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Capítulo 8

REBECCA


O carro era top, tive que admitir, era grande e os bancos eram de couro branco. Tudo estava cheirando a novo e estava impecavelmente limpo. Letícia estava certa quando disse que Allan dirigia bem, ele era atento e não corria a toda velocidade mesmo que as pistas estivessem totalmente vazias pela hora que era.

 
E no fundo, bem lá no fundo do meu ser, tive que admitir que era bonitinho a visão dele dirigindo. Não que eu tivesse encarado muito, eu olhei apenas uma vez e fiquei observando o caminho enquanto seguíamos tranquilamente pelas ruas silenciosas. Eu quase nunca andava de carro, então queria aproveitar o momento, coloquei a cara pra fora da janela igual via as meninas fazerem nos filmes, mas fiquei arrepiada quando senti a mão de Allan no meu braço, me puxando de volta.

 
— Quer causar um acidente? — ele resmungou, autoritário. 

— Eu não ia me machucar, deixa de ser chato.

— Talvez todos nós sim, é impossível eu me concentrar na estrada se tiver que olhar pra você também  — ele dizia e me olhava rapidamente algumas vezes.

— Olhe pra pista então!

— Se você não me preocupar mais colocando a cabeça pra fora igual um cachorrinho — ele riu e eu arfei, não acreditando que ele tinha me comparado a um cachorro.

— Não briguem, por favor, eu os amo — levei um susto com a voz de Leth no banco de trás, ela se virou se costas e voltou a ficar quieta, acho que estava delirando.

— É melhor você não me comparar a um cachorro de novo — eu avisei, sussurrando desta vez.

— Cachorros são fofos e você também — ele sorria, ao contrário de mim, que estava super sem graça. Eu? Fofa? O que estava acontecendo com o planeta?

Chegamos rápido na casa de Leth, ajudei Allan a tirar ela do carro e fomos até a porta da frente, que estava destrancada. Eu achei um absurdo, mas não falei nada, levamos ela até o andar de cima onde ficava seu quarto e ele me ajudou a colocá-la na cama. Letícia nem se mexeu mais, só suspirou e começou a roncar. Fiquei parada sem saber como proceder já que minha anfitriã estava bêbada e dormindo, então Allan me pegou pelo braço e me levou pro andar de baixo novamente, eu me sentia estranha com o contato dele, mas não consegui falar nada dessa vez. Todos deviam estar dormindo e eu era como uma intrusa, então não queria fazer o mínimo barulho.

— Senta — Allan disse quando chegamos na sala, as luzes estavam apagadas, mas as janelas eram de vidro então a luz da rua iluminava um pouco o ambiente. Me sentei ao seu lado sem saber muito o que fazer, talvez ele tivesse onde dormir e eu dormiria no sofá. Por mim estava ótimo.

Ficamos em um silêncio constrangedor por um bom tempo, ele estava simplesmente me encarando e eu fingindo que não via. Tirei o meu tênis e coloquei ao lado do sofá, depois me sentei comportadamente de novo sem quase nem respirar.

— Todos estão dormindo a essa hora — ela sussurrou.

— Percebi — eu sussurrei também. Então fiz a coisa errada, olhei para Allan e não consegui desviar de volta. Mal dava para ver seu rosto, mas parecia que seus olhos cor de mel brilhavam, ele não sorria desta vez, estava sério.

Acho que ele interpretou meu silêncio mal, porque começou a aproximar o rosto do meu, bem devagar, eu simplesmente não me mexi. Por um momento não sabia o que queria e o que não queria, só fiquei parada enquanto Allan se aproximava mais, até estar perto o suficiente para eu sentir sua respiração e sua mão envolveu meu rosto.

— Vou beijar você — ele disse, mas não me deu tempo de responder a pergunta que ele não tinha feito, ele simplesmente começou a me beijar apressadamente. E por algum motivo meus lábios acompanharam os dele nessa loucura, retribuindo totalmente o beijo.

