(Freeze you out) Capítulo 4
(Freeze you out) Capítulo 4
Escrito por Taty Brasil
Saí da casa e segui pelo caminho de pedra, que me levaria mais rápido até o estacionamento. Como ainda era muito cedo, não encontrei uma alma viva pelo caminho, e logo cheguei à saída do haras. Graças a Deus um caminhão de entregas passou por mim e pude voltar para casa antes que o Chris notasse meu sumiço e me encontrasse.
No fundo, eu sabia que não estava fazendo a coisa certa, e que iria me arrepender dessa decisão mais tarde, mas o medo do que eu estava sentindo foi tão forte, que entrei em pânico e me apavorei.
Só de pensar em me apaixonar novamente, e que esse novo amor pudesse ser outro homem louco, ou pior, um predador emocional que me faria apaixonar por ele e depois me deixar dependente desse amor, me enlouqueceu. Prometi para mim mesma, no túmulo dos meus pais, que nunca mais passaria por isso, e vou lutar de todas as formas para honrar essa promessa.
Como eu sabia que ele iria me procurar quando percebesse que eu tinha ido embora, arquitetei um plano, onde eu iria me esconder até que eu colocasse minhas ideias no lugar e conseguisse agir da forma mais sensata possível.
Só que antes, eu precisava justificar a minha ausência no meu trabalho sem correr o risco de perdê-lo. Com a cara e a coragem, liguei para o meu supervisor e inventei a desculpa de que eu precisava viajar alguns dias por motivos familiares.
Pronto, agora era só colocar meu plano em prática. Arrumei minha mala com algumas trocas de roupas e uma pequena nécessaire com produtos de higiene e medicamentos. Fechei bem a casa e segui rumo a um pequeno hotel fazenda, que ficava há quase uma hora dali.
Assim que guardei minha mala e liguei o carro, ouvi meu celular tocando dentro da minha bolsa. Eu já sabia quem estava ligando e era óbvio que eu não iria atender. Depois de mais três tentativas de falar comigo, acho que finalmente entendeu que eu não iria atender e deixou uma mensagem.
AMANDA
PRECISAMOS CONVERSAR. NÃO FUJA DE MIM, POR FAVOR.
ESTOU INDO ATÉ AÍ... E NÃO ADIANTA ME PEDIR O CONTRÁRIO.
BJS
CHRIS
Sequei as lágrimas que ainda insistiam em cair, e não me permiti chorar durante todo o percurso. Apenas foquei no meu caminho e na paisagem repleta de plantações de milho e girassol, bem típica dessa região.
Por ser segunda-feira o trânsito estava calmo, o que me permitiu chegar à fazenda antes do esperado. Como não tinha visto nenhuma foto do lugar, eu não tinha ideia de como ela era, e adorei o que vi quando estacionei e desci do meu carro.
Uma típica fazenda americana, com um celeiro em madeira vermelha, várias vacas pastando em um pasto verdinho e uma casa encantadora bem no estilo de fazenda americana, toda em madeira branca com grandes janelas de vidros quadradinhos. Ah, e eu não poderia esquecer da varanda com várias cadeiras de balanço. Se não fosse a angústia que eu estava sentindo, eu iria adorar tomar um chá sentada em uma dessas cadeiras, acompanhada de um bom livro.
Logo na entrada conheci os donos da fazenda o senhor e a senhora Kennett, que foram muitos simpáticos e atenciosos, mas como eu não estava bem preferi fazer o meu check-in e me trancar no quarto.
- Seja Bem-Vinda querida, você gostaria de comer alguma coisa?
- Obrigada, Sra. Kennett, mas eu estou cansada da viagem e prefiro ir pro meu quarto.
- Tenho uma coisa aqui que tenho certeza que irá te animar. - Ela saiu e logo voltou com um potinho de sorvete em mão. - Leve isto com você, tenho certeza que irá te fazer muito bem.
Agradeci pela sua gentileza e subi para o meu quarto. Nem mexi na minha mala, apenas liguei a TV e deixei em um filme qualquer que estava passando.
Eu me conheço muito bem, e sabia que se parasse pra pensar no Chris, a qualquer momento eu iria surtar. Então achei melhor tomar um dos meus poderosos calmantes e tentar dormir.
Com o potinho de sorvete em mãos, me deitei e comecei a tentar prestar atenção na TV, o que não aconteceu, e assim que terminei de comer acabei dormindo.
