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(Jar of Hearts) Capítulo 6 - O alvo


(Jar of Hearts) Capítulo 6 - O alvo

Escrito por Maitê Sombra

Acordei no dia seguinte com Kevin velando meu sono, ele tinha as mãos sobre o queixo e sorriu quando abri os olhos. Levantei e olhei ao redor, estávamos em um hospital.

— O que aconteceu? — perguntei assustada. Kevin respira cansado.

— Quase não consegui te manter viva! — Kevin diz parecendo se sentir culpado.

— E agora? Ele continua no mesmo lugar que o localizamos? — Kevin assente.

— Ele acha que conseguiu te matar! — Olho-o desconfiada.

— Como conseguiu fazer isso? — Ele sorriu.

— Tenho alguns truques, prometo te ensinar! — Kevin não conseguiu se conter e tocou meu rosto. Tento recuar, mas ele não deixa. — Achei que ia perder você! Quando tudo isso acabar, eu realmente espero que possa me perdoar, porque não sou capaz de partir novamente e te deixar para trás.

— Para de dizer essas coisas! — Minha voz treme.

— Não posso! É a verdade! — A porta treme e se abre, vejo Kevin levar a mão até sua arma e logo relaxa ao ver que é Thomas, meu irmão.

— Olha só quem acordou! E ai bela adormecida, pronta para outra? — Thomas bagunça meu cabelo e leva um tapa na mão.

— Claro que estou! — Sorri e ganhei um abraço.

— Até porque esse nem foi o pior ataque, lembra daquele que a maionese foi parar na sua cara! — Ri alto.

— Quer dizer o dia que você achou que era um cachorro e queria lamber meu rosto, lembro, pior ataque da minha vida, com certeza! — O idiota ainda se sentiu ofendido.

— Olha, você não sabe brincar, o papai disse que já vem te ver. — Thomas fica mais um pouco e antes de sair bagunça mais meu cabelo.

— Garoto estranho! — Kevin ri.

— Não, ele só faz essas coisas para me fazer ri! — Sempre consegue.

— Quando vou poder sair daqui? — Me remexo nervosa.

— Acho que ainda hoje!

— Ótimo, mande preparar o avião! — Kevin estala a boca em protesto.

— Você ainda não está em condições, Lena! — Olho-o contrariada.

— Sim, eu estou! Nós vamos atrás do terrorista hoje! — Kevin cruza os braços e me olha desafiadoramente. — Kevin, não seja idiota, quando o localizamos, você lembra há quantas horas ele estava daqui?

— Umas cinco horas, de avião! — Ele franze a testa.

— Isso significa que terei este tempo para me recuperar e se eu não estiver bem quando pousarmos esperamos um pouco mais. Mas temos que estar perto dele, então, prepare o jato! — Kevin bufa.

— Você adora estar certa, não é? — Ele acaba sorrindo enquanto pega o telefone e coloca na orelha.

— Neste caso — observo as unhas —, na maioria das vezes. — Kevin ri e logo fica sério ao falar com Kimberly sobre o nosso vôo.

***

Meu pai me fez prometer que não sairia do lado do Kevin, e pediu que me cuidasse, que ele não conseguiria viver sem a garotinha dele. É claro que eu chorei, ao contrário do Kevin, meu coração não é de gelo.

Fiquei quieta durante grande parte do vôo, tentei dormir, mas estava inquieta. Kevin se sentou ao meu lado e pegou minha mão, senti o choque em minha pele por entrar em contato com a dele, isso me assusta tanto, eu aprendi a superar tanto do que sentia por ele, para agora, ter tudo jogado pelo ar assim. Não importa o que eu vi em sua mente, ele me abandonou, ele me viu sofrer quando ele ficava com outras e mesmo assim o fez, como posso algum dia confiar nele? Que tipo relacionamento dá certo sem confiança?

— No que está pensando! — Retirei minha mão gentilmente da dele, ele franziu a testa.

— Que eu não consigo confiar em você para um relacionamento, Kevin. Sei que não me pediu em namoro nem nada, mas pelo que vi em sua mente, é o seu próximo passo e eu não consigo, não acho que é capaz de me fazer mal, como pensava há alguns atrás. Mas não confio em você para mais nada além disso. — Decepção cruza os olhos dele e ele volta a pegar minha mão.

