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Dose número 8

Marcos


Ela tinha borboletas nos pés e andava como se o mundo fosse só dela. Seus passos eram largos enquanto distribuía sorrisos para qualquer um que lhe lançasse um olhar atravessado e sua aparência parecia a de uma adolescente pop que saiu dos anos 2000.

Eu sempre escutei que os melhores escritores estavam escondidos dentro das pessoas mais improváveis e apesar de achar uma expressão boba, hoje eu tive a confirmação.

Não era só uma reunião. E isso ficou muito claro quando o motivo de todo aquele show se jogou na cadeira da minha sala, cruzou as pernas e começou a mascar um chiclete, provocando um barulho azucrinante, que eu sabia que era de propósito.
Cinderela mordeu a boca rosada antes de arquear uma das sobrancelhas sob o olhar entediado e eu comecei a me perguntar onde é que eu estava com a cabeça quando decidi marcar aquela maldita reunião.

- Então...- Ela apoiou o rosto em uma das mãos e inclinou a cabeça para o lado. - Eu vim aqui só pra você me olhar ou tem algo importante pra me dizer?

Sonsa.

Eu apertei os olhos pra ela tentando ignorar aquele sorrisinho irritante e me lembrar dos motivos daquele encontro. Mas era impossível com toda aquela alegoria espalhafatosa sentada em minha sala. Cabelo rosa, óculos escuros, meia-arrastão e um visual despojado, tão despojado que parecia ter saído de um bordel. Nada me tirava da cabeça o desmatch instantâneo assim que vi aquele poço de soberba sair de dentro do elevador e a dor de saber que o futuro daquela editora estava em suas mãos.
Ah sim, não poderia deixar de falar daquelas mãos.
Pequenas o suficiente para causar uma guerra nuclear.

Eu abaixei o olhar para elas, dispostas sob a mesa e a observei martelar as unhas vermelhas e afiadas contra o vidro, de cinco em cinco segundos.

- Acredite ou não, eu preferia estar dançando nu, de mãos dadas com Nelson do que estar aqui, resolvendo essa merda! Quer por favor parar com essa porcaria?- reclamei e ela parou.

- Então, o que o doutorzinho quer comigo?

- Marcos, meu nome é Marcos!

- Doutorzinho Marcos, qual o problema?

Você!
Pensei. Só Deus sabe como eu me arrependia daquela reunião.

- Primeiro que você não pode sair por aí falando mal do meu relacionamento!

- Eu citei seu nome?- Cinderela puxou o chiclete entre os dedos e encarou a goma, indiferente.

- Não - Respondi e ela sorriu.

E então percebi que a guerra já estava perdida. Não dava pra ter uma conversa decente com ela. Eu avaliei aquele projeto de gente, curioso, enquanto via o dejavú bater à minha porta. Sua ousadia e estilo me levaram de volta à 5 anos atrás, perdido em um carro velho com a única pessoa capaz de me irritar tanto quanto aquela garota: Isabela.

- Segundo, precisamos discutir alguns termos antes de você assinar o contrato. Disponibilizamos o seu post nas redes sociais e se ele for bem aceito, podemos trabalhar juntos na próxima publicação. Não costumamos fazer isso com autores iniciantes, mas se tudo der certo, pensei em lançar o teu livro na bienal do Rio, no final do ano.

Ela se endireitou na cadeira, pela primeira vez interessada, enquanto tentava conter sua animação.

- Estou de acordo.

- Ótimo.

Eu estava sufocado. O cheiro enjoativo do seu perfume doce preencheu minha sala tempos antes de decidir terminar aquela sessão tortura. Era tão forte, que comecei a imaginar que Cinderela tomou banho com aquele produto só pra me provocar uma irritação alérgica e terminar comigo em uma maca no meio de um hospital público. Ambos estávamos ansiosos pelo fim daquela reunião e pela primeira vez encontrei algo que nos unia.