Acordei assustada com um gatinho branco lambendo meu rosto, e só então percebi que tinha dormido com a TV ligada e com o pote de sorvete em mãos, que apesar de estar vazio conseguiu fazer uma meleca na cama.
Acariciei e comecei a conversar com o gatinho, e assim que olhei para o relógio na parede do quarto, me assustei com a hora.
O remédio fez o seu papel e me derrubou, e como já tinha perdido o café da manhã, corri para que eu também não perdesse o almoço, que como de costume nas fazendas seria servido mais cedo.
Sorri quando entrei no banheiro e vi uma banheira. Como eu tinha chegado da viagem e ido direto para a cama não a tinha visto. Tomei um banho de banheira quentinho e desci a procura da cozinha onde eram servidas as refeições.
Encontrei com a dona Beth no corredor terminando de fechar a porta de um dos quartos.
- Bom dia menina! Você sumiu ontem. O que aconteceu com você?
- Bom dia Senhora Bennett! Acabei desmaiando literalmente. - Dei um sorriso sem graça. - Pior que fiz uma pequena bagunça de sorvete na cama, me desculpe.
- Esquece esse senhora pelo amor de Deus, me chame apenas de Beth. Quanto a cama suja, não tem problema minha querida, espero que pelo menos esse sorvete tenha te animado - falou sorrindo e acariciando o meu braço. - Eu percebi que você não chegou muito bem, até conversei com meu velho que estava preocupada com você.
- Obrigada, mas não precisa se preocupar comigo, eu estou bem, é que a minha vida está meio de penas pro ar e eu não sei o que fazer.
- Oh menina, você é tão jovem, porém sinto que você tem uma história de vida muito pesada - falou preocupada.
- E bota pesada Beth. Minha vida é muito complicada - respondi assustada com a sua declaração.
- A Micheli fez um almoço delicioso que logo será servido. Porque você não desce e se junta com o restante dos hóspedes na sala de estar. A filhinha dela está tocando piano, e olha que a danadinha é boa - falou sorrindo.
Desci e fiquei os próximos minutos com os ouvidos e os olhos vidrados numa pequena menininha, que não parecia ter mais que cinco anos e tocava lindamente.
Depois do almoço, que realmente estava delicioso, resolvi ir conhecer a propriedade. Uma colega também funcionária do supermercado, comentou que já tinha passado um final de semana aqui e tinha adorado, e realmente o lugar é encantador.
A principal atividade deles é o gado leiteiro e uma pequena plantação de milho. Para os hóspedes, além de passeios de bike e a cavalos pelas redondezas, eles oferecem também várias atividades integradas às rotinas de trabalho.
Cheguei toda suja ao anoitecer, depois de ajudar a dar mamadeiras para alguns bezerros e ajudar o senhor Bob, marido da Beth, a plantar algumas mudas de verduras e legumes. Estava muito cansada e como tinha exagerado no almoço, resolvi não jantar e a Sra. Beth, mais uma vez, foi muito carinhosa e me trouxe um chocolate quente com alguns biscoitos.
Essa fuga me fez tão bem, que dormi como uma pedra e se não fosse novamente pelo gatinho lambendo meu rosto, eu teria perdido o café da manhã outra vez.
- Ah seu danadinho! Me acordou de novo. - Brinquei, acariciando seu pelo branquinho.
Me levantei e depois de me arrumar, desci para começar mais um dia.
- Bom Dia, Beth! Um esse cheirinho de café está maravilhoso - falei dando um beijinho no seu rosto.
- Bom Dia, querida. Pelo visto você já conheceu a Lily - falou sorrindo e pegando o bichinho do meu colo. - Que bom te ver animada desse jeito. Dormiu bem?
- Muito bem, e se não fosse essa coisinha linda tinha perdido o café da manhã de novo - falei sorrindo e fazendo um carinho na cabeça do bichano.
- Essa safadinha te acordou? Esqueci de te avisar para fechar a janela pra ela não entrar.
- Deixa ela, adoro animais, e adorei ser acordada com um beijinho de bom dia - falei sorrindo.
- Vem vou te servir o café da manhã, a Micheli foi ajudar o marido a cuidar de uma égua prenha que tá dando trabalho, então você vai ter que se contentar com o meu café. - Brincou.
