Capítulo 08 - Praia - Kim Taehyung
- Não se preocupe com resto do mundo Anna, porque eu nunca quis ninguém na minha vida como eu quero você – respondo olhando nos olhos dela.
Eu não podia fugir daquele sentimento, eu a amo de uma forma tão profunda e tão forte, e se eu não tentar agora tenho certeza que me arrependerei até o fim dos meus dias.
Eu preciso da Anna da mesma forma que preciso do ar e mesmo sendo estranho é na imagem dela, na lembrança dela que eu tenho me apoiado ao longo de todos esses anos.
- Eu te suplico Anna, deixa eu te conhecer melhor, me permita entrar na sua vida -peço novamente.
- E se eu não for o que você imagina? – ela fala quase em lágrimas.
Me levanto e sento ao seu lado puxando a mesma para os meus braços. Anna é tão pequena comparado a mim, porém quando coloco meus braços entorno de seu pequeno corpo sinto como se nada na minha vida fosse mais certo do que isso.
Era esse o meu lugar, com ela nos meus braços, cuidando dela, amando ela, a fazendo rir e limpando suas lágrimas.
É ela e se restava alguma dúvida disso neste momento não existi mais.
- Olhe para mim pequena – digo erguendo o seu rosto.
Noto algumas lágrimas escorrendo pela face de Anna, me inclino e limpo as mesmas com os meus lábios e após colo nossas testas por um tempo, quando me afasto olho em seus olhos e começo a falar.
- Não importa Anna, eu disse que quero te conhecer, assim como quero que você conheça a mim, eu o Tae e não o Kim Taehyung do BTS, acredite em mim Anna, eu nunca quis tanto que desse certo, vou me esforçar para isso, não vou desistir diante de dificuldades.
- Tudo bem Tae, eu concordo em te conhecer melhor – ela fala para mim após um tempo e me permito suspirar aliviado.
Puxo novamente Anna para os meus braços e me permito embriagar-me com o cheiro de seus cabelos por um tempo, não falamos nada só ficamos daquele jeito e para mim por hora isso bastava.
- Vamos – digo depois e ela me olha confusa – Pensei em andar um pouco pela praia antes de te deixar no hotel, você quer? – pergunto e ela assente com a cabeça.
Noto que afirmar com a cabeça é algo que ele tem costume, Anna é silenciosa, tímida e ao mesmo tempo inteligente e uma mulher de opinião, percebi isso ao ver ela apreciar o silêncio, corar com facilidade, quando disse no que trabalha e o por que não bebe.
Tantas coisas descobri sobre ela e a noite ainda nem acabou.
Levanto da mesa e estendo a mão ajudando Anna a levantar, ajudo ela a colocar a máscara dele e logo após faço o mesmo, entrelaço nossos dedos e saímos do restaurante, quando passamos pela recepção aceno para o irmão do Jin, ele mandaria a conta depois e eu transferiria o dinheiro.
Saímos do restaurante e vamos andando até o meu carro, o trajeto não é longo para minha infelicidade, já que estou amando isso de andar de mãos dadas com Anna pelas ruas de Seul.
Ao chegarmos no carro abro a porta e Anna entra no mesmo, me inclino e coloco o cinto de segurança da mesma antes que ela possa fazê-lo, vejo que isso a surpreende o que me faz sorrir, prendo o cinto e me viro vendo Anna me olhando, noto a respiração dela mudar com a nosso proximidade e sorrio.
Eu também a afeto como ela me afeta.
Beijo a bochecha de Anna e me levanto fechando a porta da mesma, ando com calma até o meu lado do carro tentando controlar a vontade que estou de beijar os lábios dela nesse momento.
Depois de controlar a minha respiração entro no carro e coloco o meu cinto de segurança, ligo o mesmo e começo a dirigir rumo a praia de Seul, a música do carro começa a contar e vejo Anna voltar a cantarolar a mesma.
Quero muito toca-la, será que vou assusta-la se fizer isso? Me questiono enquanto observo de lado Anna cantarolar entretida ao observar a vista pela janela do carro.
Tomo coragem e coloco minha mão sobre a coxa de Anna que para de cantar e se vira para mim, fico preocupado por um momento, porém quando Anna sorri e coloca sua mão sobre a minha eu sorrio, viro a palma e entrelaço novamente nossos dedos.