— Eu te entendo! De verdade, eu entendo. Mas eu não vou desistir de lutar por você, nunca! — Kevin se aproxima perigosamente, chupo uma respiração, mas não impeço que ele avance, ele roça seus lábios nos meus, fecho os olhos e abro minha boca, dando-lhe permissão para ir em frente, nossas línguas se chocam e todo meu corpo se arrepia, de desejo e saudade. Minhas mãos passeiam por seu abdômen, pescoço, barba e termina em seus cabelos, entrelaço meus dedos em seus fios, ele geme e aperta minha cintura com força, sai da minha poltrona e montei em seu colo, ele coloca as mãos em minhas costas e levanta a minha blusa o suficiente para tocar a pele nua com a mão livre, arquejei com o contato, não resistindo o impulso de puxar sua camisa pela cabeça, olho-o faminta, seus músculos, sua pele, tudo nele me deixa louca, me fazendo perder a razão. Kevin me olha de um jeito que é só meu. E nesse momento eu me sinto única para ele.

Não resisto à tentação de ter seus lábios colados aos meus novamente, Kevin acaricia minhas coxas e costas, depois de um tempo nos beijando, saio do colo dele com meu corpo em chamas e o puxo até um dos quartos suíte e deixo que ele faça o que quiser comigo, Antes de dormir em seus braços chorei ao pensar: está é a última vez que vamos ficar assim.

***

Pousamos algumas horas depois e me sentia exausta, mas estava disposta e louca para deter o terrorista que há poucos minutos explodiu uma cidade inteira e matou inocentes, assim que fiquei sabendo, ninguém conseguiu me acalmar. Eu vou prender o desgraçado, vou usar até o último suspiro para acabar com ele.

Com uma equipe de 10 agentes que estavam à nossa espera, eu e Kevin comandamos o ataque, o galpão que ele está é escuro e Kevin guardava as minhas costas e eu a dele, cada toque dele me causava distração, o que me dava raiva, eu não sou tão distraída.

Um estalo anuncia que não estamos mais sozinhos e que achamos nosso alvo, Kevin lê minha intenção a tempo e me segura, quando eu queria mesmo era atacar ele.

— Olha só, jurava que tinha fritado seus neurônios! — Ele sorri contrariado. — Estou precisando de alguém assim em minha equipe, já que eles parecem ser um bando de inúteis.

— Para um vilão, você fala demais, sabia? — Ele entorta a cabeça para mim e saca uma arma, Kevin me empurra a tempo, mas isso separa a gente. Alguém me pega por trás me desarmando, dou uma cotovelada e com um solavanco dou impulso jogando-a no chão, a garota oriental me olha com ódio e sorri. Por instinto abaixo e rolo, alguma coisa passa assobiando pelo meu ouvido, viro-me rápido e me deparo com um homem, muito maior que eu, ele tenta me acertar na barriga e vejo a garota se aproximar com uma corda, merda! Onde está o Kevin quando preciso dele.

Não deixo que a garota se aproxime e faço um rápido movimento e minhas pernas pescam o grandão, ele se assusta e tenta me pegar, mas escapoli entre suas pernas e deixei de lembrança um chute em suas bolas, sei que isso é baixo, mas eles estão em dois. Então ninguém pode me culpar!

Corro dos meus captores e procuro por Kevin, estou reclamando por estar sendo seguida por dois, mas ele está em pior situação que eu, quatro brutamontes que mais parecem armários o cerca. Penso rápido e procuro por algo que possamos nos defender e encontro barras de ferro, isso terá servir!

— Vejo que alguém precisa de ajuda!? — Me comunico telepaticamente e ele vê que me aproximo e seu rosto suaviza. — Porque parece surpreso ao me ver, assim você me ofende.

— Estava preocupado, posso? — Dou de ombros e dou um mortal parando ao seu lado ele ri e ficamos de costas um para o outro. — Como antigamente, lembra amor?

— Não tenho amnésia, não se esqueça disso! — Ele me olha como se entendesse o recado, é bom mesmo.

A luta foi intensa e enquanto Kevin foi em lugares específicos deixando-os incapazes de mexer as pernas ou braços, eu acertava-lhes a cabeça sem dó, apagando-os, talvez até matando, quando conseguimos eliminá-los rastreamos o nosso terrorista que estava dentro de um avião indo embora, ah, mas não comigo aqui!

Levantei minhas mãos com toda determinação que tinha e impedindo que as turbinas se mexessem.

— Lena, você não tem treinamento para isso! — Minha respiração estava rápida e curta e Kevin sabia que eu não aguentaria muito. Mas não dei bola para isso e corri na direção da aeronave, com uma mão controlei as turbinas e com a outra levei a escadas até a porta de embarque.

