Não sei o que estou sentindo, só sei que está complicado...

Alguns dias depois...

— Amiga, está tudo bem? — Sarah perguntou, assim que me seguiu até o reservado que ficava no vestiário.

Dias se passaram depois da minha noite maravilhosa com o Victor, e depois disso, comecei a sentir coisas estranhas, como mal-estar, tonturas e muitos enjôos, tanto que nem consegui vir ontem e precisei colocar um atestado.

Tinhas dias que eu estava assim, peguei uma ficha no posto do bairro para ser atendida por um médico, fiz todos os exames pedidos, mas até agora os resultados ainda não ficaram prontos.

Eu não sabia mais o que fazer, tanto que resolvi esperar os exames saírem para poder tentar um médico particular, já que o SUS não nos dar muitas opções.

Sarah começou a bater na porta quando percebeu a minha demora em responder, tratei de respirar fundo, ajeitar o cabelo e só depois que me senti apresentável, abri a porta para ela e saímos juntas do vestiário.

Seu pai estava nos esperando do lado de fora, pois havia ficado preocupado quando sai correndo do caixa e me tranquei no bainheiro.

— Querida, tem certeza que está tudo bem, estais pálida, é melhor ir para casa. — Disse ele, enxugando as mãos e voltando para a cozinha, pois ainda tinhas clientes esperando serem servidos.

— Amiga, se quiser, eu te levo para a minha casa. — Sarah ofereceu, pois sabia que minha situação tinha ficado ainda mais complicada.

Mamãe havia conhecido um cara, estava namorando ele a dias e de repente, os vizinhos começaram a reclamar do barulho que faziam, quando dava festas e ligava o som nas alturas.

Tanto que o dono da casa resolveu nos pedir gentilmente para que arrumássemos outro lugar para morar.

É claro que eu ainda tentei conversar com ele, mas o povo da rua estava a todo instante falando mal de nós, então não teve jeito, precisei sair.

Eu pagava o aluguel daquela casa e merecia ficar nela, mas como a minha mãe havia arrumado confusão por causa do namorado, tive que aceitar e sair de onde eu mais amava.

— Eu gostaria, porque não queria voltar para minha nova residência. — Falei, desgostosa com a minha atual situação.

Mamãe resolveu aceitar o convite do namorado para morar com ele, e como eu não tinha dinheiro para pagar um aluguel mais caro, precisei me juntar a minha mãe e morar na casa daquele cara que passa o dia todo enchendo a barriga de cerveja.

— Amiga, porque você não vem morar comigo, sabes que não tem problema. — Falou, reforçando o convite que me fez dias atrás.

— Não quero dar trabalho, estou esperando os resultados dos exames para saber de uma vez o que tenho, e dependo do que for, terei que gastar dinheiro com médico particular. — Contei, com um pouco de medo de ser algo mais sério.

— Amiga, eu não quis te falar nada para não te deixar assustada, mas já pensou na possibilidade de ser uma gravidez? — Indagou, me fazendo engasgar com a agua que eu havia pegado assim que nos aproximamos no balcão.

Isso não tinha passado pela minha cabeça, mas agora que ela tocou no assunto, o medo de ser real se instalou pela minha cabeça.

— Eu não sei, se for, nem vou saber o que fazer. — Digo, alisando os cabelos, pois agora eu havia ficado preocupada com a possibilidade de estar gravida.

— Amiga, vamos manter a calma, pode ser que não seja. — Falou, querendo me tranquilizar, mas infelizmente não estava conseguindo.

O tempo foi passando, esquecemos o assunto e passamos a tarde toda trabalhando, quando chegou a hora de ir embora, suspirei e pedi para dormir na casa dela, pois não queria ter que dar de cara com aqueles dois que só sabiam festejar e encher a casa de gente estranha.

E eu nem poderia reclamar, porque a casa não era minha e por causa da minha mãe eu tinha que aguentar certas coisas.

— Eu vou aceitar o convite, mas só essa noite! — Exclamei, pegando as minhas coisas.

Saímos do vestiário, fechamos a loja e fomos direto para a sua casa, o bom era que não era necessário andar e isso já aliviava um pouco do meu cansaço, pois mesmo doente eu havia passado o dia inteiro trabalhando, não poderia perder mais nenhum dia, porque eu queria juntar dinheiro para alugar um canto para mim, nem que seja um quartinho de pensão.

Seria muito melhor do que ficar naquela casa, com aqueles dois.

— Tomei a liberdade e comprei um teste de gravidez para você. — Sarah falou, mostrando a sacola em cima da cama.

Suspirei, pois como passei o dia todo ocupada, essa história tinha sumido da minha cabeça, mas quando olhei o teste em cima da cama, o medo de fazer e dar positivo começou a se aflorar dentro de mim.

— Não tenho coragem. — Digo, me sentando na cama e colocando as mãos no rosto.

— Mas você precisa fazer, amiga, pelo menos para tirar essa dúvida.

— Eu nem pensei nisso, foi você que disse que poderia ser.

Era claro que eu queria evitar o teste, mas a minha amiga tinha razão, eu precisava fazer e tirar de uma vez aquela dúvida.

❤❤❤

Beijos e até o próximo capítulo...