(I miss you) Capítulo 1 – Apenas o meu brilho como luz

ESCRITO POR NORA EVANS (eleanora_evans )

Hoje é meu primeiro dia como Advogada Societária na Laurie & Blue Associados. Minha participação é pequena, não me rende nem meu sobrenome na razão social da empresa, mas para mim já é um grande começo.

Foram muitos dias e noites totalmente dedicados para embasamentos de processos pelas diretrizes código penal. Apesar de sempre primar pelo correto e justo, no fundo minha maior motivação era crescer e me estabilizar profissionalmente.

Vim de família simples, minha mãe trabalhava como diarista e meu pai como operador de máquinas em uma grande empresa automobilística. Nunca passei fome, mas as coisas ficaram realmente difíceis quando meu pai ficou doente não podendo mais trabalhar e pioraram ainda mais quando minha mãe teve que abdicar de alguns dias da faxina para cuidar dele. Ver toda a luta dos dois só me motivou a querer lutar por uma vida melhor, não só para mim, mas principalmente para eles.

Com muito custo e graças ao crédito estudantil, ingressei na faculdade. Meus pais ficaram assustados, pois eles não conseguiriam me ajudar em nada, na verdade eles é que precisavam ser ajudados, mesmo assim enfrentei todos os meus medos e lutei pelos meus sonhos.

Comecei trabalhando como garçonete em uma cafeteria, onde todas as minhas horas de descanso eram dedicadas aos livros para estudar um pouco mais e assim conseguir acompanhar o que aprendia na faculdade.

Acho que toda a minha dedicação impressionou o meu chefe e dono da cafeteria, fazendo com que ele falasse com seu irmão, dono de uma empresa de advocacia para me conseguir um estágio. O sr. Lúcio foi tão insistente que o irmão resolveu me dar uma chance, mas todos os dias ao final do expediente ele me falava: "Só estou fazendo isso pelo meu irmão, na primeira oportunidade em que você fraquejar e cometer algum erro, te ponho para fora menina".

Por aí já deu para perceber o quanto eu sofri, todos os dias eu praticamente tinha que matar um leão para conseguir convencer o sr. Paulo da minha capacidade. No começo ele só me dava coisas primarias para fazer, como alimentar de papel a impressora, arquivar processos e a servir o seu café que tinha que estar bem quente e com a quantidade certa de pó, senão ele me fazia repetir e repetir até que eu acertasse seu desejo.

Um dia um de seus estagiários faltou, então ele me chamou para tomar notas e montar a ata da reunião. Em um momento em que eles estavam discutindo um caso e estavam em um empasse, eu coloquei meu ponto de vista. Na hora em que eu comecei a falar, ele me jogou seu olhar mais desafiador, afinal eu só estava na sala para ouvir e não para falar. Não me intimidei e continuei a falar. Coloquei ali todo o meu conhecimento de horas e horas de estudo, tanto que no final minhas mãos suavam e eu estava ofegante, afinal quase nem respirei para que ele não tivesse tempo de me mandar parar. Sei que abusei, mas era a minha chance.

- Srta. Dietrich andou se dedicando muito na sua lição de casa, não?!

Não respondi nada, afinal depois de tudo o que falei, achava que merecia pelo menos um obrigado, afinal eles usaram minhas colocações para a parametrização do processo. Continuei de cabeça erguida, fingindo que o que ele tinha me dito não havia me magoado, pois nesses lugares não há espaço para pessoas fracas.

Aos poucos ele foi me liberando uma análise aqui, um estudo ali e assim por diante fui ganhando sua confiança.

Agora estou com 24 anos, formada e sou a mais mulher nova a exercer um cargo tão grande dentro da empresa.

ASSIM QUE CHEGO NA EMPRESA, sou recebida pela minha assistente, a Alice.

- Bom dia Anne, como passou o final de semana?

- Trabalhando, como sempre e você?

- Não deu para aproveitar muito pois minha irmã terminou seu noivado, então tive que ouvir toda a sua ladainha... Já é a quarta vez que eles terminam, mas desta vez ela disse que será a última. Ela ficou ainda mais puta pois isso aconteceu faltando duas semanas para uma mega viagem que os dois estavam planejando há cerca de uns 5 meses.

