Capítulo 1
Sou apenas humano
Cometo erros
Sou apenas humano
É tudo o que precisa saber
Para colocar a culpa em mim
Não coloque a culpa em mim...
Human | Rag'n'Bone Man
Acordo com o som estridente do meu despertador, me alertando, de que preciso trabalhar, pois as coisas nunca vieram fáceis para mim, desde os meus 15 anos que trabalho na lanchonete do pai de uma das minhas amigas do colegial.
Nunca fui muito social, mas precisei fazer amizades para poder ter conhecimento e entrar no mundo social delas.
Amanda, uma das meninas que andavam com a gente sempre costumava dizer que tínhamos que tentar nos dar bem na vida, indo para boates e tentar desesperadamente fisgar os bilionários que frequentavam aqueles lugares.
Foi em uma dessas noites que conheci o Diego, lembro-me de termos conversado um pouco e depois irmos para sua imponente cobertura luxuosa, me fazendo ficar deslumbrava e seguir os conselhos de Amanda que pouco tempo depois conseguiu dar o golpe da barriga e atualmente vivi da pensão gorda que a filha recebe.
A partir daí comecei a arquitetar um plano para ver se eu tinha a mesma sorte, sendo que Diego era esperto e nunca aceitava transar sem proteção e para que isso não o afastasse, decidi voltar a tomar os remédios e tirar isso da cabeça, pelo menos por enquanto.
Estava quase saindo do quarto, quando minha mãe abriu a porta, me olhando de cima a baixo, com seu mal humor costumeiro.
— Sabe que horas são? — Disse, de braços cruzados e me seguindo enquanto eu andava até o banheiro.
Morávamos numa vila, bem afastada do bairro nobre, nossa casa era alugada e eu pagava o aluguel com o salário mínimo que ganhava naquela lanchonete.
Não dava nem para juntar e pensar em mim, pois minha mãe vivia do auxílio e nem sequer se preocupava com as contas da casa.
O bom era que não pagávamos contas de agua nem de luz, ou estaríamos ferradas, pois até a Internet e os aplicativos de filmes que tem na televisão, quem dava conta era eu, sendo que mal assistia.
Era ela que passava o dia todo em casa de pernas para o ar enquanto eu batalhava para colocar comida na mesa, mas pelo menos a feira ela se disponibilizava em fazer e mesmo assim ainda passava na cara.
Por isso, eu fazia questão de comprar as minhas coisas, pois teria argumentos para enfrenta-la se caso ela viesse falar alguma coisa.
— Eu sei, já estou me organizando para sair, não se preocupe. — Digo, iniciando o meu banho.
Uso esse tempo para pensar em Diego, queria tanto que ele me assumisse e me livrasse desse sofrimento, mas o mesmo ainda se mantem irredutível.
Termino o meu banho, me enrolo na toalha, saio do banheiro e vou para o quarto, pois sei que estou ficando levemente atrasada e isso já é motivo para que ela fale.
Na verdade, eu fui um golpe que não deu certo, é por isso que ela me trata desse jeito, pois o meu pai que ela diz ser rico, a rejeitou gravida e nunca pagou pensão.
Mas que culpa tenho eu?
Essa é a pergunta que me faço todos os dias, quando ela começa a me tratar desse jeito, sei que não sou perfeita, cometo erros, mas não é motivo para me tratar assim, que nunca deixei que nada faltasse a ela, mesmo querendo deixa-la de lado, não consigo, pois apesar de tudo é minha mãe.
Minutos depois, já estou caminhando em direção ao ponto de ônibus, pois a lanchonete fica no centro da cidade e enfrento isso todos os dias.
O ônibus está lotado, mas mesmo assim preciso pega-lo, ou chegarei atrasada, coisa que odeio, então a minha única opção é essa e não tem outro jeito.
As horas vão passando e quando noto que estou próximo do meu destino, vou passando pelas pessoas até chegar a porta traseira, peço parada e segundos depois chego ao meu destino.
Vou caminhando um pouco até chegar a lanchonete La Rose, onde Sarah me espera na porta, sorrindo como sempre.
— Sempre em cima do horário né? — Indaga, enroscando o braço do meu, me acompanhando até o vestiário, onde visto o meu uniforme e damos início ao nosso trabalho.
Passo a manhã atendendo os clientes, anotando os pedidos e limpando as mesas, era essa a minha função já que só existiam nós duas de funcionárias, pois seu pai não tinha condições de colocar mais pessoas para nos ajudar no serviço.
Quando chega a hora do almoço, nos sentamos em uma das mesas e degustamos do hambúrguer que é muito famoso por aqui.
— Então, antes de você chegar, uma tal de Patrícia apareceu aqui com uma amiga, acho que tinham acabado de sair de uma festa. — Conta, bebendo um pouco de refrigerante.
— Sério, faz tempo que não apareço em uma, o que teve de novidade lá, conseguiu ouvir alguma coisa? — Perguntei, curiosa.
— Elas falaram que foi divertido e que as duas foram para o motel com dois amigos, sendo que foram para quartos separados, porque um deles não curtia ménage. — Revelou, me deixando um pouco intrigada.
Quando coloquei a minha cabeça para funcionar, lembrei que Diego não curtia ménage, mas seu amigo mais próximo sim e pode ser que as duas estavam falando deles.
Eu precisava ter certeza.
— Ouviu os nomes deles?
— Sim, a Patrícia ficou com um tal de Victor, mas o Diego estava lá, pode ser que tenha ficado com alguém também, já que estavam os dois na tal festa, foi isso que deu para saber.
Suspirei, juntando as peças do quebra cabeça, então era por isso que não me ligava e nem respondia as minhas mensagens.
Ele estava em busca de outras e basicamente estava me deixando de escanteio, mas isso não ficará assim, pois irei voltar a pensar no meu plano anterior.
O famoso golpe da barriga!
❤❤❤
Beijos e até o próximo capítulo...
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