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(Shape of you) Capítulo I - O que a noite me trouxe



Capítulo I — O que a noite me trouxe

Escrito por Gerson Arruda


— Ei seu idiota, acorda! – A voz ecoa em minha cabeça.
Minhas pálpebras se abriram devagar e minha visão ficou ofuscada por alguns instantes, por causa da luz elétrica do ambiente.

— Dormindo no trabalho de novo Edgar? Vai ser demitido desse jeito cara. — Felipe parecia realmente preocupado.

— Eu não dormi bem à noite, só isso, mas já vou terminar meu serviço. – Murmurei enquanto esfregava os olhos.

Levantei num ritmo bem lento e caminhei até a cozinha, o turno já estava acabando e muita gente já tinha ido embora, o lugar estava calmo. Puxei a porta pesada que causava um ruído completamente desagradável enquanto raspava no piso. Abri a torneira da pia, deixei a água escorrer entre meus dedos antes de pegar as mãos encharcadas e levá-las até o rosto. Sequei as mãos com as toalhas de papel ao lado, puxei um copo e enchi de café preto, depois saí.

O depósito estava abarrotado de caixas e embrulhos grandes, todos esperando para serem etiquetados. Esse era o meu trabalho, enumerar e etiquetar todas as entregas da forma correta, o que exigia um funcionário saudável e atencioso. Claramente naquele momento eu não era a pessoa certa para essa tarefa, mas de uma forma ou de outra terminei minhas obrigações antes de ir embora.

Saí do prédio e Felipe estava me esperando encostado no carro, ainda dentro do estacionamento.

— Vou encontrar os caras lá no Kisser, bora? – Era um bar muito badalado que costumávamos frequentar.

— Não sei não, amanhã ainda é quinta, já to bem mal de ontem.

— Que isso mano, a gente precisa se divertir! – Retrucou quase gritando.

— Beleza, mas eu não vou beber muito. – Falei enquanto ele exibia um sorriso convencido.

Entramos no carro, ele foi dirigindo, ligou o rádio e pisou fundo no acelerador, eu tava tão zonzo que não me importei. Tirei o maço de cigarros e o isqueiro do bolso da jaqueta, acendi e fumei jogando a fumaça pela janela. Felipe tirou-o da minha boca em certo momento e me devolveu depois de duas tragadas. O céu já estava escurecendo quando paramos em frente à fachada toda fechada do bar, apenas o letreiro brilhante dava indício do estabelecimento.

Entramos pela pequena porta preta, o lugar era escuro, iluminado apenas por algumas poucas luzes fracas, de propósito para deixar o clima agradável. O balcão ficava num canto, em frente à área de jogos onde muitos caras se divertiam depois de um dia de trabalho, no pebolim, sinuca ou cassa-níqueis. Meu amigo avistou seus colegas na mesa de sinuca e caminhou até lá, me chamou com um movimento das mãos, mas respondi com um sinal dizendo que ia beber.

Debrucei-me sobre o balcão e esperei até que a garçonete viesse ao meu encontro, tinha um decote gigantesco que quase deixava seus seios inteiros a mostra.

— Pois não? – Debruçou do outro lado ao meu encontro.

— Duas cervejas, por favor.

Ela caminhou até um dos freezers lá no fundo, tirou duas garrafas e trouxe uma em cada mão, depositou-as em cima do balcão, mas continuou segurando-as.

— Muito obrigado! – Sorri enquanto segurei as garrafas por cima de suas mãos.

A moça recolheu o abridor, tirou as duas tampas e debruçou de volta enquanto eu recolhi as bebidas.

— Se precisar é só chamar. – Respondeu enquanto levou o dedo indicador até a boca num movimento "sexy" e me observou sair.

Fui até o fundo do bar e escolhi uma mesa bem afastada, encostada na parede de trás, não muito longe dos banheiros. Ao meu lado só tinha um casal se amassando e um cliente fiel, um idoso que parecia estar dormindo. Virei o primeiro gole da bebida e observei todo o local, que reunia alguns homens se divertindo depois do trabalho, velhos bêbados, alguns poucos jovens e mulheres. A música melancólica sobre término de relacionamento se misturava com os gritos das mesas de jogos e algumas conversas sussurradas.

Não sei quanto tempo se passou ao certo, mas entre um gole e outro ali sozinho, acabei cochilando com a cabeça apoiada no braço. Acordei quando senti alguém me chacoalhar levemente.

