Escrito por Marco Antônio, marcoabr16

(Pensando em você) Capítulo 2 – Momentos

Limeira, 14 de março de 2017

Olá de novo, diário, tudo bem? Para ser sincera, eu não ia voltar a escrever, mas eu me senti tão bem ontem botando meus sentimentos para fora que precisei fazer de novo, principalmente depois do que aconteceu hoje.

Cheguei ao colégio um pouco atrasada porque não consegui dormir direito e acabei perdendo o horário, mas quando cheguei no pátio de entrada não consegui encontrar o Henrique. Nosso combinado era que, mesmo atrasados, iríamos esperar um ao outro ou mandaríamos uma mensagem dizendo que não iríamos à aula. Meu celular não tocou nenhuma vez, então comecei a me perguntar o que teria acontecido.

O sinal tocou e subi para minha sala, sozinha. Quando entro, vejo uma cena que me deixou surpresa, o Henrique estava conversando com a novata, até aí tudo bem, mas eles estavam rindo, mas não um riso qualquer, aquele tipo de riso meio bobo quando você está próximo de quem você gosta. Naquele momento, um soluço seco veio em minha garganta, e algo que eu não tinha percebido até o momento era que ela estava sentada na minha carteira, e o Henrique não disse nada.

Um outro sentimento estranho veio em mim, uma dor no peito que não sei explicar direito, só sei que foi muito ruim. A única cadeira vaga era uma que ficava atrás da novata, e como a professora já não ia muito com a minha cara, resolvi sentar logo. As horas passaram arrastadas, e se ele não tivesse virado para pegar a caneta que tinha caído no chão e me dissesse um "oi" que mais pareceu "ué, você está aqui?", acho que ele nem ia notar minha presença ali. Foi um pouco triste, para falar a verdade.

Voltei para casa sozinha, cheguei bem cabisbaixa e antes que minha mãe ficasse preocupada, disse que era só uma dor de barriga, mas acho que ela não acreditou, mães entendem dessas coisas. Desde que cheguei não paro de pensar no Henrique, aquele que eu conhecia até o ano passado. O Henrique de quando éramos mais jovens e não nos preocupávamos em crescer, só em passar as tardes juntos, como duas crianças felizes.

Lembro de quando nós dois ficávamos deitados na colina perto de casa, o Henrique fingia que ia me fazer um cafuné e depois bagunçava todo meu cabelo, deixando mais cacheado que o normal. Lembro de quando ele tinha colocado aparelho, e eu comecei a chamá-lo de cerca elétrica. Lembro da primeira vez que ele me viu de óculos, e nessa hora eu me arrependi de ter chamado ele de "cerca elétrica", ele teve a paciência e criatividade de criar um apelido diferente por dia durante um mês inteiro. Foi muito irritante, mas divertido, e no fim acabamos rindo de tudo que tinha acontecido.

Se bobear, ele nem deve se lembrar dessas coisas, mesmo ontem quando fomos na sorveteria, com a atenção que ele estava me dando, eu percebi que ele estava meio evasivo e diferente. Todas essas memórias eu mantenho guardadas em meu peito, e é triste pensar que uma amizade tão longa possa estar chegando ao fim dessa forma bem louca e estranha.

Então, diário, ontem eu não consegui dormir direito, o Henrique não saía da minha cabeça, esse foi um dos motivos para eu chegar atrasada no colégio. O sorriso dele, o jeito manso dele falar, o cuidado que ele teve em me ajudar com o incidente do sorvete, ele foi bem doce. Espero que hoje eu consiga descansar, daqui a alguns dias temos provas e eu preciso estar focada, não posso me distrair, mesmo que seja com as emoções que estou começando a ter do Henrique.

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Recado do Marco Antônio:

Já procurou alguma vez um universo novo no wattpad? Já reparou que ele geralmente indica histórias que no fim vão te deixar triste porque o autor não posta a mais de dois anos? Alguns sites de busca mostram certas opções, que muitas vezes não são relacionadas com o que você procura. Agora, se você procura uma história que inova no modo de narrar, acho que você achou. História? Contos de Caostarr.

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