(Photograph) Capítulo 5 e Epílogo - O lado negro do amor
(Photograph) Capítulo 5 e Epílogo - O lado negro do amor
Escrito por Maitê Sombra
A escola toda já estava sabendo do nosso namoro e Andrew, não se conforma, ele disse algumas vezes apenas para mim, quando Heric não estava comigo, que isso não ia ficar assim. Isso só reforçou meu nojo e minha cisma.
Eu sei que deveria ter falado para alguém e sei também que ele está louco, mas eu não fiz nada, me deixei ser ameaçada e por estar em um momento cego da minha vida, não me preocupei ou senti medo. Isso com certeza me cobrou um alto preço. Heric não voltou a falar com Andrew, o que por um lado é bom, pois antes ele vinha muito em nossa casa. O fato dele estar mais distante me acalma.
Hoje é o dia de um passeio organizado pelo colégio, os inspetores ficam loucos nessas incursões, pois ficamos fora de controle, queremos ir há muitos lugares e nem sempre avisamos ao sair de perto. Eu e Vick fomos uma que nos desviamos um pouco para olhar no laboratório de química, ouvimos dizer que algo daquele lugar iria cair na prova e ficamos de olho.
Ao voltar para o local de encontro, informo ao inspetor que ia ao banheiro e Vick não vem comigo, fica conversando com Samuel o loirinho aguado e chato, mas se ela gosta o que posso fazer, não é?
Lavo minhas mãos e molho um pouco meu pescoço para espantar o calor, molho o rosto e quando olho-me no espelho tomo um susto e dou um gritinho. Andrew está bem atrás de mim com um sorriso perverso no rosto. Viro-me e tento sair sem dizer nada. Ele agarra minha cintura e me imprensa na pia, gemo com a pancada e tento sair.
— Me solta! — falo ofegante.
— Você não se lembra do fiz com você da outra vez com você, não é? — Ele sussurra perto demais da minha boca, eu me arrepio dos pés a cabeça, o medo toma conta de mim e eu começo a tremer.
Pensei rápido e um grito se formou em minha garganta, prevendo meu próximo ato, Andrew colou um canivete em meu pescoço, arquejei e chorei desesperada.
— Por favor, me deixa ir! — Imploro e ele me olha com pesar.
— Seria tão mais fácil se você me aceitasse. — Ele me olha como um alucinado. — Mas o amor dói, machuca, não é? — Ele aperta o canivete no meu pescoço, gemi.
— Andrew — Ele chupa uma respiração e cola os lábios em meu pescoço.
— Isso, chama o meu nome! — Louco, ele está completamente louco. Ele começa a tirar o cinto da calça — Desta vez você vai lembrar tudo o que vai acontecer aqui, porque desta vez, não está drogada e nem bêbada. — Ele ri, enquanto eu arregalo os olhos. — Você vai gostar — Ele abaixa a calça e tenta desabotoar a minha me mexo freneticamente e ele esmaga minha boca com um beijo, o empurro com toda a força que tenho e cuspo. Ele ri descontrolado. — Você tem noção do que faz com os homens? — Não respondo, tento correr para a porta.
Andrew agarra minha cintura por trás com fúria, um grito me escapa e alguém bate na porta. Ele fica nervoso e luto com ele, até que eu sinto algo perfurar minha barriga, eu ofego, mas por incrível que pareça, não sinto dor.
— Ana? — Ele me solta e quase perco as pernas, olho para a ferida, mas ainda encontro força para me afastar dele. Me encosto na pia e olho para minha barriga, o fluxo de sangue aumenta e tento fazer pressão ali, penso no Heric e encontro forças para respirar. — Eu não... — Ele olha desesperado para a porta que se mexe, alguém força a fechadura. — Eu não queria. — Estou fincando cada vez mais fraca. Ele corre até a porta, abre e tenta sair, não sei o que acontece com ele, pois estou muito preocupada tentando respirar, deixo meu corpo cair, e fico olhando para o teto. Alguém entra! Alguém me chama! Mas já não estou mais aqui!
Epílogo
Infelizmente, o que aconteceu comigo não é um caso isolado, muitas adolescentes morrem por dia, por conta de um namorado obsessivo e possessivo, mas saibam que isso tem como evitar. Se eu tivesse denunciado as ameaças ou falado com alguém, o que aconteceu poderia não ter me machucado, mas não foi o que fiz e as consequecias vieram. Quase morri, e o Heric? Quase virou um assassino.
Depois que fui encontrada no banheiro do museu, tudo aconteceu em um borrão, eu estava consciente, mas não conseguia falar ou dizer o que estava sentindo. Um psicólogo me disse depois que acordei, que eu entrei em choque. Até ai tudo bem. Mas o que eu vim a descobrir depois, foi pior que a morte. O Heric foi preso por agressão e ele sofreu por uma noite trancado sem saber de mim.
Agora estou me recuperando bem e o Heric está solto sob fiança esperando o julgamento por agressão que vai a júri popular, daqui alguns meses. Enquanto leio um livro ele alisa meus cabelos. Parei de ler para degustar um pouco do momento romântico do livro e ele me olhou. Isso sempre nos faz ficar estatelados e bobos. O profundo azul dos olhos dele sempre me tem por completa.
— O que foi? — Beijo seus lábios e ele sorri.
— Estou pensando no meu dia na prisão. — Franzi a testa.
— Por quê?
— Estava desesperado e a única coisa que não tinham me tirado ao entrar na cela foi a nossa foto! Ela foi minha companhia, o que me fez pensar que eu só queria voltar no tempo e ter aproveitado mais. Ter dito a você mais vezes o quanto te amava. — Respira fundo. — E que se eu tivesse deixado a policia cuidar daquele bastardo, eu estaria com você.
— Já passou amor! — Aliso sua barba por fazer e ele beija minha mão.
— Já passou!
— O nosso amor me manteve viva! — Heric me olha como se duvidasse. — A nossa foto te manteve são! — Ele sorriu.
— Mas foi a esperança que me manteve firme, e a fé de que é forte e sempre passa por cima dos obstáculos. — Meus olhos se enchem de lagrimas. — Como disse e quero sempre que se lembre, você não esta sozinha!
— Porque eu tenho você! — Completo e ele me beija.
— Sim você me tem! — Seus lábios cobre os meus e um suspiro me escapa.
Nosso para sempre não é como nos filmes ou livros de contos de fadas. Nosso para sempre é um símbolo de amor muito mais forte que o romântico, ele é verdadeiro e significativo, que nos leva a loucura e nos torna sãos. Sem posse ou raiva, com amor e sem guerra. E cada lembrança sempre é pausada no momento de uma fotografia, onde congelamos no tempo e vivemos aquele momento por toda nossa vida e de muitas outras que virão.
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Obrigada por mais um conto, Maitê!
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