(Deathbeds) Capítulo 1 - Deathbeds
Conto escrito por Karol Carter e Rosa da Cruz
CAPITULO 1 – DEATHBEDS
Hoje era o dia! Finalmente iria começar minha tão sonhada carreira. Olhei mais uma vez para o grande espelho dourado que me fazia companhia desde os quinze anos e a mulher que me encarou de volta, apesar do corpo esguio, era muito mais curvilínea do que a adolescente de outrora. Oito anos haviam transformado o meu corpo de magricela para o que minha mãe chamava de "voluptuosa". E, aos vinte e três, eu sabia da beleza que tinha e estava mais do que satisfeita. Meus olhos se voltaram para o salto alto desconfortável em meus pés. Seria perfeito se tivesse herdado a altura do pai ao invés de ficar na média como a mãe.
Suspirei alto e alisei o vestido branco de gola alta e mangas compridas. Estava um pouco frio e eu decidi usar algo que fosse elegante e simples, mas que se destaque contra os meus longos cabelos azuis. Isso mesmo, minhas madeixas eram pintadas do tom mais azul do céu. Com a bolsa a tiracolo e o portfólio que preparei com tanto esmero em mãos, parti para a minha entrevista de emprego. Eu era uma recém-formada em moda ávida por um pouco de estabilidade financeira.
À caminho do local da entrevista, liguei o som para tentar relaxar. Assim que o sinal mudou para verde, um ser humano que saiu de não sei onde, destruiu o meu carro! Bateu na lateral e acabei sendo arrastada até bater em outro veículo. Foi um acidente grave, minha cabeça latejava e eu tinha certeza que havia me machucado muito. No hospital, enquanto aguardava o retorno do médico, ouvi as enfermeiras comentando que eu não era a única acidentada. Havia um rapaz nas mesmas condições que eu. Sabia que deveria ser o motorista no qual bati o carro. Precisei ficar em observação, mas eu estava angustiada. Por mais que o hospital confirmasse que eu não tinha ferido gravemente ninguém, queria ver com meus próprios olhos. E, quando já não sentia mais tanta dor, convenci a enfermeira a me deixar dar uma volta pelos corredores em uma cadeira de rodas.
Não pensei duas vezes, fui até o quarto do rapaz – cujo nome era Dean, segundo a enfermeira – que eu havia ferido involuntariamente. Bati na porta e foi permitida a minha entrada, quando olhei aqueles olhos cor de mel e os cabelos escuros contrastando com sua pele clara, percebi que não deveria ter ido até lá. Fiquei em choque, mesmo machucado ele era lindo, me arrepiei toda, aproximei da cama, como estava na cadeira de roda, minha visão não era direta, mas ele com um pouco de esforço sentou-se e me olhou diretamente nos olhos.
– Quem é você? – ele perguntou com desconfiança.
– Meu nome é Leonor, infelizmente, fui responsável por você estar aqui e vim me desculpar.
– Ah, então foi você! – ele me olhou de cima a baixo com escárnio. – Não posso dizer que é um prazer. Afinal, o que você quer de mim?
– Já disse, quero me desculpar e saber como você está. Apesar de tudo, eu não tenho culpa do ocorrido. O carro que me atingiu evadiu do local, antes mesmo de chegar a polícia ou o resgate, para nos socorrer.
– Como já disse, não é um prazer conhece-la. Entendo que não tenha sido culpa sua, mas eu estava indo num evento que me traria tudo o que eu sempre procurei para mim.
Sua afirmação era um tanto enigmática e por um momento achei que ele falaria mais, porém, seus lábios selaram-se em uma linha fina. Percebendo que aquilo era uma batalha perdida e eu não era bem-vinda, resolvi partir:
– Entendo, eu também estava indo para algo que mudaria a minha vida. Eram uma entrevista de emprego e agora nem sei quando poderei iniciar a minha procura novamente. Pelo menos, vejo que você está sendo bem tratado e, apesar de tudo, parece bem, então vou deixá-lo descansar.
Saí sem me despedir e voltei para o meu quarto pensando que evento poderia dar tudo o que Dean queria.
_____
Gostou? Conheça mais história de KarolCarter:
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro