Escrito por Marco Antônio, marcoabr16

(Pensando em você) Capítulo 4 - Romance?

Limeira, 16 de março de 2017

Olá, velho companheiro, sou eu de novo. Então, diário, acho que todo o mal entendido que estava acontecendo entre o Henrique e eu foi explicado hoje, mas não da forma que eu esperava. Nem nas histórias que eu leio eu vi uma reviravolta desse estilo antes (talvez em uma novela, mas isso não vem ao caso).

Como havia dito para você ontem, hoje era o dia em que eu falaria para o Henrique tudo o que eu estava sentindo, e foi o que fiz, ou mais ou menos isso. Cheguei ao colégio e logo fui procurando pelo Henrique, era melhor encontrar ele logo pela manhã antes que toda minha perseverança fosse indo embora com o passar do dia.

Infelizmente não consegui achar ele, muito menos a novata. Subi para nossa sala e eles também não estavam lá. Logo fiquei pensando que os dois deviam ter faltado aula para passarem um dia juntos, mas logo minha teoria foi quebrada. Quando olho para o portão de entrada vejo a imagem de Henrique com a novata na sua cola. Ele me olhou de canto de olho mas passou sem falar comigo. Já a novata, quando passou por mim, jogou o cabelo como se fosse a dona do pedaço.

Aquilo me deixou meio nervosa no início, mas me encheu de determinação para continuar. O Henrique precisava saber o que eu sentia por ele, e nada iria me impedir. O dia passou mais rápido do que eu esperava. Na sala, não consegui falar por causa da aula. No intervalo, ele e a novata não pararam de conversar. Só me restava a saída, e foi naquele instante que meio no impulso fez com que eu pegasse o braço do Henrique e pedisse para conversarmos a sós, e ele aceitou. Ou eu falava tudo para ele ou não teria coragem novamente.

Resolvemos ir para um lugar mais sossegado, a antiga pracinha que brincávamos quando éramos crianças, e antes que pudesse dizer qualquer coisa ele começou a se desculpar por ter ficado tão distante nesses últimos dias e deixou bem claro que não estava namorando a novata.

Assim que ele terminou foi minha vez de soltar as palavras como vagões de trem, tudo precisava sair de uma vez, caso contrário não teria mais coragem para conseguir. Assim que terminei devia estar com uma aparência bem estranha, porque o Henrique riu meio que envergonhado e depois olhou para mim. Ficou um silêncio incômodo por um momento, até que do nada ele me beijou.

Você leu isso, diário, ele me beijou! Depois daquele momento intenso que foi nosso primeiro beijo ele começou a explicar tudo o que aconteceu até aquele momento. Vendo as fotos da minha viagem, ele começou a pensar em nós dois viajando juntos, até que chegou uma hora que minha imagem não saía mais da cabeça dele.

Eu ri e disse que aconteceu o mesmo comigo. Foi aí que ele começou a desconfiar que estava começando a gostar de mim. No meu primeiro dia de aula, aquela sensação de ver o Henrique com outros olhos não aconteceu só comigo. Assim que ele me viu, começou a elogiar meu cabelo, meus olhos, minha roupa (tudo mentalmente, é claro), e quando nos abraçamos foi como se todo aquele sentimento e emoção entre nós que estava guardado todo esse tempo tivesse sido liberado. Esses poucos segundos que foram aproveitados como se fossem uma eternidade foram proveitosos tanto para mim quanto para ele.

Na sorveteria, o Henrique estava meio envergonhado com tudo o que estava sentindo, e até ia tentar contar para mim o que estava sentindo, mas no momento em que ele ia falar a taça de sorvete chegou. Aí você já sabe, diário, fiquei ansiosa demais e acabei deixando o sorvete cair em cima de mim. Meio sem jeito ele me ajudou, mas o Henrique estava tão atrapalhado e confuso que não sabia se me ajudava a limpar a sujeira ou se distraía com meu olhar e meu sorriso.

No dia em que cheguei atrasada, o Henrique me disse que a novata chegou nele e disse ter desconfiado que ele estava afim de mim (o que fiquei bastante surpresa, como uma garota que acabou de chegar consegue notar os sentimentos do meu amigo e eu não?). Ele, com todo seu jeito tímido de ser, respondeu que não sabia ao certo. A novata então se prontificou a ajudar, o levou para a sala e começou a conversar, fazendo ele rir e se sentir menos pressionado, até descobrir que sim, ele estava afim de mim.

Nesse momento eu cheguei e ele ficou bastante envergonhado, a ponto de nem conseguir me cumprimentar. Ele precisava arranjar uma desculpa para falar comigo, então ele derrubou a caneta no chão, se virou e disse um "oi" para mim. Tentando conseguir algumas dicas de como se declarar para mim e como perder a timidez, o Henrique e a novata ficaram conversando esse tempo todo.

Ontem quando eu cheguei e disse que tinha visto a novata mordiscar a orelha dele, o Henrique riu e disse que não, que ela apenas chegou no ouvido dele para dizer que eu tinha chegado, e não precisava ficar nervoso. Mas adivinhe o que aconteceu, diário? Ele ficou apavorado e subiu correndo com a novata para a sala de aula, dizendo que não iria conseguir. A novata deu várias dicas, disse para ele levantar a cabeça e coisas do gênero. A novata ajudou tanto que no final das contas os dois acabaram virando amigos.

Hoje, indo para o colégio, a novata o motivou de todas as formas possíveis para que ele se declarasse para mim, logo na entrada, se possível. Novamente a vergonha apareceu e o Henrique passou correndo. A novata, para tentar levantar o ânimo do amigo, fez aquela brincadeira de jogar o cabelo em minha direção.

No intervalo, os dois estavam planejando os detalhes finais, para que na hora da saída ele falasse comigo, mas antes mesmo dele pensar em me puxar para conversar eu acabei sendo mais rápida.

E aqui estamos, diário. O que eu aprendi com tudo isso? Se você sente algo por alguém, se abra, a vida é muito curta para guardar sentimentos, principalmente se forem sentimentos bons. Só pense duas vezes antes quando essa pessoa for seu amigo, e veja se não irá mandar a bela amizade que vocês construíram juntos por ralo abaixo.

Na dúvida, leve o seu amigo para tomar sorvete e derrame a taça de propósito na sua blusa. Eu só gostaria de agradecer a você, diário, que me deu forças e conseguiu esclarecer meus sentimentos. Sem você, eu perderia meu amigo. Agora, posso comemorar e ficar feliz com meu novo namorado.

Beijos e boa noite,

Yasmin.

Fim

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Recado do Marco Antônio:

Ah, olá, leitor. Gostou da história? Bom, tenho que ser sincero com você, não foi o Escritor que fez essa história, e sim eu, Thollo Campineli. O que, você não me conhece? Ai, aquele escritor é um maldito mesmo. Bom, de qualquer forma, tenho certeza que nos veremos de novo no universo que EU criei com a ajuda daquele ser. Toda minha genialidade está lá, com algumas referências que talvez você, fã, consiga descobrir. Eu gostaria de ficar falando com você, mas estou um pouco atrasado, continuamos depois.

Até mais!

Leia Contos de Coastar no perfil  marcoabr16

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Agradeço a participação do Marco Antônio! Espero que vocês tenham curtido o conto da Yasmim tanto quanto eu. Que tal agradecer seguindo-o e conferindo o livro dele Contos de Coastar?

O próximo conto será My Immortal - Evanescence, escrito por mim. <3