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(Hoje a noite não tem luar) Capítulo 4


(Hoje a noite não tem luar) Capítulo 4

Escrito por Krasniak

A noite já caíra a muito na beira da praia, e ainda assim o grande número de pessoas na rua não diminuía em nada. O tempo, apesar de muito frio, também não era capaz de deter a multidão de pessoas presentes ali, todas parecendo extremamente animadas com as compras para as datas comemorativas que logo chegariam.

Mariana, por outro lado, à procura de um banco em meio ao aglomerado de pessoas, não se sentia nada confortável. Toda a multidão lhe espremia entre uns e outros, todos sempre com pressa, sempre mal notando por onde passavam. Suas pernas já não se mexiam por conta própria, e, antes cansadas de um dia longo de trabalho, agora estavam de debater-se entre tantas outras.

A praia à sua direita não lhe passava despercebida. Vazia de corpos, mas cheia de lembranças, brilhava com suas ondas em contraste com a escuridão da noite sem luar. Mariana, na verdade, incompreendia as memórias. Não queria tudo aquilo passando por sua mente, queria, como dissera anteriormente para si mesma, superar. Ela estava passando por essa fase muito bem, na verdade. Um passo de cada vez, e quando via já se distanciava das recordações insistentes. Mas, ali, no cenário de memórias do passado, onde tudo começara, era impossível não se render às relembranças que castigavam sua mente em busca de espaço.

Ela suspirou pesadamente enquanto derrubava o corpo em um dos poucos espaços livres ao redor da fonte decorativa. Nela, dois amantes se abraçavam enquanto um jato de água explodia por seus corações. Quem dera que fosse tão fácil assim, pensou ela. Nunca entendera o verdadeiro significado de amor. Por que, enquanto estava com ele, sentia-se em pedaços, mas, já longe, tinha que lutar para esquecer toda a vontade de voltar? Por que tinha que repreender todos os sentimentos em vez de senti-los? Mas Mariana, garantindo a si mesma, já estava aperfeiçoada à arte de esquecer Pedro, e ele também.

Não era pouca coincidência os dois estarem ali, a fitar o mesmo mar, na mesma rua, mas em lugares e situações diferentes. Enquanto ela tentava apenas descansar a cabeça de tantas pessoas que a rondavam, Pedro procurava encontrar em um sequer rosto algo conhecido. Não tinha sucesso, todos estavam vazios demais para ganhar uma remessa de Pedro; ele nunca os transbordaria como já fizera antes. Ele agora era apenas mais um rapaz qualquer cujas coisas tinham dado errado e que tentava dar a volta por cima. Sem mérito, sem grandes feitos. Uma vida tranquila, como ele desejara. Mas, se era isso que ansiava desde muito, por que se sentia tão incompleto? Por que ainda precisava buscar em alguém força para prosseguir? Ele sabia muito bem as respostas. Porque encontrara o que precisava, encontrara assim, em um dia qualquer, carregado de desilusões, mas encontrara. Naquele mesmo dia, seu peito se queixava de solidão, a mesma coisa que fazia agora. Fora ingênuo demais, deixou seu complemento ir da mesma forma fugaz que chegou. Pensou que, já inteiro, poderia refazer-se, mas não. Não teve consciência de que inteiro só seria estando ao lado de quem lhe deixara assim.

Era tarde, e os dois compreendiam. Eram tão parecidos. Mentiram a si mesmos garantindo que tudo estava bem, que tudo havia chegado ao fim e que aquilo só fora mais uma história de amor incompreendida. Agora, ali estavam, ambos, a queixar-se enquanto as ondas traziam à tona pedaços do passado. Mas a correnteza era muito forte, mal tinham tempo de olhar e relembrar e tudo já submergia.

E, por estar tão perturbado com esses pensamentos, Pedro andou. Andou mais do que se deu conta, andou como se soubesse exatamente para onde ia. Correu à praia, para lá, naquele exato lugar, com as mesmas ondas e o mesmo céu coberto de nuvens, juntando, um a um, todos os pequenos pedaços de memória que o envolvia. Queria apenas gritar; queria se desprezar por ser tão ingênuo como fora. Não, não fora ingênuo, fora inconsequente, sabia o que estava fazendo, e mesmo assim o fez. Fez, sem pensar nas consequências, sem calcular no que resultaria. Mas sua espontaneidade não fora a culpada. Não fez nada disso por impulso, fez porque queria sentir as rédeas de sua vida novamente. Só fez porque queria a independência que um relacionamento lhe tirara. Mas ali, naquele momento, nada mais importava do que ter novamente Mariana em seus braços. Não para quando precisasse de ajuda, nem para remendá-lo dos traumas do passado, a desejava apenas para complementar a falta que ela fazia em seu coração.

As palavras de superação que anteriormente dissera já tinha se esvaído há muito tempo. Como poderia superar algo enquanto até o ar que respirava era carregado de lembranças dos dois? Pedro não podia superar, porque o que sentia em seu peito era o mais profundo amor que já sentira. Mesmo maltratado, mesmo remendado por todos os ângulos, mesmo sendo defeituoso. E Mariana nunca pedira mais do que isso. Nunca pedira mais do que o amor, que, mesmo com erros, era equivalente ao que ela sentia.

É certo que Pedro sentia que a usara até não restar mais nada, mas isso já não parecia tão verdade. Agora, provavelmente, ela estaria aproveitando a sua vida da forma como sempre desejara. Talvez ainda se lembrasse dele quando um ou outro rosto familiar cruzasse seu caminho, talvez se sentisse feliz com as memórias. Ou não.

