Morangos
Os meninos se instalaram em seu apartamento. Tinha três quartos, uma cozinha e um banheiro. A sala de estar era pequena, mas era perfeita para os três. Uma mesa de jantar simples ficava na sacada, dando vista para a pequena cidade abaixo. Era perfeito para ficar de guarda sem ser pego.
Jeongyeon e Jaehyun se conectaram instantaneamente, já que ambos eram sul-coreanos. Eles descobriram como ter uma conversa com Hiroshi usando o Google Tradutor. Demorou um pouco, mas deu certo. Hiroshi digitou dizendo que faria um pouco de ramen, ele era um especialista aparentemente.
Jeongyeon aproveitou o tempo para conhecer mais Jaehyun.
- Então, como está sua família? - Ele perguntou enquanto estavam sentados na mesa de jantar. Jaehyun estava rolando a tela do seu telefone e então o colocou de lado.
- Poderia estar melhor.- Ele suspirou. - Sou filho único e minha mãe está doente.- Ele deu um sorriso tenso. - É por isso que estou aqui, para ganhar algum dinheiro para ajudá-la.
- E seu pai? - Jeongyeon perguntou cuidadosamente, o que fez Jaehyun olhar para a mesa.
- Ele nos abandonou e acabou falecendo.- Jeongyeon se sentiu mal por ele. Ele não sabia como era para um pai abandoná-lo, mas sabia como era perder um. - E você? - Jeongyeon ficou surpreso com a pergunta. Ele contou a ele sobre sua família. Como seu pai também faleceu, sua mãe está bem, cuidando de sua irmã mais nova que tinha 15 anos, ainda no ensino médio. Jaehyun disse a ele que sempre quis um irmão mais novo, mas infelizmente isso não aconteceu.
Hiroshi os avisou que o ramen estava pronto e os três comeram o jantar. Eles conversaram e se divertiram, apesar da barreira da língua. Depois do jantar, os três se despediram e foram para seus quartos. Jeongyeon suspirou enquanto se jogava na cama. Ele olhou para o teto e só viu o rosto da garota. 'Por que você está na minha mente?' Jeongyeon estava com medo desse sentimento. Ele estava esperançoso de que ele iria encontrá-la. Jeongyeon acabou adormecendo, pensando na garota com olhos tristes.
×××
Depois de uma noite tranquila, os três garotos acordaram cedo. Eles tomaram café da manhã e, felizmente, a geladeira já estava abastecida com comida. Jeongyeon tinha acabado de comer, colocando seu prato na pia até que o fone de ouvido deles começou a apitar. Ele rapidamente foi e colocou no ouvido.
- Sim?
- Jeongyeon! Quero que vocês três vão para a cidade. Aparentemente ouvimos que havia atividade suspeita por lá.- A voz de Chaeyoung ecoou.
- Sim, senhor.- Jeongyeon disse e o fone de ouvido apitou novamente. - Jaehyun! Hiroshi! - Os dois espiaram suas cabeças para fora. - Vamos sair. Chaeyoung disse que havia atividade suspeita por aqui. Mantenham os ouvidos e os olhos abertos.- Jeongyeon explicou enquanto eles começavam a andar em direção ao público. Felizmente, eles tinham Hiroshi para ouvir os japoneses falando sobre qualquer coisa relacionada à Coreia do Norte. Ou pior ainda, um japonês disposto a trair seu próprio país.
Jeongyeon estava andando um pouco à frente deles, mas então parou. "É ela." Ele viu a garota do bar. Ela estava andando sozinha na calçada, segurando uma bolsa. Ele queria falar com ela, esquecendo completamente seu foco principal. "Ela pode nem se lembrar de mim." Ele sentiu um toque em seu ombro e se virou para encontrar Jaehyun.
- O que há de errado? - Ele perguntou e Jeongyeon balançou a cabeça. - Bem, eu tenho chamado seu nome umas 5 vezes.- Jeongyeon se desculpou e perguntou o que aconteceu. - Hiroshi ouviu um cara falando sobre o exército norte-coreano.