- O Bob tá na horta de novo? Adorei ajudá-lo ontem e se não tiver problema gostaria de ir lá novamente pra ver se posso ajudá-lo.
- Meu bem, você está aqui para se distrair não pra trabalhar. Se quiser posso chamar o Dylan para te fazer companhia e dar um passeio a cavalo com você.
- Eu vou adorar fazer esse passeio mais tarde, mas se não tiver problema eu gostaria de ajudar o Bob. Ajudá-lo ontem me lembrou de quando eu fazia isso com meu pai e isso me fez um bem danado.
- Se você prefere assim, por mim tudo bem. Ele está lá de novo, adubando a terra para replantar algumas mudas de temperos.
O achei conversando com seu filho na entrada da horta, que por ter vários animais soltos como galinhas, patos, gatos e cachorros, era toda cercada por uma tela colorida.
- Bom dia, Bob! - falei alto e acabei o assustando.
- Pelo amor de Deus garota, tá querendo deixar a Beth viúva. Não tenho mais idade pra levar susto - falou colocando a mão no coração e brincando.
- Desculpa Bob. - Dei um beijo no seu rosto - Não queria te assustar nem atrapalhar vocês.
- Você não atrapalhou nada, só vim informar meu pai que tive que chamar uma pessoa pra ajudar a resolver um problema no curral. Agora deixa eu ir lá que daqui a pouco ele chega. - Se despediu e nos deixou sozinhos.
- Tenho um orgulho danado desse turrão - falou olhando seu filho distanciar - Muitos jovens na idade dele não iria querer ajudar seus velhos a cuidar de uma fazenda como essa.
- Pelo pouco que conheço vocês, isso é fruto da educação que vocês deram a ele. Parabéns por isso meu amigo - falei agarrando o seu braço.
Conversamos bastante ontem, e fiquei muito emocionada com a história de vida dessa família. Acabou que nos tornamos amigos.
Comecei a ajudá-lo novamente a cuidar da horta, e quando estava na hora do almoço o Dylan, filho da Micheli, veio nos chamar para almoçar.
- Bob, a tia Beth mandou chamar vocês pra almoçar, e disse que se eu voltasse sem o senhor ela não ia me dar sobremesa hoje - falou preocupado.
- Quem vê pensa que ela iria ter essa coragem - falou rindo e batendo as mãos no joelho para limpar a terra. - mas vamos lá, antes que quem fique sem a sobremesa seja eu.
- Você é a Amanda, não é? - Me perguntou sem jeito e eu acenei com a cabeça. - Ela pediu também pra te avisar que os cavalos já estão prontos para o nosso passeio.
Assenti rindo para o menino e voltamos conversando para a casa. Depois de um almoço delicioso, o Dylan e eu fomos para o nosso passeio a cavalo pela propriedade. Ri muito do moleque, que no auge dos seus 15 anos e com os hormônios a flor da pele, só falava de uma menina que estudava com ele, chamada Tess. Acho que ele encontrou o seu primeiro amor, e espero sinceramente que ele seja feliz.
Voltamos e quando estava subindo a escada para tomar um banho, escutei a Beth me chamando da cozinha. Corri para ver o que ela queria e acabei derrubando o meu celular quando vi quem estava com ela.
- Boa noite, Amanda - falou com sua voz grossa me encarando.
- Boa noite, Chris. Como você me achou? - perguntei assustada e muito curiosa.
- Coisas do destino minha cara - falou se aproximando de mim e me dando um abraço apertado.
- O Will o chamou pra cuidar da Ásia. A égua está desde ontem em trabalho de parto e devido a alguns problemas, os veterinários daqui não conseguiram induzir o parto. O Chris está muito famoso na região por conseguir feitos digamos que meio impossíveis e foi muito bem indicado para nós.
- Minha nossa! Como esse mundo é pequeno. - exclamei um pouco alto - Desculpa, preciso de um banho - falei saindo.
- Espera Amanda. - O Chris falou segurando meu braço. - Por favor, precisamos conversar.
- Depois, preciso pensar e tomar um banho - falei subindo a escada correndo.
Entrei no meu quarto e comecei a andar de um lado para o outro. Putaquepariu, como esse mundo é pequeno. Tantos veterinários por aí e eles tinham que chamar logo o Chris. E agora o que eu faço?
Posso estar sendo dramática, mas não imaginei que fosse encontrá-lo agora, não tive tempo nem de parar pra pensar em tudo que está acontecendo, e não sei o que fazer. Oh meu pai! Me ajuda, me ilumina e me mostra um caminho.