- Bom, a equipe vai se reunir novamente para avaliar o alcance que tivemos com a publicação e então lhe daremos um retorno. Se for aceito pelos leitores, sua prima poderá lhe enviar o contrato de autor para ser assinado.

Um pequeno sorriso de deboche surgiu em seus lábios vermelhos quando uma bola imensa de chiclete estourou em meus ouvidos.

- Tudo bem doutor.

- Quer por favor parar com isso?- esbravejei, apertando a caneta entre os dedos. - Já disse que é só Marcos! Não te faz de besta!

Ela sorriu. Um sorriso indecente de quem estaria assistindo a um show de stand up, o que me deixou ainda mais irritado.

- É só isso?- perguntou e eu concordei. - Graças a Deus!

Eu a observei desfilando para fora da minha sala movendo cada centímetro daquele corpo, dando um passo de cada vez e batendo aqueles saltos vermelhos contra o chão. Seu cabelo rosa balançava em resposta aos movimentos prepotentes tornando aquela cena uma mistura de inferno com paraíso. Quando ela se afastou, levando consigo aquele cheiro adocicado, pude finalmente relaxar em minha cadeira antes de voltar para o meu drama inicial: a situação da editora.

Nelson nunca passou mais do que 5 minutos na empresa e eu podia jurar que ele nem mesmo lia os livros publicados. Nenhuma das suas ordens trouxeram lucros, pelo contrário, nos jogava cada dia mais na lama e agora, minha única esperança se resumia a um pseudônimo que apesar de abusada, tinha um talento incrível. Não posso dizer que não fiquei furioso por ser o tema da primeira publicação mas o que mais me perturbou foi a estranha sensação assim que comecei a ler. Eu tinha certeza que conhecia aquela escrita.

O pai de Amanda foi um homem extremamente importante na minha vida me dando tudo o que um garoto abandonado pelos pais gostaria de ter. Roberto foi o primeiro a me estender a mão, apoiar os meus sonhos e me dar amor, coisa que eu não conhecia. Quando ele morreu, eu e Amanda tínhamos 2 meses de namoro e apesar dos conflitos, eu mantive o relacionamento. Amanda era sua filha e mesmo com a longa convivência eu nunca soube me impor. Ela era astuta, dramática, chantagista e eu acabei levando aquele relacionamento como se fosse um agradecimento por tudo o que seu pai fez por mim, coisa que ela fazia questão de me lembrar em cada discussão. A convivência com ela se tornou insuportável, então quando eu finalmente tive coragem para terminar, foi como se eu tivesse tirado um peso das minhas costas.
Porém, desde que terminei com ela, vivo pulando de um bar pro outro esperando esquecer uma única pessoa: Isabela.
Em alguma parte do meu subconsciente, eu sabia que aquela infinidade de funções que eu lhe dava não seriam capazes de mantê-la ocupada e longe de mim. Longe dos meus pensamentos. Seria um alívio não ter que vê-la todos os dias e não ter que me questionar porque raios eu me importava tanto com aquela garota. O fato é que eu fazia um esforço enorme para esquecer qualquer coisa que me ligasse à ela.
Queria esquecer aqueles olhos amendoados, aqueles cabelos castanhos que eu tanto queria tocar, desde o primeiro dia que ela pisou em minha sala para ser minha estagiária, entusiasmada demais para escrever seu primeiro livro. Queria esquecer aquele beijo da festa de fim de ano, mas nem a bebida foi capaz de me fazer tirá-la da cabeça.

Isabela se formou e acabou perdendo o vínculo conosco. Durante esse tempo, Amanda entrou ainda mais na minha vida e então imaginei que os meus sentimentos mudariam, mas não foi o que aconteceu. Eles ficaram lá, escondidos em algum canto até que Ayla se juntou à equipe deixando as portas novamente abertas para sua amiga. E foi aí que as coisas se complicaram. Ela estava mais presente do que antes e eu não podia me sentir atraído por outra mulher, então fui um grosso e a joguei direto para qualquer outra função que não me obrigasse a conviver com ela.