- Poxa, apesar de tudo ela está bem?

- Está com raiva, muita raiva, o filho da mãe a traiu com uma amiga em comum.

- Bota filho da mãe nisso hein?! Na verdade, os dois foram...

- Concordo. Então ela está querendo pegar esta viagem para ir à forra, vai gastar todo o dinheiro que eles investiram e se duvidar ainda volta casada. Só falta achar uma companhia. Queria muito ir, mas minhas férias estão longe. Mas espera aí, não é você que tem que tirar férias?

- Sim, tenho... Estou com duas vencidas e estão me atormentando... Não quero sair, tenho muita coisa para resolver, estou até propondo para eles tirar apenas no papel, nem que eu fique trabalhando de casa. Mas estão implicando com esta minha decisão, pois já que agora eu ocupo um "papel importante" na empresa tenho que dar exemplo e assim garantir que não tenhamos nenhum processo trabalhista e blá, blá, blá.

- Então filha!!! Aproveita e viaja com minha irmã. Assim você me ajuda, só para garantir que ela não faça nada de muito errado e assim você aproveita para descansar um pouco.

- Eu?? Imagina!!

- Por que não? Vocês já se conhecem, já saímos juntas, se lembra?

- Sim, sua irmã é muito divertida, por isso não quero atrapalhar a viagem dela. Não sei se seria uma boa companhia, ultimamente a única coisa que sei falar é sobre trabalho.

- Mais um motivo para você ir, do jeito que ela está ensandecida vai querer ir para balada toda noite e você sabe que o que você está precisando mesmo é de UMA BEM DADA, vai?

- Que isso???

- Eu sei que faz tempo que você não encontra um gostosão que te pegue de jeito.

- ALICEEEE!! – Respondo envergonhada, na certeza de que já estou vermelha.

- Viu como estou certa, senão você não ficaria tão sem jeito assim.

- Ok... Você está certa... Mas isso não significa que tenho que viajar para encontrar um cara que me satisfaça.

- Claro que sim... Anne, você estará em um lugar paradisíaco, longe de todos que você conhece e que tem que mostrar esta sua pose de profissional de sucesso, então tudo o que você fizer lá, ficará lá. Você poderá barbarizar com vários boys e depois voltar linda e loira para casa, sem que ninguém nem desconfie.

- Não sei...

- Vai boba, aproveite por mim... Aproveita que lá o celular provavelmente não pegará e assim não correrá nem o risco de alguém te atormentar.

- Vou pensar no seu caso... Agora me deixa trabalhar que estou atolada.

- Ok... Mas não pensa que me expulsando da sua sala, conseguirá com que eu desista disto, viu!?

Nem respondo para ela, sei bem que ela ficará no meu pé até que eu aceite sua proposta.

Fiquei bem tentada a fazer esta viagem, seria uma ótima chance de relaxar um pouco. Faz muito tempo que não tiro umas boas férias, aliás viagem assim acho que nunca fiz.

Sempre tentei ser reservada, apesar de que a Alice me ensinou a me soltar um pouco. Antes dela só tinha beijado dois garotos enquanto ainda estava no ensino médio. Na faculdade só pensava em estudar e estudar. Não saia de casa por nada.

Logo que a Alice entrou no escritório, ela começou a organizar os Happy Hours, foi ótimo, pois deixou a equipe mais unida. Para mim foi melhor ainda, pois assim ganhei uma ótima amiga. Um dia ela insistiu tanto que eu resolvi sair com ela e suas amigas, foi aí que senti um pouco o sabor da liberdade, mesmo assim, são poucas as vezes que eu me permito sair à noite para beber e quem sabe levar um homem gostoso para a cama?