Kevin estava ao meu lado com a arma que ele conseguiu de um soldado, mais três agentes estavam conosco, eles me olhavam como se eu fosse uma deusa das trevas. Poderosa e temível. Subi as escadas assim que as alcancei, destranquei a porta com a mente e entrei, Haviam várias armas apontadas em minha direção, mas eu só via uma pessoa, levantei as armas e virei contra eles, esse movimento me causou uma tonteira e as armas caíram. Parei com o poder telecinético e fui corpo a corpo, os agentes que me acompanhavam impediram que os guardas dele chegassem até mim. Alcancei o meu alvo, ele apontou a arma para mim, sorri sem medo nenhum da arma mesmo sabendo que ela pode me matar.

Dei outro passo em sua direção e o Kevin gritou em minha mente:

— Pare, Lena, está tentando se matar. — Bloqueei seus alertas e usei a telecinese para desarmá-lo, e confesso que ver a insegurança em seus olhos me satisfez. Puxei o distintivo. Minhas energias já estão esgotadas e só quero acabar com isso. Quem dera se fosse tão fácil.

— Jeffrey Rodwell, você está preso. — Ele gargalhou, e me atacou, não esperava por isso, e ele conseguiu acertar meu rosto, mas não vai ficar barato!

Rolei a tempo de evitar outro soco, mas não consegui evitar que se aproximasse e ele conseguiu alcançar minha garganta. O mais rápido possível dei uma cotovelada em seu rosto e isso o deixou tonto me dando espaço para prender suas pernas e derrubá-lo, Jeffrey se recuperou rápido demais.

Jeffrey, socou minha barriga, ofeguei, ele conseguiu alcançar o meu rabo de cavalo e me colocou de costas para ele, fiquei de frente para o, Kevin, ele finalizou seu adversário com um soco certeiro, e me encarou com o semblante horrorizado.

Jeffrey segurou um canivete em minha garganta, Kevin aponta a arma na direção dele, mas vejo sua insegurança.

— É o seguinte! — O terrorista aperta mais o canivete e sinto arder. — Vou sair daqui com a garota! — Olho para o Kevin horrorizada, ele pode deixar que ele me leve.

— Atira, Kevin! — grito em sua mente.

— Não sei se consigo! Ele vai te machucar! — A expressão neutra dele não combina com o desespero dos pensamentos.

— Prefiro ser morta a sair daqui com ele, mas eu sei que você é um dos melhores atiradores, então faça, agora! O mundo está em suas mãos, eu no seu lugar, não pensaria duas vezes! — Kevin, estremeceu, me olhou como se fosse a ultima vez e atirou!

Kevin atingiu o braço que segurava o canivete, o terrorista me soltou com um grito de dor e desespero, por um momento, pensei que o laser pudesse ter me atravessado, mas não, Kevin, conseguiu atingir a junta do cotovelo dele, decepando-o.

O lamento de raiva foi tão alto que fiquei zonza por um segundo. Relaxei ao receber um abraço do Kevin. Encostei minha cabeça em seu peito e respirei com dificuldade, tentando fazer o oxigênio abastecer meu corpo, diminuindo a tremedeira nas pernas.

— Vocês acham que me prender, vai me parar!? — Jeffrey, segura o braço e nos olha como se fossemos seus maiores inimigos no mundo.— Não vai! E vão se arrepender, juro que vão, vou tirar de vocês aquilo que mais amam! — Olhei-o de cima abaixo, analisando-o, tentando detectar os pontos fracos.

— Estou pagando para ver, como conseguirá fazer isso de onde você ficará! — Sorri maldosa. — Espero que consiga, sinto falta de ação às vezes! — Ele treme violentamente, acredito que de raiva e também pela perda de sangue. Um guarda, enrola uma atadura em seu braço que logo está embebido de sangue, levanta o prisioneiro e o leva, só desvio do olhar alucinado do terrorista, quando ele sai pela porta.

— Você é muito louca! — Kevin, me sacode pelos ombros e Sorri triste.

— É, sou um pouco! — Me afastei e lhe dei um beijo no rosto, tive dificuldade em me afastar dele, ainda mais, quando vi os seus olhos, me pedindo, implorando que o perdoasse, mas não disse nada, apenas segui em direção a saída. Meu trabalho aqui já acabou e só quero ir para casa chorar, eu só pareço ser de ferro, mas não sou. Ainda mais pela decisão que tomei.


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