— Hey, você tá tão deprimido assim? – A voz feminina logo tomou forma, uma linda morena esboçava um enorme sorriso em minha direção.

— Como assim?

— Poxa! Cara pra você estar dormindo numa mesa de bar sozinho, sua vida deve ser bem triste.

— Não, eu só não tenho dormido muito bem, meu amigo tá logo ali. – Mirei minha visão em Felipe, não parecia nem se lembrar da minha presença.

— Belo amigo que te deixa aqui sozinho parecendo um bêbado de meia-idade. – Ela caçoou enquanto pegou minha garrafa e virou um gole.

— Eu nem queria vir pra ser sincero...

— E porque tá aqui? – Me interrompeu.

— Porque ficar em casa sozinho parece deprimente.

— Sinceramente não fez muita diferença pra mim.

Eu não sabia se ficava ofendido com as insinuações, ou feliz por alguém ter se incomodado em vir falar comigo e usar de bom humor. Fiquei alguns segundos em silêncio, estava um pouco constrangido e não sabia como continuar aquela conversa.

— Desculpa, eu fui muito insensível né? – A garota fez uma careta. – Aliás, me chamo Letícia.

— Edgar, muito prazer.

— Uhum... Importa-se de eu sentar aqui?

— Fique a vontade. – Respondi, claro que não me importaria de ter uma garota dessas comigo.

— Posso perguntar por que sua vida é tão ruim assim? – Baixou a cabeça e subiu os olhos em minha direção.

— Você quer uma bebida? – Perguntei ignorando-a.

— Tudo bem, eu já vou indo. – Levantou, deu de costas e estava saindo.

— Espera, me desculpa. – Impedi que fosse embora. – Sabe, minha vida parece estar no "repeat", todos os dias são iguais, nada me tira da rotina.

— E o que você faz pra mudar isso? – Perguntou enquanto sentou novamente.

— Eu... é,... é muito difícil sabe. – Gaguejei. A verdade é que eu não sabia o que me incomodava, o que eu podia fazer pra que as coisas mudassem.

— Você é casado?

— Casado? Não, eu tenho vinte e dois, nunca tive um relacionamento que durasse pra ser honesto.

— Qual o problema em ser casado com vinte e dois? Eu me casei com dezenove. – Respondeu claramente incomodada.

— Ah! Desculpa, problema nenhum, só não funcionaria pra mim. – Expliquei. – Mas então você é casada?

— Não mais, nós dois não demos certo. – Com certeza ela não queria falar sobre aquilo, sua expressão mudou rapidamente.

Olhei de soslaio para o balcão enquanto o silêncio reinou e vi que a garçonete olhava descaradamente pra cá. Dei um sorriso e ergui a mão sinalizando o número um, ela deu de costas e caminhou pra geladeira.

— O que aconteceu? Se você quiser me contar claro, se não tudo bem. – Ela demorou a responder.

— Eu era muito nova, indefesa, ele pensava que era meu dono. Proibia-me de sair de casa, de ter amigos e de trabalhar, dizia que minhas obrigações eram só as domésticas. – Respirou fundo antes de continuar. – Um dia nós estávamos discutindo, eu respondi e ele me bateu. Soquei a cara dele, fiz se arrepender de ter encostado em mim e depois disso nunca mais voltei.

— Eu sinto muito...

— Não, tudo bem, já faz tempo. Agora eu sei como os homens são de verdade. – Tive que me esforçar para não me ofender novamente com aquilo.

— Outra cerveja. – A garçonete sussurrou quase incompreensível enquanto deixou a garrafa na mesa e saiu apressada.

— Nossa que grosseria. – Letícia observou.

— Pois é... E então, você não se relaciona mais com homens? – Perguntei interessado na história.

— Mas é claro que sim, todo mundo precisa se relacionar com alguém. – Respondeu rindo da minha cara, seguido de um gole de cerveja. – Mas são relacionamentos de apenas uma noite, duas se eu gostar do cara.

— Nossa, isso é bem radical

— Imagina, pra vocês homens isso não é um problema né? Você está solteiro, mas quando foi à última vez que transou? – Foi uma pergunta bem indiscreta, demorei um tempo pra absorver.

— Ontem. – Respondi de forma curta.

— E com quem foi? – Ela retrucou.

— Com a garçonete. – Ambos olhamos pro balcão e caímos na gargalhada.

Minha noite finalmente tinha se animado, entre uma bebida e outra ficamos ali por pelo menos mais uma hora, ela parou de beber logo, mas eu já estava alterado. A falação e os gritos aumentaram com o avançar da noite, as mesas de jogos pareciam animadas.