Não que o relacionamento tenha sido de todo ruim, ele não foi. Nada deu errado, mas nada deu certo também. Nada o prendeu, e nada o mostrou que valia a pena. E Pedro sabia, sabia que não valeria a pena. Entendia que, em seu estado emocional, só podia lamentar. Achava que completo e pronto para amar só estaria depois de tudo passar. Mas tudo passou, e ele estava longe de ter consertado um só pedaço de seu interior.

Mariana não estava muito diferente. Apesar de ter controlado o emocional e ter feito de tudo para encobrir as lembranças, muita coisa ainda passava por sua barreira e a levava a campos proibidos de recordação.

Ela não aguentou ficar ali, presa àquela multidão enquanto a praia dos seus maiores sonhos a esperava abertamente. Correu para lá, e mal sabia por que foi. Queria sentir mais uma vez aquela areia macia em seus pés, ou até mesmo tocar os pés na água congelante do mar de inverno. Não sabia por que, só queria estar naquele lugar.

Os dois estavam tão perto fisicamente, mas a verdade é que milhas de distância os separavam. Já não conheciam mais um ao outro tão bem, e, apesar de Pedro desejar mais do que nunca vê-la novamente, ela não queria isso. Não queria porque já estava cansada de procurá-lo, já não sabia mais onde procurar, e ainda não o tinha para si. Nada sairia dali, porque Pedro não teria coragem para voltar aos velhos hábitos, e Mariana muito menos. Queriam, assim, meio escondidos, nas noites solitárias ou em momentos de saudade, mas nenhum dos dois seria capaz de sequer argumentar, expor as cartas na mesa e se redimir. O que passou não voltaria nem por todo desejo do mundo, nunca seria igual, nem mesmo agora que necessitavam de um ao outro para se sentir bem. Nem mesmo agora.

Então era o fim, ali onde também fora o começo. Não demoraram a se avistar, e também não controlaram os olhares deprimidos e culposos que exibiam no rosto. Ali, entre eles, uma praia e uma noite sem luar, dois corações explodiam e estrondavam com os mesmos sentimentos destruidores.

Houve um toque, uma interação e um adeus. Os dedos de Pedro encontravam brevemente os caminhos que estavam acostumados a percorrer pelo rosto dela. As respirações ritmadas e fora de ordem combinavam, e os olhares lutavam para se separar. Já estavam longe há tanto tempo, por que não poderiam finalmente morar na eternidade da apreciação do olhar de ambos? Sentiam tanto a falta um do outro, sentiam-se vazios e não queriam continuar sem complemento.

O amor deles, na verdade, não fora nada bom. Conseguiram, com ele, saciar a si mesmos, mas não ao outro. Logo estavam ali, com as mesmas intenções. Queriam a calma e a tranquilidade que tinham anteriormente, mas nem estavam preocupados com a que o outro poderia precisar. Sim, fora assim mesmo que a construção das novas pessoas que eram foi criadas: pela de destruição do passado. Mas ele fora destruído, apagado, excluído, não exterminado. Os seus cacos ainda existiam, e agora espetavam cruelmente o coração de ambos. E não havia nada que poderiam fazer, o corte já era muito profundo para levar apenas um curativo.

E por que, já que amavam e necessitavam tanto um do outro, não ficavam apenas juntos de uma só vez? Porque sabiam que, não importava quantas vezes tentassem, sempre estragariam tudo. E era aquele o fim, apenas um leve e demorado toque de mãos em face. Logo estavam afastados e com uma distância interior impercorrível. Mariana olhou uma última vez em seus olhos, olhos esses que ela já vira possuir tantas expressões, mas que, naquele momento, da bagunça interior de Pedro, nada relatavam.

Quando perguntou, não queria realmente saber a resposta. Queria ver se era capaz de dizer aquilo em voz alta. Se doía só de pensar, excruciava de falar. Disse brevemente, com os olhos fechados em lamento;

— Já é tarde demais, não é?

Pedro gostaria de ter respondido, de ter, ao menos uma última vez, feito o que queria, mas nada fez. Balançou a cabeça enquanto sentia seu peito ganhar uma nova remessa de cacos de vidro.

O olhar dos dois ainda estava ligado, e, por ele, despediram-se um do outro enquanto o amor lançava, sem sucesso, laços invisíveis na direção do outro corpo. Não houve fios de lágrimas, nem esboços de sorriso, houve apenas um misto de emoções que lutavam para ficar escondidas enquanto um assistia o outro ir embora, e não só dali, mas para sempre.

No céu, só havia estrelas, mas não que fizesse tanta importância. Nenhum dos dois nunca mais sentiu o mesmo prazer de admirar o céu sem o outro. Não havia mais sentido. Arrependeram-se milhares de vezes, mas aquilo bastou. Foi o final ideal para quem não esperava um começo, foi destruidor, mas os dois já haviam aprendido um com o outro como lidar com suas partes quebradas, e, juntos, mesmo estando separados, se refizeram.

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O conto chegou ao final, e eu gostaria de agradecer imensamente à Aretha — pela oportunidade maravilhosa — e a vocês — por todos os votos e leituras. Este conto foi muito importante para mim, de uma maneira que nunca serei capaz de explicar. Me fez ver as coisas por outro ângulo e me deu vontade de retomar a tentativa de fazer tudo o que eu havia desistido. Espero que tenham gostado tanto quanto gostei de escrever. E, enfim, obrigada por cada leitura e pelo voto de confiança. Até uma próxima!

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Agradeço a participação de Krasniak com esse conto lindo de uma música maravilhosa! Gostaram? Sigam  no Wattpad.

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