Não estava certo. Minha mente começou a me dizer, mas os sinais não chegaram ao meu corpo, pois minha mão se apoiou em um de seus ombro firmes e fortes, o que me deixou ainda mais longe da realidade, eu não pensava em nada, só em um beijo que estava acontecendo e estava sendo bom. Então Allan me pegou pela cintura e forte como era, me colocou em seu colo, eu não tinha feito nenhum esforço, ele fez o trabalho todo sozinho. Então não estávamos mais nos beijando, estávamos nos encarando, nossas respirações aceleradas e nenhum de nós dois conseguíamos ou poderíamos dizer nada.

Provavelmente eu deveria dizer algo, era o que minha mente dizia, mas o que eu ia dizer? Eu não sabia. Talvez estivesse tentando provar que eu sentia algo por ele, mas por que ele teria decidido isso do nada e estava tentando me provar? Talvez não fosse isso, até hoje eu nunca tinha pensado nele assim. Minha mente estava confusa de mais para raciocinar sobre algo. Então comecei a olhar pra gente, minhas mãos estavam apoiadas no ombro dele, as suas estavam nas minhas pernas cobertas pela calça, mas parecia que eu podia senti-las na minha pela. E eu estava literalmente sentada em seu colo, coisa que eu jamais pensaria que fosse acontecer um dia. Então minha mente repetiu de novo:

Isso está errado.

— Por que eu estou no seu colo? — perguntei debilmente, como se estivesse voltando de um transe.

— Bom, estávamos nos beijando e eu pensei que... — ele parecia ter voltado em si também, pois piscava sem parar e tentava encontrar as palavras certas. — Quer dizer, desculpa se não tiver gostado, eu não devia ter ido assim tão longe.

— E por que me beijou? — eu me arrependi após ter perguntado, era uma pergunta idiota, ele era o idiota e eu que estava sendo uma agora. O que tinha dado em mim? Eu não podia culpá-lo totalmente, se ele me beijou era porque eu não o tinha impedido.

— Achei que estava no momento certo, considerando que o momento parecia propício a isso, você sabe, estamos sozinhos...

— Não devia ter me perguntado se eu queria? — eu saí envergonhada do colo dele, mas estava muito escuro para ele perceber, e por mais que eu estivesse achado confortável o local, não podia me dar o luxo de gostar de estar ali, em um lugar tão íntimo dele.

—Está certa, eu devia, mas você não disse nada, então eu...

— Achou que podia me beijar sem meu consentimento. — eu me sentei o mais afastada possível dele.

— Não, é claro que não! Mas você não pode negar que tivemos uma química, você me correspondeu no mesmo instante — ele argumentou, um ótimo argumento por sinal. Mas eu não podia deixar que ele saísse certo da história, ou isso aconteceria mais vezes, e talvez agora as coisas fossem reveladas. As tramoias dele.

— Isso não quer dizer que eu quisesse fazer isso. Por favor, espero que pare com que está fazendo agora — eu me levantei enquanto falava e comecei a subir as escadas, ele não podia falar nada, pois podia acordar alguém, então continuei subindo em silêncio e entrei no quarto de Letícia, fechando a porta bem devagar.

Peguei um colcha ao pé da cama dela e forrei no chão, fiz um ursinho dela de travesseiro e fechei os olhos para tentar dormir. Demorou muito para conseguir, considerando tudo que tinha acabado de acontecer no andar de baixo e que não saía da minha cabeça, quando dormi, já devia estar amanhecendo.

***

Allan


Eu não ousei pensar que aquele tinha sido o dia mais feliz da minha vida, pois eu tinha uma vida toda pela frente. Eu era o tipo de pessoa que queria viver por muitos anos, que sonhava alto com minha carreira futebolística e que não pensava em partir tão cedo e tão novo. Na verdade, só de pensar na palavra "morte" eu ficava inquieto e arrepiado. Já me disseram até que eu tenho negação com a morte e no meu interior isso era mais do que afirmativo, se por acaso eu estivesse muito mal em uma cama, eu iria lutar muito para viver, eu era esse tipo de pessoa.

Eu não sei quando essa expectativa de vida começou, alguns diriam que foi após alguns acontecimentos da minha vida que eu guardava no meu interior, na parte mais triste do meu ser, e esse é um dos motivos que me fez mudar quem eu sou. Me fez ter outra perspectiva da vida sendo tão novo, eu me achava uma criança para ter uma realidade das coisas tão cedo, mas a psicóloga me fez enxergar que isso foi necessário para me tornar uma pessoa melhor. Se era isso mesmo ou não que ela me fez ver, eu não tinha certeza, mas tomei como verdade ou temia que tudo pudesse se repetir.