Vamos durante todo o trajeto cantando as músicas que toca no som do carro, permanecemos com os dedos entrelaçado até Anna solta minha mão para mexer no celular, mas continuo com minha mão sobre sua coxa fazendo pequenos círculos.
- Algum problema? – pergunto por conta da forma que ela olha a mensagem que acabou de receber.
- Não, só a Fifi falando que a bruxa está perturbando-a e que vai dormir no meu quarto – responde Anna e fico intrigado.
- Bruxa? – pergunto rindo.
Anna começa a rir também, tiro a mão da sua coxa para conseguir manobrar o carro para estacionar nas margens da praia.
- Sim bruxa – fala Anna já saindo do carro.
Saio também, tranco o mesmo e assim que fico ao lado de Anna vejo ela tirar os sapatos, faço o mesmo e após com a mão livre entrelaço nossos dedos a puxando para a areia.
- Quem é a bruxa? – pergunto ainda rindo.
Olho ao redor e noto apenas um casal mais ao longe, a praia está deserta como eu achei que estaria.
- A namorada do Lucas – responde Anna.
- É aquela de mais cedo? – pergunto, acho estranho porque elas pareceram se dar tão bem antes, lembro que vi elas se abraçando antes.
- Não aquela é a Larissa minha cunhada, ela é casada com meu irmão Bruno – explica Anna.
- Então a Bruxa é a namorada do seu outro irmão o oriental? – pergunto e Anna assente.
- Lucas é coreano – fala Anna e eu fico abismado.
- Pensei que todos vocês fossem brasileiros e irmãos – digo.
- Nós somos, a mãe biológica do Lucas era de Busan, ela se casou com o pai dele que era brasileiro e foi morar no Brasil, o Lucas nasceu aqui mais foi criado lá – explica Anna.
- Como você são irmãos, tipo vocês são tão diferentes fisicamente – falo e Anna ri.
- Tínhamos que ser Tae, nós somos irmãos adotivos – fala Anna enquanto se senta na areia, faço o mesmo e sento ao seu lado.
- Adotivos? – pergunto receoso.
- Sim, a minha mãe adotou todos nós – ela fala olhando o mar – todos os quatro.
Olho para ela e vejo a profundidade daquela ferida nela.
- O que houve com seus pais? – pergunto enquanto faço novamente um carinho em sua coxa, porque simplesmente não consigo manter minhas mãos longe dela, foram dez anos separados já.
- Meu pai morreu quando eu tinha oito anos – ela fala com dificuldade, como se estivesse segurando o choro e isso me abala, não gosto de vê-la dessa maneira.
- Quer o meu ombro para chorar? – pergunto e vejo ela sorrir um pouco.
- Estou bem ainda – ela responde me olhando.
- E sua mãe? – pergunto.
- A minha mãe .... – Anna para de falar e volta a olhar o mar, faço o mesmo e vejo a luz da lua brilhar na água, logo sinto Anna deitar a cabeça no meu ombro e escuto ela continuar – A minha mãe me abandonou antes do meu pai morrer.
Escuto a dor em suas palavras e sinto o meu coração se apertar, me viro e pego Anna no colo, colocando-a sentada encima de mim, passo meus braços em torno de seu corpo e ela se aconchega mais em meu peito.
- Ela foi uma idiota, imagina deixar uma joia como você, ela só pode ser burra – digo enquanto faço carinho com uma das mãos em seus cabelos.
- Depois que meu pai morreu a Dona Maria convenceu o seu marido que se chamava Francisco a me adotarem – explica Anna, agora com uma voz mais doce.
- Sua mãe parece ser uma boa pessoa – digo.
- Ela é a melhor mãe que Deus poderia ter me dado – responde Anna – eu só quero que ela seja feliz, minha mãe já sofreu tanto.
- Como assim? – pergunto.
Sinto Anna se afastar um pouco de meu peito, mantenho meus braços ao redor de seu corpo impedindo a mesma de sair do meu colo, todavia ela apenas se afasta para me olhar nos olhos.
- Ela não pode ter filhos biológicos, esse foi um dos motivos dela ter adotado eu e meus irmãos, e bem – Anna para e respira fundo antes de prosseguir - O meu pai adotivo morreu no mês passado, por isso todos estamos aqui, achamos que ia ser bom para ela sair um pouco do Brasil.
