratados e ainda não tinham o mesmo nível de experiência que os nossos funcionários que trabalhavam ao nosso lado na França.
Horas se passaram e tudo tinha se resolvido, quando peguei o jatinho e voltei para a empresa que eu trabalhava, estranhei o pessoal da recepção agitados e cochichando pelos cantos.
Precisava me atualizar, subi direto para a sala do Diego e quando cheguei ao último andar, o mesmo já estava de saída.
— O problema foi resolvido, acabei de chegar. — Falei, vendo o mesmo desligar o celular e prestar atenção em mim.
— Ótimo, espero que esteja tudo certo por lá, está muito cansado? — Perguntou, andando até o elevador.
— Não, porque? — O segui, tentando entender o motivo daquela pergunta.
— Vamos sair, nos divertir, feito nos velhos tempos! — Exclamou, segurando o elevador, na intenção de que eu entrasse.
Queria negar o convite, ir para casa e relaxar, mas pensei melhor e resolvi acompanha-lo, pelo menos para tentar tirar um pouco do estresse e ver se eu esquecia Aline de uma vez.
❤❤❤
Beijos e até o próximo capítulo...
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