(Deathbeds) Capítulo 5
CAPÍTULO 5
Escrito por Karol Moura e Rosa da Cruz
Dou um pulo com o toque estridente da campainha, resmungo alto quando vou em direção a porta e talvez salvar algum animal indefeso pendurado em alguma árvore. Considerando a violência e pressa empregada nesse toque, é o que penso estar ocorrendo. Ela não para de tocar, abro com um forte puxão e quem está diante de mim ?
– O que faz aqui? – Meus ombros caem enquanto encosto – me no batente da porta . O grande homem, loiro, olhos azuis, sorriso lindo na mesma proporção e um ar brincalhão.
– Oras , vim ver minha noiva não posso? – Avança e tenta me beijar, o beijo que seria em minha boca , acerta minha bochecha quando inesperadamente viro meu rosto .
Fiz isso por dois motivos : o primeiro foi por que acabei de acordar, mesmo que só se passaram algumas horas desde que dormi ou entrei em coma depois do longo e cansativo dia que tive , e de quebra sonhei com o Sr. Simpático vulgo Dean Vallentin.
E o segundo é que não sinto mais falta dos seus beijos, dos carinhos, e abraços quentes e aconchegantes que costumava mendigar durante algumas noites em que nunca tinha tempo para mim. Eu sei , estou parecendo uma pessoa amargurada , que ficou sentada em sua varanda e viu a vida passar e depois de perder tantas oportunidades viu tarde demais que teria um grande caminho de conquistas e alegrias se não estivesse tão ocupada vivendo de sua insegurança.
Acho que não o amo mais, chego a pensar se um dia cheguei a tanto . Abraço a mim mesma enquanto seus olhos mudam de alegres para frios .
– Que merda é essa Leonor ? – meu peito murcha um pouco . E aí está : não sou mais sua Leo, ou tampinha como me chamava no início. Agora era a Leonor. – O que está acontecendo? – Diz entre dentes.
– Isso está acontecendo! – Aponto o vazio entre mim e ele.
– Não entendo! – Diz e ainda não o deixo passar . Quero terminar isso logo , minha amiga sempre diz que puxar o band aid é o melhor, se doer, será rápido.
– Não está mais funcionando Felipe , essa relação entre nós já está insustentável.
– Não diga besteiras Leonor! – Controla ou tentar controlar seu tom de voz. Afinal de contas ainda estamos no corredor e senhor Frédéric, meu vizinho idoso e um ex atirador de elite pode facilmente colocar Felipe para correr daqui. O homem sabe ser ameaçador quando quer. – Vamos nos casar!
– Não, não vamos! – Coloco o cabelo atrás de minha orelha e olho em seus olhos. – Nós sequer nos vemos e nossa relação já não existe.
– Você sabe que ando ocupado com as reuniões no escritório, estamos para fechar um grande negócio. Um negócio milionário.
– E suas reuniões acontecem o dia todo? Você passa dias sem me ligar!
– Não é assim ,eu te liguei na semana passada. – sorri amarelo.
– Chega ! – Me altero bufando vendo tamanha ousadia de tentar se desculpar. – Vocês se quer me visitou quando sofri aquele maldito acidente. Nem para ligar dizendo : " e aí Leonor, queria saber se está viva ou morta ! " – imito sua voz fazendo com que uma grande carranca se forme em seu belo rosto . Que se dane.
– Leo! – tenta se aproximar e em uma rápido movimento fecho a porta com força em seu rosto ouvindo no processo seu gemido. Bom , pelo menos o acertei.
Escorrego pela madeira fria da porta, envolvendo meu corpo com meus braços e choro. Não pelo fim de algo que já não existia, mas sim por ser boba o suficiente ao pensar que deixaria seus negócios por mim ou me daria um pouco do seu tempo para ficar comigo . Expulso todos os sentimentos ruins através das lágrimas e sigo para meu quarto decidida a trilhar meu próprio caminho a partir de amanhã. Sem Sr. Simpático , sem noivo desleixado, sem pitis de meninas ricas , somente eu . Sendo a Leonor.
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Chuto as folhas secas que cobrem o gramado verde vivo do parque. As árvores em sua maioria com suas flores, se deixam balançar por seus galgos pelo vento frio do começo da tarde. Hoje foi a última prova do desenho do vestido de Maria , ela até que me tratou bem , quando nos vimos não havia mas a fúria queimando seu olhar e raiva a dominar seus gestos para comigo. Parecia quase em paz, mas como decidi a duas semanas atrás eu seria a nova Leonor, e trilharia meu próprio caminho. Felipe não mais me ligou depois daquela noite, no fundo penso que minha explosão foi o sinal que esperava para escapar de nossa " relação ".
E Dean , bom depois daquele dia em seu jardim nunca mais o vi. E confesso que por mais insuportável que seja, eu ainda penso nele. Sabe um dia irei me internar. Isso não pode ser normal.
Cansada de andar, fecho os últimos botões de meu casaco e jogo-me em um banco solitário no parque.
Minutos se passam e eu não penso em nada. Quase em transe e fico ereta no mesmo instante que seu perfume, o maldito maravilhoso perfume, enche minhas narinas fazendo-me suspirar não intencionalmente.
O banco range um pouco sob seu peso, prova do quanto tempo estava aqui.
Mordo a ponta do meu dedo indicador e merda! Estou nervosa, o que eu faço ? Grito desesperadamente em minha mente. Devo me desculpar novamente? Claro que não! Grita meu subconsciente. Nova Leonor, lembra?! Se ele está aqui, ele que fale.
Suas mãos deixam seus bolsos e se fecham em punho. As passa em seus rosto, tudo isso vejo quando olho-o de lado . Agora de perto percebo o quanto seus ombros são largos, a ponto de Dean ocupar quase todo o banco . Me sinto um minion perto dele... Meus pensamentos são bruscamente interrompidos por sua voz potente e baixa, preparo-me para os xingamentos e reprimendas, no entanto não é o que escuto e a sentença seguinte me faz querer dançar de alegria.
– Me desculpe...
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Estão gostando? Quem sabe vocês convencem a Rosa da Cruz *rosacd0504 a continuar...
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