Assim que termino de fazer essa prece, escuto uma batida na porta do meu quarto.
- Amanda, abre essa porta, por favor. Não vou sair daqui até você abrir. - E continuou batendo.
Para evitar um escândalo, abri e o encarei.
- Por favor, conversa comigo. - Pediu.
Abri a porta dando passagem a ele e a fechei em seguida.
- Desculpa, por ter sumido - falei envergonhada e de cabeça baixa.
- Você não tem que me pedir desculpas. Eu só queria entender - falou me abraçando.
- Eu já te contei minha história Chris, você sabe mais da minha vida do que muitos amigos que ficaram no Brasil.
- Eu sei da sua história, mas eu queria entender o que se passa aqui dentro - falou apontando o dedo na minha cabeça e depois no meu coração.
Comecei a chorar, deixando todas as minhas dúvidas se transformar em lágrimas.
- Qual é o problema? - perguntou falando mais alto - Você não me quer, é isso?
- Não é isso. - respondi gritando e batendo no seu peito - É exatamente o oposto, eu te quero tanto que tenho medo. Eu sofri durante anos por causa de um homem e não tenho coragem de me entregar novamente.
- Me dê uma chance de mostrar que não sou igual a aquele filhodaputa. - Segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou desesperado.
Depois desse beijo, desiste de lutar contra o desejo louco, que desde o dia que o vi vem me atormentando.
- Eu preciso de um banho, estou toda suja de terra - falei me distanciando e mostrando o estado que a minha roupa se encontrava.
- Bom - falou começando a desabotoar a minha calça - Acho que eu posso te ajudar com isso.
Em silêncio, ele começou a tirar a minha roupa e depois de também se despir, me pegou no colo e carregou até o banheiro.
- Fica quietinha aqui, enquanto eu preparo nosso banho. - Depositou um beijo nos meus lábios.
Com agilidade, ele preparou tudo e juntos nos acomodamos dentro da água.
- Vem aqui - falou me chamando - Você está muito longe, vira de costas pra eu te lavar.
Fiz o que ele me pediu, e recebi uma massagem nas costas muito relaxante. E não parou por aí. Ele me abraçou de costas, e começou um torturante carinho nos meus seios.
- Sabe, eu nunca senti nada parecido. Eu não sei como você faz isso, mas toda vez que você me toca, parece que liga um botãozinho no meu cérebro, que deixa todos os meus sentidos em alerta, louco de tesão por você. - Sussurrei com a cabeça deitada no seu ombro.
- É exatamente essa a intenção. Fazer com que o seu corpo e a sua alma me reconheçam - falou rouco no meu ouvido.
Carinhosamente, ele começou a fazer movimentos circulares na minha buceta, e nem tive tempo de recuar e tentar prolongar o meu prazer.
- Vai Meu Sol, goza pra mim. - Pediu.
Pedido feito, pedido aceito. O meu gozo veio rápido, mas muito intenso, e nem sei como consegui manter o som da minha voz baixa.
Me virei de frente, e mesmo sem muito espaço, sentei no seu pau.
- A melhor sensação da vida. - Exclamei.
Comecei a me movimentar com rapidez, louca para dar a ele um pouco do prazer que eu estava sentindo.
- A minha linda, se você continuar nesse ritmo, eu não vou conseguir segurar por muito tempo. E eu quero te ver gozar novamente, e dessa vez no meu pau.
- Então meu lindo, me mostra o quanto você está gostando, porque eu já estou quase lá novamente.
Apertando forte a minha cintura, ele comandou os meus movimentos, e gozou forte dando uma leve mordida no meu pescoço. Eu nunca imaginei na vida que fosse sentir tesão com uma coisa dessas, mas essa mordida foi o clímax pra que eu gozasse também.
- Ah. Gostosa demais. - Exclamou gozando - Não consigo mais ficar sem isso, Meu Sol.
Depois de nos amar em silêncio, na medida do possível, terminamos de tomar nosso banho e descemos para jantar.
- Até que fim vocês desceram. Eu já estava desesperada achando que vocês tinham se matado. - A Beth falou sorrindo.
- Foi por pouco Beth - respondi um pouco envergonhada, era nítido que ela sabia o que tinha acontecida lá em cima.