Vi quando Felipe saiu do meio da bagunça e veio em minha direção, exibindo um enorme sorriso idiota.

— E aí, Edgar! Beleza, cara?

— Mano, tudo ótimo.

— Eu to vendo, como vai moça? – Estendeu a mão pra Letícia.

— Bem, obrigado! – Ela respondeu com um aperto.

— Esse aqui é meu amigo Felipe. – Apontei pra ele. – E essa é a Letícia. – Olhei em seus olhos quando falei.

— Bom, eu to indo embora cara, amanhã a gente trabalha cedo. Você vai querer carona? – Perguntou.

— Tudo bem, eu levo ele depois. – Fiquei surpreso quando ela propôs.

— Ótimo então. Boa noite pra vocês! – Indagou enquanto saiu, olhando pra trás claro, rindo pretensiosamente.

— Por que vai me levar pra casa? – Perguntei.

— Porque eu sinto que você precisa de uma amiga nova. – Ela sorriu.

— Então vou pegar umas cervejas pra levar...

— De jeito nenhum, você já bebeu bastante e vai trabalhar amanhã, não? – Me interrompeu antes que eu pudesse dar nem um passo sequer.

Caminhamos pra fora do bar, ela foi à frente e abriu a porta do carro pelo lado do passageiro, me ajudou a sentar, mas eu não estava tão bêbado assim. Expliquei onde morava e como chegar até lá, ela entendeu e seguimos algum tempo quietos, eu quase adormeci.

— Então, trabalha no que? – Ela quebrou o clima.

— Trabalho numa transportadora, sou responsável pela logística interna. E você?

— Sou representante de uma multinacional, viajo nacional e internacionalmente fazendo demonstrações dos nossos produtos.

— Nossa, muito bem qualificada. Que tipo de produtos vende? – Eu quis saber mais.

— Produtos eletrônicos para educação, computadores, celulares e tablets.

— E você está aqui à viagem? Aqui na cidade.

— Não, eu moro aqui, minha família está toda aqui. – Explicou sem tirar a atenção do volante. – Mas eu nunca fico muito tempo.

— Isso não ajuda com os relacionamentos não é? — Devo ter tocado num ponto sensível, ela não respondeu.

O resto do caminho foi como se nenhum de nós estivéssemos ali, eu não olhei pra ela e acho que ela também não me olhou. Demoramos pouco tempo, talvez dez ou quinze minutos até chegarmos em casa, nós dois descemos do carro e ficamos parados na calçada.

— Está entregue, espero que eu tenha melhorado seu dia. – Ela me deu um soquinho no ombro enquanto ria.

— Claro, foi muito bom. Você não quer entrar pra conhecer minha casa?

— Não, eu preciso ir embora.

— Eu prometo que é uma casa organizada, quero que você conheça minha vida sem graça. – Retruquei.

— Tudo bem, mas tem que ser rápido. – Deixou-se convencer e eu rapidamente segurei sua mão, puxando-a pra dentro.

Era uma casa simples de um rapaz solteiro, com dois quartos, banheiro, uma sala e cozinha num mesmo ambiente. Não tinha muitos móveis, só o essencial, nada fora do lugar, muitos livros e DVDs enfileirados nas estantes da sala.

— Olha eu estou impressionada com a organização, você não parece um cara desse tipo. – Estava obcecada passando os olhos pelas minhas coleções.

— Pois é, às vezes as pessoas surpreendem. – Respondi de forma debochada.

— Gosta de ler... Interessante.

— Também não pareço do tipo que lê? – Esbocei um sorriso. – Acredite ou não, eu também já escrevi livros.

— Não, sério? Talvez um dia eu possa lê-lo.

— Quem sabe. – Concluí. – Você quer alguma coisa? Um suco, cerveja?

— Não eu já bebi demais, preciso ir e comer alguma coisa. – Se esquivou.

— Janta comigo, eu faço uma ótima pizza pré-assada.

— Nossa, desse jeito você vai me convencer. – Ironizou.

— Vou colocar no micro-ondas, é o mínimo que posso fazer por ter me trazido até em casa.

Ela não tentou se desculpar, aceitou o convite e ficou. Enquanto me concentrava na cozinha, ela ficou bem à-vontade e tirou os sapatos, a jaqueta e sentou com os pés em cima do sofá. Depois levantou, passou todos meus filmes na estante e tirou um entre eles.

— Que filme escolheu?

— Titanic.

