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(Ódio) Capítulo 2

(Ódio) Capítulo 2

Escrito por Dafini Dresch

Voltei para o meu vilarejo. Não foi só na praia que atacaram, o vilarejo também sofreu o ataque não sobrando ninguém. Caminhar por aquelas ruas sem escutar as risadas, conversas, cantorias, era a carga para o meu ódio crescer dentro de mim. As lembranças eram lenha e eu era o fogo que a consumia. A queimando devagar liberando mais calor, quando terminasse com o clã não iria sobrar nenhum dentuço para contar história.

Entro na casa que era de Scarlate. Vou até o cofre onde ela guardava o grimório. O arrebento usando o vento, sinto uma fisgada no coração. Era um aviso da deusa que estava usando os poderes para o meu próprio bem. Lhe mando uma resa informando tudo que aconteceu. Faço uma oferenda no altar, acendo velas. Ajoelho-me encostando meu rosto no piso orando para deusa. Um vento abre a porta e as janelas da casa. Então vejo o espírito de um touro brilhar na porta. Ele olha para mim e corre em minha direção. Me levanto abrindo os braços o recebendo dentro de mim, era a deusa me abençoando, o touro simboliza força e potência.Quando ele entra dentro do meu ser todos os meus sentidos explodem, a tristeza que ainda habitava dentro de mim é trocada por justiça, meus olhos ardiam por vingança.

Sinto o poder de minhas irmãs dentro de mim girar, querendo ser solto, eu entendi o que era, ele precisava ser liberado para encontrarem suas novas hospedeiras, mas ainda ficariam comigo até ter concluído a minha missão.

O grimório flutua até a minha frente e ele se folheia sozinho até parar numa determinada página. O seguro entre as mãos, era um feitiço para prender o poder dentro de um talismã que poderia ser canalizado sempre quando fosse aclamado. Era algo perigoso, pois caso ele quebrasse a magia iria se perder. Aquilo era perfeito, o ponto fraco do talismã era sua força, pois quando terminasse o que fui incubida de fazer iria destruí-lo no solstício de inverno liberando os espíritos para vagarem procurando por seus novos hospedeiros. Só que havia um preço, meu poder também iria ser preso lá dentro quando fosse quebrado o espírito da minha magia poderia decidir se voltaria a me habitar ou escolher outro corpo. Era algo perigoso, mas estava disposta a encarar.

[...]

Nunca havia entrado na fortaleza negra, mas era algo majestoso, mesmo sendo habitadas por meus inimigos. Com candelabros iluminando, tapete vermelho cobrindo todo o salão que me encontrava. Todos os presentes estavam trajando vestes para festa e seus olhos vermelhos me encarando.Respiro fundo e sinto o talismã esquentar minha pele por debaixo do vestido que usava. Era num bordô com renda na parte do tronco com tecido na região dos peitos os tampando. A saia era simples com uma fenda que mostrava minhas pernas quando caminhava.

Olhei em volta e havia muito mais que treze moças ali. Ocorria uma pré-seleção para as treze moças que concorrem ao cargo de noiva do príncipe herdeiro. Olhei uma por uma e nenhuma era páreo para mim, todas fracas, com seus espíritos rachados por coisas que deixaram para trás, sonhos que desistiram, fáceis de vencer apenas sabendo onde bater corretamente para destruí-las estilhaçando como um espelho. Enquanto em mim não havia nada para destruir, pois tudo havia sido arrancado.

Trombetas foram tocadas em alguma parte daquele enorme salão repletos de vampiros e seus olhos vermelhos com o sangue de minhas irmãs os fazendo ficarem vivos. Trinquei os dentes e fechei as mãos controlando a raiva para não explodir numa super nova ali no meio e os dezimar à pó.

O príncipe herdeiro entrou no salão, tão elegante. O seu perfume flutuando em direção de todas as moças ali presentes, era algum encanto para ajudar na escolha de sua noiva. Por ser apenas humana foi atingida e quando o olhei parecia que havia encontrado o amor de minha vida, suspirei me imaginando enlaçando em seus braços, passando os dedos entre seus cabelos compridos que batiam no ombro e seus dentes ficando em meu pescoço. O talismã queimou minha pele me acordando do transe que havia entrado. Não conseguia acreditar que me imaginei sendo beijada por aquele ser frio.

Relaxei as mãos, liberando devagar o ar pela boca para ele não perceber que estava com raiva ou qualquer coisa do tipo. Olhei para as garotas ao meu lado e percebi suas expressões de paixonite implantada. Revirei os olhos, não conseguia acreditar que a seleção seria assim, usando um truque tão baixo como aquele. Ele não queria alguém para ficar ao seu lado, mas sim uma presa, sua próxima refeição que a transformaria por piedade depois.

— Qual seu nome moça? — uma voz me despertando de meu ódio que queria terminar logo tudo aquilo. Virei a cabeça em direção da voz e me deparei com um par de olhos vermelhos e um sorriso.

— Maitê, vossa majestade.— disse fazendo uma pequena reverência. Senti um dedo gelado sobre meu queixo o forçando a levantar a cabeça. Não resisti e o encarei com o olhar mais doce que consegui produzir.

— Linda, perfeita para mim.— Príncipe Hugo tirou seu dedo de meu queixo e indo para a próxima.

O significado daquela frase era estranha. Então a escutei ser repetida mais dozes vezes.

Uma mulher veio e colocou uma pulseira feita de pedras de granada.

Aproximei ela para a ver mais perto. Eu conhecia seu significado, ela inspirava o amor e devoção, como também equilibra o impulso sexual e ameniza os desequilíbrios emocionais de todos os tipos. Não conseguia acreditar que estavam usando os conhecimentos de meu povo para um ritual de sangue deles. Aquilo era imperdoável. Tremi o peito segurando a respiração, controlei o máximo possível a vontade de o explodir.

[...]

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Essa história surpreendente lhe espera no wattpad, garanto que cada capitulo terminado vai lhe roubar um pouco de ar.

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