- Sinto muito – digo e faço um carinho em sua cabeça, aproveito e puxo ela novamente para se apoiar em meu peito, porque ter ela junto de mim é muito bom.
- Obrigada – Anna fala e começa a brincar com uns dos botões da minha camisa, sorrio diante daquilo, estar com ela parecia tão fácil, tão natural.
- E a história dos seus irmãos – pergunto.
- Bom eu fui a primeira a ser adotada, depois veio o Bruno e ele nunca teve pais, lembro que fomos a um parque aquático na cidade vizinha e o orfanato da cidade tinha levado as crianças e a minha mãe viu ele, Dona Maria fala que foi amor a primeira vista, e foi assim que o Bruno chegou na minha vida – ele responde.
- Ele cresceu no orfanato? – pergunto e Anna assente em concordância.
- Depois dele foi a Fifi, pelo que eu sei ela não sabe quem é o seu pai biológico, mas a sua mãe biológica batia nela então a justiça foi lá e tiro a Fifi daquela mulher, lembro de como a mamãe já tinha um bom histórico de adoção pediram para ela cuidar da Fifi até transferirem ela para o orfanato, mais a transferência não aconteceu a Dona Maria adotou ela também.
Fico impressionado com isso, são histórias tão tristes e ao mesmo tempo tão bonitas pela atitude da mãe adotiva de Anna.
- O último foi Lucas, como eu disse a mãe dele era coreana e ele nasceu aqui, os pais dele frequentavam a mesma igreja que a gente e ocorreu um problema e eles tiveram que voltar para a Coréia resolver e pediram para a minha mãe cuidar de Lucas até eles voltarem de viagem, mas o avião que eles estavam voltando para casa caio no oceano – diz Anna.
- E sua mãe adotou o Lucas depois disso – termino a história e Anna apenas assente.
- Sua mãe é mesmo incrível – digo admirado.
- Sim, ela é – responde Anna.
Um vento gelado vindo do oceano bate em nós dois e sinto Anna se aconchegar mais no meu peito buscando se aquecer, sorrio com isso.
- Qual é a diferença de idade entre vocês? – pergunto passando as minhas mãos pelos braços dela com intuito de aquece-la.
- O Bruno é de 1995, eu sou de 1997, o Lucas de 1999 e a Fifi é de 2000 – Anna responde.
- Então o Bruno é o homem mais velho da família? – pergunto para ter certeza.
- De idade sim, mas de autoridade não – fala Anna convicta.
- Não entendi – digo confuso.
- Lá em casa quem manda é quem chegou primeiro e não quem nasceu primeiro – fala Anna e eu rio disso.
- Então é você quem manda? – digo ao deitar ela um pouco para conseguir ver seu lindo rosto.
- Sim, sou eu – ela fala sorrindo, mas logo sinto ela se arrepiar com uma nova rajada de vento.
Tiro Anna do meu colo e fico de pé, olho para ela ainda sentada na areia sendo banhada apenas pela luz da lua cheia.
- Vamos, você está com frio – digo estendendo a mão para a mesma que pega. Ajudo Anna a levantar e vejo o quanto ela é pequena perto de mim, Anna não deve chegar a 1,65cm.
Ver o seu rosto banhado pela lua daquela forma, lembrar do nosso jantar que mesmo atrapalhado de certa forma foi um sucesso e após toda a nossa conversa com ela em meus braços, a noite está maravilhosa, mas ainda falta uma coisa.
Abraço a cintura de Anna e de forma delicada trago o seu corpo até estar completamente junto ao meu, deslizo uma das minhas mãos por toda a extensão de seu braço até o seu pescoço fascinado com a macies de sua pele.
Ergo a cabeça de Anna para que ela me olhe nos olhos, aqueles olhos verdes tão profundos e lindos, seus cílios são tão grandes e grossos assim como seus cabelos, desenho com minha mão o formato em V de seu rosto antes de segurar sua nuca.
- Se eu não fizer isso, irei morrer – digo sentindo meu coração bater forte contra o meu peito e sei que Anna sente isso também, já que sua respiração fica mais pesada e ofegante.
Trago o rosto dela mais para mim ao mesmo tempo que vou de encontro ao dela, fecho meus olhos durante aquele pequeno percurso até os lábios dela.