- Eu já servi o jantar, porque não podia deixar os outros hóspedes esperando, mas guardei a comida de vocês. Venham que vou servi-los.
A seguimos até a cozinha e comemos tranquilamente enquanto ela nos contava algumas coisas sobre a fazenda.
- Você vai passar a noite conosco, Chris?
- Eu bem que queria, mas preciso voltar, tenho que resolver algumas coisas no meu rancho que não podem esperar. E quando você volta? - perguntou me olhando.
- Eu até voltaria com você agora, mas não gosto de dirigir a noite.
- Então volta comigo. Amanhã bem cedo peço pra alguém buscar seu carro. - Pediu segurando a minha mão.
- Imagina. Vai dar muito trabalho. Eu volto amanhã cedo.
- Deixa de frescura, de que adianta ter dinheiro se a gente não pode ter esse tipo de regalia. Está decidido, você volta comigo e amanhã alguém busca seu carro. - Decretou.
Juntei as minhas coisas e me despedi do pessoal da fazenda.
- Obrigada, Beth. Esses dias foram maravilhosos e muito importantes pra mim - falei lhe dando um abraço.
- Adorei te conhecer querida, volte outras vezes pra nos ver. - Pediu.
- Volto sim. É uma pena não poder me despedir do Bob, dá um abraço nele por mim, e diga que agradeço pela paciência que ele teve comigo esses dias.
- Aquele velho dorme muito cedo, mas pode deixar que dou seu recado a ele.
Saí de lá tranquila, apesar de todos meus conflitos internos, e decidida a deixar rolar minha relação com o Chris.
Durante as várias semanas que se seguiram, nos encontramos quase que diariamente. Nos dias em que eu trabalhava, ele me pegava depois do meu trabalho e sempre me trazia de volta pra casa a noite. Nos dias da minha folga, ficávamos direto no rancho curtindo a natureza e os animais.
De uma hora para a outra a minha vida mudou totalmente, eu que era a garota solitária que pedia para que os dias de folga chegassem logo para ficar sozinha e reclusa, se tornou a garota ávida pelos seus momentos de folga.
Na maioria das vezes, seguíamos para o rancho e depois de cavalgarmos, acabávamos na sua cama. Nos amamos diversas vezes pela propriedade, na cachoeira, no celeiro, na baia do meu cavalo, e até mesmo no lago. Mesmo não conseguindo me entregar totalmente e de sempre estar com um pé atrás com tudo que ele fazia, estava adorando conhecer coisas e sensações novas.
Em uma manhã de domingo, acordei sentindo alguma coisa fazendo cócegas no meu rosto. Quando abri os olhos, encontrei o Chris passando uma rosa vermelha delicadamente pelo meu rosto e tanto a cama quanto meu corpo, estavam cobertos de pétalas de rosas vermelhas.
- Hummm - resmunguei meio sonolenta - Maldade me acordar cedo no meu dia de folga, espero que seja por uma boa causa - falei passando a minha unha no seu peito desnudo para provocá-lo.
- É por uma ótima causa. - Me deu um beijo. - Que tal se a gente levantar e tomar café da manhã na varanda?
- Café? Eu quero outra coisa - falei o puxando e enfiando a mão dentro da sua calça de pijama.
- Calminha Meu Sol - falou me pegando no colo e me colocando em pé na porta do banheiro - Tenho planos pra essa manhã, e se começarmos com isso agora, sei que não vamos sair daqui hoje. - Deu um tapa na minha bunda. - Vai, coloca uma roupa, que estou te esperando na varanda.
Eu sabia que não adiantava insistir, quando ele coloca uma coisa na cabeça ninguém consegue tirar. Então segui para o banheiro e depois de colocar uma roupa fui a seu encontro na varanda.
A mesa estava posta e cheia de coisas que eu gostava de comer no café da manhã. Só que o que me chamou atenção, foi o seu nervosismo.
- Chris, eu estou ficando preocupada. Primeiro, você recusa uma sessão matinal de sexo, e depois esse seu nervosismo todo. O que está acontecendo? - falei pegando sua mão.