- E? Ele o impediu? - Jeongyeon perguntou impacientemente. Jaehyun balançou a cabeça.
- O cara tinha ido embora, provavelmente entrou em casa. Era tarde demais para sequer questioná-lo.- Jeongyeon suspirou e disse a ele para descrever o cara da melhor forma que pudesse em um pedaço de papel. Claro, eles não podiam invadir. Eles não eram policiais e não tinham um mandado. Eles continuaram andando por aí, agindo de forma indiferente, olhando algumas lojas e vendedores ambulantes. Eles pararam em uma barraca de frutas. Jeongyeon olhou para o pacote de morangos.
- Não há frutas no condomínio.- Ele os pegou, examinando se estavam bons até ouvir aquela voz suave. - Quanto custa 4 maçãs? - Ela perguntou ao homem mais velho. Jeongyeon se virou para ela e era de fato a garota. Ele não percebeu que estava encarando até que a garota olhou para ele. Ele rapidamente desviou o olhar, colocando os morangos de volta.
- Hiroshi foi ao banheiro. Vamos esperar aqui por ele. - Jaehyun cutucou seu braço fazendo Jeongyeon se virar para ele e acenar. Eles tinham que ser extremamente cautelosos. Talvez os espiões norte-coreanos tenham descoberto que eles também são espiões, aumentando as chances de serem atacados. Mas, confiava na garota. Mesmo que lhe dissessem para não confiar em ninguém, ele não podia fazer isso com ela. "Você nem a conhece." Ele suspirou e então sentiu um leve toque em suas costas. Ele se virou e a encontrou, sorrindo para ele. Um sorriso gengival, com um belo conjunto de dentes brancos.
- Você é o cara do bar, certo? - Jeongyeon assentiu, ele perdeu a capacidade de falar. - Achei que você não podia pagar pelos morangos, então comprei para você.- Ela entregou o pacote que ele segurava antes. - Leve isso como um agradecimento, sabe, por não ser assustador.- Ela riu levemente. Jeongyeon lentamente estendeu a mão e pegou com uma reverência. 'Fale com ela, droga!'
- Obrigado. Você realmente não deveria ter feito isso.- Ele esfregou a nuca.
- Eu não sabia que você morava aqui.- Ela inclinou a cabeça levemente, fazendo o estômago dele revirar.
- Eu não...estou aqui para uh...férias.- Ele disse hesitantemente. Ele foi cuidadoso para não dizer o motivo. Ele não queria dar uma de Tzuyu.
- Explica por que você não sabe japonês.- Ela assentiu. Jeongyeon se perguntou como ela sabia coreano. "Ela também teve aulas? Ou ela é..." - Eu nem me apresentei.- Ela riu levemente. - Eu sou Myoi Mina.- Ela estendeu a mão.
- Jeongyeon, Yoo Jeongyeon - Ele apertou a mão dela. Era macia, perfeitamente encaixada na dele. 'Eu quero segurar a mão dela para sempre.'
- Combina com você.- Ela lhe deu um sorriso caloroso. Jeongyeon ainda segurava sua mão, impressionado com sua beleza. Ele notou as pintas em seu nariz, lábio superior e no canto dele. "Assim como eu." Ele viu como seu sorriso desapareceu lentamente quando ela olhou para além dele. Ela rapidamente removeu sua mão e ele seguiu seu olhar. "É ele." - Eu tenho que ir. Tchau.- Ela murmurou e correu passando por ele. Ele a observou enquanto ela se juntava ao cara, que nem piscou para ela. Ele encontrou o olhar do cara, a defesa de Jeongyeon ativada. Eles passaram por ele, o cara esbarrando nele propositalmente. "Que porra-" Ele se virou para ele, mas Jaehyun o segurou. Jeongyeon observou os dois se afastarem, uma carranca em seu rosto.
- Qual é a dele? - Jaehyun perguntou e Jeongyeon bufou.