Eu achei de alguma forma que isso a afastaria da minha mente, mas ela sempre estava lá com seus comentários que ao longo do tempo se tornaram irritantes. Era muito fácil perder a cabeça com Isabela e eu procurava em cada situação um motivo plausível para despedi-la e não ter mais que conviver com aquela tentação.
Eu a odiava. Eu a odiava tanto quanto a queria.

Eu já sabia que ela não iria aparecer na festa da empresa, como fez em todos os outros anos, então pensei em aproveitar e esquecer aquele quase beijo do dia anterior. Depois de conversar com todos os patrocinadores e ocasionalmente, fugir da Amanda que também estava presente, decidi observar o local. Eu sabia muito bem como descarregar as minhas energias e era dia de voltar à caça.

Estico o meu braço sob o balcão e pago a bebida que eu solicitei.

O lugar estava cheio e então fiquei ali mesmo à espreita. Algumas mulheres passaram por mim lançando sorrisos maliciosos, mas eu não estava interessado. Eu precisava de algo diferente, algo que me fizesse esquecê-la.

E foi aí que vi um ser absurdamente pequeno prender a minha atenção. Seu corpo estava totalmente marcado pelo vestido que usava e suas mãos deslizavam pelo ar no ritmo da música.

Quem é essa coisinha tão perfeita dançando no meio da pista?

E então vejo Ayla. Ela se aproxima e sussurra algo no ouvido da garota.

Puta merda. É ela!

Seu corpo envolve a minha atenção e me faz odiá-la por estar pensando nela daquele jeito...dançando só para mim.

Eu nunca a tinha visto assim, tão disponível, solta e descontraída. Eu não conseguia parar de olhá-la e eu sabia que eu não era o único prestando atenção em seu show. Isabela estava linda, com aquele sorriso estampado no rosto e dona de si, como se nada mais importasse no mundo que não fosse aquele momento. E ele definitivamente era só dela. Alguns homens se aproximaram, o que me deixou irritado, porém, nem com isso ela se importou. Eu precisava agir rápido e por isso, pedi ao garçom que lhe entregasse uma bebida. Eu não sabia muito bem como ela iria reagir, então fiquei ali esperando a sua reação. Ele se aproximou e de longe a observei escrever algo em um papel, que só fui ler depois de alguns minutos.

"Me esquece, descarado!"

Será que ela sabe que sou eu?

Eu sempre fui muito bom com as mulheres, o que não me ajudou a lidar com as rejeições, mas ela parecia bêbada demais para saber o que estava fazendo. Eu levantei os olhos para ela novamente quando a vi me lançar um sorriso safado e acenar com a mão.

Sim, ela sabe.
Que petulante!

Alguns segundos depois, observei Isabela se afastando em direção ao banheiro e vi um dos caras seguindo-lá. Ela estava bêbada, vítima perfeita para qualquer um daqueles animais e de forma nenhuma iria deixar a minha pequena dançarina em suas mãos.

Eu a segui pelo salão observando os seus movimentos tortos enquanto se esbarrava nos convidados. Isabela era tão perfeita quanto estabanada e a tequila estava afetando tanto o seu equilíbrio, que em um certo momento a fez tropeçar nos próprios pés. Eu me adiantei e com sorte, consegui segurá-la e interromper a queda. Seu aroma de baunilha me embriagou e no momento que a encostei na parede, ela mordeu os lábios, confusa.

Essa situação já me era familiar.
Preciso me controlar.
Ela sorriu.

Droga!
O que ela estava fazendo comigo?

- Olá problema - Falei por fim.


Boa noite chuchus, tudo bem com vocês? O que vocês estão achando da história? Deixem aqui nos comentários sugestões, dúvidas, críticas...serão muito bem vindos. Espero que estejam gostando. Um beijão e até o próximo capítulo!

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