(Jar of Hearts) Capítulo 3 - "Trabalho em equipe"
Parte 3
"Trabalho em equipe"
Escrito por Maitê Sombra
Após horas de voo chegamos na base e nos dirigimos até a sala do General, ele solicitou nossa presença quando pegamos a estrada, ele parecia bufar de raiva e eu não o culpo.
Kevin manca e segura as costelas enquanto tenta me acompanhar, sua respiração está sofrida e diminuo o ritmo e olho para ele.
— Se tentar me tocar intimamente, juro que te arranco as bolas! — Semicerrei os olhos ameaçadoramente, Kevin não conteve o sorriso quando deixei que ele se apoiasse em meus ombros, seguimos até a sala do General e bati, soltei o Kevin antes de entrar e ele resmungou.
— Poderia cuidar dos meus machucados depois, afinal a culpa é toda sua! — Olho-o com deboche e sorri friamente.
— Por mim eu cavaria sua cova! — Ele sorri achando graça.
Entro na sala e me apresento ao General, Kevin me segue.
— Campbell, ao seu dispor senhor! — Bato continência.
— Neville, ao seu dispor senhor! — Kevin bate a continência o mais ereto que o ferimento o permite.
— Descansar! — General Kalisto tem o rosto marcado por decepção, não aguento e abaixo a cabeça derrotada. — Sentem-se e me expliquem o que aconteceu? — Ele senta-se junta as mãos, esperando nossa explicação.
— Eu confundi o rastreio e interrompi a perseguição senhor! — Kevin toma a dianteira me surpreendendo, cruzo os braços pensativa, ele jamais fez isso antes, mesmo a culpa sendo dele. Mantive a minha expressão neutra. — O que me lembra que não fui informado que a senhorita Campbell estaria na missão. O que me faz desconfiar que o encarregado de nos avisar, não deu o recado de propósito. — O General se remexe em sua cadeira e olha para mim.
— Você também não sabia, Campbell? — O General dúvida do Kevin.
— Não senhor, não fazia idéia! — Olho-o firme. — Não colocaria minha vida em risco como fiz, o CIBER agora sabe sobre mim, ele tentou queimar meus neurônios e só não conseguiu porque ele não foi sutil e eu o bloqueei, então me sinto bastante ofendida pelo senhor achar que eu ferrei com tudo ciente disto. — Kevin me olha parecendo preocupado.
— Então, além de tê-lo perdido, ainda deixou que ele tivesse acesso a sua mente soldado? — General franze a testa e olha para Kevin. Respiro fundo tentando controlar a vontade de discutir.
— Vou lhes explicar o porque de terem que trabalhar juntos. Enquanto rastreavam, nossa base foi informada pela base do Kevin que ele havia sido designado para a missão também, não fazemos idéia de como isso aconteceu. O que eu sei é que foi notificado e para nós, foi informado que vocês sabiam sobre o trabalho em equipe, portanto é difícil entender o que está acontecendo. Vocês localizaram o alvo e fizeram um ótimo trabalho, mas sabemos que isso só dura se estiverem a uma distância considerável ou trabalhando juntos.
— Quem foi o CIBER responsável por nos avisar? — pergunto querendo matar o idiota.
— Carlie Ander! — Olhei feio para Kevin que torceu a boca.
— Acham que ela pode ter feito de propósito? — O General parece receoso.
— Sim — digo.
— Não! — Kevin me olha feio.
— Isso, defende sua garota, Kevin! — Ele não faz idéia do por que, mas eu sei porque ela nos odeia.
— Ela não é... — Ele morde a mão com força. — Sabe muito bem que não tenho ninguém. — Por que ele acha que eu saberia? Franzo a testa em dúvida.
— Há algo que eu precise saber? — O General franze a testa.
— Já namorei com a Carlie, mas isso tem tempo, não vejo o porquê de ela tentar acabar com o mundo por isso. — Kevin se justifica.
— Vocês precisam resolver suas diferenças e trabalharem juntos! — O General diz me coloco na defensiva, levanto rápido deixando a cadeira cair.
— Não vou trabalhar com ele! — Tento conter minha voz de fúria, mas não consigo.
— Sinto muito, Lena, é a única chance que temos! — Bufo e ando de um lado para o outro. — Vocês sabem que se vocês morrerem o terrorista vai acabar com o mundo, certo? — Meus olhos estão focados em um ponto na sala, tremo de nervoso e a raiva me domina. Não pode estar acontecendo! — Agora a missão de vocês não é proteger só ao mundo é também manter um ao outro vivo.
— General, não sei se é uma boa idéia trabalharmos juntos! — Kevin se pronuncia.
— Acho que não entenderam, não vão apenas trabalhar juntos! — Olhamos um para o outro e voltamos a encarar o General. — Vocês estão proibidos de se afastarem até que tenham pego o terrorista. — Ia protestar, mas sou calada com um aceno de mão. — Permiti que se separassem anos atrás, por causa da Lena, mas agora minha ordem é que vocês precisam proteger um ao outro. Sei o que já passaram no passado e sinto muito por estar fazendo isso, mas eu não vou perdê-los, são a única chance de toda uma nação. — Engulo em seco e sento derrotada.
Kevin fica pensativo e parece tão nervoso quanto eu, o ar de brincadeira desapareceu do seu semblante bonito. E tudo que eu consigo pensar é: no quanto estou perdida!
Já pensando em uma fuga me dirijo para a porta.
— Lena? — O General me chama e viro-me em sua direção, seu olhar é carinhoso como quando estamos a sós. — Sabe que estou fazendo isso para o seu bem! — Olho-o como se ele estivesse me traindo e minto.
— Eu sei, pai, eu sei! — Dou as costas e vou embora, sabendo que o maldito do Kevin está me seguindo.
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