Foi aí que Rebecca entrou em minha vida, não literalmente, mas sua presença se tornou visível fortemente na minha nova caminhada em busca do correto, talvez precocemente, mas ao mesmo tempo que o passado parecia tão recente, ele parecia também um passado muito distante. Eu lembrava de quando Rebecca chegou na casa ao lado, mas sua presença não me chamava a atenção, como diriam, eu era uma pessoa superficial e narcisista. Era, no passado.

E de toda forma, ela era nova e não fazia parte do nosso ciclo de amigos e nem estudava onde eu estudava, só comecei a vê-la com frequência no primeiro ano do ensino médio. De toda forma, eu era um adolescente grotesco e tinha um leque de meninas em volta que não poderia negar suas investidas e belezas. Eram todas parecidas, as mais bonitas do colégio, cabelos grande e corpo violão, como diria Dylan. Meus amigos me chamavam de sortudo e o novo Neymar, mas eu duvidava de que Neymar fazia tanto sucesso quanto eu na minha idade, e pra ser sincero eu só tive dois relacionamentos que duraram mais de 3 meses, as outras eram ficantes. Mas esses dois relacionamentos eu considerava super sérios, enquanto estava com elas, não ligava para as outras e me dedicava somente a elas.

Depois do que aconteceu, eu mudei como pessoa, até os que eu considerava amigos, passei a considerar apenas como colegas. Dylan era um dos que ficou como amigo do peito, mas estava difícil dele entender que suas atividades eram inadequadas e que ele não precisava ser mais assim. Se eu tinha conseguido deixar de ser um babaca, ele também conseguiria, não que eu fosse um completo babaca antes, mas deixava a desejar em muitas atitudes. Mas eu sou um adolescente, e menino, é o que se espera de uma raça que demora mais a amadurecer. Esperava que Rebecca me desse uma chance de mostrar a todos o quanto eu estava uma pessoa diferente, e depois de ver o que ela achava de mim, queria mais do que tudo mostrar a ela qual era o meu eu de verdade.

Rebecca era diferente, a primeira vez que decidi que ela era interessante e valia a pena a investida, foi justamente em um dos meus jogos. Eu não diria que foi amor a primeira vista, nisso eu não acreditava, mas o modo como ela ignorava o jogo com seus amigos e como ria em suas bolhas pessoais, tinha me chamado atenção. Foi até difícil prestar atenção no aquecimento que antecedia na quadra, ela tinha um cabelo de miojo, eram pretos e as pontas eram verdes e ela parecia muito a vontade em ser diferente. Meus olhos percorreram a arquibancada em busca de meninas com cabelos coloridos, a única outra era una com cabelo vermelho, mas já estava feito, minha atenção já tinha sido roubada por Rebecca.

Rapidamente descobri sua sala, sua idade, seu nome e algumas outras coisas que um aluno aleatório sabia por ser representante da turma dela. O nerde prometeu que as informações ficariam entre os dois. E passando um tempo a observar Rebecca, eu me se vi com uma enorme vontade de participar do mundo dela, queria uma chance de conhecê-la melhor e ser primo de uma das melhores amigas dela fora da escola, só me serviu para achar que o mundo estava conspirando ao nosso favor.

Era um soco em meu ego ver o quanto ela me detestava, mas visto que ela parecia viver em um mundo inexistente de fantasia e com a impressão errada do meu passado, eu podia muito bem entender o lado dela e respeitá-la, mas estava confiante de que uma hora ou outra, ela iria enxergar a verdade. E a verdade era que eu estava encantada por essa menina, curioso pelo seu mundo e cada dia mais fascinado pelo seu jeito. O meu novo eu não era de desistir facilmente, além do mais eu não podia descansar até provar que eu havia mudado, eu não estava acostumado a correr atrás de ninguém, mas como eu disse; eu era um novo homem.

Tá, um novo garoto adolescente. Mas um futuro homem respeitável.


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