Apesar de ser tímida e pouco confiante nos meus atributos, sei que sou seletiva. Escolho a dedo as pessoas com quem me relaciono. Geralmente homens que eu sei que não esperam nada a mais do que uma boa noite de sexo. Opto pelos mais maduros, que sabem que o relacionamento não passará daquilo, que depois não fique me cobrando nada, de preferência que nem peçam meu telefone. Pode-se até dizer que eu apenas uso os homens, tudo bem, uso mesmo, pois no momento não tenho tempo nenhum para relacionamentos a longo prazo.

CLARO QUE ATÉ O final do dia a Alice me convenceu a ir na viagem com sua irmã, apesar de preocupada em deixar meu trabalho parado, estou entusiasmada com o que pode acontecer. Não quero nem saber, por alguns dias farei de tudo para esquecer quem eu sou e aproveitarei cada segundo das minhas tão esperadas férias.

Os dias passam apressadamente e eu corro o dobro para dar conta de tudo e ainda me organizar para viajar, afinal, faz tanto tempo que não viajo que preciso comprar tudo: roupas casuais, biquínis, saídas de praia, óculos de sol, enfim, quase tudo o que eu for levar.

Então durante a semana intercalo algumas horas dos meus almoços em sanduiches sem sair da frente do computador e visitas ao shopping com a supervisão da Alice para comprar minhas coisas para a viagem.

Ela faz um ótimo papel não me deixando comprar nada que ela julga me deixar "velha" ou que não esteja de acordo com o meu corpo ou que não combine com meu tom de pele ou cabelo.

Sou magra e alta, com a pele bem clarinha com algumas sardas e cabelos ruivos. Tento fugir daquele estereótipo de usar apenas vermelho ou verde, o que dá um pouco mais trabalho na hora de escolher o que comprar. O mais difícil é que não tenho tanta fartura nos seios, então tenho que optar por modelos que valorizem meus limõezinhos, que deem um certo volume aos pobrezinhos, fazendo com que seja escolhido até biquínis com enchimento. Que tristeza... kkkkkk.

NO FINAL DAS DUAS SEMANAS e com as malas prontos, encontro com as duas no aeroporto já usando um dos modelitos escolhidos pela Alice. Assim que chego ela praticamente grita:

- Amiga, você arrasou!!! Está linda.

- Obrigada. Como vai Alicia? – Sim, uma chama Alice e a outra Alicia. A mãe de ambas teve esta excelente ideia, já que as duas são gêmeas.

- Agora muito melhor, ainda mais por torrar toda a grana que aquele filho da puta colocou nesta viagem... Kkkkkk. – Ela ri nervosamente. Não sei se ela está tão feliz assim.

- Isso mesmo, vamos aproveitar tudo, assim você dá o troco nele em grande estilo.

- Ahhh, pode ter certeza que eu darei e como darei.

Nos despedimos da Alice e embarcamos depois de fazer todo os tramites do check-in. Logo na sala de embarque percebo que em um belo rapaz não tira os olhos de nós. Caramba, deste jeito deixarei a Alice trocar todo o meu guarda-roupa, suas escolhas estão atraindo a olhares logo cedo. Faço uma anotação mental para usar este conjunto durante a viagem novamente.

A Alicia escolhe ficar na janela, eu até a agradeço, pois prefiro imaginar que estou em outro lugar que não seja um avião, então não olhar pela a janela ajuda nesta tarefa.

O rapaz que nos olhava no saguão sentou-se próximo a nós e percebo que de tempos em tempos ele olha para trás.

Até que ele toma coragem e vem ao nosso encontro.

- Bom dia lindas garotas, estão fazendo boa viagem?

- Sim ótima. – Ela responde.

- Me chamo Lucas.

- Prazer, sou a Anne.

- E eu Alicia.

- O prazer é todo meu... Anne, será que poderia te pedir um favor?

- Favor? Claro, se estiver ao meu alcance... – O que este moço pode me pedir??

- Será que você poderia trocar de lugar comigo? Gostaria muito de conhecer melhor sua amiga...

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RECADINHO DA AUTORA NORA EVANS:

Já leu WAKE ME UP? Então prepare-se para se apaixonar por um romance quente, envolvente e com um toque de humor.

Visite meu perfil e confira a estória completa. eleanora_evans

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