- Gostaria de saber.- Jeongyeon afastou o ombro dele. - Devíamos ficar de olho nele.- Jeongyeon olhou para os morangos e depois de volta para eles. Ele se perguntou se a garota era sua namorada ou irmão. Por que o cara era tão hostil? Ele os pegou conversando? "Espero que ela esteja segura." Jeongyeon sabia que não deveria intervir com eles. Ele não sabia o quadro completo e também não fazia parte de sua missão. Ele suspirou e percebeu que Hiroshi estava de volta. - Tudo bem, vamos indo.
Jeongyeon sentiu uma sensação estranha sobre o aparente namorado de Mina. "Ele é um traidor? Um espião?" Poderia ser a razão pela qual ele era tão hostil com ele. O cara nem cutucou Jaehyun, só ele. "Ele definitivamente está me mirando de alguma forma." Ele não queria pensar que era relacionado à Coreia do Norte, talvez o cara estivesse apenas inseguro de que sua namorada estava falando com um cara musculoso. Jeongyeon não mentiria, seu namorado era quase do mesmo tamanho que ele. Jeongyeon estava confiante de que ele poderia derrotá-lo. Músculos com habilidades sempre vencem.
- Nós deveríamos ter seguido aquele cara, Jeongyeon - Jaehyun sugeriu, vendo o rosto preocupado do cara mais velho. Jeongyeon pensou sobre isso, mas balançou a cabeça.
- Não quero que a garota corra perigo.
- Podemos distraí-la enquanto os outros dois falam com ele.- Hiroshi acrescentou e Jeongyeon sabia que era uma má ideia. Chaeyoung disse para reportar e ficar de olho em qualquer coisa fora do comum, mas isso era arriscado.
- Não. Isso nos deixará desconfiados e eles podem descobrir, se forem espiões.- Jeongyeon deixou claro e os dois assentiram. Ele tinha razão. - Vamos apenas deixar Chaeyoung saber sobre ele.- Com um timing perfeito, seu fone de ouvido apitou. - Sim?
- Oi. Como vão as coisas? - Chaeyoung perguntou.
- Encontramos dois suspeitos. Um mencionou o exército norte-coreano, não conseguimos falar com ele, pois ele foi para casa, aparentemente.- Chaeyoung cantarolou. - Esse cara, não tenho certeza se ele faz parte de alguma coisa, mas ele esbarrou em mim de propósito.- Jeongyeon não mencionou Mina. Ele não a queria envolvida, embora ela tecnicamente estivesse.
- Você fez alguma coisa com ele? Talvez no passado?
- Não, eu não conheço o cara.- Jeongyeon bufou irritantemente. Chaeyoung cantarolou. Depois de um minuto de silêncio, ele falou novamente.
- Estranho. Fique de olho nele, ele provavelmente sabe que vocês são espiões.- Jeongyeon assentiu e uma nova pergunta veio à mente. "Devo?" Ele olhou para todos os lados e respirou fundo.
- Chaeyoung - Ele ouviu um murmúrio vindo dele. - O que você sente sobre Yeonjun? Tipo, algo estranho? - Chaeyoung ficou em silêncio, pensando em sua resposta.
- Não sinto nada. Nenhuma coisa estranha também. Por quê? - Chaeyoung perguntou, confusão na voz. Jeongyeon fechou os olhos. "Talvez seja só eu."
- Nada, Chaeng. Eu tenho que ir, continuaremos procurando por mais informações.- Jeongyeon deu um tapinha no fone de ouvido e desligou na cara de Chaeyoung. Ele viu Jaehyun lendo o telefone de Hiroshi. Ele sorriu levemente, ele achou isso calmante por algum motivo. Embora, ele sentisse falta dos comentários aleatórios de Dahyun e do sarcasmo de Tzuyu. Ele esperava que eles estivessem bem. Ele caminhou até eles, querendo perguntar sobre Yeonjun, mas preferiu deixar para depois. Eles tinham que retomar sua tarefa. - Tudo bem, vamos continuar.
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