Quando finalmente toco seus lábios com os meus percebo que aqueles dez anos de espera valeram a pena.
Os lábios de Anna são macios e carnudos, inicio o beijo com um breve selinho, porém quando sinto Anna abrir um pouco sua boca não perco a oportunidade e aprofundo aquele beijo.
Quando a língua de Anna encontra a minha me permito perder-me no momento, ela é tão doce, tão pequena, tão certa e também, tão minha.
Eu estava completamente entregue, não havia como negar que eu pertencia a Anna, e se alguém ousasse em interromper aquele momento acho que seria capaz de mata-lo.
Sinto quando Anna coloca suas mãos na minha nuca, fazendo um carinho em meus cabelos com seus dedos, sorrio ante ao gesto e aperto mais seu corpo junto ao meu.
Meu corpo começa a queimar por Anna, por cada pedacinho dela e quando me dou conta já estava excitado e tenho certeza que ela percebia isso já que seu corpo estava completamente junto ao meu.
É inevitável o gemido que sai da minha garganta enquanto exploro sua boca e seus lábios, sinto uma pequena ondulação em seu lábio inferior o que me faz chupa-lo com mais vontade e morde-lo um pouco quando nos afastamos.
Quando findo aquele beijo colo nossas testas e fico olhando para Anna que ainda está de olhos fechados tentando recuperar o fôlego, a imagem mais linda que vi até hoje na minha vida.
Afasto nossos rostos mais permaneço com os braços ao redor de seu corpo, aproveito e analiso a sua boca e vejo uma pequena cicatriz em seu lábio inferior, então era essa a ondulação que senti.
Quando ergo o olhar vejo Anna me observando e me surpreendo ao ver suas pupilas dilatadas, ela também ficou excitada e ante ao fato de sua respiração ainda está um pouco acelerada me dou conta que ela deve estar molhada, o que me deixa ainda mais ansioso por toca-la.
Mais não irei fazer isso hoje, quero que a noite na qual tornarei ela inteiramente minha seja perfeita e no momento certo.
- Agora vamos, vou deixa-la no hotel – digo soltando meus braços que ainda a seguravam junto ao meu corpo.
Entrelaço novamente nossas mãos e vamos andando em silêncio para o carro. Anna fica durante todo o percurso até o hotel em silêncio, nem cantarolar as músicas ela o faz, o que vai me deixando cada vez mais ansioso e nervoso.
Será que me excedi em beija-la? Será que ela não gostou por isso está tão quieta?
Quando estaciono na rua lateral do hotel um milhão de coisas diferentes já passaram pela minha mente.
- Anna, me desculpa se eu me excedi com você hoje – digo olhando para o volante, nem conseguia encara-la.
- Tae – ela sussurra o meu nome e me viro para olha-la.
Anna está sorrindo para mim deixando o meu coração mais leve de certa forma. Eu via no seu sorriso, meus sonhos de uma vida inteira.
- Desculpa mesmo se te ofendi ou me precipitei – falei quase em suplica.
Ela não pode achar que os meus sentimentos por ela se relacionam somente ao físico, quero que ela veja o quanto eu a amo.
Em vez de responder Anna se aproxima de mim e sela novamente nossos lábios em um longo selinho e meu coração acelera com o gesto.
- Você não se precipitou – ela responde após se afastar.
Então Anna faz um carinho na minha bochecha com seus dedos e se vira para abrir a porta do carro, mas a impeço segurando a sua mão e puxando-a novamente para mim.
Seguro sua nuca e a beijo novamente de forma suave e breve, e quando nos afastamos os dois estão sorrindo.
- Boa noite Tae – Anna fala já abrindo a porta.
- Boa noite pequena – respondo e logo ela fecha a porta.
Vejo a mesma caminhar e somente ligo o carro quando finalmente ela entra no hotel, agora com ela já em segurança começo a dirigir para casa pensando que a noite não poderia ter sido mais perfeita.
Antes eu havia dito que postaria um capítulo por dia até o capítulo de hoje, entretanto, como eu estou um amorzinho e não vou conseguir postar no Instagram esse final de semana, vou postar um capítulo amanhã pra vocês roxinhos.
Não esqueçam de comentar, dar aquela estrelinha e é claro indicar para as amigas Armys.
Amo vocês
Até amanhã
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