— Ótima escolha.

— E a pizza?

— Está saindo madame. – Ambos sorrimos, ela me olhava, talvez eu estivesse corado.

Sentei no sofá menor, comemos tudo no decorrer do filme, depois ela deitou, lhe dei um cobertor. Conversamos um pouco sobre trabalho, contei minha rotina chata e contínua, ela me deslumbrou contando sobre suas viagens e reuniões de negócios. Parecia bem divertido viajar pelo país todo e além, hospedando-se em hotéis bacanas e frequentando restaurantes chiques. Quando o filme acabou eu estava caindo de sono, Letícia ainda parecia bem enérgica.

— Garota cínica, com certeza o Jack cabia em cima daquela porta, ela não quis correr risco. – Observou enquanto levantava.

— Pois é, essa é uma tendência feminina. – Não pude perder a piada, ela fez uma careta, depois riu.

— Quando nós achamos um homem que valha a pena, nos permitimos correr alguns riscos. – Falou me encarando, podia ver a insinuação nos seus olhos escuros.

— E você já encontrou algum homem assim?

— Até hoje não, mas talvez isso mude amanhã. – Passou a mão pelo cabelo que estava trançado, desde a raiz.

— Se você quiser pode dormir aqui, já tá bem tarde. – O relógio na parede marcava meia-noite e treze. – Eu durmo no sofá.

— Imagina, não vou te incomodar mais, você tá claramente acabado.

— Sério, por mim tudo bem, não ligo de dormir no sofá.

— Tá bom, me convenceu, confesso que não estou a fim de pegar no volante mais uma vez. – Soltou sua bolsa num canto qualquer do chão.

— Vou arrumar o quarto. – Falei enquanto sumi no corredor.

Tirei os lençóis da cama, troquei tudo, forrei roupas de cama azuis limpas, deixei dois cobertores em cima. Agarrei um travesseiro, um cobertor roxo florido — herança de quando minha mãe passou uns dias aqui — e voltei pra sala.

— Tudo pronto lá, fique a vontade. – Coloquei minhas coisas no sofá maior quando ela levantou.

— Vou beber um copo d'água antes. – Seguiu até a cozinha.

— Deixa que eu pego. – Peguei um copo e abri a geladeira, servi a água gelada e entreguei em sua mão.

— Obrigada. – Falou antes de dar o primeiro gole.

Entre a pia e o balcão que nos separava da sala, tinha um espaço muito pequeno em que duas pessoas não passavam ao mesmo tempo. Tentei atravessar para o outro lado, passei quase me esfregando nela, nossos corpos ficaram muito próximos. Não posso negar a atração que eu sentia por ela, parei em sua frente e observei sua boca carnuda molhada, ela fitou meus olhos.

Ficamos ambos parados ali, frente a frente, nos encarando por alguns segundos. Nossos rostos se aproximaram cada vez mais, pouco a pouco, mas quando estavam quase se tocando, ela virou o rosto.

— Desculpa, eu não posso.

— Não se preocupe, eu não sou como seu ex-marido.

— Não dá, eu não consigo confiar de novo e, eu nunca paro no mesmo lugar.

— Mas isso aqui é sem compromisso, a gente nem se conhece. – Notei a decepção tomar conta do seu rosto.

Coloquei minha mão levemente sobre sua nuca, ela gostou, fechou os olhos enquanto eu levava o outro braço e a segurava com delicadeza. Ergui seu cabelo por trás, segurando seu rosto e a puxei pra perto, toquei seus lábios e a beijei, dessa vez sem resistência. Desci meus dedos, deslizando pela nuca, costelas, até sua cintura, depois escorreguei um pouco mais até suas nádegas e puxei seu corpo, deixando-o colado ao meu.

Ela colocou suas mãos por trás da minha cabeça e me segurou para si, enquanto eu largava sua boca e beijava seu pescoço, correndo pelos ombros. Vi sua pele arrepiada pelo toque dos meus lábios, peguei sua camisa e a puxei, tirando o pescoço e braços. Segurei sua cintura firme e a levantei com força, coloquei-a sentada em cima da bancada e a beijei novamente, não queria largá-la. Foi a vez dela pegar minha camisa e arrancar com tanta vontade que quase a rasgou. Agarrou meu corpo e puxava minha pele, suas unhas machucavam minhas costas, mas isso só deixava a coisa melhor.

— Você vai dormir comigo! – Gritou enquanto me empurrou com os pés, pulou do balcão e correu pro quarto.

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GersonArruda3

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