- Eu tenho uma coisa pra te falar e não sei por onde começar. Não quero te assustar, só que não consigo mais ficar assim - Respirou fundo e continuou. - Há muitos anos eu não me envolvia com alguém, faz tanto tempo que perdi até as contas. Eu te encontrei, eu já achava que isto nunca mais iria acontecer e muita coisa mudou. Eu quero ser sincero com você, mas tem algumas coisas sobre a minha vida que eu ainda não posso te contar. O que interessa é que eu estou completamente apaixonado por você, Amanda, e nesse mês que estamos nos conhecendo, vive mais e com mais intensidade do que nesses anos todos da minha existência. Eu te quero perto de mim em todos os momentos daqui pra frente, quero você do meu lado pra poder compartilhar tudo que me foi privado nesses anos todos. Vem morar comigo...
Antes dele terminar essa última frase, minha visão começou a girar. Fechei os olhos com força e respirei fundo pra que eu não desmaiasse ali. Uma por uma, todas as lembranças do meu passado foram voltando, lembranças do dia em que fui pedida em casamento pelo Paulo, que apesar de ser um pouco diferente de hoje, algumas coincidências me assustaram.
Arrumei minha postura na cadeira e sem pensar muito no que responder comecei a falar.
- Eu não quero Chris. Acho melhor a gente parar por aqui, e não se ver mais. - Me levantei e comecei a andar pelo quarto juntando as minhas coisas e enfiando tudo dentro da minha mochila.
- Qual é o seu problema comigo? Eu já te dei tantas provas que sou diferente daquele filhodaputa do seu ex e mesmo assim você não consegue me deixar entrar na sua vida - falou alterado.
- Por que você tinha que estragar tudo? Não estava tão bom do jeito que estava? - perguntei gritando e chorando.
- Estava bom, só que eu quero mais, Amanda. Tudo pode ficar melhor ainda - falou me segurando meu rosto, e só então percebi que ele estava com os olhos cheios de lágrimas.
- Desculpa te fazer sofrer, mas eu não consigo. Um dia você me disse que queria entender o que se passava na minha cabeça e no meu coração. Agora eu te respondo: As feridas que estão aqui. - Bati no meu coração. - E as lembranças que estão aqui. - Bati na minha cabeça - São fortes demais. Eu estou quebrada pelo resto da minha vida, e não quero te levar pro buraco junto comigo.
Ainda bem que eu já estava vestida, pois tenho certeza que teria saído pelada dali. Peguei minha mochila e saí sem ter coragem de encará-lo novamente. A tristeza que vi no seu olhar, a última vez que o encarei, terminou de quebrar meu coração.
Passei três dias trancada dentro da minha casa, chorando e sem comer direito. No quarto dia me obriguei a voltar ao trabalho, não poderia me dar ao luxo de perder meu emprego.
Graças as minhas olheiras enormes, meu chefe acreditou na minha desculpa que estava doente e pelo menos esse problema consegui resolver. Trabalhei o dia todo feito um zumbi e quando estava saindo encontrei a Hilary em frente ao banheiro.
- Nossa Amanda, você tá com uma cara péssima - falou me provocando - Deve ser por isso que o gostosão do Chris te deu um pé na bunda.
- Quem te disse que ele me deu um pé na bunda? - perguntei curiosa.
- Ninguém. Só fiquei sabendo que ele estava indo embora da cidade e deduzi. - Deu de ombros e saiu rindo.
Não. Eu não acredito que ele está indo embora. Cadê o sentimento que ele disse que sentia por mim. Eu precisava tirar essa história a limpo.
Dirigi feito uma maluca, até parar na porta da casa dele na cidade. Parei o carro em frente a sua casa, e o vi colocando uma mala na traseira da sua caminhonete. Desci e assim que bati a porta do meu carro velho, ele percebeu minha chegada.
Só que não tive tempo de fazer mais nada. Um carro preto em alta velocidade, freiou na minha frente e um brutamontes me puxou para dentro do veículo. Comecei a me debater e gritar em desespero, mas o que mais me assustou foi ouvir uma voz que eu pensei que nunca mais ouviria.
- Olá Meu Amor, ainda se lembra de mim?
Estremeci ao ouvi-lo me chamar, pelo apelido que ele usava todas as vezes que me batia.
Fim
Gostei tanto de escrever essa história, que ela acabou criando vida própria na minha cabeça, e estou cheia de ideia e surpresa, portanto em breve começarei a postar a versão estendida dessa história no meu perfil do Wattpad: @tatybrasil TatyBrasil
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Obrigada pelo conto lindo, Taty! Espero que todos te sigam para ver o que mais esta história aguarda. Abraços, Aretha.
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